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Parte 1 Coesão, competitividade, emprego e crescimento Situação e tendências

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P a r t e 1 — C o e s ã o , c o m p e t i t i v i d a d e ,

e m p r e g o e c r e s c i m e n t o

– S i t u a ç ã o e t e n d ê n c i a s

Índice

Coesão económica e social . . . 2

Coesão territorial . . . 27

Factores que determinam o crescimento, o emprego e a competitividade . . . 36

Anexo Estatístico da Parte 1 . . . 65

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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Coesão económica e social

Introdução

Ao longo da última década, e especialmente desde meados dos anos 90, as disparidades de rendimento e emprego na União Europeia têm vindo a diminuir, quer entre países quer entre regiões. Ao mesmo tem-po, a produtividade nos territórios menos prósperos da União subiu em relação à de outras zonas, o que implica um aumento da sua competitividade. Perma-necem, contudo, profundas diferenças dos níveis re-lativos de prosperidade e desempenho económico, o que significa que continuam a existir debilidades es-truturais não obstante as melhorias obtidas graças ao apoio dos Fundos Estruturais.

As disparidades de rendimento e emprego no seio dos países e das regiões tornar-se-ão ainda mais acentuadas com a entrada dos novos Estados--membros, em Maio de 2004. A partir de meados da década de 90, após as perturbações dos primeiros anos de transição, quase todos estes países regista-ram níveis de crescimento consideravelmente supe-riores aos da UE15, mas apresentam níveis de PIB

per capita e, na maioria dos casos, de emprego, muito

inferiores à média da União.

Assim, será necessário manter um crescimento sus-tentado muito acima da taxa da actual União durante um período de tempo prolongado para que estes paí-ses possam atingir níveis de rendimento comparáveis com os da média da UE. Para obter esse crescimento elevado, aliado a altos níveis de emprego, os novos Estados-membros irão necessitar de muito apoio para enfrentar problemas estruturais profundos e rea-lizar o seu potencial económico. Tal como acontece nas zonas da União caracterizadas por um fraco de-sempenho económico, a superação das fragilidades estruturais nos novos Estados-membros significaria não só elevar os níveis de vida, mas também aumentar a competitividade e o crescimento na economia de toda a União.

São estes os principais aspectos que ressaltam da análise que a seguir se apresenta. Em primeiro lu-gar, analisa-se o crescimento do PIB e do emprego nos países da coesão ao longo dos últimos anos, por comparação ao resto da UE; em segundo lugar, o nível das disparidades entre as regiões da UE15 e como a situação se foi alterando ao longo desta

última década, com particular ênfase nas regiões Objectivo 1 apoiadas através dos Fundos Estrutu-rais; em terceiro lugar, o desenvolvimento econó-mico recente nos países da adesão e a forma como o desempenho económico tem variado nas regiões destes países; em quarto lugar, as taxas de cresci-mento necessárias para convergir com os níveis de rendimento da actual UE dentro de um período de tempo razoável; e, em quinto lugar, as implicações do envelhecimento da população. Em seguida, são considerados dois aspectos da coesão social, no-meadamente o desemprego e os baixos níveis de rendimento no espaço da União.

Coesão económica

Convergência do PIB per capita nos países da coesão

Os quatro países da coesão1 — Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal — registaram, entre 1994 e 2001, um crescimento muito acima da média da UE. Este facto traduziu-se num aumento significativo do PIB

per capita em relação ao resto da UE, uma vez que,

exceptuando a Irlanda, o crescimento demográfico nestes países foi apenas ligeiramente acima da média.

Na Irlanda, onde houve um incremento anual da po-pulação de mais de 1%, o PIB per capita aumentou em termos reais cerca de quatro vezes a taxa mé-dia da UE (8% ao ano contra pouco mais que 2% ao ano, respectivamente). Por consequência, em 2001, o PIB per capita da Irlanda em termos de padrões de poder de compra (PPC) situava-se mais de 17% acima da média da UE15, enquanto que, no começo dos anos 90, tinha sido de 25% abaixo da média. O exemplo irlandês mostra muito claramente a eficácia dos apoios dos Fundos Estruturais quando acompanhados por políticas nacionais orientadas para o crescimento.

Nos outros três países da coesão, o crescimento do PIB per capita em termos reais, embora mais modes-to, foi ainda assim superior ao do resto da UE desde meados dos anos 90. Desde o fim do período de re-cessão em 1994 até ao recente abrandamento da economia, o crescimento real do PIB per capita na Grécia, em Portugal e em Espanha situou-se cons-tantemente acima da média da UE, enquanto que, du-rante os anos da recessão, tinha estado sempre abaixo da média. (Gráfico 1.1).

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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Assim, entre 1991 e 1994, o PIB per capita diminuiu quer na Grécia quer em Portugal, enquanto na Espanha registou um aumento mais lento do que a média da UE. De 1994 a 2001, em cada um destes três países verificou-se um aumento semelhante do PIB per capita — acima de 3% ao ano em Espanha e Portugal, e pouco abaixo deste valor na Grécia — em comparação com os pouco mais de 2% ao ano da mé-dia da UE. Assim, no decurso destes 7 anos de reto-ma económica na União, o PIB per capita do conjunto destes três países aumentou, em termos reais, quase 1 ponto percentual ao ano acima da média da UE. (ver Notas Metodológicas no final desta secção).

Consequentemente, o PIB per capita nos três países da coesão considerados em conjunto aumentou, em termos de PPC (para ajustamento dos diferentes níveis de preços), para 79% da média da UE15 em 2001, e para 81% em 2002. Em Espanha, o PIB per

capita nestes mesmos termos situava-se, em 2002,

menos de 15% abaixo da média da UE. Todavia, a Grécia e Portugal registaram ainda um défice signifi-cativo, apesar da convergência que se começou a ve-rificar a partir de meados dos anos 90. Em ambos os países, o PIB per capita situou-se ainda apenas nos 71% da média da UE em 2002.

Convergência no emprego

Os números relativos ao emprego também regista-ram, a partir de 1995, um forte aumento nos países da coesão. Entre 1996 e 2002, a taxa de emprego — a proporção da população em idade activa (dos 15 aos 64 anos) que se encontrava empregada na UE15 — aumentou pouco mais de 4 pontos percentuais. Nos quatro países da coesão considerados em conjunto,

o aumento foi duas vezes superior, com uma subida da taxa de emprego média para 60% em 2002, apenas 4 pontos percentuais menos do que a mé-dia da UE15 (64%), correspondente a metade da disparidade existente 6 anos antes (Quadro A1.1). Na Irlanda, o aumento foi particularmente marcado (10 pontos percentuais), reflectindo a rápida expan-são económica do país, com uma subida da taxa de emprego ligeiramente acima da média da UE15. Por outro lado, a Espanha registou um aumento ainda maior (quase 11 pontos percentuais), apesar da taxa de emprego em 2002 (58,5%) se situar muito abaixo da média da UE15.

O aumento foi mais modesto em Portugal (6,5 pontos percentuais), onde o emprego já registava valores re-lativamente elevados, mas claramente acima da mé-dia da UE, levando a taxa de emprego a atingir os 68,5%, apenas ligeiramente abaixo do objectivo dos 70% estabelecido em Lisboa para a UE em 2010. O aumento do emprego, por outro lado, foi muito inferior na Grécia: apenas 2 pontos percentuais durante estes 6 anos, apesar de um crescimento económico muito aci-ma da média. Assim, a taxa de emprego em 2002 (57%) situou-se ainda mais abaixo da média da UE15 quando comparada com a registada em meados da década de 90, sendo a Itália o único país com uma taxa ainda mais baixa. Por consequência, um dos objectivos prioritários da política da UE continua a ser o aumento do emprego naquelas zonas da União onde este regista taxas ainda muito inferiores às da média.

Aumento da produtividade

Em Espanha e, em menor grau, em Portugal, os au-mentos do emprego deram um contributo significativo para o crescimento do PIB, situação que ocorreu tam-bém na Irlanda, onde o número das pessoas empre-gadas aumentou cerca de 5% ao ano entre 1996 e 2002. Na Irlanda, o aumento do emprego foi acom-panhado por uma maior produtividade da mão-de--obra, que foi de pouco menos de 4% ao ano, três ve-zes mais do que a taxa média da União. Em Portugal, o aumento da produtividade foi também superior à média da UE, enquanto que em Espanha, que regis-tou uma marcada subida do emprego, foi apenas cerca de metade da média.

Na Grécia, por outro lado, o aumento da produtivi-dade da mão-de-obra aproximou-se dos 3% ao ano

-2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Espanha Portugal Grécia 3 da Coesão

Variação % relativa a UE15

1.1 Crescimento do PIB per capita em Espanha, Portugal e Grécia em relação à média UE15, 1992-2002

Fonte: Eurostat, Contas nacionais

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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entre 1996 e 2002 (muito acima do dobro da taxa mé-dia da EU), e constituiu a principal fonte de cresci-mento do PIB. Na Grécia e em Portugal, onde se si-tuam as regiões menos prósperas da União, a base produtiva parece, assim, ter-se consolidado desde 1995, aumentando o potencial para que a convergên-cia de rendimentos continue nos anos futuros.

Recente abrandamento da economia da UE

Nos três anos seguintes à publicação do último Re-latório sobre a Coesão, verificou-se um abrandamen-to considerável do crescimenabrandamen-to económico. Este fenómeno teve inevitáveis impactos sobre a coesão, não só porque levou a um novo aumento do desem-prego em muitas regiões (ver adiante), mas também porque veio a criar um clima pouco favorável à conti-nuação da redução das disparidades regionais em termos de rendimento e de emprego. Em 2003, pelo o terceiro ano consecutivo, o crescimento económico na União continuou deficitário (registando valores in-feriores a 1%). O crescimento do PIB poderá subir para 2% em 2004 e aproximar-se dos 2,5% em 2005.2 O abrandamento afectou praticamente todos os Estados-membros. Até na Irlanda se estima que o crescimento tenha diminuído para 1,5% em 2003, e prevê-se que continue abaixo dos 4% em 2004. O im-pacto tem sido particularmente grave em Portugal, onde o PIB diminuiu quase 1% em 2003, depois de ter subido menos de 0,5% em 2002 e com previsões de aumento de apenas 1% em 2004. A concretizar-se tal previsão, grande parte da convergência com a média da UE na segunda metade dos anos 90 terá sido invertida nos três anos entre 2001 e 2004.

A situação tem sido melhor nos outros dois países da coesão. A Espanha parece ter registado um aumento de PIB de pouco mais de 2% ao ano em 2002 e 2003, e as previsões apontam para um aumento de quase 3% em 2004. A Grécia parece ser o país menos afec-tado de todos: o crescimento foi de cerca de 4% quer em 2002 quer em 2003, muito acima do que no resto da UE, prevendo-se que se mantenha em 2004. Assim, na Espanha e na Grécia, os apoios dos Fun-dos Estruturais podem ter ajudado a manter o nível de crescimento económico.

O abrandamento do crescimento levou um tempo relativamente longo a afectar o emprego, talvez em parte devido à expectativa inicial por parte dos em-pregadores de que se trataria de um período mais

curto. Em 2003, porém, teve repercussões negativas no aumento do emprego na Irlanda, que se estima se situe em menos de 1%, resultando numa diminuição da taxa de emprego (dado o au-mento relativamente elevado da população em idade activa). Teve efeitos igualmente negativos na Espanha, apesar do facto de, neste país, o aumen-to do número de pessoas empregadas ser ainda de cerca de 1,5% em 2003, o que implica um aumento ulterior da taxa de emprego (de aproximadamente 1 ponto percentual). As estimativas sugerem um aumento semelhante da taxa de emprego também na Grécia. Por outro lado, estima-se que, em Portu-gal, o número das pessoas empregadas tenha di-minuído 1% em 2003 e as previsões apontam para que se venha a manter praticamente inalterado em 2004, o que implica uma diminuição considerável da taxa de emprego.

Noutras partes da União, a Alemanha e a Itália conti-nuaram a registar desempenhos fracos. Na Alema-nha não se verificou praticamente nenhum aumento do PIB em 2002 e 2003, enquanto que na Itália o cres-cimento se manteve abaixo de 0,5% em ambos os anos. Em França, onde o aumento do PIB era, antes de 2001, semelhante à média da União, estima-se que o crescimento tenha sido apenas marginal em 2003. Nos Países Baixos, que registaram níveis de crescimento anteriores muito acima da média, o PIB aumentou apenas ligeiramente em 2002 e estima-se que tenha diminuído em 2003.

Diminuíram também as disparidades regionais do PIB per capita

Até ao recente abrandamento, em 2001, a dispari-dade do PIB per capita entre as regiões menos ricas da União — aquelas onde se tem concentrado a políti-ca da coesão — e as outras tem também diminuído ao longo destes últimos anos. Contudo, não é ainda possível especificar o que aconteceu a partir de 20013. Note-se que os valores regionais referidos nesta secção e no resto do relatório são relativos ao crescimento do PIB per capita em termos reais. Pela primeira vez esses valores são calculados com base em indicadores regionais provenientes de uma nova base de dados especificamente criada para manter a consistência temporal para todas as regiões NUTS 2 da UE. Estes valores diferem dos dados geralmentes utilizados em análises e estudos empíricos anterio-res, que são relativos ao PIB em termos de PPC ao longo do tempo, e cuja utilização não é adequada

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© EuroGeographics Association para as fronteiras administrativas 0 100 500 km

1.1 PIB

per capita

(PPC), 2001

Índice, UE25=100 < 50 50 - 75 75 - 90 90 - 100 100 - 125 >= 125 Fonte: Eurostat Canarias (E)

Guadeloupe Martinique Réunion

Guyane (F) Açores (P) Madeira sem dados FR(DOM): 2000 25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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para este objectivo (ver Notas Metodológicas no final desta secção).

As regiões às quais foi concedido estatuto de Objecti-vo 1, em virtude de o seu PIB per capita ser, em ter-mos de PPC, inferior a 75% da média da UE, regista-ram uma taxa mais elevada de crescimento em relação a outras zonas da União entre 1988, quando se deu a reforma dos Fundos Estruturais, e 2001. Assim, a análise acima referida mostra que o cresci-mento tem sido particularmente intenso nas regiões dos países da coesão (que correspondem a mais de metade das regiões Objectivo 1 e onde vive mais de metade da população destes países).

No conjunto das regiões Objectivo 1, o PIB per capita em termos reais aumentou quase 3% ao ano entre 1994 e 2001 (o último ano para o qual estão disponí-veis dados regionais e que abrangem o período de programação anterior e os primeiros dois anos do ac-tual), em comparação com pouco mais de 2% ao ano no resto da UE. Este valor seguiu-se a um crescimen-to inferior a 2% ao ano durante os seis anos prece-dentes, de 1988 a 1994, embora estivesse ainda aci-ma dos níveis de crescimento em outras partes da União (pouco acima de 1% ao ano)4. Assim, desde 1988, quando os Fundos Estruturais foram reforma-dos e alargareforma-dos, o PIB per capita no conjunto das re-giões Objectivo 1 tem registado uma convergência constante com a média da EU.

Mas a taxa de convergência tem variado de região para região

As taxas de crescimento registadas nas regiões Objectivo 1, todavia, variaram consideravelmente de região para região. Daí que não se verifique o mesmo grau de convergência em todo o espaço da União, que é muito mais significativo nos países da coesão, talvez devido à combinação de apoios estruturais re-lativamente elevados com políticas nacionais orientadas para o crescimento (Quadro A1.2). Como anteriormente referido, a partir de meados da década de 90 as regiões Objectivo 1 dos quatro paí-ses da coesão registaram um aumento do PIB per

ca-pita muito superior à média da UE. Tal foi o caso tanto

nas regiões Objectivo 1 de Espanha, onde cerca de 40% da população vive fora destas regiões, como também nos outros três países, onde todas as regi-ões são elegíveis para apoio. (Em Espanha, a média do crescimento do PIB per capita nas regiões

Objectivo 1 foi de 3% ao ano entre 1994 e 2001, um valor apenas ligeiramente inferior ao registado nas outras regiões espanholas.)

Fora dos países da coesão, o crescimento das regi-ões Objectivo 1 tem sido menos marcado, talvez devi-do, pelo menos em parte, ao abrandamento do cresci-mento a nível nacional. Sobretudo nos novos Länder alemães, onde o PIB registara um aumento significati-vo nos primeiros anos da década de 90, após a unifi-cação, o crescimento do PIB per capita manteve-se praticamente igual à média da UE durante o período de sete anos, entre 1994 e 2001 (abaixo de 2,5% ao ano). Contudo, este valor situava-se ainda muito aci-ma da taxa no resto da Aleaci-manha (inferior a 1,5% ao ano). Na Itália, o crescimento no Mezzogiorno (2% ao ano) teve níveis semelhantes aos do resto do país e também inferiores à média da UE.

Nas regiões Objectivo 1 de outras partes da União, que correspondem a uma parte muito pequena da po-pulação nacional, o aumento do PIB esteve em consonância com a média da UE neste mesmo perío-do. (ver Nota Metodológica).

Apesar da convergência global do PIB per capita com a média da UE nas regiões desfavorecidas, continuam a existir profundas disparidades. Em 29 regiões, onde habita 13% da população da UE15, o PIB per capita em termos de PPC em 2001 era infe-rior a dois terços da média. Estas regiões situam-se principalmente na Grécia, em Portugal, no sul da Espanha e da Itália, apesar de incluírem também seis regiões da Alemanha de Leste (Chemnitz, Dessau, Mecklenburg-Vorpommern, Magdeburg, Brandenburg-Nordost e Thüringen), a Cornualha no Reino Unido e três dos quatro DOM franceses. (Mapa 1.1).

Também as taxas de emprego e a produtividade convergiram nos espaços regionais

A convergência do PIB per capita foi acompanhada por uma redução das disparidades nas taxas de em-prego entre as regiões. Embora o emem-prego tenha re-gistado um aumento significativo na UE a partir de meados dos anos 90, este fenómeno foi mais marca-do nas regiões Objectivo 1. Entre 1994 e 2001, o número das pessoas empregadas nestas regiões au-mentou pouco menos de 1,5% ao ano, valor ligeira-mente acima da média da EU, e em 2002 a taxa de emprego situou-se mais de 5 pontos percentuais

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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acima da registada 6 anos antes, contra uma subida de 4 pontos percentuais no resto da União.

Verificou-se também um maior aumento da produtivi-dade nas regiões Objectivo 1 do que em outras zonas da UE, com uma média anual acima de 1,5% no perío-do de 1994 a 2001, contra cerca de 1% ao ano em todo o espaço da União. De facto, o aumento de pro-dutividade contribuiu mais para a subida do PIB do que o aumento do emprego.

Contudo, o aumento do emprego foi caracterizado por profundas variações entre as regiões Objectivo 1. Conforme anteriormente referido, o aumento em Portugal foi pouco acima da média da UE, enquan-to na Grécia foi muienquan-to abaixo; ao mesmo tempo, o número das pessoas empregadas subiu considera-velmente nas regiões Objectivo 1 da Espanha (cer-ca de 3% ao ano) — mais do que no resto do país — e ainda mais na Irlanda (5% ao ano). Nas regiões espanholas, o corolário de tal fenómeno foi o mo-desto aumento da produtividade da mão-de-obra (0,5% ao ano).

Por outro lado, nas regiões Objectivo 1 da Alemanha — os novos Länder — verificou-se um decréscimo do emprego (de quase 0,5% ao ano) ao longo do mesmo período, enquanto a produtividade aumentou mais do que em outras zonas do país e até da União em geral (2% ao ano). Da mesma forma, nas regiões Objectivo 1 italianas — no Mezzogiorno — o emprego registou incrementos relativamente baixos (menos de 0,5% ao ano), enquanto o aumento da produtividade foi tam-bém superior à média, sem todavia atingir os valores da Alemanha (mais de 1,5% por ano contra 1% no resto da Itália).

Assim, embora a competitividade possa ter melho-rado ligeiramente nestas duas zonas, a falta de postos de trabalho continua a constituir um proble-ma grave. Tal é o caso no sul da Itália, em particu-lar, onde apenas 43% da população em idade activa estava empregada em 2002, um valor que se situa muito abaixo do registado em outras regiões Objectivo 1 — ou até em outras zonas da União. A taxa média de emprego no conjunto das regiões Objectivo 1 situava-se ainda em 10 pontos percen-tuais abaixo da dos outros territórios da UE (56% contra 66,5%) (Mapa 1.2). O aumento da taxa de emprego nas regiões menos favorecida continua, pois, a ser um objectivo central da política europeia da coesão.

As regiões problemáticas não são apenas as que registam os valores mais baixos de PIB per capita

O fraco desempenho económico na UE, aliado a proble-mas estruturais subjacentes, não afecta apenas as regi-ões com os mais baixos níveis de PIB per capita. Exis-tem em todo o território da União regiões com problemas, quer a nível de NUTS 2, quer — e em núme-ro mais elevado — a nível de NUTS 3. Os pnúme-roblemas que afectam estas regiões resultam de uma série de factores, entre os quais o declínio das indústrias tradi-cionais, características geográficas que constituem obstáculos ao desenvolvimento, o decréscimo demo-gráfico e do emprego, o declínio de serviços essenciais, bem como a falta de capacidade de inovação e das es-truturas de suporte necessárias. Todos estes factores, individualmente ou em conjunto, tendem a desencora-jar o investimento e funcionam como um obstáculo ao desenvolvimento empresarial. Tais problemas são des-critos em secções subsequentes (ver secções sobre a coesão territorial e os factores de competitividade). Se não forem devidamente resolvidos irão piorar com o de-correr do tempo, levando a uma deterioração progressi-va do desempenho económico.

Por exemplo, existem 11 regiões NUTS 2 com níveis comparativamente baixos de PIB per capita, onde o aumento real do PIB entre 1994 e 2001 foi de cerca de metade da taxa média da UE, ou mesmo menor. To-das estas regiões registaram níveis de PIB per capita em termos de PPC consideravelmente inferiores à média da UE, mas ainda assim superiores ao limiar de 75% para elegibilidade ao estatuto de Objectivo 1. Estas 11 regiões estão espalhadas pelo nordeste da Inglaterra, em várias partes da Alemanha (Koblenz e Münster, por exemplo), bem como na Suécia. Em to-dos os casos, elas registaram um baixo crescimento de produtividade, que aumentou em média apenas cerca de 0,5% ao ano durante o período em análise — apenas ligeiramente acima de um terço da média da UE, bem como um baixo crescimento do emprego (pouco mais de 0,5% ao ano, contra uma média da UE de quase 1,5% ao ano).

No seu conjunto, em 2001, o PIB per capita destas re-giões em termos de PPC situou-se próximo dos 85% da média da UE, mas quase todas elas incluem áreas nas quais se verificou um nível muito baixo de cresci-mento nos últimos dez ou mais anos e onde o PIB per

capita era 75% da média da UE.

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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1.2 Taxas de emprego, 2002

Empregados 15-64 anos como % da população 15-64 anos < 56,0 56,0 - 60,2 60,2 - 64,4 64,4 - 68,6 >= 68,6 sem dados Desvio-padrão = 8,4 UE27 = 62,4

Fonte: Eurostat e Institutos Nacionais de Estatística

©EuroGeographics Association para as fronteiras administrativas 0 100 500 km

Canarias (E)

Guadeloupe Martinique Réunion

Guyane (F) Açores (P) Madeira 25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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A verificar-se uma continuação de diminuto desen-volvimento económico nestas regiões, o PIB per

capita irá a breve prazo descer abaixo do nível dos

75%, altura em que elas poderão tornar-se elegí-veis para apoio ao abrigo do Objectivo 1. Contudo, se assim for, os problemas estruturais que necessi-tam de solução irão muito provavelmente agravar--se ainda mais, exigindo assim acções ainda mais drásticas. Tal facto suscita a questão de saber até que ponto é que a política de coesão deve antever tal agravamento e intervir numa fase mais precoce, no sentido de tentar suster o declínio ao menor cus-to possível.

Aumento do PIB nos países da adesão

No período entre 1994 e 2001, o crescimento do PIB per capita nos novos Estados-membros regis-tou médias pouco superiores a 4% ao ano, excep-tuando a Hungria (pouco abaixo deste valor) e a República Checa. Neste último país, o crescimento foi pouco superior a 2% ao ano, enquanto na Bul-gária e Roménia (os dois países da adesão cuja en-trada na UE não se verificará em 2004) o PIB quase não registou nenhum aumento. Contudo, uma vez que os valores demográficos variaram de forma di-ferente nos diversos países — aumentando consi-deravelmente em Chipre e Malta, diminuindo cerca de 1% ao ano nos três Países Bálticos, bem como na Bulgária, e não sofrendo grandes alterações nos outros países — o crescimento do PIB per

capi-ta variou pouco mais do que o crescimento do PIB.

Em linhas gerais, o aumento do PIB per capita em ter-mos reais nos novos Estados-membros situou-se em cerca de 1,5% ao ano acima da

média da UE15 ao longo do perío-do em análise.

A partir de 2001, o crescimento abrandou no conjunto destes paí-ses, em parte devido à quebra de crescimento na UE, que constitui o seu principal mercado de ex-portação. Em geral, registou-se um aumento de pouco menos de 2,5%, quer em 2001 quer 2002, e as estimativas apontam para 3% em 2003. O abrandamento foi particularmente acentuado na Polónia, onde a média de cresci-mento foi pouco superior a 1%

em 2001 e 2002, sendo ainda mais baixa em Malta, devido à quebra do turismo proveniente da UE.

Mas pouco aumento do emprego enquanto a reestruturação continua

Ainda antes que se verificasse o recente abranda-mento da economia, o cresciabranda-mento não surtira efei-tos grandemente positivos nos problemas de emprego que surgiram nos países da transição no início da década de 90. Em todos os países que ti-nham taxas de crescimento elevadas, com a ex-cepção da Hungria e da Eslovénia, a produtividade da mão-de-obra aumentou consideravelmente, en-quanto o emprego registou incrementos pouco si-gnificativos (Letónia) ou diminuiu (em todos os outros casos), reflectindo o processo de reestrutu-ração da economia destes países que, na maioria dos casos, está ainda longe de ser completo. Assim, durante a fase de transição, o crescimento nos países da adesão resulta predominantemente do aumento de produtividade por pessoa emprega-da e não do aumento do emprego. Na maioria dos países, especialmente aqueles com níveis de PIB

per capita mais baixos, esta situação tem-se

manti-do ao longo manti-dos últimos anos. (A expressão ‘países da adesão’ é utilizada ao longo do presente relató-rio para designar os 10 novos Estados-membros, mais a Bulgária e a Roménia).

Entre 1998 (altura em que se tornaram disponíveis os dados relativos à maior parte dos países) e 2002, a taxa de emprego desceu mais de 7 pontos percentuais na Polónia e na Roménia, quase 4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 DK NL SE UK FI AT PT DE IE LU FR BE ES EL IT CY CZ SI EE LT LV RO HU SK PL BG 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1998 2002 Média UE15 2002 Objectivo de Lisboa 2010 Empregados 15-64 anos como %

da população 15-64 anos

1.2 Taxa de emprego, 1998 e 2002

MT: dados não disponíveis; BG e CY: dados para 1998 não disponíveis Fonte: Eurostat, IFT

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pontos percentuais na Estónia e 2 pontos percen-tuais na República Checa, na Eslováquia e na Li-tuânia. Por outro lado, a taxa de emprego registou aumentos na Eslovénia, embora inferiores a 1 to percentual, na Letónia e Hungria (mais de 3 pon-tos percentuais neste último país onde, todavia, e como adiante se refere, o nível continua muito abaixo da média da UE15) (Gráfico 1.2).

O abrandamento levou a uma ulterior quebra no emprego, especialmente na Polónia, onde o núme-ro das pessoas empregadas diminuiu mais de 2% em 2002, enquanto as estimativas para 2003 apon-tam para valores ainda mais baixos. Para este mes-mo ano, está previsto um aumento do emprego superior a 0,5% apenas em dois países, a Lituânia e a Eslováquia.

E as taxas de emprego continuam baixas nos países da adesão

Como consequência deste crescimento diminuto do emprego, a percentagem da população em idade activa efectivamente empregada nos países da adesão tem vindo a descer constantemente desde o início da fase de transição, enquanto na UE15 registou uma subida. Em 2002, essa percen-tagem — a taxa de emprego — registava uma média de apenas 56% nos dez novos Estados--membros, valor muito inferior à média da UE15 (pouco mais de 64%), embora comparável com a média das regiões Objectivo 1. Esta semelhança, todavia, dissimula o facto de as taxas de emprego nas regiões Objectivo 1 terem estado a apresentar, como já referido, uma tendência significativa para o aumento até ao recente abrandamento, enquanto nos novos Estados-membros elas tendiam a decrescer.

Em todos os países da adesão, excepto em Chipre, a taxa de emprego manteve-se abaixo dos objecti-vos estabelecidos para a UE na cimeira de Lisboa, isto é, 67% em 2005 e 70% em 2010. Enquanto na República Checa este valor se aproximou da meta dos 67% (65,5%) e na Eslovénia foi igual à média da UE, nos outros países manteve-se substancial-mente distante deste objectivo. Na Hungria e na Eslováquia, a taxa foi de cerca de 56%, análoga à da Grécia e ligeiramente superior à média italia-na, e na Polónia foi de pouco menos de 52%, per-centagem inferior à de qualquer Estado-membro actual.

Disparidades profundas do PIB per capita entre as regiões dos países da adesão

Nos países da adesão, o crescimento a nível das várias regiões está longe de ser equilibrado. Em to-dos os países da transição, ele tem-se concentrado de forma desproporcionada apenas em algumas regi-ões, nomeadamente nas cidades capitais e zonas ad-jacentes. O resultado foi um aumento considerável das disparidades regionais do PIB per capita. Quer na República Checa quer na Eslováquia, os 20% da população residente nas regiões mais prósperas têm um PIB per capita que é superior ao dobro do dos 20% que reside nas regiões menos prósperas. Esta disparidade é semelhante à que se verifica na Itália ou na Alemanha. Na Hungria, o nível de PIB per capita nas regiões onde residem os 20% da população mais próspera corresponde a 2,4 vezes o nível registado nas regiões menos prósperas, mais do que em qualquer Estado-membro da actual UE.

O alargamento levará a um marcado aumento da diferença do PIB per capita no espaço da UE

Os dez novos Estados-membros contribuirão muito mais para o aumento da população da UE (pouco me-nos de 20%) do para o aumento do PIB (em Euros, cerca de 5%). A Bulgária e a Roménia em conjunto acrescentarão 8% à população da EU, mas menos de 1% ao seu PIB. Mesmo considerando os níveis mais baixo do custo de vida, todos estes países são muito menos prósperos do que os actuais Estados--membros, embora em graus muito diferentes. Assim, o alargamento iminente a 25 Estados-membros e, subsequentemente a 27 ou mais, comportará uma mudança fundamental da escala das disparidades no território da União, e a política de coesão — bem como as outras políticas da UE — terão que se adaptar a essa nova situação.

Apesar de os novos Estados-membros terem regista-do, como já foi referiregista-do, um crescimento mais rápido do que a UE15 a partir de meados da década de 90, as disparidades do PIB continuam profundas. Em 2002, apenas Malta, Chipre, a República Checa e a Eslovénia registaram um PIB per capita em termos de PPC superior a 60% da média da UE15. Na Polónia, Estónia e Lituânia, este valor foi de cerca de 40% da média, e na Letónia apenas de 35%. Na Bulgária e Roménia, o PIB per capita em termos de PPC equiva-lia apenas a cerca de 26–27% da média.

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Por consequência, depois do alargamento, verificar-se-á um enorme agravamento da dispari-dade de rendimento entre os Estados-membros mais e menos prósperos. A média do PIB per capita na União alargada será inferior à da UE15, e ape-nas Chipre regista um nível superior a 80% da média de uma UE com 25 Estados-membros. Na Letónia, este nível é de 38% da média da UE25, menos de metade do nível da Grécia ou de Portugal (77–78%), enquanto na Roménia e Bulgária é infe-rior a 30% da média (Gráfico 1.3).

Por outras palavras, enquanto o fosso entre a mé-dia do PIB per capita na UE15 e a mémé-dia nos Estados-membros menos prósperos se situa ac-tualmente apenas abaixo de 30% (a Grécia e Portu-gal têm níveis de quase 30% abaixo da média),

esta disparidade duplicará com a entrada dos no-vos Estados-membros em 2004 (isto é, a Letónia apresenta um PIB per capita mais de 60% abaixo da média da UE25) e, muito provavelmente, agravar-se-á ainda mais após a adesão da Bul-gária e da Roménia.

Na UE alargada, os países podem ser divididos em três grupos, de acordo com o PIB per capita em ter-mos de PPC. O primeiro grupo, que inclui 12 dos actuais Estados-membros, apresenta um PIB per

capita muito acima da média da UE25 (10% ou

mais). O segundo grupo, que inclui sete países, no-meadamente os restantes Estados-membros ac-tuais (Espanha, Portugal e Grécia) e ainda Chipre, a República Checa, a Eslovénia e Malta, regista um PIB per capita entre 68% e 94% da média da UE25.

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1.4 PIB per capita (PPC), 2002

206,7

Fonte: Eurostat, Contas nacionais

Média UE25 0 50 100 150 200 250 300 BE DK DE EL ES FR IE IT LU NL AT PT FI SE UK BG CY CZ EE HU LT LV MT PL RO SI SK 0 50 100 150 200 250 300 Índice UE25=100

1.3 PIB per capita (PPC) por país e extremos regionais, 2001

Hainaut Antwerpen Bruxelles / Brussels Dessau Oberbayern Hamburg Dytiki Ellada Sterea Ellada Extremadura Madrid Guyane Île de France Border, Midland and Western Southern and Eastern Calabria Bolzano / Bozen Flevoland Utrecht Burgenland Salzburg Wien Açores Lisboa e Vale do Tejo Itä-Suomi Åland Norra Mellansverige Stockholm

Cornwall & Isles of Scilly

Berkshire, Bucks & Oxfordshire Inner London Yuzhen Tsentralen Yugozapaden Severozápad Jihozápad Praha Észak-Magyarország Közép-Magyarország Lubelskie Mazowieckie Nord-Est Bucureşti Východné Slovensko Západné Slovensko Bratislavský

Fonte: Eurostat, Contas regionais

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O terceiro grupo, que compreende 8 países (in-cluindo a Bulgária e a Roménia) — todos são novos membros ou candidatos — apresenta um valor in-ferior a 60% da média (Gráfico 1.4).

As disparidades entre as regiões

aumentarão ainda mais com o alargamento

O efeito do alargamento será ainda maior no que respeita às disparidades entre regiões do que às entre países. Segundo às estimativas mais recen-tes, cerca de 73 milhões de pessoas, ou seja 19% da população da UE15, residem actualmente em regiões cujo PIB per capita era inferior a 75% da média da UE no período 1999–2001; quase outros tantos, isto é, 69 milhões dos 74,5 milhões que se tornarão cidadãos da UE em 2004 (92% do total), residem em regiões de novos Estados-membros onde o PIB per capita é inferior a 75% da média da UE25.

Como será discutido mais adiante, isto não signifi-ca, todavia, que estes 69 milhões de pessoas se juntarão simplesmente aos actuais residentes de regiões com PIB per capita inferior a 75% da média da EU, uma vez que, na sequência do alargamento, a média em si sofrerá uma redução (de uma média que abrange 15 Estados-membros para uma que abrange 25). Isto levará a uma diminuição de aproximadamente 19 milhões de pessoas que vi-vem nestas regiões na actual UE15. Assim, o resul-tado líquido do alargamento será um aumento dos residentes em regiões com PIB per capita inferior a 75% da média para 123 milhões na UE25. Após a adesão da Bulgária e da Roménia, este valor regis-tará um ulterior incremento até acima dos 153 mi-lhões, ou quase 32% da população da UE27, isto é, mais do dobro do número de pessoas que actual-mente residem neste tipo de regiões.

Numa UE com 27 Estados-membros, dois terços dos habitantes das regiões com PIB per capita infe-rior a 75% da média da UE25 residiriam em novos Estados-membros. Cerca de uma em seis pessoas residiria em regiões onde o PIB per capita equivale a menos de metade da média da UE. Nenhuma das 38 regiões em análise se encontra na actual UE15.

O efeito estatístico

O alargamento resultará num incremento da popu-lação da UE muito maior do que do PIB, levando

assim a uma diminuição significativa do PIB per

ca-pita. A média do PIB per capita na União com 25

Estados-membros será de cerca 12,5% inferior à média na UE15. Para 17 regiões, isto significará que o rendimento per capita já não equivalerá a um valor inferior ao limiar de 75%, uma vez que este está agora abaixo do que estava anteriormente. Em Malta, onde actualmente é inferior a 75% da média da UE15, atingirá também valores superio-res a 75%.

Como já referido, as estimativas sugerem que quase 19 milhões de pessoas (com mais 400 mil em Malta) residem nessas regiões, a maioria das quais estão actualmente abrangidas pelo estatuto de Objectivo 1 dos Fundos Estruturais. Caso se mantenha inalterado o critério de determinação do estatuto Objectivo 1, as regiões em análise perde-rão a sua elegibilidade para os apoios estruturais, apesar do seu PIB per capita continuar a ser exac-tamente o mesmo, e apesar de se manterem inalte-rados os problemas estruturais subjacentes ao nível relativamente baixo do seu PIB per capita, facto que inicialmente justificou os apoios estrutu-rais. De acordo com as estimativas actuais, quatro destas regiões, por exemplo, encontram-se na Ale-manha de Leste, quatro no Reino Unido, quatro em Espanha, uma na Grécia e uma em Portugal (Qua-dro A1.3).

Haverá também marcadas disparidades das taxas de emprego entre as regiões

As taxas de emprego na maioria das regiões dos países da adesão são inferiores à média actual da UE15, apesar de, em nenhuma destas regiões, se-rem tão baixas como no sul da Itália. Apenas em quatro regiões — Chipre, e Støední Èechy, Jihozá-pad e Praga na República Checa — a taxa de em-prego ultrapassou o objectivo de 67% estabelecido em Lisboa para 2005, e somente em Praga foi aci-ma de 70%, o objectivo de Lisboa para 2010. Pelo contrário, 53 regiões (NUTS 2) dos actuais Estados-membros registaram taxas superiores, sendo que a maioria destas regiões se encontram nos Países Nórdicos, no Reino Unido e nos Países Baixos.

Assim, numa UE alargada a 25 Estados-membros, haverá 14 regiões onde a taxa de emprego se si-tuará abaixo de 50%, 6 no sul da Itália, uma em Espanha (Ceuta y Melilla) e uma em França (a

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Córsega), nos actuais UE15; cinco na Polónia e uma na Hungria (Észak-Alföld), nos novos Estados-membros. (Na Bulgária, existem três ou-tras regiões com taxas inferiores a esta.)

A maioria destas regiões com baixo nível de empre-go apresentam níveis de PIB per capita relativa-mente baixos devido, em grande parte, à sua incapacidade de empregar elevados números de pessoas em actividades produtivas. Contudo, a correlação entre as taxas de emprego e os níveis relativos de PIB per capita não é, de forma alguma, uniforme. Em alguns dos países da adesão, espe-cialmente na Polónia mas também na Roménia, a taxa de emprego está mais ligada à dimensão do sector agrícola que, de certa forma, fornece postos de trabalho de último recurso, do que ao PIB per

ca-pita. Tal facto reflecte a persistência de uma

agri-cultura de subsistência e contrasta com a situação da actual UE, onde as taxas de emprego nas regi-ões agrícolas tendem a ser baixas.

Sugere também que, sobretudo nestas regiões, o desenvolvimento económico será provavelmente acompanhado por uma substancial reestruturação e por comutações de emprego entre sectores, em-bora a necessidade de reestruturação não se limite apenas a estas regiões.

A composição sectorial sugere que haverá lugar a um processo significativo de reestruturação nos países da adesão…

Enquanto se desenrola o processo de desenvolvi-mento económico, pode-se ter uma perspectiva mais aprofundada das possíveis variações futuras da es-trutura do emprego comparando a forma como o em-prego está repartido por sectores de actividade nos países da adesão e na actual UE15 e, dentro do espa-ço da União, nas actuais regiões Objectivo 1 e nas ou-tras (Mapa A1.1). Tal comparação é bastante mais profícua se forem introduzidos ajustes explícitos para as diferenças na taxa global de emprego entre as dife-rentes zonas — por outras palavras, analisando a proporção de pessoas em idade activa empregada nos vários sectores — em vez de comparar simples-mente as quotas que cada sector detém no total do emprego. Isto fornece uma orientação para a possível forma como os recém-empregados serão repartidos entre os diferentes sectores, à medida que vai au-mentando o número de pessoas empregadas nos países e regiões menos desenvolvidas.

Apesar das descidas registadas em anos recentes, em 2002 a taxa global de emprego nos países da adesão era ainda ligeiramente superior à das ac-tuais regiões Objectivo 1. Isto deve-se sobretudo aos vastos números de pessoas empregadas na agricultura e na indústria, especialmente na indústria têxtil e do vestuário e em outras indústrias de base, facto que é contrabalançado em grande parte pelos níveis inferiores de emprego nos secto-res dos serviços e da construção civil (Quadro A1.4).

O nível relativamente baixo de emprego nos servi-ços nos países da adesão é muito mais evidente se comparado com as regiões da UE não abrangidas pelo Objectivo 1 e que apresentam números muito mais elevados de pessoas empregadas neste sec-tor. A disparidade é profunda em todos as activida-des do sector dos serviços, sendo particularmente significativa no terciário avançado e nos serviços colectivos (serviços empresariais e financeiros; serviços educativos, de saúde e sociais) onde se regista a maior disparidade entre as regiões Objec-tivo 1 e as outras.

Assim, apesar da estrutura do emprego nos países da adesão ter demonstrado uma tendência para a aproximação à estrutura dos países da União du-rante os anos de transição, o ritmo da mudança tem sido lento. Na maioria das regiões, a perda subs-tancial de postos de trabalho no sector agrícola e nas indústrias de base não tem sido contrabalança-da por um aumento suficiente de empregos no sec-tor dos serviços. Para além disso, para os próximos anos prevê-se uma maior redução dos empregos, em particular na agricultura.

… principalmente no sector dos serviços, onde se tem concentrado o aumento do emprego na UE

Com base na experiência dos actuais Estados--membros, é provável que o futuro crescimento do emprego nos países da adesão — bem como nas actuais regiões Objectivo 1 — se concentre no sec-tor terciário avançado e nos serviços colectivos, embora esteja também prevista uma expansão considerável dos serviços de base (o comércio, os serviços hoteleiros e de restauração, os transpor-tes, as comunicações, e os serviços pessoais e co-lectivos) onde o nível de emprego se situa ainda muito abaixo do da UE15.

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Ao longo do período de seis anos entre 1996 e 2002, quando a taxa global de emprego na UE15 subiu mais de 4 pontos percentuais, praticamente todo o aumento se concentrou no sector dos servi-ços, sendo o terciário avançado responsável por cerca de 40% do aumento líquido do emprego e os serviços colectivos por 26% (Gráfico 1.5). Assim, o conjunto destes dois sectores foi responsável pela criação do dobro do número líquido de postos de trabalho adicionais dos criados nos serviços de base, número que foi ligeiramente maior em termos do total de pessoas empregadas.

Pelo contrário, o emprego na agricultura, na indústria transformadora de base e nos serviços públicos registou uma descida em relação à popu-lação em idade activa, ao mesmo tempo que se ve-rificou um ligeiro aumento do emprego nas indústrias química e de engenharia e um marcado crescimento na construção civil, sector que tende a ser o mais afectado pelas conjunturas económicas. A tendência constante para o crescimento no sec-tor terciário avançado, bem como nos serviços co-lectivos, põe em evidência a necessidade de elevar o nível de escolaridade, considerando a procura de pessoal altamente qualificado que caracteriza es-tes sectores, procura que muito provavelmente continuará a aumentar no futuro.5.

O desafio que os países da adesão vão ter que en-frentar, e que é já visível nas regiões Objectivo 1, é reforçar a competitividade a longo-prazo para po-derem manter taxas elevadas de crescimento económico e, simultaneamente, aumentar as taxas de emprego. O reforço da competitividade significa

atingir níveis de produtividade sempre mais eleva-dos, produtividade essa que continua considera-velmente inferior ao nível da UE15 e é ainda mais baixa do que nas regiões mais prósperas.

Muito embora seja importante sublinhar que não existem conflitos a longo prazo entre este objectivo e o aumento do emprego — de facto, a criação de postos de trabalho estáveis a longo prazo depende do aumento da competitividade — tal não acontece necessariamente a curto prazo. A transferência de empregos de sectores de baixa produtividade (so-bretudo a agricultura) para sectores de elevada produtividade é essencial para conseguir aumen-tar o nível de competitividade. Por outro lado, há uma necessidade constante de aumentar a produti-vidade dos sectores de actiproduti-vidade em geral e de continuar o processo de racionalização e redução do excesso de mão-de-obra que se verificou ao lon-go do período de transição. (Mapa A1.2).

O desafio da convergência nos países da adesão

Os problemas estruturais que estão subjacentes aos seus baixos níveis de PIB per capita e de em-prego nos países da adesão são simultaneamente profundos e substanciais. O desafio para a política da coesão é ajudar estes países a modernizar a suas infra-estruturas, actualizar os sistemas de en-sino e formação e criar um ambiente empresarial favorável ao investimento, para que possam man-ter as elevadas taxas de crescimento de que ne-cessitam para a convergência com os níveis de emprego e rendimento da UE a um ritmo razoável. Para que tal aconteça, as taxas de crescimento na maioria des-tes países deverão ser de, pelo menos, 5–6% ao ano durante um período prolongado. (ver Caixa

sobre os cenários de

recuperação).

Tal não é impossível, como de-monstra claramente a experiên-cia da Irlanda, mas será necessário um conjunto de políti-cas internas eficazes, bem como um apoio efectivo por parte da EU, para garantir que os proble-mas estruturais nestes países são ultrapassados e que os seus

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Agric. Min., gás, elec., água Indústria transformadora de base Química+refinação Engenharia Construção Serviços de base Serviços avançados Serviços colectivos Admin. Pública Total

Variação do emprego como % da população em idade activa 1.5 Variação nas taxas de emprego sectorial na UE15, 1996-2002

Fonte: Eurostat, IFT e Contas regionais

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níveis de empego e a sua competitividade possam, de facto, melhorar.

O contributo da política da coesão para o crescimento da EU

A obtenção de elevadas taxas de crescimento atra-vés de melhor desempenho da produtividade e do au-mento dos níveis de emprego nos países da adesão não é apenas importante para melhorar o nível de vida destes países e gerar os recursos necessários para a modernização das infra-estruturas e dos servi-ços colectivos, mas é igualmente importante para os actuais Estados-membros. Tendo em conta que o co-mércio e o investimento estão cada vez mais interde-pendentes, o desenvolvimento económico dos novos Estados-membros pode potencialmente gerar dinâ-micas para iniciar e manter níveis mais elevados de crescimento em toda a UE.

O défice estrutural na dotação de infra-estruturas e de capital humano significa que estes países, bem como muitas regiões desfavorecidas ou com problemas na UE15, não são capazes de contribuir tanto quanto po-deriam para a competitividade de toda a UE.

Isso resulta em níveis de rendimento e emprego na UE mais baixos dos que os que poderiam ser alcan-çados, bem como num potencial de crescimento infe-rior que é prejudicial para todos, e não apenas para os directamente afectados. Daí que a redução das ac-tuais disparidades levaria a um aumento da competiti-vidade económica da União e do seu potencial de de-senvolvimento sustentado. Diminuiria também o risco de estrangulamentos e de pressões inflacionistas que se verificam nas regiões mais desenvolvidas quando estão em fase de crescimento e que leva a uma que-bra prematura de tal crescimento.

No caso dos países da adesão, a redução das dispari-dades permitiria um incremento da taxa de cresci-mento económico e, por consequência, um aucresci-mento das importações dos actuais Estados-membros. Neste momento, as importações equivalem a mais de metade do PIB nestes países — muito mais do que nos países da coesão (na Grécia e na Espanha, as importações correspondem apenas a cerca de 30% do PIB e, em Portugal, a 38%) — e têm, em alturas de crescimento, mostrado uma tendência para o aumen-tar muito mais do que o PIB. Muito provavelmente esta situação manter-se-á ainda durante algum tempo, uma vez que os países adquirem produtos

(sobretudo maquinaria e equipamento) não fabrica-dos a nível nacional e que são necessários para dar continuidade ao processo de desenvolvimento. Assim, qualquer aumento do PIB é destinado de forma desproporcional à aquisição de mercadoria do estrangeiro, especialmente dos actuais Estados-membros, de onde provém 60% do total das importações, principalmente da Alemanha (que, por si só, é responsável por cerca de 25% das importações) e da Itália (quase 10%).

Tornam-se, portanto, evidentes os ganhos consi-deráveis, em particular para a Alemanha e a Itália, que resultam do estímulo ao crescimento nos no-vos Estados-membros, muito embora todos os ac-tuais países da União dele beneficiem — bem como do consequente maior crescimento do mer-cado da UE — da mesma forma que beneficiam também do crescimento dos países da coesão e das regiões Objectivo 1 (ver Parte 4, secção sobre os Fundos Estruturais como instrumentos para a integração económica).

População em declínio no espaço europeu

Durante muitos anos, o crescimento demográfico da UE foi lento. Desde meados dos anos 90, a po-pulação aumentou em média apenas 0,3% ao ano, sobretudo como consequência da taxa líquida de imigração. Se não existisse este factor, a taxa de-mográfica teria diminuído em vários Estados--membros — especialmente na Alemanha, Itália e Suécia. Prevê-se que se continue a verificar uma diminuição do crescimento natural da população e, a manterem-se taxas de migração análogas às do passado, a população comece a registar um declínio na maioria dos Estados-membros nos próximos vinte anos.

Já na segunda metade da década de 90, o decrésci-mo dedecrésci-mográfico constituía uma característica de mui-tas regiões (55 das 211 regiões NUTS 2 na UE15). Ao longo do mesmo período, a população diminuiu na maioria das regiões dos países da adesão (em 35 das 55 regiões NUTS 2), devido quer ao decréscimo natural quer à emigração.

E o declínio deverá manter-se nos anos futuros

De acordo com as projecções demográficas mais re-centes6, ao longo da presente década continuará a

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registar-se um crescimento lento em todos os Estados-membros da UE15, excepto na Itália e na Áustria, onde se verificará uma diminuição. As pro-jecções indicam que, antes de 2015, a população co-meçará a diminuir também na Grécia, Espanha e em Portugal — os três países meridionais da coesão — e na Alemanha, enquanto nos 10–15 anos subsequen-tes se registará uma quebra também na Bélgica, Finlândia e Suécia.

A população já começou a decrescer em todos os paí-ses da adesão, exceptuando Chipre, Malta e Eslová-quia, e prevê-se que este último país comece a regis-tar descidas antes de 2020 (Gráfico 1.8).

A população em idade activa também diminuirá

A população em idade activa (entre os 15 e os 64 anos), que constitui um dado mais relevante para o emprego, começará provavelmente a diminuir mais cedo do que o total da população. As projecções indicam que registará uma diminuição durante o restante período da década no sul da Europa, em particular na Grécia, em Portugal e na Itália, mas também na Alemanha. Nos anos que se seguirão a 2010 haverá uma quebra demográfica em todos os países, excepto na Irlanda e no Luxemburgo. No conjunto da UE15, prevê-se que em 2025 as taxas serão cerca de 4% inferiores às verificadas em 2000, excepto nos três países meridionais da coesão (6% in-feriores), e na Itália, mais de 14% inferiores.

Quanto tempo demorará a recuperação nos países da adesão?

A dimensão do desafio da coesão colocado pelo alar-gamento pode ser ilustrada através de “cenários de recuperação”, que indicam o período necessário para que o PIB per capita nos novos Estados-membros, juntamente com a Bulgária e a Roménia, atinja a mé-dia da EU, partindo de simples pressupostos sobre as taxas de crescimento destes países comparadas com a taxa média na actual UE15.

Consideram-se dois cenários: um no qual o cresci-mento nestes países se mantém a um nível de 1,5% ao ano acima da média da UE15 — que é a media ao longo de 7 anos, de 1995 a 2002; e um outro, no qual o crescimento é mantido a um nível de 2,5% acima da média da UE15. Ambos os cenários são elaborados com base nas últimas previsões do PIB per capita nos diferentes países em 2004.

Se em todos os países se conseguir manter, no futuro, um crescimento de 1,5% acima do resto da UE (i.e. 4% ao ano se o crescimento for de 2,5% ao ano na UE15), a média do PIB per capita nos 12 países permaneceria até 2017 abaixo dos 60% da média da UE alargada a 27 países (Gráficos 1.6 e 1.7). Nesse ano, ultrapassa-ria 75% da média apenas na Eslovénia, em Chipre, na República Checa, e na Hungria. Se este ritmo de cres-cimento se mantivesse, a Eslováquia conseguiria atingir 75% da média em 2019, mas o país seguinte, a Estónia, demoraria mais dez anos para obter este mesmo nível. Em 2035 — daqui de 30 anos – a Polónia estaria a aproximar-se desta meta, mas a Letónia de-moraria até 2041 para alcançar o mesmo objectivo. Com esta taxa de crescimento a Bulgária e a Roménia continuariam a registar um nível de PIB per capita abaixo de 75% da média em 2050.

Se o crescimento for mantido a um taxa significativa-mente mais elevada, isto é 2,5% acima da média da UE15 (o que implicaria um crescimento anual de pou-co mais de 5% se o crescimento nos 15 for de 2,5%), a convergência poderia verificar-se dentro um período de tempo mais curto. Contudo, em muitos dos países, este processo continuará a demorar muitos anos. Na Polónia, por exemplo, mesmo com este ritmo de cres-cimento, o PIB per capita demoraria 20 ou mais anos para atingir 75% da média da UE e muitos mais ainda para alcançar ou aproximar-se da convergência com a média da UE. Na Bulgária e Roménia, o processo de-moraria ainda muito mais. Todavia, mantendo-se esta taxa de crescimento, o número de regiões dos países da adesão que precisam de apoio estrutural por o seu PIB per capita se encontrar abaixo de 75% da média da UE diminui muito mais rapidamente do que se o crescimento fosse mais lento. Não seria correcto in-terpretar estes cenários deduzindo que o máximo que se pode esperar nestes países é um crescimento de 4% ou 5% ao ano. Em primeiro lugar, a experiência da Irlanda ao longo da década passada evidencia o que se pode atingir em termos de crescimento rápido. Em segundo lugar, o potencial de crescimento dos novos Estados-membros será muito aumentado pelas me-lhorias no stock de capitais resultantes da política da coesão.

Ainda que, a longo prazo, se consigam manter taxas de crescimento muito superiores à média na UE15, estes cenários mostram que a maioria dos países de-morarão bastante tempo para alcançar a média da UE. 25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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Em todos os países candidatos, exceptuando Chipre, Malta, Polónia e Eslováquia, prevê-se que a popula-ção em idade activa registe um declínio ao longo do resto da década. Nos anos seguintes, começará a di-minuir em todo lado excepto em Chipre. Segundo as últimas projecções, em 2025 o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos nos países candidatos será 10% inferior ao do ano 2000. Na Bulgária e na Letónia, este número será 20% inferior, e quase 30% na Estónia (Mapa A1.3).

Maior número de pessoas em idade activa com mais de 50 anos

Este declínio generalizado da população em idade activa será acompanhado por uma profunda altera-ção da composialtera-ção etária. Haverá um número cada

vez maior de pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 64 anos (muitas das quais já não se encontram a trabalhar em muitos Estados-membros actuais e futu-ros), enquanto que serão cada vez menos os jovens que ingressam no mercado do trabalho.

Até ao ano 2025, as pessoas com idades entre os 50 e os 64 corres-ponderão a 35% da população em idade activa na UE15, contra 26% em 2000. Na Itália, esta percenta-gem atingirá 40% e na Alemanha, Áustria, Grécia e Espanha os 36–37%. Nos países candidatos, são previstos aumentos menores, mas mesmo assim significativos, com uma percentagem média a su-bir de cerca de 26% para 31%, e até para valores na ordem dos 34% na República Checa e de 36% na Eslovénia.

A diminuição do número de psoas em idade activa em todo o es-paço europeu será acompanhada por um aumento constante e mar-cado do número de pessoas com idade igual ou superior aos 65 anos — tipicamente a idade oficial da re-forma. As projecções revelam que, até a 2025, a população desta faixa etária registará um incremento de 1,5% ao ano quer na UE15, quer nos países da adesão. Por consequência, o número de pessoas com idade igual ou superior aos 65 anos será, em 2025, 40% superior ao de 2000 em ambos os conjuntos de países. Numa Europa com 27 Estados-membros, o crescimento apenas será infe-rior a 1% ao ano nos três Estados Bálticos, na Bul-gária e na Roménia. Na Irlanda, nos Países Baixos, na Finlândia, bem como em Chipre, Malta e na Eslo-vénia, prevê-se um aumento anual igual ou superior a 2% da população com 65 ou mais anos de idade (Mapa A1.4).

Tendo em conta as tendências acima referidas, au-mentar o número de pessoas nesta faixa etária que continuam empregadas torna-se não apenas extre-mamente importante do ponto de vista económico e RO BG LV PL LT EE SK HU CZ CY SI N12 200 4 200 7 201 0 201 3 201 6 201 9 202 2 202 5 202 8 203 1 203 4 203 7 204 0 <60% da média UE27 <75% da média UE27 <90% da média UE27 >=90% da média UE27

1.6 Simulação do PIB per capita (PPC) nos países da adesão, 2004-2040 (hipótese de crescimento relativo de 1,5%/ano)

Hipótese de crescimento: 1,5% /ano mais do que a média UE15

Fonte: Cálculos DG REGIO baseados no Eurostat, Contas nacionais N12 = novos Estados-Membros mais BG e RO; MT: dados não disponíveis

RO BG LV PL LT EE SK HU CZ CY SI N12 200 4 200 7 201 0 201 3 201 6 201 9 202 2 202 5 202 8 203 1 203 4 203 7 204 0 <60% da média UE27 <75% da média UE27 <90% da média UE27 >=90% da média UE27

1.7 Simulação do PIB per capita (PPC) nos países da adesão, 2004-2040 (hipótese de crescimento relativo de 2,5%/ano)

Hipótese de crescimento: 2,5% /ano mais do que a média UE15 Fonte: Cálculos DG REGIO baseados no Eurostat, Contas nacionais

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

(18)

social, mas representa também um elemento chave da Estratégia Europeia para o Emprego. Para que tal estratégia seja bem sucedida, serão necessárias mu-danças de políticas e atitudes, não só em relação à re-forma antecipada, mas também no que respeita à formação das pessoas com idade mais avançada.

Aumento do Índice de Dependência de Idosos

Estas tendências demográficas divergentes implicam um vasto aumento dos índices de dependência de idosos, isto é, do número de pessoas com idade igual ou superior aos 65 anos em relação ao número de pessoas em idade activa. Na UE15, a faixa etária a partir dos 65 anos equivale a quase 25% da faixa em idade activa — isto é, há quatro pessoas na faixa etá-ria 15–64 para cada pessoa em idade de aposenta-ção. Até 2025, este valor atingirá 36%, ou seja, menos de três pessoas em idade activa para cada aposenta-do. Prevê-se que nos países candidatos este rácio venha a subir de valores inferiores a 20% para mais de 30% durante o período em análise. As previsões indicam aumentos particularmente marcados na Itália, Finlândia, Suécia e Alemanha, onde a taxa de dependência ascenderá a cerca de 40% até 2025. No que diz respeito aos novos Estados-membros, espera-se um forte aumento na República Checa, em Malta e na Eslovénia, onde, em 2025, se prevêem taxas de 36–38% contra as inferiores a 20% em 2000. As projecções mostram que, até 2025, as taxas de dependência serão superiores a 40% em 42 regiões, 12 das quais na França, correspondendo a 42% da população total do país. Prevê-se que as taxas mais baixas — inferiores a 25% — se venham a registar

nas regiões ultraperiféricas com baixos índices popu-lacionais (Açores, Madeira, Ceuta y Melilla), embora também na Ile de France (Paris) e em Londres (Mapa 1.3).

E as taxas de dependência reais?

As taxas de dependência anteriormente apresentadas são elucidativas mas apenas hipotéticas, no sentido que não revelam o número de pessoas em idade activa que estarão, de facto, empregadas para poder susten-tar realmente, e não apenas hipoteticamente, as pes-soas com 65 ou mais anos de idade. Como já referido, na UE15, apenas 64% da população em idade activa estava efectivamente empregada em 2002 e nos paí-ses candidatos apenas 56%, percentagens que, para além do mais, variam consideravelmente de país para país e de região para região.

Por exemplo, a Itália e a Suécia apresentam taxas de dependência semelhantes se calculadas da forma acima mencionada, mas a taxa de emprego muito in-ferior da Itália implica que a sua taxa de dependência real é 30% superior à da Suécia. Por consequência, na Itália, são apenas duas as pessoas empregadas que sustentam cada pessoa com 65 ou mais anos de idade, enquanto na maioria dos outros Estados--membros são pelo menos três. Contudo, na Grécia e Espanha, bem como na Bélgica, este valor é inferior a 2,5 (o que significa que a taxa de dependência real é superior a 40%). Mesmo que a taxa de emprego se mantenha inalterada nos próximos anos, a taxa de dependência real prevista para 2025 para a Dinamar-ca, os Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Irlanda e Luxemburgo seriam inferiores à taxa actual da Itália.

-2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 -2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 LU IE CY UK FR NL MT BE SK DK UE15 SE PT ES AT EL RO PL DE FI N12 CZ IT SI HU LT BG LV EE 2010-25 2000-10

Variação % média anual

1.8 Previsão de declínio da população em idade activa, 2000-2025

Fonte: Projecções UN Demographic

25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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1

.3

Índ

ice

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depend

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e

idosos,

2000

e

202

5

T axas rea is, 2000 T axas h ipotét icas, 2000 T axas h ipotét icas prev ist as, 202 5 Popu la ç ão 65+ / tot a l dos desempregados (%) < 2 4 2 4-29 29 -3 4 3 4-39 >= 39 sem dados U E 27 = 35,7 F onte: E urost at © E uroGeograph ics Assoc iat ion p ara as fronte iras adm in istrat ivas 0 250 1250 k m Popu lação 65+ / popu lação 15 -6 4 anos (%) < 2 4 2 4-29 29 -3 4 3 4-39 >= 39 U E 27 = 23,2 Popu lação 65+ / popu lação 15 -6 4 anos (%) < 2 4 2 4-29 29 -3 4 3 4-39 >= 39 sem dados U E 27 = 3 4 ,4 F ontes: E urost at e N ações Un idas BG , C Z , H U, PL, RO, SK: N UTS0 F onte: E urost at 25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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Em todos os países da adesão, excepto a Bulgária, a taxa de dependência real situa-se abaixo da média da União, apesar da proporção relativamente baixa da população em idade activa empregada. Todavia, se não se verificar um aumento significativo do emprego nos próximos anos, em muitos países a taxa poderá ultrapassar a da maioria dos actuais Estados--membros da UE.

Todos estes aspectos realçam a importância funda-mental de conseguir, nos anos futuros, um nível ele-vado de emprego sustentado pelo crescimento económico, visando assim evitar que as tendências demográfica previstas levem a uma tensão social cada vez maior.

Poder-se-ão registar níveis mais elevados de empre-go aliados a um menor número de beneficiários de pensões à medida que os padrões de reforma vão mudando e a saúde dos idosos continua a melhorar. Por outras palavras, poderia perfeitamente dar-se o caso de, no futuro, mais pessoas decidirem continuar a trabalhar para além da actual idade da reforma. Neste sentido, será cada vez mais importante explo-rar o potencial produtivo das pessoas mais velhas. Existe aqui uma dimensão regional considerável, uma vez que a estrutura e as tendências demográfi-cas variam muito entre as diferentes regiões devido a diferentes padrões de mortalidade, fertilidade e mi-gração. Assim, a política regional tem um papel muito claro a desempenhar, por exemplo, na mobilização dos trabalhadores mais velhos, tirando partido das suas competências (empresariais e outras), e garantindo que têm acesso a formação.

Coesão Social

Manter a coesão social não é apenas importante por si só, mas também para apoiar o desenvolvi-mento económico suscetível de ser ameaçado por perturbações políticas se existirem disparidades demasiado profundas no seio da sociedade. O acesso ao emprego tem uma relevância fundamen-tal tratando-se, na maior parte dos casos, de um factor determinante para que as pessoas possam gozar de um nível de vida razoável e dar o seu ple-no contributo à sociedade onde vivem. Assim, para as pessoas em idade activa, ter um emprego, ou conseguir encontrá-lo num período de tempo aceitável, constitui invariavelmente um requisito para a inclusão social.

Como já referido, em anos recentes a percentagem das pessoas em idade activa que têm emprego au-mentou na maioria da UE, contribuindo quer para o crescimento económico, quer para a melhoria da coesão social. Por outro lado, os países da adesão registaram uma tendência para a diminuição da percentagem de pessoas empregadas, o que tem levado ao efeito oposto. Portanto, como se verá mais adiante, o desemprego tornou-se um proble-ma grave em muitos destes países, e continua tam-bém a constituir um problema em várias zonas da UE15, apesar da diminuição que se verificou a par-tir de meados dos anos 90 até ao recente abranda-mento de cresciabranda-mento.

Como também se verá mais adiante, há um número considerável de pessoas, quer nos Estados--membros actuais quer nos novos, cujos níveis de rendimento os colocam em risco de pobreza, não obstante os sistemas alargados de protecção social existentes em todos estes países.

Desemprego diminui na maioria da UE mas as disparidades mantêm-se profundas

A diminuição generalizada do desemprego que acompanhou o crescimento do emprego desde 1994 até ao actual período de abrandamento foi particular-mente marcada em Espanha e Irlanda, dois países da coesão que haviam registo taxas de desemprego bastante elevadas durante muitos anos. Em Espa-nha, a taxa desceu de 18% da mão-de-obra em 1996, para 11,5% em Setembro de 2003, a última data para a qual existem dados disponíveis, enquanto na Irlan-da se verificou uma desciIrlan-da semelhante, que levou a uma redução da taxa de desemprego para níveis infe-riores a 5%. Contudo, embora na Irlanda o desempre-go esteja adesempre-gora muito inferior à média da UE15, na Espanha continua muito acima da média (8%), com taxas mais elevadas nas regiões Objectivo 1 deste país (na Extremadura e Andaluzia, era um pouco su-perior a 19% em 2002).

Para além disso, Portugal e Grécia registaram muito poucas alterações dos níveis de desemprego. Em Portugal, a taxa baixou de 7,5% em 1996, para 5% em 2002, mas a partir desta altura voltou a subir, atingin-do de novo o nível de 7% à medida que o emprego foi diminuindo, embora se mantenha ainda abaixo da média da UE15. Na Grécia, porém, a taxa de desem-prego (10%) permaneceu acima da média, valor que é praticamente igual ao de 1996, apesar de ter vindo a

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© EuroGeographics Association para as fronteiras administrativas 0 100 500 km

Canarias (E)

Guadeloupe Martinique Réunion

Guyane (F) Açores (P) Madeira

1.4 Taxas de desemprego, 2002

% da mão-de-obra < 4,75 4,75 - 7,65 7,65 - 10,55 10,55 - 13,45 >= 13,45 sem dados UE27 = 9,1 Desvio-padrão = 5,86

Fonte: Eurostat e Institutos Nacionais de Estatística

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© EuroGeographics Association p ara as fronteiras administrativas 0 250 1250 km

1.

5

Desemprego,

2002

T axas de desemprego feminino T axas de desemprego dos jovens Desemprego de longa duração % da mão-de-obra feminina % da mão-de-obra jovem 15-24 anos % do tot al dos desempregados < 4,75 4,75 -8,25 8,25 -1 1,75 1 1,75 -15,25 sem dados >= 15,25 UE27 = 9,8 Desvio-p adrão = 6,94 Fonte: Eurost at e Institutos Nacionais de Est atística < 9,25 9,25 -15,55 15,55 -21,85 21,85 -28,15 sem dados >= 28,15 UE27 = 18,6 Desvio-p adrão = 12,52 Fonte: Eurost at e Institutos Nacionais de Est atística < 34,0 34,0 -41,6 41,6 -49,2 49,2 -56,8 sem dados >= 56,8 UE27 = 45,4 Desvio-p adrão = 15,3 Fonte: Eurost at 25 75 95 100 0 5 25 75 95 0 5 25 75 95 25 75 95 100

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