Duquesne University
Duquesne Scholarship Collection
Angola:1904-1967
Spiritana Monumenta Historica
1971
Erection canonique de la Congrégation des Frères
de la Sainte Famille — (31-V-1942)
António Brásio
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Brásio, A. (Ed.). (1971). Erection canonique de la Congrégation des Frères de la Sainte Famille. In Angola: 1904-1967. Pittsburgh, PA: Duquesne University Press.
E R E C T IO N C A N O N IQ U E D E L A C O N G R E G A T IO N D ES FRERES D E LA SA IN T E FA M ILLE
(31-V-1942)
SOMMAIRE — Importance et besoin des auxiliaires missionnaires. — Les efforts des Soeurs de Saint Joseph de Cluny et des Franciscaines Missionnaires de Marie. — Expe riences anciennes. — Fondaction des Freres de la Sainte Famille dans Vile de Saint Jean de Cazanga, diriges par les Peres du Saint Esprit.
PROVISAO
A historia bem conhecida das mais florescentes missoes ha-de projectar muita luz sobre a parte importante que na sua fundafao e desenvolvimento tomaram os auxiliares do missio- nario, sobretudo quando consagrados ao servi^o do Senhor na vida de comunidade.
Foi gramas a sua colabora^ao preciosa que se venceram gran- des dificuildades e se rea'lizaram traba'lhos, por vezes de grande importancia, com bem modestos recursos.
As nossas melhores igrejas, construidas nos ultimos cin- quenta anos, residencias, escolas, oficinas e culturas transfor- madoras da terra, segredo de realiza^oes para que falhavam indispensaveis auxilios pecuniarios, sao, em grande parte, fruto da sua abnegada actividade.
Nao e menos apreciavel a coopera^ao dada por estes auxi liares na marcha habitual da missao: com ela consegue o mis sionary multip'licar e intensificar a sua ac^ao, conseguindo em pouco tempo e com re'lativa facilidade o que nao poderia ter levado a efeito so por si.
Esta li^ao do passado, junta a desproporgao entre as neces- sidades rnais urgentes de tao vasta seara e o reduzido numero de sacerdotes, torna particularmente sensivel a falta de auxi- liares capazes de contribuir para dar maior eficacia ao ministerio sacerdotal.
Podendo o sacerdote confiar a um auxi'liar o governo e andamento da casa, o cuidado da igreja, da escola e da cate- quese, a fiscaliza^ao e direc^ao de certos trabalhos, liberta-se de bom numero de preocupa^oes que lhe absorvem tempo e energias, para se dedicar totalmente a evangeliza^ao e funfoes directamente espirituais.
Sem esta colabora^ao, o missionario assemelha-se murtas vezes a um operario a quern falta um bra^o, incapaz, por con- seguinte, de dar ao seu trabalho o rendimento desejavel.
Por isso, a colaborafao dada por auxili'ares especialmente preparados para esse fim nao precisa de ser encarecida: todos lhe sentem a necessidade e niguem ha que a nao aprecie e deseje.
Sucede, porem, que nas velhas terras cristas da Europa, tanto o recrutamente como a forma^ao de auxiliares do missio nario se tornaram dificeis e de resultados sem propor^ao com as necessidades, no tocante a Irmaos sobretudo, em consequen- cia da atmosfera pouco ou nada propicia a ideias de abnega^ao.
De ha anos ja, as zelosas missionanas que sao as Irmas de S. Jose de Cluny e as Irmas Franciscanas de Maria diligenciaram reforgar o seu pessoa’l, fundando a sec^ao das Irmazinhas, afi- liadas ao seu Institute e recrutadas no proprio meio em que exercem a sua actividade.
O noviciado estabelecido em Luanda (Missao de S. Paulo dos Musseques) para a formagao destas Irmazinhas esta flo- rescente e prometedor, sendo ja bastante numerosas as rehgiosas indigenas a dar a sua apreciavel colabora^ao nas diferentes obras confiadas ao zelo das Irmas de S. Jose.
Antes da criajao das dioceses de Nova Lisboa e Silva Porto, tivemos a consola^ao de inaugurar na Caala (Quipeio) a Obra
dos Irmaos Indigenas de S. Pedro Claver, estabelecida e acari- nhada pelo incansavel e saudoso Mons. Luis Keiling, mais tarde transferida para Entre-os-Rios, hoje na diocese de Silva Porto.
Na antiga Prefeitura Apostolica do Baixo Congo, em Lan- dana, formaram-se varios Irmaos auxiliares indigenas. A obra passou por vicissitudes diversas e tomou novo incremento nos ultimos tempos, dando resultados apreciaveis.
A coincidir com a diminui^ao de Irmaos vindos da Europa, surgiram u'ltimamente vocafoes para este genero de vida entre cristaos nativos, desejosos de se consagrarem ao Senhor e de se associarem de mais perto ao traba'lho dos missionaries.
Vendo nesta coincidencia uma indica^ao da Divina Provi- dencia, decidimo-nos a fundar na Arquidiocese a Obra dos Irmaos Indigenas da Sagrada Familia, tanto mais que, simul- taneamente, se Nos deparava ensejo de a instalar em lugar apropriado pela aquisi^ao da I'lha de S. Joao da Cazanga, perto de Luanda.
Desejamos que a nova associa^ao seja especialmente con- sagrada a Sagrada Familia, para melhor inculcar aos seus mem- bros a necessidade de se penetrarem, sempre e em tudo, daquele espirito de piedade, caridade, abnega^ao e zelo, que em tao ele- vado grau caracterizou os ditosos habitantes da Santa Casa de Nazare.
•Queremos, enfim, deixar aqui exarado o testemunho do Nosso recorihecimento ao Rev. Padre Joao Mendes Cardona, vigario geral de Malanje, pelo multiplo auxrlio de tao bom grado dispensado desde a primeira hora e sem o qual nao teria sido possivel lan§ar as bases desta Obra.
As Missoes do Libolo e Dembos, das quais saiu o pessoal indispensavel, sao igualmente credoras da Nossa gratidao peia generosidade com que souberam antepor o bem geral ac seu interesse particular.
Muito esperamos do zelo de todos os Nossos dedicados cooperadores para tornar conhecida a Obra dos Irmaos Auxiliares da Sagrada Familia e para Ihe recrutarem e prepararem voca- ^oes solidas e decididas.
As orafoes de todos os Nossos amados diocesanos, as cornu- nidades religiosas e associates piedosas em particular, reco- mendamos instantemente a Obra agora estabelecida, para que o Serihor se digne derramar sobre ela a abundancia das suas ben^aos, dar-lhe incremento e manteJla sempre no caminho da fidelidade aos seus fins.
Pe'lo que acabamos de expor, depois de termos conferido com o Nosso Mui Reverendo Vigario Geral e ouvido os mem- bros do Cabido da Nossa Se Catedral de Luanda, havemos por bem:
I. Fundar na Arquidiocese a Pia Congrega^ao dos Irmaos Auxiliares da Sagrada Famflia com sede na ilha de S. Joao da Cazanga.
II. Confiar a direc^ao desta Obra aos Missionaries da Con gregate do Espirito Santo, nomeando para superior imediato da Obra e do noviciado, de entendimento com o superior da dita Congrega^ao, um religioso idoneo para estas fun^oes.
III. Aprovar, por espa^o de tres anos, os regulamentos ja estabelecidos, que virao a ser sujeitos a nova e definitiva apro- va^ao depois de estudados a luz da experiencia.
Dada em Luanda e Pa$o Arquiepiscopal, aos 31 de Maio de 1942, na Festa da SS. Trindade.
•f M o y s e s , A rcebis-po de L u a n d a e B isp o de S . T o m e
BEAST, 1942, p. 61-63.