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As Palavras Pintadas nos Livros dos Séculos XIV e XV 9 Os livros religiosos enquanto templo e espaço para a reflexão.

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Academic year: 2021

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As Palavras Pintadas nos Livros dos

Séculos XIV e XV

9°Os livros religiosos enquanto templo e espaço para a reflexão.

Relevo em marmore com grupo de estudantes de Bolonha

Artistas: Jacobello Masegne & Paolo Pier (1383-1409) - Museo Civico, Bolonha – It.

Firmado digitalmente por Kathia Alves

Nombre de reconocimiento (DN): cn=Kathia Alves, o, ou, email=salvealves@gmail.com, c=BR

Fecha: 2010.10.19 20:24:11 +02'00'

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9a)- Os livros religiosos,

enquanto templo e espaço

de reflexão.

As imagens nos livros religiosos além de sensibilizar a alma humana com os aspectos da sua poesia e dos

elementos que estão no texto, teen o compromisso de “representar” em modo imediato, os conceitos

fundamentais da doutrina cristã.

Imagem do Livro dos Salmos dito Saltério de São Luis rei de França. Obra do séc. XIII. Atualmente na Morgan Libray de N.Y.

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9b)- Os livros religiosos, enquanto templo e espaço de reflexão.

Nos livros religiosos, a função didática das imagens devia prevalecer sobre a poesia da forma e das cores. As imagens deviam

recordar aos fieis a necessidade de uma

profunda reflexão da doutrina cristã. Portanto tinham que percorrer três etapas básicas de comunicação:

1°)- o envolvimento emocional e afetivo do leitor através da sua identificação com a linguagem estética.

2°)- a compreensão da mensagem iconográfica, como texto pintado.

3°)- a função didática de fixar na mente dos leitores os principais preceitos da doutrina e os exemplos da vida de Cristo e dos Santos.

As imagens deviam criar a atmosfera de um espaço sagrado. Desta forma o livro passa a ser a mais intima capela para pensar os mistérios divinos. Uma espécie de oratório portátil.

Livro de Horas Torriani séc. XV. Està atualmente na Bibliothèque du Château de Chantilly.

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As horas medidas pelos mercantes reforçam a tradição dos “Livros de Horas” que a igreja começou a difundir no inicio do séc. XI, alcançando seu esplendor nos sécs. XIV e XV. O “Livros de Horas”, eram um compendio ricamente ilustrado de orações, salmos, hinos, textos para o fiel recitar nas horas cânonicas. Era uma forma de ritmar a vida dos cristãos segundo os preceitos da fé.

9c)- Livro de Horas.

Livro de Horas Torriani séc. XV. Encontra-se na Bibliothèque du Château de Chantilly – França.

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Livro de Horas dos Visconti, conhecido como OFFIZIOLO. Atualmente na Biblioteca Nazionale di Firenze.

9d)- Característica dos

Livros de Horas

Não existia uma uniformidade nem na dimensão, nem no conteúdo dos Livros de Horas, dando

margem a numerosas variantes. Porém o Oficio da Virgem Maria constituía um núcleo central da obra.

O termo HORAE, deriva da liturgia eclesiástica que dividia a jornada em oito horas canônicas:

1°)- Matutina; 2°)- Louvor; 3°)- Prima; 4°)- Terça; 5°)- Sexta; 6°)- Nona; 7°)- Véspera; 8°)- Completa.

Em muitas destas obras, encontram-se também calendários ilustrados, divididos em 2 categorias: Aqueles dedicados aos signos zodiacais e a

astrologia e aqueles que representavam as

atividades agrícolas ou os prazeres da vida ligados aos meses do ano.

A matriz iconográfica destes livros é colocada na fronteira entre as imagens profanas e religiosas. As imagens profanas tem caracter naturalístico,

descrevendo hábitos e costumes da sociedade, muitas vezes com os retratos dos comitentes; as imagens religiosas, apresentam uma rica

simbologia Mariana com a Anunciação, Natalício, Crucificação e Pentecostes.

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Bíblia Pauperum – não é propriamente uma bíblia tradicional, mas um conjunto de textos ilustrados que narram a vida de Jesus como numa história em quadrinhos ou num livro de graphic novel. As imagens da vida de Cristo são introduzidas e explicadas por alguns episódios do antigo testamento. Os personagens que explicam a cena apresentam varias flâmulas com os textos explicativos, como os balões dos diálogos nos quadrinhos.

Este tipo de Bíblia surgiu na área germânica, entorno o Trecento e o Quatrocento, sucessivamente os manuscritos ilustrados foram copiados nas Bíblias xilografadas, difundindo-se rapidamente em Europa na metade do séc. XV.

9e)- Biblia Pauperum.

© Bridgeman. Miniatura francesa do séc.XV, atualmente British Library, London.

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9f)- As diferenças entre a Bíblia Historiada e a Biblia Pauperum.

A diferença fundamental entre Bíblia Pauperum e a Bíblia Historiada, é que a primeira recorda uma historia em quadrinhos, intercalando frases dos personagens com as imagens e o texto que narra a vida de Cristo. Seria um protótipo daquilo que hoje chamamos de Graphic Novel. Enquanto a Bíblia Historiada, conta através de imagens o conteúdo do antigo e do novo testamento, apresentado abaixo de cada cena um subtítulo com breve texto em língua vulgar da época, como se fosse um tradicional livro ilustrado. Estas bíblias eram feitas para satisfazer as necessidades das pessoas que não conheciam o latim e por isto eram chamadas iletradas. Um exemplo espetacular deste tipo de livro è a “Bibbia Istoriata Padovana”, uma Bíblia criada no final do Trecento na cidade de Pádua.

http://www.youtube.com/watch?v=2xFQ CiDI1L0

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9g)- Missais

Missal – é o livro que contém todos os textos recitados durante a missa. Os primeiros

missais do rito romano de que se há noticias, são do séc. X. A partir do séc. XIII este gênero de livro substitui todos os outros que participavam do ritual como os –

antifonário, epistolário, sacramentario e outros. O Missal não era um livro ricamente ilustrado como os demais, porém as imagens tinham a função de indicar o argumento de cada trecho.

Arquivo capitular de Modena, missal do ultimo quarto do séc. XII. O Missal Romano em geral é composto com o calendário do ano litúrgico, com as datas fundamentais: do Advento, do Natal, da Quaresma, da Páscoa, Rito da Comunhão, Rito finais, Missas Finais, Missas dos Fieis e dos Defuntos, Orações várias.

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9h)- Antifonário ou Gradual – o segundo nome tem origem na

prática de cantar nos degraus do púlpito (em latim gradus).

O Antifonário era um livro litúrgico com os versos das músicas cantadas durante a missa.

Este livro era subdividido em três partes: graduale ou

cantatorium, o responsariale, e o antifonário propriamente dito, também chamado capitolare.

Geralmente eram livros de grande formato para serem lidos pelos componentes do coro. Normalmente as páginas tinham as margens decoradas e letras historiadas com cenas que evocavam o texto.

1)- Gradual do séc. XI, introdução Ressurrexi ed il graduale Haec dies com as músicas de domingo de Páscoa. 2)- pág. do Antifonário do séc. XIV, de Neri da Rimini, inicial “A” com Cristo em trono anjos e santos, com margens decoradas. Atualmente na Fundação Giorgio Cini em Veneza.

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O termo Exultet, corresponde a primeira palavra do canto litúrgico que o diácono evocava no alto do púlpito durante a cerimônia da noite de sábado para domingo de Páscoa.

Este canto denominado

Praechonium Paschale, tinha a função de comunicar aos fiéis a ressurreição de Cristo e celebrar o rito da luz na vela Pascoal. O texto e a melodia do Exultet foram

rescritos muitas vezes durante os sécs. X e XIV, apresentando

grandes variações nos argumentos que envolvem o tema principal da Páscoa.

9i)-

Exultet!

Terceira

pessoa do presente do

conjuntivo do verbo Exultar

em latim.

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9j)-

Exultet

, um livro que afunda as suas raízes

nas tradições orientais.

Exultet

era um rótulo de

pergaminho de 2 à 9 metros de comprimento, constituído de várias folhas costuradas entre si, contendo textos, músicas e

imagens que narravam a ressurreição.

O Exultet provavelmente tem origem na igreja grego-oriental, mas graças aos monges ítalo-gregos, este livro em rótulo se difundiu na Itália meridional e sucessivamente em outras regiões mediterrâneas.

Este rótulo ilustrado tem uma característica particular, que faz pensar á um antenado do

desenho animado. A face do pergaminho virada para o público ilustra as cenas,

enquanto o texto e a música no outro verso eram lidas e cantadas pelo diácono, como num teatro de imagens.

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9k)-

Exultet

O ciclo iconográfico que ilustram os Exultet não apresentam uma conformidade narrativa,

mas se compõem de imagens inspiradas em vários temas. Encontram-se decorações livres, alusões as sagradas escrituras, passagens das cerimônia litúrgicas, descrições das aventuras que os bispos tiveram que superar para entregar o rótulo ao diácono, se vê a vela pascoal que é um dos temas fundamentais do texto, retratos

dos personagens da época. Mas são representados também fiéis reunidos entorno ao bispo, a alegoria da terra em festa com uma flora resplandecente e animais que venerarem Cristo coroado, a figura coroada da Mater Ecclesia. Em muitos destes manuscritos são representados cenas do novo testamento, porém quase sempre os Exultet concluía o discurso iconográfico com comentários litúrgicos acompanhado de retratos de solenes personagem políticos e religiosos, como o rei, imperador e o bispo ou papa.

EXULTET- sèc. XII

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9l)-

Carmina Burana

http://www.youtube.com/watch?v=T2vRGXC-YZs

Os carmina burana (do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga; e bura(m), do latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura; designa o hábito de frei ou freira feito com esse

tecido), se refere a textos poéticos contidos em um importante manuscrito do séc. XIII, o

Codex Latinus Monacensis, encontrados

durante a secularização do convento de Benediktbeuern em 1803 - a antiga Bura

Sancti Benedicti, fundada por volta de 740 por

São Bonifacio, na alta Baviera. O códex compreende 315 composições poéticas, em 112 folhas de pergaminho, decoradas com miniaturas. Atualmente o manuscrito encontra-se na

Biblioteca Nacional de Munique. Carl Orff, descendente de uma antiga família de eruditos e militares de Munique, teve acesso a esse códex de poesia medieval e arranjou alguns dos poemas em canções seculares para

solistas e coro, "acompanhados de instrumentos e imagens mágicas”.

Referências

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