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SIMULAÇÃO DE PROVA PRÁTICA NA MONITORIA ACADÊMICA DE SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Academic year: 2021

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SIMULAÇÃO DE PROVA PRÁTICA NA MONITORIA ACADÊMICA DE SEMIOTÉCNICA EM ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

1. INTRODUÇÃO

A Enfermagem enquanto disciplina das ciências da saúde tem como objetivo cooperar com a produção de saberes teóricos e práticos, com a finalidade de possibilitar a instrumentalização dos acadêmicos e formar futuros enfermeiros com embasamento para a manutenção da vida nas diversas situações que abrangem o ser humano (PIRES, 2009).

Neste cenário, encontra-se o componente curricular de Semiotécnica em Enfermagem do Curso de Graduação em Enfermagem, o qual aborda o ensino dos procedimentos técnicos necessários para o processo de cuidar de forma integral e transversal, demandando conhecimentos básicos de Anatomia, Fisiologia, Patologia, Microbiologia, dentre outras disciplinas que compõem o ciclo básico de componentes curriculares de uma graduação na área da saúde, em específico a Enfermagem (LIRA et al., 2013).

A partir destes conhecimentos básicos e instrumentalização teórica fornecidos pelo componente curricular, podem ser realizadas atividades de monitorias acadêmicas para estimular e fortalecer o aprendizado dos discentes matriculados na mesma. A monitoria acadêmica permite aos discentes o aprimoramento dos seus conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas, fortalecendo assim, as habilidades práticas e em consequência, a ampliação do raciocínio lógico, correlacionando aspectos da teoria vivenciada em sala de aula com as atividades práticas realizadas no laboratório de ensino (GAMALHÃES et al., 2014).

Contudo, as vantagens da monitoria vão além de realizar a correlação supracitada, pois como afirmam Souza e Gomes (2015) as atividades possibilitam aos acadêmicos maior segurança na sua prática, desenvolvendo-a com mais precisão. Tal fato é oportunizado, uma vez que é durante a monitoria que o aluno tem mais tempo de manuseio e manipulação dos materiais e equipamentos utilizados na atuação acadêmica e profissional, e assim adquire destreza e agilidade a partir do exercício de repetição e simulação.

Nesta perspectiva, o laboratório de ensino em enfermagem proporciona por si só, uma simulação realística da prática profissional, pois é proporcionado um espaço em que contextualizam situações que serão/são/foram vividas no contexto real, ofertado por meio de manuseio de equipamentos e aplicação de técnicas em manequins a partir de diálogos e casos hipotéticos.

Dessa forma, possibilita um ambiente mais próximo da realidade possível, permitindo, que os alunos desenvolvam habilidades essências para uma prática segura, pois

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a simulação permite experiências cognitivas, psicomotoras e afetivas, colaborando assim para um melhor processo de ensino-aprendizagem (TEIXEIRA; FELIX, 2011).

O aprendizado por meio da simulação é considerado um método que articula o aluno numa situação real de trabalho e/ou atividade com o auxílio de um ambiente simulado, programado e preparado para facilitar o aprendizado, fazendo o aluno participar ativamente deste processo (LEONELLO et al, 2017).

A partir disso, justifica-se a realização deste relato de experiência para a divulgação das atividades realizadas na aplicação de simulados de provas práticas nas atividades de monitoria acadêmica, as quais podem ser replicadas em outros cenários e favorecer o processo de ensino-aprendizagem. Essas atividades são importantes para os discentes que participam, tanto em questões de conhecimentos práticos, quanto em administrar o tempo para a realização da técnica sorteada, o que também pode contribuir significativamente no processo de aprendizagem do discente monitor, pois este deverá se preparar para as demandas advindas dos alunos que frequentam a monitoria.

Com isso, objeta-se relatar a experiência da aplicação de um simulado de prova prática na monitoria acadêmica no componente curricular Semiotécnica em Enfermagem.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência referente à aplicação de um simulado oportunizado aos discentes matriculados no componente curricular de Semiotécnica em Enfermagem, o qual compõe a grade curricular do 4º Semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Uruguaiana.

Entende-se por relato de experiência uma observação sistemática da realidade,

correlacionando os achados com as bases teóricas existentes (DYNIEWICZ, 2014).

Essa atividade foi desenvolvida no dia 10/05/17, com um total de 14 discentes participantes, sendo realizada no laboratório de ensino de Enfermagem, por três monitores acadêmicos voluntários do Projeto de Ensino Monitoria em Semiotécnica em Enfermagem.

Destaca-se que a solicitação para a realização de um simulado partiu dos discentes matriculados no componente curricular. Após o pedido aos monitores, esses entraram em contato com as docentes da disciplina, as quais prontamente se disponibilizaram a fornecer os guias de avaliação das provas práticas, tal como um checklist de materiais necessários e passos da realização do procedimento técnico correspondente ao caso clínico, utilizadas em semestres anteriores para a aplicação destas como simulado.

A partir disso, foram editadas as provas com os procedimentos estudados até o momento no componente curricular e agendado com 15 minutos de duração para cada discente realizar seu simulado, com intervalo de cinco minutos entre os discentes para os monitores reorganizarem os materiais e os casos a serem sorteados.

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Ao ingressar no laboratório era explicado ao discente como ocorreria a prova simulada e o mesmo sorteava o ‘tema ponto’ de prática. Após o sorteio, dois monitores utilizavam de um gabarito que no cabeçalho continha os itens para preenchimento: nome do monitorado, postura e identificação adequada para prática e presença de materiais de bolso, sendo esses previamente solicitados por e-mail durante o agendamento para a atividade simulada.

3. RESULTADOS e DISCUSSÃO

Em relação a descrição da simulação, inicialmente solicitou-se que o monitorado realizasse a leitura do caso clínico sorteado em voz alta para não ficarem dúvidas no entendimento, e o cronômetro foi acionado no tempo de 15 minutos. Ressalta-se que esse tempo era para a escolha dos materiais que utilizariam para o procedimento, materiais estes que estavam dispostos na bancada do laboratório, replicando o ambiente hospitalar; além disso, organizar o material em uma bandeja, explicar que procedimento faria e como iria realizá-lo, para então efetuarem a atividade. A atividade foi realizada em uma bancada que estava na frente dos monitores, com a presença dos manequins disponibilizados para o desenvolvimento das técnicas.

Para um maior controle, dois monitores conferiam os materiais selecionados pelos monitorados e na ausência de algo era marcado com um “X” no checklist que estava com os monitores e um terceiro monitor controlava o tempo. Ressalta-se que havia rodízio entre os monitores para a execução das atividades, a fim de oportunizar que todos participassem amplamente deste processo. Durante a atividade simulada era também avaliado a postura, a técnica correta, a destreza e a desenvoltura diante da situação que o caso clínico sorteado exigia.

Por se tratar de uma atividade que simulava a prova prática que posteriormente seria realizada pelos alunos como processo avaliativo do componente curricular, os monitores tentaram desenvolver uma performance mais realística possível. Assim, as dúvidas não eram sanadas durante o procedimento, o que dificultou a execução da atividade para alguns discentes. Após a realização da atividade sinalizada pelo monitorado ou pelo fim do tempo proposto, se encerrava o simulado e então os monitores apontavam quais as atividades realizadas de maneira correta e sinalizavam os possíveis esquecimentos e equívocos da técnica ou materiais que deveriam ser selecionados e não foram; assim como explicavam que alguns materiais selecionados também não fariam parte daquele determinado procedimento. Além disso, era neste momento que as dúvidas eram esclarecidas e após se encerravam as atividades com o monitorado. Ressalta-se que ao final da atividade simulada não foram disponibilizadas notas para os monitorados, pois este não era o objetivo proposto,

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compreende-se que a valoração quantitativa das atividades é uma atribuição de avaliação dos docentes do componente.

A simulação oferece aos monitores a oportunidade de avaliar e observar múltiplos aspectos, tais como, manuseio dos materiais, habilidades, estabilidade emocional e realização da técnica em tempo hábil pelos monitorados (PRION, 2008).

Percebe-se que por meio da realização desta atividade simulada referente à prova prática do componente curricular Semiotécnica em Enfermagem, foi possível que os monitores realizassem um aprofundamento teórico, de modo crítico e reflexivo acerca de metodologias ativas e novas estratégias de ensino aprendizagem que vem sendo utilizadas na contemporaneidade.

Estas metodologias ativas referem-se a uma corresponsabilização do discente e oportunizando assim a aprendizagem como uma estratégia de ensino-aprendizagem, este instrumento já é reconhecido como impulsionadores da integração do ensino e serviços prestados na área da saúde (MITRE et al., 2008).

A aplicação do simulado exigiu dos monitores planejamento, pois tiveram que ser consideradas as características e peculiaridades do grupo de discentes que realizaria as atividades, por meio das competências e habilidades que eram proporcionadas no componente curricular. Além disso, foi necessário preparar a estrutura do laboratório de ensino para recebê-los, tanto como espaço físico quanto a organização de recursos e materiais para viabilizar a realização dos procedimentos disponíveis para sorteio, como traz Matoso (2014), os monitores são responsáveis em acompanhar as aulas e preparar materiais didáticos para fomentar o processo de ensino-aprendizagem, utilizando de diferentes formas de ensino, sendo compreendida como uma forma de melhoria do ensino de graduação.

Pelo exposto, considerou-se que a atividade de simulação e a possibilidade de vivenciar um cenário próximo ao da situação real de prova prática foi uma oportunidade que favoreceu a articulação e construção de saberes dos discentes. O feedback da atividade pelos alunos que participaram apontou que a aplicação do simulado serviu para uma síntese da realidade da prova prática, e que a partir do simulado, estavam mais confiantes, empoderados do tempo e das atividades que deveriam realizar. Portanto, considerando estes aspectos, foi exposta a relevância da aplicabilidade de simulados dentro das atividades de monitoria acadêmica.

Além disso, a simulação gerou nervosismo e insegurança tanto nos discentes participantes quanto nos monitores do componente por ser a primeira atividade nesta modalidade, porém este aspecto não interferiu no decorrer das atividades.

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A partir da experiência vivenciada pelo grupo de monitores, acredita-se que a proposta da atividade atingiu o objetivo esperado e contribuiu significativamente na construção de saberes e conhecimentos dos discentes participantes.

É válido ressaltar que além dos resultados benéficos aos discentes participantes, a aplicação do simulado repercutiu positivamente para os monitores, tanto na aplicação do mesmo quanto ao observar a repetição do procedimento, estimulando em um reforço quanto ao desenvolvimento dos procedimentos técnicos de enfermagem

5. REFERÊNCIAS

DYNIEWICZ, A. M. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 3. Ed. São Paulo: Difusão, 2014.

GAMALHÃES, L. D.; JANUÁRIO, I. S.; MAIA, A. K. F. A monitoria academia da disciplina de cuidados crítico para a enfermagem: um relato de experiência. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 12, n. 2, p. 556-565, ago./dez. 2014.

LEONELLO, V. M.; LEITE, M. M. J.; ALMEIDA, D. M.; DIAS, C. A. Simulação como Estratégia para o Ensino de Administração em Enfermagem. Rev. Grad. USP, vol. 2, n. 2, jun 2017.

LIRA, A.L.B.C.; TAVARES, A.O.F.; ARAÚJO, A.R.A.; OLIVEIRA, S. M. Monitoria em Semiologia e Semiotécnica da enfermagem: Estimulando o Interesse pela Docência. Caderno De Monitoria, 3, 2016.

MATOSO, L. M. L. A importância da monitoria na formação acadêmica do monitor: um relata de experiência. Ano 3, n° 2, abr. / set. 2014.

MITRE, Sandra Minardi et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciências da saúde coletiva, V. 13, n. 2, p. 2133-2144. 2008.

PIRES, D.A Enfermagem Enquanto Disciplina, Profissão e Trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem, 5, 739-44, 2009.

PRION, Susan. Simulation experiences in prelicensure nursing education. Clinical Simulation in Nuring. V.4, n. 3, p. 69-78. 2008.

SOUZA, R. O.; GOMES, A. R. A eficácia da monitoria no processo de aprendizagem visando a permanência do aluno na IES. Nº 2, volume 1, artigo nº 16, pg. 230-238, jul./dez. 2015.

TEIXEIRA, I.N.D.O.; FELIX, J.V.C. Simulação como estratégia de ensino em enfermagem: revisão de literatura. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.15, n.39, p.1173-83, out./dez. 2011.

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