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O USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS: O CONSUMO ENTRE OS ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE MARÍLIA

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Academic year: 2021

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O USO DE DROGAS ENTRE ADOLESCENTES E JOVENS: O CONSUMO ENTRE OS

ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE MARÍLIA

Isabelle Yumi Akamine* (Programa de Iniciação Científica, FAPESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Assis-SP, Brasil); Isabelly Tedeschi Corrêa* (Programa de Iniciação Científica, FAPESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Assis-SP, Brasil); Karine Costa Lima (Programa de Iniciação Científica, FAPESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Assis-SP, Brasil); Orientador: Prof. Dr. Jair Izaías Kappan (Programa de Iniciação Científica, FAPESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Assis-SP, Brasil).

contato: isabelle.akamine@hotmail.com

Palavras-chave: Drogas. Jovens. Epidemiologia Introdução

O consumo de drogas na atualidade é um tema muito discutido, estudado e com muitas opiniões diversas, mas é fato que o uso de substâncias psicoativas se faz presente desde os tempos mais remotos, nas mais diversas sociedades e para as mais diversas finalidades. A importância de um diagnóstico de consumo entre os jovens na atualidade se dá principalmente pelos motivos que levam esses jovens a consumir determinadas drogas e como esse consumo vai impactar em suas vidas, em sua saúde.

Objetivos

O objetivo de nosso estudo foi determinar a prevalência do uso de drogas psicoativas e fatores associados a este comportamento, entre adolescentes estudantes do ensino fundamental e médio das escolas públicas de Marília/SP. Também investigar um conjunto de variáveis relacionadas com o consumo de drogas entre os estudantes tais como, sexo, idade, situação socioeconômica, relacionamento familiar, religião e práticas de esportes, através tanto dos dados coletados, quanto de levantamentos bibliográficos.

Métodos

O estudo foi realizado com a mesma metodologia de amostragem escolar utilizada pelo CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da UNIFESP para o consumo de substâncias psicoativas. A amostra foi composta por aproximadamente 1.919 estudantes do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e médio (1º a 3º anos) das escolas públicas de Marília/SP. Na pesquisa foram utilizados questionários fechados, de autopreenchimento e sem identificação do aluno.

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Resultados e Discussão

A cidade de Marília localiza-se na Região Sudeste do Brasil, no Estado de São Paulo, e está a 443 km de distância da capital. A população estimada de acordo com o censo de 2010 realizado pelo IBGE é de 216.745 habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,798.

De acordo com a tabela acima, a amostra foi constituída por 1.918 estudantes da rede pública de Marília, dentre os quais 51,8% são do sexo feminino e 47,9% do sexo masculino. Predominou a faixa etária de 13 a 15 anos (44%).

Ao se comparar o presente estudo, realizado em Marília no ano de 2017, com os dados colhidos pelo CEBRID em 2010 em escolas públicas de 27 capitais brasileiras, observa-se uma diferença em relação à droga ilícita mais consumida pelos estudantes, conforme tabela abaixo: enquanto a pesquisa em Marília mostra o uso mais comum da maconha (18,6% dos jovens afirmaram já ter consumido maconha pelo menos uma vez na vida), o estudo do CEBRID apresenta os solventes/inalantes como tipo de droga ilícita mais consumida, sendo citados por 8,1% dos alunos participantes da pesquisa.

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Mesmo com essa diferença em relação à droga mais utilizada, a pesquisa do CEBRID em território nacional e o presente estudo em Marília apresentam resultados similares: de acordo com o CEBRID, a maconha aparece como a segunda droga mais citada pelos adolescentes (5,8%), seguida por cocaína (2,8%), anfetamínicos (2,1%), LSD (0,8%) e crack (0,7%).

De maneira semelhante, observa-se no presente estudo que os solventes/inalantes consistem no segundo grupo de drogas mais citado pelos estudantes (16,3%), seguidos por cocaína (4,1%), anfetamínicos (2,5%) e crack (1,3%).

Tratando-se do consumo de drogas lícitas, os resultados das duas pesquisas também são similares: o estudo aplicado pelo CEBRID em 2010 aponta porcentagens de consumo de 59,3% para o álcool e de 17,9% para o tabaco. Em Marília, os dados mostram um aumento: 66,4% dos jovens afirmaram já ter consumido bebidas alcoólicas, e 18,1% dizem ter feito o uso do tabaco ao menos uma vez na vida.

Na Tabela 3, é possível observar que Brasil e estado de São Paulo possuem resultados muito similares, mostrando diferença significativa apenas no consumo de tabaco: em São Paulo, o consumo é menor comparado ao Brasil (14,3% e 17,9%, respectivamente).

Na região do Centro-Oeste Paulista, um estudo semelhante foi feito nos municípios de Assis (2000) e em Ourinhos (2002), ambos abrangendo escolas públicas e privadas.

Em Assis, 2.123 estudantes responderam ao questionário. Desses, 68,9% dos alunos afirmaram já ter consumido álcool. O consumo de tabaco aparece na sequência sendo citado por 22,7% dos participantes; seguido por solventes, com 10,0%; maconha, com 6,6%; e ansiolíticos com 3,8%.

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Na cidade de Ourinhos, com 2.311 alunos participantes da pesquisa, os resultados apontam as seguintes porcentagens de consumo: álcool com 72,5%; tabaco com 25,6%; solventes com 9,6%; maconha com 8,0%; ansiolíticos com 4,7%; anfetamínicos com 3,7%; cocaína com 1,7%; êxtase com 1,2%; LSD com 1,0%.

Percebe-se que os resultados das pesquisas acima, por terem sido aplicadas em anos próximos, apresentam resultados muito parecidos, com uma porcentagem de consumo pouco maior em Ourinhos entre todas as drogas pesquisadas nas duas cidades. Comparando com o atual estudo feito em Marília, após 15 anos, nota-se um grande aumento no consumo de drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida: 18,6% dos jovens afirmam já ter consumido maconha, e, na sequência, aparecem solventes com 16,3% e LSD com 7,9%. Em relação às drogas lícitas, houve queda na porcentagem de uso: álcool com 66,4% e tabaco com 18,1%.

Nota-se, tanto no presente estudo, quanto nos últimos realizados, que o uso da maconha é mais frequente entre o sexo masculino: em Marília, constatou-se que a porcentagem de participantes do sexo masculino que afirmaram já ter consumido maconha é maior que a porcentagem do sexo feminino que relatou o uso dessa droga (20,6% a 16,1%). Essa superioridade também pôde ser constatada em Ourinhos (9,89% a 5,18%) e no estudo nacional realizado pelo CEBRID (7,3% a 6,5%).

Em relação aos Solventes, no presente estudo foi possível observar que a porcentagem de uso é maior entre os participantes do sexo feminino, tendo esse tipo de droga sido citado por 17,7% das alunas, enquanto 14,9% dos estudantes do sexo masculino alegaram já ter feito uso de Solventes. Os dados são diferentes dos coletados em Ourinhos, em que o sexo masculino apresenta uma porcentagem maior

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(9,68% a 8,7%); e dos dados coletados pelo estudo realizado pelo CEBRID, que também apontam maior ocorrência do uso de solventes entre os estudantes do sexo masculino (8,6% contra 7,7%).

Entre as drogas lícitas, no presente estudo, o álcool teve maior consumo entre o sexo masculino (50,9% dos estudantes do sexo masculino relataram o consumo de álcool, contra 48,8% das alunas do sexo feminino). Ainda em relação ao álcool, os dados coletados em Marília diferem do que foi constatado em Ourinhos e também na pesquisa nacional feita pelo CEBRID: em Ourinhos, ambos os sexos apresentam porcentagens de consumo de álcool semelhantes entre si: 72,53% das estudantes do sexo feminino afirmaram já ter consumido álcool, enquanto entre os participantes do sexo masculino a porcentagem foi de 72,34%. Já no estudo realizado pelo CEBRID, a porcentagem de consumo de álcool é maior entre o sexo feminino: 61,4% contra 57,2% do sexo masculino.

Observando-se os dados sobre o consumo de tabaco, a pesquisa realizada em Marília (2017) revela que a diferença entre os sexos foi pequena, mas ainda assim existente: o sexo masculino apresentou porcentagem de consumo de 52,4%, contra 47,6% do sexo feminino. Os dados diferem do que foi observado nos estudos em Ourinhos e no território nacional (CEBRID), que apontaram maior frequência do consumo de tabaco entre o sexo feminino (27,17% a 24,15% em Ourinhos e 18,6% a 17,1% no estudo realizado pelo CEBRID).

Analisando os dados relacionados às idades entre 10 e 12 anos, a faixa etária que contempla os alunos mais jovens participantes da pesquisa, o estudo do CEBRID constatou que os solventes/inalantes foram as drogas mais utilizadas, tendo sido citados por 5,0% dos estudantes. Na sequência, aparecem os ansiolíticos (2,1%) e a maconha (0,6%). Em relação às drogas lícitas, ainda na faixa dos 10 aos 12 anos de idade, 27,9% relataram o consumo de álcool e 4,1% afirmaram já ter consumido tabaco.

Os dados coletados pelo CEBRID em 2010 são semelhantes ao que foi observado no presente estudo, em Marília: nessa mesma faixa etária, os solventes/inalantes mantiveram-se como as drogas mais citadas pelos jovens (13,5%), seguidos por alucinógenos (3,9%) e maconha (3,5%). Entre as drogas lícitas, o álcool também foi o mais relatado (36,7%), enquanto o tabaco apresentou uma porcentagem de consumo de 5,9%.

Na faixa etária de 13 a 15 anos, o CEBRID constatou que os solventes/inalantes também foram os mais citados, tendo sua porcentagem de consumo em 7,2%. Na sequência, apareceram os ansiolíticos e a maconha, ambos tendo sido relatados por 3,9% dos participantes. Entre as drogas lícitas, o álcool e o tabaco possuem um índice de uso muito superior à faixa etária anterior, sendo de 60,3% e 16,0%, respectivamente. O estudo realizado em Marília apresenta uma mudança entre a droga ilícita mais citada

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pelos estudantes: 17,9% dos jovens entre 13 e 15 anos afirmaram já ter consumido maconha. Com frequência semelhante, os solventes foram o segundo tipo de drogas mais citado (17,8%), seguidos pelo crack (8,0%). Entre as drogas lícitas, o álcool também foi o mais ingerido, tendo sido consumido por 70,2% dos jovens; enquanto o tabaco apresenta índice de consumo de 16,3%.

Na terceira faixa etária, que contempla os participantes entre 16 e 18 anos, o estudo do CEBRID revelou que os solventes/inalantes mantiveram-se como o tipo de drogas mais ingerido, sendo citado por 11,6% dos estudantes. A maconha (11,4%) aparece em segundo, e os ansiolíticos (6,9%) vêm na sequência. Entre as drogas lícitas, o álcool possui um índice de consumo muito alto, chegando a 81,8%; e o tabaco a 29,1%. Já na pesquisa realizada em Marília, a maconha foi a droga ilícita mais usada entre os jovens dessa faixa etária (31,7%), seguida dos solventes (16,0%), dos alucinógenos (11,4%) e da cocaína (7,2%). Entre as drogas lícitas, o álcool também foi mais ingerido, chegando a uma porcentagem ainda superior ao que foi observado pelo CEBRID: 86,7% dos jovens entre 16 e 18 anos relataram o consumo de bebidas alcoólicas. Ainda entre as drogas lícitas, o tabaco foi mencionado por 31,3% dos adolescentes em Marília.

Com os jovens acima de 18 anos, o estudo feito pelo CEBRID, verificou que a maconha foi a droga ilícita mais consumida pelos estudantes, tendo sido citada por 16,3% dos alunos participantes. Na sequência, aparecem os solventes/inalantes (13,0%), cocaína (9,1%) e ansiolíticos (8,5%). Entre as drogas lícitas, o álcool teve seu índice praticamente igual ao da faixa etária anterior, com porcentagem de consumo de 86,3%. O uso de tabaco foi acusado por 40,4% dos estudantes nessa faixa etária. No presente estudo, em Marília, a maconha manteve-se como a droga ilícita mais utilizada, com porcentagem de consumo de 16,3%; seguida pelos solventes/inalantes (13,0%), pela cocaína (9,1%) e pelos ansiolíticos (8,5%). Entre as drogas lícitas, o álcool obteve índice de consumo de 75,0%, e o tabaco de 40,4%.

Referências

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