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RELATÓRIO FINAL DE PÓS-DOUTORADO PARECER DA ASSESSORIA CIENTÍFICA:

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Academic year: 2021

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(1)

Câmpus de Botucatu

Instituto de Biociências – Seção Técnica Acadêmica

Distrito de Rubião Júnior, 250 - CEP 18618-970 – Botucatu – SP - Brasil. Tel.: (14) 3880 0788/0789/0790 – fax: (14) 3815 3744 - sta@ibb.unesp.br

RELATÓRIO FINAL DE PÓS-DOUTORADO

PARECER DA ASSESSORIA CIENTÍFICA:

Relator...:

Prof(a) Dr(a) Antonio Leão Castilho

Pedido nº...:

2618

Interessado(a):

Igor Paiva Ramos

Período...:

01/06/2019 - 01/06/2020

Supervisor(a).:

Prof(a) Dr(a) Reinaldo José da Silva

Parecer:

( x ) Aprovado

( ) Em análise (necessário retornar ao relator após modificações)

( ) Denegado

Avaliação:

( ) Excelente

( x ) Muito Bom

( ) Muito Bom com deficiências facilmente sanáveis

( ) Bom

( ) Bom com deficiência

( ) Regular

( ) Com sérias deficiências

Analisar o projeto segundo os seguintes parâmetros:

1-Justificativa;

2-Fundamentação Científica;

3-Relevância para o avanço da área;

4-Metodologia

5-Relevância dos recursos financeiros para o desenvolvimento do projeto.

Análise: O professor Igor P. Ramos executou o cronograma proposto com resultados

inéditos sobre a ecologia e relações interespecíficas da fauna do rio Miranda (Bacia do rio

Paraguai), produzindo material bibliográfico de qualidade e orientando discentes da

graduação e pós-graduação.

Data: 26/01/2021

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STA CPP funcionário

Pedido=2618 (resolução 91/2017) (concluído - concluído)

Resoluções Pós-Doutorado Dados do Candidato (Pós-Doutorando)

E-mail: igor.paiva.ramos@gmail.com Nome: IGOR PAIVA RAMOS

CPF: 28613477836 Dados do Supervisor Responsável

Nome completo: Reinaldo José da Silva Campus: Campus de Botucatu

Unidade: Instituto de Biociências de Botucatu Departamento: DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA

E-mail: reinaldo.silva@unesp.br Telefone: 38800535

Projeto e Planos de Atividades

Título: *Ecologia trófica e suas interrelações com a endohelmintofauna de Pimelodusargenteus (Siluriformes, Pimelodidae) procedendes do rio Miranda, bacia do rio Paraguai, Pantanal Sul-mato-grossense

Área: * CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Local de realização: * Instituto de Biociências de Botucatu Período de realização: * 01/06/2019 - 01/01/2020

Prorrogado até: 01/06/2020 (mostrar histórico de prorrogações)

Dados dos Supervisores de Pesquisa e/ou Extensão e/ou de Atividades de Formação Docente: Nome dos Supervisor de

Atividades de Formação

Docente:Reinaldo José da Silva Departamento: Parasitologia

Disciplina(s): Parasitologia Semeste/Ano: 1/3

Carga Horária: 60 Nome do Supervisor de

Atividades de Extensão: Reinaldo José da Silva Departamento:

-Atividades:

Serão realizadas atividades de pesquisa conforme projeto proposto, visando o aperfeiçoamento do candidato a estágio de pós-doutorado na área de Parasitologia de Peixes, em especial na área de sistemática (identificação e classificação de parasitas). A proposta também prevê a utilização de análises estatísticas que também colaboraram para aperfeiçoamento do candidato. Tais habilidades, contribuíram para as atividades de orientação de alunos em nível de graduação e pós-graduação desenvolvidas pelo candidato em sua Unidade Universitária. Desta forma, ao final do estágio de pós-doutorado, espera-se a submissão de artigo científico em periódico de boa visibilidade com os resultados obtidos e melhora nas atividades de pesquisa desenvolvidas pelo candidato. Quanto a atividades de formação em ensino e extensão, o candidato atualmente é docente junto a Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira ? UNESP, sendo que seu vínculo se iniciou no ano de 2013. Assim, o mesmo realiza tais atividades junto a sua unidade, não estando previstas atividades de ensino e extensão na presente proposta.

Semeste/Ano: Carga Horária:

Proposta para as Atividades de Pesquisa. Início

Pós-doutorado

SisPROPe - Pós-Doc na Unesp

SisPROPe - Pós-Doc na Unesp

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Reitoria - PROPe

Meus dados | Sair Usuário: sta-IBB

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Introdução:

A ictiofauna dulcícola brasileira compreende aproximadamente 2.300 espécies (Reis et al., 2003), sendo esta alta diversidade principalmente relacionada à presença de diversos e grandes sistemas hidrográficos, com considerável distinção hidrológica e morfológica e ocorrência em diferentes biomas (Rosa & Lima, 2005). Dentre os biomas brasileiros, o Pantanal possui grande vocação para o aproveitamento integrado de seus recursos naturais, dado a suas características ambientais, especialmente de natureza hidrológica e edafológica (Willink et al., 2000). Em relação ao sistema hidrológico, destacam-se os rios Paraguai, Taquari, Cuiabá, Aquidauana, Negro, Itiquira, São Lourenço, Apa e Miranda como os seus principais sistemas fluviais (Merino et al., 2013), sendo que estes colaboram para formação da bacia Paraguai (ANA, 2018), sendo estimada a ocorrência de ao menos 325 espécies de peixes no bioma Pantanal (Willink et al., 2000). A bacia do rio Paraguai é uma das doze regiões hidrográficas presentes em território nacional, respondendo por 4,3% do território brasileiro, presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de incluir a maior parte do Pantanal Mato-grossense, a maior área úmida contínua do planeta (ANA, 2018). Incluído nesta bacia encontra-se o rio Miranda, que nasce na serra de Maracaju, MS e drena parcialmente áreas calcárias da Serra da Bodoquena (Resende et al., 1998). Essa bacia apresenta uma grande riqueza de espécies de peixes

apresentando um total de 143 espécies que estão distribuídas em sete ordens e 30 famílias, sendo Siluriformes uma das ordens mais abundantes (Ferreira et al., 2017). A ordem Siluriformes é representada por mais de 6.000 espécies em todo mundo, distribuídas em 39 famílias (Eschmeyer & Fong, 2019). Especificamente, a família Pimelodidae é uma das mais diversas, sendo composta estritamente por peixes de água doce e ocorrendo apenas na região Neotropical, onde apresenta maior diversidade nas bacias dos rios Araguaia-Tocantins Amazonas, Paraná, Orinoco e nos grandes rios das Guianas, (Lundberg & Littman, 2003). Essa família é caracterizada morfologicamente pela cobertura corporal sem escamas ou placas, além de nadadeiras peitorais, ventrais, dorsal, anal e caudal raiadas, nadadeira adiposa bem desenvolvida e barbilhões sensitivos bem desenvolvidos presentes na mandíbula. Apresentam hábito noturno e órgãos sensitivos bem desenvolvidos tornando-os capazes de explorar eficientemente o ambiente aquático (Nakatani et al., 2001). Dentre os Siluriformes neotropicais, Pimelodidae é a família mais diversificada com 114 espécies válidas (Eschmeyer & Fong, 2019), composta estritamente por peixes de água doce, distribuindo-se por toda América do Sul (Lundberg & Littmann, 2003). O gênero Pimelodus LaCépedè, 1803, possivelmente parafilético (Lundberg & Littmann, 2003), é o mais diversificado dentro da família, com 35 espécies válidas (Eschmeyer & Fong, 2019). Compõe aproximadamente 30% (35 espécies) de todas as espécies da família Pimelodidae (Eschmeyer & Fong, 2019). Dentre as espécies de

Pimelodidae, muitas possuem importância econômica, como Pimelodus maculatus LaCépedè, 1803, utilizada como fonte de proteína na alimentação humana, em atividades aquícolas (Almeida, 2003) e por ser uma potencial espécie mitigadora das influências ambientais de sistemas de pisciculturas em tanques-rede (Ramos et al., 2013). Contudo, poucas espécies foram avaliadas quanto a sua composição e hábito alimentar, havendo estudos quase que exclusivamente para P.

maculatus. Tratando-se de uma espécie amplamente distribuída, sua dieta tem sido frequentemente estudada e seu hábito alimentar onívoro registrado em muitos ambientes (Basile-Martins et al., 1986; Lolis & Andrian, 1996; Braga, 2000; Lobón-Cerviá & Bennemann, 2000; Lima-Junior & Goitein, 2003, Luz-Agostinho et al., 2006). Por outro lado, outras espécies como Pimelodus argenteus Perugia, 1891 (popularmente conhecido como mandi-prata), também apresenta potencial para alimentação humana, sendo caracterizado

nutricionalmente como peixe magro (Filho et al., 2010). Entretanto, seus aspectos biológicos tais como composição de sua dieta, hábito alimentar e fauna parasitária são poucos conhecidos. Assim, estudos relacionados a aspectos biológicos de P. argenteus podem contribuir para o melhor conhecimento da espécie bem como para futuros ações de conservação e com o desenvolvimento da área de Ecologia e Parasitologia de peixes brasileiros.

Objetivos:

Desta forma, a presente proposta tem como objetivo caracterizar a dieta e endohelmintofauna de P. argenteus e avaliar a relação entre as mesmas. Para tanto, as seguintes hipóteses serão testadas: 1 ? Pimelodus argenteus apresenta dieta generalista onívora, como observado para outras espécies do gênero como P. maculatus (Ramos et al., 2011; 2013) e Pimelodus platicirris Borodin 1927 (Silva, 2015); 2 ? Devido ao seu hábito alimentar generalista onívoro, P. argenteus apresenta variabilidade individual em sua dieta, sendo que os

indivíduos apresentam diferenças na variedade e quantidade de itens alimentares consumidos; 3 ? Pimelodus argenteus apresenta endohelmintofauna de parasitas com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de parasitas de ciclo heteróxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária; 4 ? Em consequência da variabilidade da dieta entre os indivíduos, P. argenteus também apresenta diferenças na composição das infracomunidades parasitárias; 5 ? A composição da comunidade componente de endohelmintos está relacionada diretamente a composição da dieta, demonstrando estreita relação entre parasitas de ciclo heteróxeno e a ecologia trófica de P. argenteus.

Material e Métodos: Área de estudo O presente trabalho será desenvolvido com exemplares de P. argenteus, oriundos do rio Miranda, Pantanal. O rio Miranda nasce na serra de Maracaju em Mato Grosso do Sul e drena parcialmente áreas calcárias da Serra

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da Bodoquena (Resende et al., 1998). Especificamente, as coletas foram

realizadas na Base de Estudos do Pantanal (BEP), localizada na margem direita do rio Miranda, na região denominada ?Passo do Lontra? (entre os pantanais do Miranda e Abobral 19º34?37?S e 57º00?42? W), uma área correspondente a 21,5 hectares, no município de Corumbá ? MS (UFMS, 2018). Coleta de material biológico (peixes silvestres) Todos os exemplares de P. argenteus foram adquiridos junto a um pescador artesanal em outubro de 2017 (Parecer CEUA/FEIS 005/2019 e cadastro SISGEN nº A120E5C), no Passo do Lontra, Pantanal Sul-mato-grossense. Para avaliações da composição da dieta, serão utilizados todos os exemplares, sendo os mesmos utilizados para avaliação da endohelmintofauna. Assim um número amostral mínimo de 30 exemplares será avaliado conforme sugerido por Yamada & Takemoto (2017) para estudos parasitológicos em peixes. Os exemplares obtidos foram individualizados em sacos plásticos e resfriados (caixas térmicas preenchidas com gelo em cubos) e posteriormente congelados em freezer, conforme autorização SISBio nº 54583-1. Posteriormente, foram encaminhados ao Laboratório de Ecologia de Peixes da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, onde estão mantidos congelados até o momento da realização das análises laboratoriais. Todos os exemplares terão mensurados o comprimento padrão com auxílio de ictiômetro (0,1 cm) e massa total (g) com auxílio de balança analítica (0,01 g). Posteriormente, os mesmos serão dissecados e todos os órgãos da cavidade visceral retirados: os estômagos serão utilizados para análises da composição da dieta e caso haja ocorrência de parasitas os mesmos serão registrados e devidamente fixados. Os demais órgãos (olhos, intestino, fígado, vesícula biliar, baço, bexiga e gônadas entre outros) serão retirados e congelados para posterior coleta de endohelmintos. Análises laboratoriais (identificação e quantificação de itens alimentares) Em laboratório, os conteúdos estomacais serão examinados sob estereomicroscópio, os itens alimentares considerados isoladamente, identificados até o menor nível taxonômico possível, usando as chaves de identificação como Bicudo & Bicudo (1970) para as algas e Mugnai et al. (2010) para invertebrados, além de outras referências específicas quando necessárias. Os itens serão quantificados de acordo com o método gravimétrico (Hyslop, 1980) utilizando-se a massa de cada item, obtida em balança analítica de precisão (0,0001 g). Quando este

procedimento não for possível (no caso de pequenos itens) será atribuída uma porcentagem em relação à massa total do conteúdo estomacal. Análises laboratoriais (coleta, identificação e quantificação de parasitas) Cada órgão será examinado individualmente com auxílio de microscópio estereoscópico para a coleta de endohelmintos. Os nematoides serão conservados em solução de álcool 70% e deverão ser submetidos à diafanização por fenol para análise sistemática (Eiras et al., 2006). Cestoides e trematódeos serão submetidos à fixação em álcool 70% após compressão entre lâmina e lamínula sendo parte dos espécimes corada com carmim clorídrico para análise sistemática (Eiras et al., 2006). Os acantocéfalos serão coletados e posteriormente fixados em álcool 70%. Para análise sistemática alguns espécimes poderão ser corados com carmim clorídrico (Eiras et al., 2006). Todos os helmintos, serão conservados em álcool 70% e fotomicrografados empregando-se sistema computadorizado de análise de imagens (LAS V3, Leica Application Suite) no Laboratório de Parasitologia de Animais Silvestres do Departamento de Parasitologia, Instituto de Biociências, UNESP. As identificações serão baseadas em chaves de identificação e guias de referência. Procedimentos de depósito (tombo) e descarte de material biológico Todos os helmintos coletados e três exemplares de P. argenteus serão

depositados na Coleção Helmintológica do Instituto de Biociências (CHIBB) e Coleção do Laboratório de Biologia e Genética de Peixes (LBGP), respectivamente, ambos pertencentes ao Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Botucatu, SP, Brasil. As carcaças dos demais exemplares de P. argenteus serão destinadas a composteira orgânica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, UNESP. Análise dos dados Para testar as hipóteses propostas serão empregadas as análises de dados e estatísticas abaixo. Ressalta-se que todas as análises estatísticas serão realizadas utilizando-se o programa Primer +

Permanova 6.0 e RStudio e o nível de significância adotado será p<0,05. Para testar a primeira hipótese ?Pimelodus argenteus apresenta dieta generalista onívora, como observado para outras espécies do gênero como P. maculatus e P. platicirris?, será elaborada tabela contendo a composição da dieta (itens

alimentares individualizados e porcentagem da massa de cada item em relação a massa total dos itens alimentares observados). Para testar a segunda hipótese ? Devido ao seu hábito alimentar generalista onívoro, P. argenteus apresenta variabilidade individual em sua dieta, sendo que os indivíduos apresentam diferenças na variedade e quantidade de itens alimentares consumidos?, primeiramente será empregado método para ajustar os valores de massa dos itens alimentares à massa do peixe (WAG = MI/MT), em que MI é a massa do item alimentar e MT a massa do peixe conforme proposto por Ahlbeck et al. (2012), para minimizar o efeito do tamanho do peixe sobre as análises. Para verificar a variabilidade da dieta entre os indivíduos, será utilizada Análise Permutacional de Dispersões Multivariadas (PERMIDISP; Anderson, 2006), com base na distância de amostras (indivíduos) a partir da média do grupo (espécie). Essa análise é feita em um espaço multivariado de coordenadas principais, com base nas distâncias médias das amostras em relação à média do grupo

(centroide), o que permite verificar a homogeneidade da dieta da espécie comparando a dispersão dentro do grupo. A terceira hipótese ?Pimelodus

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argenteus apresenta fauna de endohelmintos com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de parasitas de ciclo heteróxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária?, será primeiramente será elaborada curva de acumulação de espécies (número cumulativo de espécies de parasitas registradas (S) em função do esforço amostral (número de exemplares avaliados), afim de avaliar a suficiência amostral (Magurran, 2013).

Posteriormente, será elaborada tabela contendo a composição da comunidade componente de endohelmintos e seus respectivos atributos parasitológicos (prevalência, abundância média e intensidade média de infecção). Para obtenção dos atributos parasitológicos gerais (todos os parasitas agrupados) e

individualmente para cada espécie de parasita registrado será empregada metodologia proposta por Bush et al. (1997). Os índices ecológicos riqueza (S), diversidade de espécies (Shannon-Wiener - H?) e equitabilidade (Pielou ? J) serão calculados segundo Magurran (2013). A quarta hipótese ?Em consequência da variabilidade da dieta entre os indivíduos, P. argenteus também apresenta diferenças na composição das infracomunidades parasitárias? será testada por meio da Análise Permutacional de Dispersões Multivariadas (PERMIDISP; Anderson, 2006), com base na distância de amostras (indivíduos) a partir da média do grupo (espécie). Finalmente, visando testar a quinta hipótese ?A composição da comunidade componente de endohelmintos está relacionada diretamente a composição da dieta, demonstrando a estreita relação entre parasitas de ciclo heteróxeno e a ecologia trófica de P. argenteus? será

empregada análise de correlação de Spearman entre os itens alimentares e cada espécies de parasitas e gerados gráficos por meio do pacote corrplot (Wei & Simko, 2016), com auxílio do programa RStudio. Posteriormente, os pares de variáveis (itens alimentares e espécies de parasitas) que apresentarem correlações, serão utilizados para realização de uma Análise de Componentes Principais (PCA) e/ou Análise de Escalonamento Multidimensional Não-Métrico (nMDS), ambas utilizando a medida de dissimilaridade de Bray-Curtis.

Resultados:

Espera-se com a realização da presente proposta de estágio de pós-doutorado o aperfeiçoamento do proponente em relação as técnicas e análises para avaliação de parasitas, em especial as relacionadas a sistemática de parasitas de peixes e a obtenção de conhecimento sobre métodos estatísticos que visem avaliar a relação entre dados de diferentes origens, como dieta e parasitas. Quanto a produção científica, espera-se a apresentação de resumos em eventos científicos e a publicação de artigo científico em periódico internacional de elevado impacto. Também, fornecer informações ecológicas sobre a relação entre composição da dieta e fauna parasitária para peixes, contribuindo assim para o desenvolvimento da área de Ecologia e Parasitologia de peixes na região Neotropical. A presente proposta contribuirá para consolidação do Laboratório de Ecologia de Peixes, Departamento de Biologia e Zootecnia da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, UNESP. Tal fato será possível, uma vez que as técnicas desenvolvidas serão empregadas em projetos de graduação e pós-graduação de orientados do proponente.

Discussão: Item a ser desenvolvido após a coleta e análise de dados. Referencias: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Disponível:

http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/as-12-regioes hidrográficas

brasileiras/paraguai. AHLBECK I., et al. Can. J. Fish. Aqu. Sci., 69: 1184?1201, 2012. ALMEIDA, F.S. Estudo da estrutura de Pimelodus através do uso de RAPD e DNAr5S com ênfase na bacia do rio Paraná. Tese-FMB, USP, 2003. ANDERSON, M.J. Biom., 62: 245-253, 2006. BASILE-MARTINS, M.A. et al. Bol. Inst. Pesca, 13(1): 17-29, 1986. BICUDO, C.E.M.; BICUDO, R.M.T. Algas de águas

continentais brasileiras: chave ilustrada para identificação de gêneros. FBDESC, 1970. BRAGA, F.M.S. Acta Limn. Brasil., 12(2): 1-14, 2000. BUSH, A.O. et al. The J. Parasitol., 83: 575?583, 1997. EIRAS, J.C. et al. Métodos de estudo e técnicas laboratoriais em parasitologia de peixes. Nupélia, 2006. ESCHMEYER, W.N.; FONG, J.D. 2019. Disponível: FERREIRA, F.S. et al. Biot. Neot., 17(3):

e20170344, 2017. FILHO, M.M.R. et al. J. Amer. Oil Chem. Soc., 87: 1461?1467, 2010. HYSLOP, E.J. J. Fish Biol., 17(4): 411-429, 1980. LIMA-JUNIOR, S.E.; GOITEIN, R. Env. Biol. Fish., 68: 73-79, 2003. LOBÓN-CERVIÁ, J.; BENNEMANN, S.T. Arch. Hydrob., 149(2): 285-306, 2000. LOLIS, A.A.; ANDRIAN, I.F. Bol. Inst. Pesca, 4: 187-202, 1996. LUNDBERG, J.G.; LITTMANN, M.W. In: REIS, E. R. et al. eds. Check List of the Freshwater Fishes of South and Central America. Edipucrs. 2003. LUZ-AGOSTINHO, K.D. et al. Neot. Ichth., 4(1): 61-68, 2006. MAGURRAN, A.E. Medindo a diversidade biológica. Editora UFPR, 2013. MERINO, E.R. et al. Ver. Bras. Geom., 14(2): 27-134, 2013. MUGNAI, R. et al. Manual de identificação de macroinvertebrados Aquáticos do estado do Rio de Janeiro. Technical Books, 2010. NAKATANI, K. et al. Ovos e larvas de peixes de água doce:

desenvolvimento e manual de identificação. EDUEM. 2001. RAMOS, I.P. et al. Aqua., 414-415: 56-62, 2013. RAMOS, I.P., et al. Bol. Soc. Bras. Limno., 39(2): 1-15, 2011. REIS, R.E. et al. Check list of the freshwater fishes of South and Central America. EDIPUCRS, 2003. RESENDE, E.K. et al. Peixes herbívoros da planície inundável do rio Miranda, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil. EMBRAPA-CPAP, 1998. ROSA, R.S.; LIMA, F.C.T. Peixes. In: MACHADO, A.B.M.; MARTINS, C.S.; DRUMMOND, G.M. (Org.). Lista da fauna brasileira ameaçada de extinção: Incluindo as espécies quase ameaçadas e de?cientes em dados. Biodiversitas, 2005. SILVA, T.T. P. maculatus e P. platicirris (Siluriformes: Pimelodidae) no alto rio Paraná: caracterização morfológica, dieta e reprodução. Dissertação. UNESP,

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2015. WEI, T.; SIMKO, V. The Corrplot Package. R Core Team, 2016. WILLINK, P. W. et al. eds. RAP Bulletin of Biological Assesment, 18: Uma Avaliação Biológica dos Ecossistemas Aquáticos do Pantanal, MS, Brasil. Conservation International, 2000. YAMADA, F.H.; TAKEMOTO, R.M. Acta Parasit., 62(2): 348?353, 2017. Cronograma Proposto:

Atividades:

Este trabalho foi planejado para ser executado de acordo com as seguintes etapas: E1 - Levantamento e estudo bibliográfico (de junho de 2019 a janeiro de 2020); E2 Coleta de animais em campo (realizadas no ano de 2017); E3 -Identificação e quantificação de itens alimentares em laboratório (junho a agosto de 2019); E4 - Coleta, identificação e quantificação de endoparasitas (agosto a novembro 2019); E5 - Tabulação e organização dos dados (junho a dezembro de 2019); E6 - Análises estatística (dezembro de 2019); E7 - Redação de relatório final (formato de manuscrito científico) (dezembro de 2019 a janeiro de 2020)

Financiamento

Modalidade: * - Finalizar (concluir) o pós-doutorado: Deseja concluir o

pós-doutorado * sim não

Resumo:

Foram avaliados 30 exemplares de P. argenteus (15 fêmeas e 15 machos), sendo mensurados o comprimento padrão (0,1 cm) e massa total (0,01 g).

Posteriormente, seus estômagos foram retirados e os conteúdos estomacais identificados e quantificados pelo método gravimétrico. Registraram-se 18 itens alimentares para fêmeas e machos agrupados, sendo 12 itens registrados para fêmeas e 16 itens para machos, demonstrando alta plasticidade da dieta. Dentre tais itens, os mais importantes foram Limnoperna fortunei (mexilhão-dourado), fragmento de insetos e detritos. Quanto ao hábito alimentar, P. argenteus foi classificado como carnívoro (74,50% de itens de origem animal em sua dieta). Não foram observadas diferenças entre machos e fêmeas com relação à composição da dieta (p = 0,2859), amplitude de nicho trófico (p = 0,787) e consequentemente de hábito alimentar. Outro aspecto relevante foi a ocorrência de itens não orgânicos encontrados nos estômagos de alguns exemplares, demonstrando que o bioma Pantanal vem sofrendo impactos ambientais

negativos. Quanto aos aspectos parasitológicos, os parasitos foram processados e sua identificação realizada por meio de análises morfométricas. Foram calculados prevalência, intensidade média de infecção e abundância média para endo e ectoparasitos. Para endoparasitos, 60% dos peixes estavam infectados por ao menos uma espécie de parasito, totalizando 135 parasitos coletados, distribuídos em 10 táxons. Nematoides apresentaram maior prevalência, destacando-se espécies de Cucullanidae, seguido de Rondonia rondoni, ambos já registrados para o gênero Pimelodus. Quanto aos ectoparasitos, 63,33% dos peixes estavam infestados por ao menos uma espécie de ectoparasito. Foram registrados 46 indivíduos (exceto mixozoários), dos quais, 45 eram monogenéticos pertencentes ao gênero Demidospermus. Também foi registrada a ocorrência de um crustáceo pertencente ao gênero Ergasilus e cinco hospedeiros apresentaram plasmódios de mixozoários do gênero Myxobolus. Ainda, P. argenteus apresenta alta riqueza de parasitos, corroborando com outros estudos realizados com espécies

congenéricas. Conclui-se que P. argenteus possui uma dieta diversificada, consumindo predominantemente itens de origem animal, podendo ser classificado como carnívoro no rio Miranda, Pantanal, Sul-mato-grossense. Ainda, apresenta alta riqueza de táxons parasitos, sendo principalmente composta por nematoides possivelmente associados a dieta variada, e monogenéticos devido ao ciclo de vida monoxeno e transmissão por contato.

Introdução: A ictiofauna dulcícola brasileira compreende aproximadamente 2.300 espécies (Reis et al., 2003), sendo esta alta diversidade principalmente relacionada à presença de diversos grandes sistemas hidrográficos, com considerável distinção hidrológica e morfológica e ocorrência em diferentes biomas (Rosa & Lima, 2005), gerando grande heterogeneidade ambiental. Há sete áreas biogeográficas na América do Sul para peixes de água doce, sendo elas: bacia Amazônica, Guianas, Nordeste, bacia do rio São Francisco, bacias do Leste, bacias Costeiras do Sul do estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e a bacia Platina, sendo essa última a maior bacia hidrográfica do Brasil com 1.397.905 km². A bacia Platina é formada pelas bacias do Paraguai, Uruguai e Paraná (Brasil, 2012), com a bacia do Paraguai tendo como seus principais rios formadores: Jaurú, Cuiabá - São Lourenço, Taquari, Apa, San Cardos, Aquidaban, Ypané, Monte Lindo, Jejui, Manduvirá, Confuso, Pilcomayo, Tebicuary, Bermejo, Paraguai, Corrientes, Guayquiarro, Feliciano, Salado, Carcaraña, Gualeguay, Arrecifes, Paraná e Miranda (Brasil, 2015). Especificamente, o rio Miranda se localiza no cinturão metamórfico do Paraguai-Araguaia, com sua bacia hidrográfica apresentando diversas

formações, entre elas a formação Pantanal (Mendes et al., 2004). O Pantanal é a área úmida mais extensa do mundo, com cerca de 150.000 km² de superfície (MMA, 2006), com vocação para o aproveitamento integrado de seus recursos

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naturais (Resende et al., 1995). Tal fato se dá, devido a suas características ambientais, especialmente de natureza hidrológica e edafológica que não se presta às transformações drásticas e típicas da agricultura intensivas (Willink et al., 2000). Com relação a ictiofauna, estima-se a ocorrência de ao menos 325 espécies de peixes (Willink et al., 2000). Especificamente, na bacia de inundação do rio Miranda foram registradas 101 espécies de peixes (Resende & Palmeira, 1996), com destaque para as ordens Characiformes e Siluriformes, seguindo a tendência geral observada na América do Sul (Lowe-McConnell, 1987). A Ordem Siluriformes é representada por mais de 6.000 espécies em todo mundo, distribuídas em 39 famílias (Fricke et al., 2020). Especificamente, a família Pimelodidae é uma das mais diversas, com 114 espécies válidas, (Fricke et al., 2020), composta estritamente por peixes dulcícolas, distribuídos apenas na região Neotropical (Lundberg e Littmann, 2003; Rocha, 2006). Pimelodus é o gênero mais diversificado dentro dos pimelodídeos, possuindo 35 espécies válidas (Costa e Silva et al., 2018), possuindo hábito noturno e órgãos sensitivos bem

desenvolvidos tornando-os capazes de explorar eficientemente o ambiente aquático (Nakatani et al., 2001). Dentre os pimelodídeos, temos Pimelodus argenteus, conhecido popularmente como mandi-prata, abundante em meandros do rio Miranda (Resende et al., 2000). Pimelodus argenteus possui potencial para a pesca artesanal, fonte de renda de populações ribeirinhas da região por ser considerado peixe magro e ter uma boa aceitação para o consumo local (Filho et al., 2010). Também apresenta porte mediano (cerca de 25 cm), boca quase frontal e abertura bucal de tamanho médio, além do hábito alimentar onívoro (Resende et al., 2000). Outro aspecto relevante de P. argenteus é sua classificação como Menos Preocupante (LC) quanto ao seu status de conservação

(ICMBio/MMA, 2018), sendo que estudos relacionados a aspectos biológicos de P. argenteus podem contribuir para o melhor conhecimento da espécie bem como para ações de conservação. Contudo, pouco se conhece sobre seus aspectos biológicos, tais como dieta (Resende et al., 2000) e não há informações acerca de seus atributos ecológicos e parasitológicos, diferentemente de outras espécies congenéricas, como Pimelodus maculatus que possui vasta descrição de fauna parasitária para diversas regiões geográficas do Brasil (Bachmann et al., 2007; Santos et al., 2007; Takemoto, et al., 2009; Monteiro et al., 2010; Venancio et al., 2010, dentre outros). Atualmente, estima-se que uma pequena porcetagem das espécies de peixes dulcícolas tenha sido estudada sob o ponto de vista

parasitológico no Brasil, de modo que, a maioria dos estudos referem-se a aspectos profiláticos e tratamento de enfermidades, sobretudo de espécies de interesse econômico (Eiras et al., 2010). Pesquisas sobre taxonomia, sistemática, distribuição geográfica e ecologia de parasitas de peixes silvestres dulcícolas no Brasil, são relativamente escassos, considerando-se a elevada riqueza de espécies de peixes conhecidas, representada por cerca de 4.035 espécies (Thatcher et al., 2006; Pavanelli et al., 2008; Eiras et al., 2010; Lizama et al., 2013). Dessa forma, o estudo sobre a dieta e estrutura da comunidade parasitária de P. argenteus pode contribuir para os conhecimentos acerca de aspectos biológicos desse hospedeiro, da diversidade parasitária do gênero Pimelodus e para o entendimento de relações ecológicas no rio Miranda, fornecendo novos dados para o desenvolvimento da Ecologia e Parasitologia de peixes brasileiros.

Objetivo:

A presente proposta teve como objetivo caracterizar a dieta e parasitofauna de P. argenteus e suas interrelações. Abaixo, encontram-se as hipóteses iniciais: 1 ? Pimelodus argenteus apresenta dieta generalista onívora, como observado para outras espécies do gênero como P. maculatus (Ramos et al., 2011; 2013) e Pimelodus platicirris Borodin 1927 (Silva, 2015). 2 ? Devido ao seu hábito alimentar generalista onívoro, P. argenteus apresenta alta amplitude de nicho trófico e variabilidade individual em sua dieta. Ainda, devido à baixa diferenciação morfológica entre fêmeas e machos, não há diferenças na composição e

variabilidade de nicho e individual da dieta. 3 ? Pimelodus argenteus apresenta endohelmintofauna com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de parasitos de ciclo heteroxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária, como registrados para outras espécies do gênero Pimelodus. 4 ? A composição da comunidade componente de endohelmintos está relacionada diretamente a composição da dieta, demonstrando estreita relação entre parasitos de ciclo heteróxeno e a ecologia trófica de P. argenteus. 5 ? Pimelodus argenteus apresenta fauna de parasitos monogenéticos com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de ciclo monoxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária, como registrados para outras espécies do gênero Pimelodus.

Material e Métodos: Área de estudo O presente trabalho foi desenvolvido com exemplares de P. argenteus, oriundos do rio Miranda, Pantanal. O rio Miranda nasce na serra de Maracaju em Mato Grosso do Sul e drena parcialmente áreas calcárias da Serra da Bodoquena (Resende et al., 1998). As coletas foram realizadas na Base de Estudos do Pantanal (BEP), localizada na margem direita do rio Miranda, na região denominada ?Passo do Lontra? (entre os pantanais do Miranda e Abobral - 19º34? 37?S e 57º00?42? W), uma área correspondente a 21,5 hectares, no município de Corumbá ? MS. Coleta de material biológico (peixes silvestres) Todos os

exemplares de P. argenteus foram adquiridos junto a um pescador artesanal em outubro de 2017 (autorização SISBio nº 54583-1 e certidão SISGEN nº A120E5C). Para avaliações parasitológicas, foram utilizados 30 exemplares conforme sugerido por Yamada & Takemoto (2017). Os exemplares obtidos foram individualizados em

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sacos plásticos, resfriados e congelados em freezer e encaminhados ao

laboratório, conforme Parecer CEUA/FEIS 005/2019. Todos os exemplares tiveram mensurados o comprimento padrão (0,1 cm) e massa total (0,01 g).

Posteriormente, foram dissecados, sendo todos os órgãos retirados (olhos, brânquias, coração, fígado, estômago, bexiga natatória e intestino). Os conteúdos estomacais foram examinados sob estereomicroscópio, os itens alimentares considerados isoladamente, identificados até o menor nível taxonômico possível, usando as chaves de identificação como Bicudo & Bicudo (1970) para as algas e Mugnai et al. (2010) para invertebrados, além de outras referências específicas. Os itens foram quantificados de acordo com o método gravimétrico (Hyslop, 1980) utilizando-se a massa de cada item, obtida em balança analítica de precisão (0,0001 g). Todos os órgãos foram examinados individualmente com auxílio de estereomicroscópio a procura de parasitos. Os parasitas foram preparados conforme proposto por EIRAS et al. (2006). Nematoides foram conservados em solução de etanol 70% e posteriormente montados em lâmina com ácido lático para diafanização e análise das estruturas de valor taxonômico. Acantocéfalos foram coletados e conservados em álcool 70%. Trematódeos foram comprimidos, ainda frescos, entre lâmina e lamínula e preservados em etanol 70%. Para a análise das estruturas de valor taxonômico de acantocéfalos e para trematódeos, espécimes de ambos os táxons foram corados empregando-se carmim clorídrico ou carmalúmen de Mayer, e posteriormente diafanizados com eugenol (Eiras et al., 2006). Monogenéticos foram coletados a fresco e para estudo das estruturas esclerotizadas amostras foram montadas em lâminas semipermanentes utilizando-se o meio diafanizador de Gray & Wess (Kritsky et al., 1986). Estava previsto a realização de análises morfológicas e morfométricas dos parasitos empregando-se sistema computadorizado de análise de imagem com Contraste de Interferência Diferencial (Differential Interference Contrast - DIC) - LAS V3 (Leica Application Suite), junto ao Laboratório de Parasitologia de Animais Silvestres do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Câmpus de Botucatu, SP. Contudo, devido aos problemas em decorrência da pandemia de COVID-19, não foi possível realizar tais análises para parasitas monogenéticos até o presente momento, sendo que serão realizadas assim que possível. As identificações foram realizadas até o menor nível taxonômico possível, baseadas em chaves de identificação e bibliografia pertinente (Moravec, 1998; Eiras et al., 2010; Thatcher, 2006; Kohn et al., 2007; Luque et al., 2011, Cohen et al., 2013, entre outras bibliografias pertinentes), juntamente com as análises morfológicas e morfométricas dos parasitas, as quais foram realizadas utilizando-se sistema computadorizado de análise de imagem com Contraste de Interferência Diferencial com exceção de monogenéticos (Differential Interference Contrast - DIC) - LAS V3 (Leica Application Suite). Espécimes-testemunho dos hospedeiros serão

depositados na Coleção de Peixes (DZSJRP), da Universidade Estadual Paulista, Câmpus de São José do Rio Preto, SP, e espécimes-testemunho dos parasitos serão depositados na Coleção Helmintológica do Instituto de Biociências (CHIBB) da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Câmpus de Botucatu. Análise dos dados Para testar as hipóteses propostas foram empregadas as análises de dados e estatísticas abaixo. Ressalta-se que todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa RStudio, e o nível de significância adotado de p<0,05. Para testar a primeira hipótese ?Pimelodus argenteus apresenta dieta generalista onívora, como observado para outras espécies do gênero como P. maculatus e P. platicirris?, foi elaborada tabela contendo a composição da dieta (itens

alimentares individualizados e porcentagem da massa de cada item em relação a massa total dos itens alimentares observados). Ainda, devido a obtenção de 15 exemplares machos e 15 fêmeas, também são apresentados os dados

separadamente por sexo. Para testar a segunda hipótese ?Devido ao seu hábito alimentar generalista onívoro, P. argenteus apresenta alta amplitude de nicho trófico e variabilidade individual em sua dieta, sendo que os indivíduos apresentam diferenças na variedade e quantidade de itens alimentares

consumidos?, foi empregado método para ajustar os valores de massa dos itens alimentares à massa do peixe (WAG = MI/MT) conforme proposto por Ahlbeck et al. (2012). Para verificar a variabilidade da dieta entre os indivíduos, e entre fêmeas e machos foi utilizada PERMIDISP (Anderson, 2006), (função betadisper) com base na distância de Bray-Curtis. Para testar possíveis diferenças na

composição da dieta entre os sexos, foi empregada PERMANOVA one-way (função adonis), utilizando-se a distância de dissimilaridade de Bray-Curtis (Anderson, 2006). A fim de testar a terceira e quarta hipóteses ?Pimelodus argenteus apresenta endohelmintofauna com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de parasitos de ciclo heteroxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária, como registrados para outras espécies do gênero Pimelodus? e ?A composição da comunidade componente de endohelmintos está relacionada diretamente a composição da dieta, demonstrando estreita relação entre parasitos de ciclo heteróxeno e a ecologia trófica de P. argenteus?, respectivamente, foram calculados os seguintes atributos parasitológicos: prevalência (P%), abundância média (AM) e intensidade média de infecção (IMI) para todos os parasitas registrados e cada espécie isoladamente (Bush et al., 1997). Os resultados são apresentados como média ± erro padrão e valores mínimos e máximos de infecção indicados entre parênteses (ex: média ± erro padrão (mínimo-máximo)). Nematoides da família Cucullanidae não foram quantificados separadamente por espécie devido à grande semelhança morfológica entre as fêmeas das espécies registradas. Para os cálculos dos

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atributos parasitológicos desses nematoides, foi considerada a somatória de todos os cuculanídeos, independente da espécie. Também foi realizada revisão

bibliográfica baseada em artigos de literatura impressa e eletrônica acerca de parasitas relatados no gênero Pimelodus em diversos sistemas hídricos no Brasil, fornecendo fonte de informações para parasitas do gênero Pimelodus e

possibilitando a comparação da comunidade parasitária entre diferentes espécies do gênero. Para tanto realizou busca por artigos científicos e livros nas bases de dados Google Scholar, ISI, Scopus, Scielo, além de consulta a livros em

bibliotecas. Para testar a quinta hipótese ?Pimelodus argenteus apresenta fauna de parasitos monogenéticos com alta riqueza e diversidade com destaque para espécies de ciclo monoxeno, apresentando altos valores de prevalência geral parasitária, como registrados para outras espécies do gênero Pimelodus? foram calculados os seguintes descritores ecológicos do parasitismo: P, IMI e AM. Também foram calculadas a Riqueza parasitária, equitabilidade de Pielou (J) e diversidade de parasitos (índice de Brillouin (HB)) para a comunidade componente (Suchéras-Marx et al., 2019). O Índice de Discrepância de Poulin (Poulin, 1993) foi calculado para cada espécie de parasito. Estes cálculos foram feitos com o auxílio do programa Quantitative Parasitology 3.0 (Rózsa et al., 2000). Revisão

bibliográfica foi realizada baseada em artigos de literatura impressa e eletrônica (SciELO, ISI, Scopus, Google Scholar, e na base de dados WoRMS) , acerca de monogenéticos relatados em peixes do gênero Pimelodus em diversos sistemas hídricos no Brasil.

Resultados:

Pimelodus argenteus apresentou comprimento padrão médio de 16,78 ± 1,73 e massa total média de 107,93 ± 34,25. Foram identificados 18 itens alimentares, sendo os mais consumidos por ambos os sexos: mexilhão-dourado, detrito e fragmento de inseto. Itens de origem animal perfizeram 74,50% da dieta (para fêmeas 77,09% e para machos 70,11%), sendo P. argenteus caracterizado com hábito alimentar carnívoro. Também foram registrados itens não orgânicos (espuma, plásticos, linha monofilamento plástica e goma de mascar) no estômago de alguns exemplares. Não foram observadas diferenças entre machos e fêmeas com relação à composição da dieta (PERMANOVA F = 1,17; p = 0,2859) e amplitude de nicho trófico e variabilidade individual da dieta (PERMDISP, t = 0,30041; p = 0,787). Quanto aos endoparasitos, 18 hospedeiros estavam parasitados com ao menos um helminto endoparasita (P=60%; 137 parasitas coletados). Nematoides apresentaram maior riqueza (8 táxons) e abundância média (AM = 3,6±1,06 [0?23]), sendo identificados como: Procamallanus (Spirocamallanus) pimelodus; Cucullanus pinnai pinnai; Dichelyne cf. moraveci; Rondonia rondoni, Spinitectus sp., Brasilnema sp., larvas de Spiroxys, e larvas de terceiro estádio de Contracaecum. Também foram encontradas duas espécies de acantocéfalos, (Neoechinorhynchus pimelodi e Echinorhynchidae gen. sp.), e uma espécie de trematódeo digenético (Dadaytrema). A helmintofauna do gênero Pimelodus é composta por aproximadamente 40 espécies de helmintos. Nematoides são os parasitas com maior riqueza de espécies registrada em pimelodídeos, destacando-se espécies pertencentes a família Cucullanidae, sendo registrada ao menos seis espécies desses nematoides pertencentes aos gêneros Cucullanus e Dichelyne. Tais dados corroboram os resultados observados para P. argenteus (presente estudo), sugerindo que esses bagres apresentam alta suscetibilidade a infecções causadas por cuculanídeos. Quanto aos ectoparasitos, 19 hospedeiros estavam parasitados (P=63,33% - 46 parasitos, dos quais 45 eram monogenéticos pertencentes ao gênero Demidospermus). Também se registrou um crustáceo do gênero Ergasilus e cinco hospedeiros apresentaram plasmódios do gênero Myxobolus nos filamentos branquiais. Todos os táxons de ectoparasitos encontrados representam novos registros de parasitismo para P. argenteus, bem como de distribuição geográfica. Foi observada diversidade Brillouin de HB = 0,92 e equitabilidade de Pielou de J = 0,65 (excluindo-se os mixozoários do gênero Myxobolus). Todos os ectoparasitos (exceto mixozoários) apresentaram padrão de distribuição agregado, com valores do Índice de Discrepância de Poulin tendentes a um. Quanto a revisão bibliográfica, cinco espécies do gênero Pimelodus já foram relatadas como hospedeiros de

monogenéticos no Brasil, sendo que tais pimelodídeos são altamente suscetíveis a infecção por monogenéticos branquiais, destacando-se aqueles do gênero

Demidospermus, como também observado no presente estudo.

Discussão: Foram identificados diversos itens alimentares no conteúdo estomacal de P. argenteus variando entre vegetais (alga filamentosa, fragmentos vegetais e sementes), fragmentos de peixes (escamas) e insetos (larva de inseto, Ceratopogonidae, Coleoptera, Diptera, Ephemenoptera, Hemiptera, Hexapoda, Hymenoptera, Megaloptera), moluscos (mexilhão-dourado) e detrito. Assim, P. argenteus foi classificado como carnívoro devido à contribuição de itens de origem animal (74,50% de sua dieta), havendo predomínio do molusco L. fortunei, detrito e fragmento de insetos. Tais resultados corroboram com Resende et al. (2000), no qual relataram no estômago de P. argenteus, partes vegetais (folhas, raízes, sementes, frutos e fibras), insetos aquáticos e terrestres (coleópteros, tricópteros, efemerópteros, himenópteros, odonatas, hemípteros e partes não identificáveis), microcrustáceos (cladóceros, ostrácodos, copépodos e conchostracos), fragmentos de peixes (escamas, raios de nadadeira, otólitos), além de aranhas, nematódeos, fragmentos de caranguejo, moluscos, detritos. O principal item da dieta de P. argenteus, L. fortunei (conhecido vulgarmente como mexilhão-dourado), foi introduzido em 1991 na América do Sul no rio La Plata na Argentina,

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dispersando-se pelas bacias do rio La Plata e rio Paraná (Rückert et al., 2004). Limnoperna fortunei chegou ao Brasil em 1999 na bacia do rio Guaíba, Rio Grande do Sul (Santos et al., 1999) e em 2004 já era encontrado no rio Paraná, até o limite do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Jupiá, sendo ainda registradas ocorrências à montante da UHE de Ilha Solteira no estado de Minas Gerais e também no Pantanal (Rolla et al., 2004). Quanto aos seus aspectos biológicos, L. fortunei é uma espécie muito prolífica, atingindo densidades com mais de 150.000 exemplares por m2 (Darrigran, 2002), com rápida dispersão (cerca de 240 km/ano) (Darrigran & Ezcurra de Drago, 2000), exibindo características propícias à invasão biológica (Rückert et al., 2004). A elevada disponibilidade de L. fortunei em ecossistemas aquáticos brasileiros está diretamente relacionada à sua utilização como recurso alimentar pela ictiofauna. Diversos pesquisadores, avaliaram a capacidade de predação por peixes de L. fortunei, sendo os principais predadores: Ptedodoras granulosus, Megaleporinus obtusidens, Megaleporinus macrocephalus, Loricaria vetula, Oxydoras kneri, Cyprinus carpio, Leporinus friderici e P. maculatus (Boltovskoy & Cataldo, 1999; Darrigran & Pastorino, 2003; Rosa et al., 2019). Especificamente, em P. maculatus foram encontrados

mexilhões-dourados em grande quantidade e intactos (MMA, 2018), como observado no presente estudo na dieta de P. argenteus. Além disso, não houve diferença no uso de recursos alimentares entre machos e fêmeas com relação à composição da dieta e amplitude de nicho trófico e variabilidade individual da dieta. Outro aspecto relevante observado em nossos resultados foi à ocorrência de itens alimentares não orgânicos encontrados nos estômagos de alguns

exemplares. Assim, constata-se que o Pantanal vem passando por uma série de impactos ambientais negativos, desencadeando processos de degradação ambiental, como sugerido por Marchini (2003). Com relação aos endoparasitos, todos representam novos registros para a espécie hospedeira avaliada no Brasil, e são relatados pela primeira vez no rio Miranda, Pantanal Sul-mato-grossense. A rica helmintofauna de P. argenteus registrada no presente estudo assemelha-se a fauna já descrita para P. maculatus, de modo que tais espécies congenéricas compartilham espécies de parasitas, como nematoides cuculanídeos (Cucullanus pinnai e camalanídeos (Procamallanus (Spirocamallanus) pimelodus)) e

atractídeos (Rondonia rondoni), além do acantocéfalo Neoechinorhynchus pimelodi. Ademais, neste estudo está sendo relatado pela primeira vez a

ocorrência de nematoides do gênero Brasilnema em peixes do gênero Pimelodus. Ainda, a helmintofauna de P. argenteus no rio Miranda assemelha-se aquela de outras espécies congenéricas procedentes de outros ambientes hídricos, tais como as do rio Paraná - PR, rio São Francisco - MG e rio Guandu - RJ. Pimelodus argenteus apresentou endohelmintofauna composta em sua maioria por parasitas de ciclo heteróxeno transmitidos via cadeia trófica. Tais espécies, comumente utilizam artrópodes como hospedeiros intermediários, tais como microcrustáceos (ex. cuculanídeos, camalanídeos e Contracaecum sp.), ou insetos aquáticos (ex. Spinitectus sp.). Ainda, apresentou grande consumo de itens de origem animal, o que pode estar relacionado a dominância de parasitas de ciclo heteroxeno. Dentre os itens alimentares mais consumidos por P. argenteus tem-se

macroinvertebrados, sobretudo, moluscos e artrópodes (insetos aquáticos), os quais são potenciais hospedeiros intermediários de parasitas, incluindo

nematoides, tramatódeos e acantocéfalos. Também foi registrada a ocorrência de indivíduos adultos do gênero Dadaytrema parasitando o intestino de P. argenteus. Em geral, trematódeos digenéticos utilizam moluscos como primeiro hospedeiro intermediário, e artrópodes podem atuar como segundo hospedeiro intermediário (Thatcher, 2006; Hechinger et al., 2007). Peixes podem atuar como segundo ou terceiro hospedeiro intermediário paratênicos, ou ainda, como hospedeiros definitivos (Luque, 2004). Assim, a transmissão pode ocorrer por penetração ativa das formas larvais ou via cadeia trófica, por meio do consumo dos hospedeiros intermediários parasitados. Tendo em vista que a espécie não-nativa de molusco L. fortunei foi um item dominante na dieta de P. argenteus, pode estar ocorrendo uma associação desse molusco com o ciclo biológico de parasitas relatados nesse estudo, incluindo Dadaytrema sp. Assim como para os nematoides, a análise dos macroinvertebrados relatados como itens alimentares de P. argenteus poderá ajudar na elucidação do ciclo biológico dos parasitas. A ocorrência de

acantocéfalos em peixes do gênero Pimelodus é relativamente rara, tendo sido relatada previamente somente em P. maculatus (Brasil-Sato & Pavanelli, 1998; Santos et al. 2007). Brasil-Sato & Pavanelli (1999) descreveram o ciclo biológico de N. pimelodi em P. maculatus. Dessa forma, macroinvertebrados aquáticos atuam como hospedeiros intermediários, tais como ostracodas, copépodes, anfípodas, isópodes e larvas de megalópteros (Brasil-Sato & Pavanelli, 1998; Thatcher, 2006). Megalópteros foram registrados dentre os itens alimentares explorados por P. argenteus, podendo representar uma fonte de infecção para esses bagres. A diversidade de parasitas de P. argenteus encontrada nesse estudo, corrobora com outros realizados em ambientes naturais: uma alta riqueza parasitária como registrado para outras espécies congenéricas (Pimelodus pohli e P. maculatus). Entretanto, há algumas particularidades como novos parasitas registrados para o gênero. A dominância de espécies de parasitas com ciclo biológico heteroxeno sugere uma forte influência da ingestão de itens de origem animal (incluindo potenciais hospedeiros intermediários no ciclo de parasitas) característica da dieta de P. argenteus. Quanto aos ectoparasitos, dentre os principais grupos de parasitos relatados em peixes, os monogenéticos estão entre os com maior riqueza, sobretudo aqueles pertencentes a família Dactylogyridae

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(Eiras et al., 2010). Dactilogirídeos parasitam diferentes espécies de peixes de águas continentais da América do Sul, incluindo peixes siluriformes nos quais já foram descritas cerca de 379 espécies nominais pertencentes a 31 gêneros (Thatcher, 2006; Mendoza-Palmero et al., 2012, 2015; Cohen et al., 2013). Dentre os dactilogirídeos, Demidospermus é um dos gêneros mais especiosos registrados em peixes siluriformes sul-americanos, sendo atualmente composto por 31 espécies válidas (Franceschini et al., 2017; Acosta et al., 2018; Cohen et al., 2020). Estudos filogenéticos recentes sobre dactilogirídeos parasitos de siluriformes (Mendoza-Palmero et al., 2015, Franceschini et al., 2017; Acosta et al., 2019) sugerem que Demidospermus seja um grupo não natural, de modo que sua classificação deva ser revisada. De acordo com Franceschini et al. (2017), o gênero reúne características morfológicas compartilhadas com outros gêneros de dactilogirídeos, facilitando a ocorrência de erros durante a identificação

morfológica de espécimes com características similares, bem como descrições de novas espécies que não deveriam ser alocadas nesse gênero. Outros fatores podem facilitar a identificação inconsistente desses monogenéticos, tais como: descrições morfológicas incompletas de algumas espécies, a ausência de material depositado da espécie-tipo Demidospermus anus (Franceschini et al., 2017); grande variação na descrição das características morfológicas (posição da abertura da vagina (sinistral versus dextral; lateral versus medial)); vagina esclerotizada versus não-esclerotizada; presença versus ausência de manchas ocelares ou grânulos esparsos; morfologia dos ganchos (similares versus morfologia variável); órgão copulatório masculino (OCM) enrolado no sentido anti-horário versus no sentido horário. Assim, ferramentas moleculares e estudos morfológicos têm sido utilizados para tentar solucionar questões referentes à taxonomia e sistemática desse gênero. No presente estudo, os espécimes encontrados foram identificados como pertencentes ao gênero Demidospermus baseando-se em semelhanças morfológicas presentes em descrições e referências bibliográficas. No entanto, é possível que esses parasitos sejam realocados em um novo gênero, que contemple todas as espécies de monogenéticos de pimelodídeos brasileiros. No momento, não é possível propor essa mudança devido a necessidade de estudos morfológicos mais precisos baseados na análise crítica de espécimes depositados em museus, além de dados moleculares e estudos filogenéticos das espécies aqui encontradas e das demais espécies descritas previamente em peixes da família Pimelodidae. Tal fato também foi observado e proposto por Cohen et al. (2020) para as espécies de Demidospermus descritas em peixes da família

Auchenipteridae. Em relação a distribuição de Demidospermus, treze espécies foram relatadas parasitando siluriformes no Brasil, onze descritas na Argentina, sete espécies no Peru e uma espécie na Colômbia (Franceschini et al., 2017; Acosta et al., 2018, Cohen et al., 2020). As espécies descritas no Brasil já foram relatadas parasitando diferentes espécies do gênero Pimelodus coletados em várias regiões do país, embora este seja o primeiro relato de parasitos desse gênero em P. argenteus. Segundo Vieira (2016), a maioria dos relatos se referem a ocorrência de Demidospermus armostus, Demidospermus bidiverticulatum, Demidospermus uncusvalidus e P. maculatus a espécie de pimelodídeo mais estudada do ponto de vista parasitológico, corroborando nossos dados. Ademais, os parasitos (exceto mixozoários) apresentaram padrão de distribuição agregado, com valores do Índice de Discrepância de Poulin tendentes a 1, corroborando o padrão geral observado para comunidades parasitárias, no qual a maioria dos hospedeiros apresentam poucos parasitos, e poucos apresentam parasitos concentrados (Poulin, 1993). Assim, os espécimes de P. argenteus apresentaram uma baixa abundância e riqueza de monogenéticos quando comparados aos artigos referentes a espécie mais estudada P. maculatus (Santos et al., 2007; Venancio et al., 2010), refutando nossa hipótese inicial. Dactilogirídeos do gênero Demidospermus foram os parasitos monogenéticos com maiores valores dos atributos parasitológicos, corroborando a estudos parasitológicos prévios realizados com outras espécies do gênero Pimelodus, o que pode indicar uma antiga relação coevolutiva entre tais parasitos e hospedeiros. Além disso, foi encontrado um crustáceo do gênero Ergasilus e cinco hospedeiros apresentaram plasmódios de mixozoários do gênero Myxobolus, sendo este o primeiro registro desses parasitos em P. argenteus.

Orientações

(IC, MS, DR):Iniciação científica 1 ? Bianca Yunes Fornari - Início: janeiro/2020. UNESP (FEIS).Sem bolsa. 2 - Nayara Yuri Mitsumori Alvares - Início: novembro/2019 ? Término: junho/2020. UNESP (FEIS). Bolsista FAPESP. 3 - Vinicius Cesar do Bonfim - Início: agosto/2019 ? Término: agosto/2020. UNESP (FEIS). Bolsista CNPq. 4 - Bianca da Silva Miguel - Início: abril/2019 ? Término: janeiro/2020. UNESP (FEIS). Bolsista FAPESP. 5 - Michel Caneschi Whitaker - Início: abril/2019 ? Término:

outubro/2019. UNESP (FEIS). Sem bolsa. 6 - Natalia Luiza da Silva - Início: agosto/2019 ? Término: agosto/2020. UNESP (FEIS). Sem bolsa. 7 - Julia Kaori Kuriyama Ramos - Início: agosto/2019 ? Término: agosto/2020. UNESP (FEIS). Bolsista CNPq. 8 - Samia Cardoso dos Reis - Início: agosto/2018 ? Término: julho/2019. UNESP (FEIS). Sem bolsa. Mestrado 1 ? Bianca da Silva Miguel -Início: março/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista CAPES. 2 - Alini Beloto Parra - Início: março/2019. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista CAPES. 3 - Bruno da Silva - Início: março/2018 ? Término: fevereiro/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) UNESP (IBB). Bolsista FAPESP. 4 -José Daniel Soler Garves - Início: março/2018 ? Término: fevereiro/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) UNESP (IBB). Bolsista CAPES. 5 ? Aymar Orlandi Neto

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-Início: julho/2017 ? Término: agosto/2019. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista CAPES. Doutorado 1 ? Aymar Orlandi Neto - Início: março/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista FAPESP. 2 ? José Daniel Soler Garves - Início: março/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista CAPES. 3 - Cibele Diogo Pagliarini - Início: 2019. Ciências Biológicas (Zoologia) UNESP (IBB). Bolsista CNPq. 4 Bruna Caroline Kotz Kliemann Início: 2018. Ciências Biológicas (Zoologia) UNESP (IBB). Bolsista FAPESP. 5 -Letícia de Oliveira Manoel - Início: março/2016 ? Término: junho/2020. Ciências Biológicas (Zoologia) - UNESP (IBB). Bolsista CAPES.

Disciplinas ministradas com a respectiva carga horária e /ou realização de Atividades de Extensão:

Graduação Disciplina ?Ecologia de comunidades? (60 horas), sob responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, junto ao curso de graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) da Faculdade de Engenharia/UNESP - Ilha Solteira ? período 2º semestre de 2019. Disciplina ?Manejo e conservação da biodiversidade? (60 horas), sob responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, junto ao curso de graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) da Faculdade de

Engenharia/UNESP - Ilha Solteira ? período 2º semestre de 2019. Disciplina ? Conservação de animais silvestres? (60 horas), sob responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, junto ao curso de graduação em Ciências Biológicas

(Bacharelado) da Faculdade de Engenharia/UNESP - Ilha Solteira ? período 1º semestre de 2020. Disciplina ?Ecologia de populações e comunidades? (60 horas), sob responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, Profa. Dra. Lucíola Santos Lannes e Prof. Adj. Sérgio Luís de Carvalho, junto ao curso de graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura) da Faculdade de Engenharia/UNESP - Ilha Solteira ? período 1º semestre de 2020. Pós-graduação Disciplina ?Introdução a Biologia da Conservação? (45 horas), sob responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) do Instituto de Biociências da UNESP/Botucatu ? período de 09 a 13 de dezembro de 2019. Disciplina ?Ecologia de Comunidades Animais? (45 horas), sob

responsabilidade do Prof. Dr. Igor Paiva Ramos, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) do Instituto de Biociências da UNESP/Botucatu ? período de 10 a 14 de agosto de 2020.

Comentários do Supervisor:

Projeto realizado com sucesso e gerou 3 artigos que serão submetidos para publicação. O doutorando orientou alunos em nível de graduação e pós-graduação com bolsas de diferentes agência de fomento. Além disso, teve expressiva atuação como docente. Dessa forma, manifesto-me favorável quanto à aprovação do relatório.

Término efetivo: * 01/06/2020 (dd/mm/aaaa) (data que constará no certificado) Críticas, dúvidas e sugestões: http://prope.unesp.br/falecomaprope/

Política de Privacidade Política de Serviço UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

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