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XX Encontro. Entrevista. mesas redondas

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Ano X - Nº 34 - Julho / Agosto / Setembro de 2009

x

Impressa em papel reciclado

EntrEvista

XX Encontro

técnico AESAbESp

FEnASAn 2009

mEsas rEdondas

troféu aEsabEsp

Com a superintendente nacional de serviços sanitários do Governo importantes pronunciamentos, como o de rogério de paula Grandes surpresas marcaram a entrega do troféu aEsabesp, páG. 31 páG. 11 páG. 27

Tecnologia de ponta em saneamento ambiental

Palestras sobre os grandes temas do momento

Público assíduo, qualificado e interessado no setor

Expositores satisfeitos e formadores da elite do mercado

(2)

Válvula

redutora de pressão

Válvula

de alívio

Válvula

de altitude

Válvula

controladora de bomba

Válvula

de retenção para esgoto

com portinhola flexível

Válvula

de retenção de fechamento

rápido com obturador em poliuretano

Ventosa

de alto desempenho

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para esgoto

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VALLOY - Ind. Com. Válvulas e Acessórios Ltda.

Rua Macedônia, 355 - Cumbica - CEP 07223-200 - Guarulhos - SP - Fone/Fax: (11) 2412-3002

(3)

Editorial

XX Encontro técnico - FEnasan 2009:

sustEntabilidadE com consciência E alta

tEcnologia Em sanEamEnto

A AESabesp dedica esta edição da Revista Saneas à realização do seu XX Encontro Técnico – Fenasan 2009, a começar pelo agradecimento aos seus parti-cipantes: congressistas; visitantes, especialmente aos nossos associados, que levaram o seu prestígio a esta realização, e aos nossos expositores, que em mais um ano escolheram este evento para dar visibilidade aos seus produtos, equipamentos, serviços e “now how” tecnológico. É a junção da expertise de todos esses ex-poentes que alça este Encontro e Feira, como o maior evento técnico-mercadológico da América Latina.

O tema escolhido para nortear o Encontro em 2009 foi “Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental”, que evidenciou, com se-riedade, as formas pró-ativas de se promover uma equilibrada preservação do Planeta, principalmente no tocante aos serviços de saneamento, responsáveis pela qualidade de vida dos seus habitantes.

Esse XX Encontro Técnico – Fenasan 2009 tam-bém foi um evento caracterizado pela apresentação das mais avançadas tecnologias e das palestras mais contundentes, especialmente nas mesas redondas que discutiram “cases” bem sucedidos de sustentabilidade; o seu emprego nas contratações de projetos, equipa-mentos e obras; as metas do milênio; o papel das PPPs (Parceria Público-Privada) para a universalização do saneamento e a Regulação do setor de saneamento na atualidade, na qual tivemos a expressiva participa-ção do presidente da nossa Agência Reguladora, Hugo de Oliveira, e o prazer de receber a visita da Superin-tendente Nacional do Governo do Chile, Eng. Magaly

Espinosa Sarria, que nos trouxe, além do seu conhe-cimento técnico, uma simpatia que impressionou a todos. Uma entrevista exclusiva com esta autoridade chilena e a grande repercussão de sua passagem pelo nosso evento estão contempladas nesta edição.

Para nós, técnicos do setor, as palavras ganham um peso mais concreto quando acompanhadas por números, que em 2009 foram animadores, supera-ram os anos anteriores e a expectativas de sucesso. No Encontro, tivemos 2.000 congressistas, 130 pa-lestras técnicas, 5 mesas redondas e 2 seminários: o de Automação, um dos segmentos de maior in-teresse atualmente no setor, e um internacional, promovido pela “Missão Econômica de Israel”. E na Fenasan 2009, 152 expositores mostraram o que há de melhor em tecnologia, para cerca de 10.000 visi-tantes altamente qualificados. Motivadas pelo bom fluxo de conhecimento e otimização de mercado, as empresas expositoras já procuraram garantir o seu espaço na Feira de 2010, comercializando 56% da área disponível, ainda no evento de 2009.

Por tudo isso, orgulhosos destacamos o nosso XX Encontro Técnico – Fenasan 2009, como um dos me-lhores eventos realizados pela nossa AESabesp. Isso pode ser conferido nas páginas dessa edição e no site www.fenasan.com.br.

E para reverenciar a nossa história, a seção “Causos do Saneamento” nos traz um fato ocorrido no nosso I Encontro Técnico, que envolveu o nosso eterno mes-tre, Milton Tsutya. Os sentimentos dos fortes laços de amizade que nascem e crescem dentro do nosso se-tor também estão na crônica “Palavra de Amigo”, que homenageia o nosso colega José Carlos Leitão, não só pelas amizades que ele conquistou na Sabesp, mas para registrar nossa solidariedade pelo momento difí-cil que enfrenta em sua vida profissional e pessoal.

Concluindo, desejo a todos uma boa leitura e agradeço a confiança creditada às ações da AESabesp, sempre elaboradas para atender às expectativas e ne-cessidades do setor.

Eng. luiz narimatsu

PrEsidEntE da aEsabEsP

Válvula

redutora de pressão

Válvula

de alívio

Válvula

de altitude

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controladora de bomba

Válvula

de retenção para esgoto

com portinhola flexível

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rápido com obturador em poliuretano

Ventosa

de alto desempenho

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para esgoto

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VALLOY - Ind. Com. Válvulas e Acessórios Ltda.

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ExpEdiEntE

Saneas é uma publicação técnica trimestral da Associação dos Engenheiros da Sabesp

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente - Luiz Yukishigue Narimatsu Vice-Presidente - Pérsio Faulim de Menezes 1º Secretário - Nizar Qbar

2º Secretário - Ivo Nicolielo Antunes Junior 1º Tesoureiro - Luciomar Santos Werneck 2º Tesoureiro - Nélson Luiz Stábile

DIRETORIA ADJUNTA

Diretor de Marketing - Carlos Alberto de Carvalho Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs Diretor de Esportes - Gilberto Margarido Bonifácio Diretor de Pólos - José Carlos Vilela

Diretor de Projetos Socioambientais - Ivan Norberto Borghi Diretora Social - Cecília Takahashi Votta

Diretor Técnico - Choji Ohara

CONSELHO DELIBERATIVO

Aram Kemechian, Carlos Alberto de Carvalho, Choji Ohara, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, José Carlos Vilela, Ivan Norberto Borghi, Luis Américo Magri, Marcos Clébio de Paula, Nélson César Menetti, Olavo Alberto Prates Sachs, Ovanir Marchenta Filho, Sérgio Eduardo Nadur e Valter Katsume Hiraichi

CONSELHO FISCAL

José Marcio Carioca, Gilberto Alves Martins e Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa

Pólos da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP

Coordenador - Aram Kemechian

Costa Carvalho e Centro - Maria Aparecida S.P. dos Santos Leste - Luis Eduardo Pires Regadas

Norte - Robson Fontes da Costa Oeste - Evandro Nunes de Oliveira Ponte Pequena - Mercedino Carneiro Filho Sul - Paulo Ivan Morelli Fransceschi

Pólos AESABESP Regionais

Coordenador - Helieder Rosa Zanelli Baixada Santista - Ovanir Marchenta Filho Botucatu - Osvaldo Ribeiro Júnior

Franca - Marcos Marcelino de Andrade Cason Itapetininga - Rubens Calazans Filho Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur

Presidente Prudente - Robinson José de Oliveira Patricio Vale do Paraíba - José Galvão F. Rangel de Carvalho

CONSELHO EDITORIAL - Jornal AESabesp

Sonia Regina Rodrigues (Coordenadora) Luiz Américo Magri

Luiz Narimatsu Nelson Luiz Stabile Maria Lúcia da Silva Andrade.

FUNDO EDITORIAL

Silvana de Almeida Nogueira (Coordenadora)

Antonio Soares Pereto, Dione Mari Morita, Luiz Narimatsu, Maria Lúcia da Silva Andrade, Milton Tomoyuki Tsutiya (em memória), Miriam Moreira Bocchiglieri

Coordenador do site: Luis Américo Magri JORNALISTA RESPONSÁVEL

Maria Lúcia da Silva Andrade - MTb.16081

PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Neopix Design

neopix@neopixdesign.com.br www.neopixdesign.com.br

Associação dos Engenheiros da Sabesp

Rua 13 de maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 aesabesp@aesabesp.com.br www.aesabesp.com.br

ÍndiCE

06

matéria tEma

xx Encontro técnico

aEsabesp - fenasan 2009

Ponto dE vista

Muito além da tecnologia

visão dE mErcado

Fenasan, a grande feira do saneamento de 2009

EntrEvista

As considerações de Magaly Espinosa Sarria, a grande autoridade chilena em saneamento

artigo técnico

Redução dos impactos produzidos pela poluição e

contaminação do Rio Paraitinga através do monitoramento ambiental

O monitoramento da qualidade das águas realizado pela Sabesp nos mananciais do Alto Tietê/Cabeceiras - Sistemas Produtores Alto Tietê e Rio Claro

EncErramEnto

Encerramento do Encontro Técnico Aesabesp

vitrinE

“causos” do sanEamEnto

Tradição em Jogos - Tração Trativa X Gás Sulfídrico

Palavra dE amigo

A alegria e a garra do amigo José Carlos Leitão

05 27 31 34 42 49 50 53 54

(5)

ponto dE vista

muito além da tEcnologia

Wilson Passeto é presidente da OSCIP “Água

& Cidade”, que

constituiu uma parceria técnica com a AESabesp, na publicação e distribuição do livro “Água, sua importância em nossa vida”, destinado a professores do ensino fundamental, com conceitos didáticos do uso racional da água.

O aparato técnológico que a AESabesp sempre consegue mostrar anualmente em seus Encontros Técnicos, realizados juntos com as Feiras Nacionais de Saneamento, que trazem o que há de melhor no setor, tem um valor incontestável. Mas, apesar disso, esta entidade também se preocupa com con-ceitos que a tecnologia não resolve, como a cons-cientização no uso racional da água e a educação ambiental, passados para o indivíduo desde os seus primeiros passos na cidadania.

Para nós, integrantes da OSCIP “Agua & Cida-de”, trabalhar com água também é trabalhar com comportamento humano, no qual pode-se inserir o respeito com este bem precioso e a criatividade em organizar formas de utilizá-lo. Daí, nasceu a idéia de criar a Cartilha “Água, sua importância em nossa vida”, destinada aos professores das es-colas da rede pública e privada, para uso didá-tico, com imagens que remetem a um universo lúdico, apropriado aos escolares, cujo um lote foi arrematado pela AESabesp, como primeiro projeto próprio de sua própria OSCIP.

É sabido, mas vale à pena insistir na repetição, que o uso racional de recursos naturais está entre os desafios desse novo milênio, como forma de construção de uma sociedade mais sustentável. A Política Nacional de Recursos Hídricos inclui, en-tre seus objetivos, a utilização racional e integra-da dos recursos hídricos, com vistas ao desenvol-vimento sustentável, propiciando a maximização de benefícios sócio-econômicos e a minimização dos problemas decorrentes de sua escassez, prin-cipalmente voltados à esfera de saúde, habitação, educação e de qualidade de vida.

Nesse sentido, a nossa organização é justa-mente o resultado de um processo de sensibili-zação, conhecimento e atuação, profissional e voluntária, no sentido de envolver a sociedade na questão do manejo da água. Um grupo de indús-trias e empresas de serviços (sócios mantenedo-res), instituições (sócios institucionais), pessoas físicas (sócios individuais) e voluntários da água estão unidos no esforço de apregoar, no Brasil e em outros países, a seguinte missão: “Temos que

conscientizar e mobilizar a sociedade para o uso racional da água de abastecimento urbano e a conservação dos rios urbanos”.

A sociedade deve participar diretamente da gestão da água, inicialmente no habitat humano, as cidades, para depois estender esse conceito - a gestão participativa - para o meio ambiente em geral e os demais insumos.

Na questão da água é necessário que o exer-cício da democracia representativa evolua natu-ralmente para a democracia participativa, onde os indivíduos exercem ações diretamente, executan-do ou induzinexecutan-do os demais, para a sustentabilida-de do ambiente onsustentabilida-de vivem em comunidasustentabilida-de e sustentabilida-de forma solidária.

Tendo como foco a preservação da vida no Pla-neta, a “Água & Cidade” pretende conscientizar e mobilizar a sociedade para a necessidade de se recuperar e conservar rios, lagos, praias e aqüíferos para preservar a vida, especialmente a das crianças. Incluindo-se as pessoas nessa tarefa com informa-ções, conhecimento, ciência, tecnologia, conscien-tização e mobilização, todos estarão aprendendo, por meio de mudanças de atitudes e comporta-mento, a lidar com a água e, por analogia, com os demais insumos e as demais partes da natureza que ainda não se tornaram “urbanas”.

A “Água & Cidade” nasceu como conseqüên-cia natural do Programa de Uso Racional da Água - PURA da Sabesp e da Universidade de São Pau-lo, iniciado em 1997, e do Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNDCA, inicia-do em 1998, no Governo Federal. A entidade acre-dita que, com transparência e ética, prevalecendo a ciência, a tecnologia e a prática, as pessoas vão agir mais preparadas. Por isso que ela não possui uma liderança única, não é o trabalho de um indivíduo nem de um grupo deles, é uma organização onde todos participam. É um movimento de democracia participativa onde está em jogo o principal insumo que garante a sobrevivência da sociedade: a água.

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XX ENCONTRO

TÉCNICO DA

AESABESP

FENASAN 2009

um evento, realizado pela associação dos

Engenheiros

da sabesp, que divulgou as mais

modernas tecnologias, os serviços mais apropriados e

correspondeu à expansão do mercado do setor, acima

de todas as expectativas de sucesso.

(7)

matéria tEma

Já a Fenasan 2009, contou com 152 expositores, empresas fabricantes e fornecedores de equipamen-tos para o setor, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento. A visitação foi em torno de 10.000 pessoas.

Empresas internacionais, como as trazidas pelo consulado de Israel, um país com sérios problemas de captação e gestão de água, da Itália e dos EUA também estiveram presentes neste evento, que ainda contou com a visita da Superintendente Nacional de Sanea-mento do Governo do Chile, Magaly Espinosa Sarria. Na oportunidade, a autoridade chilena apresentou o modelo de regulação dos serviços sanitários do Chile.

Motivada pelos bons resultados de 2009, a AESa-besp já definiu a data do próximo XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010, para os dias 10, 11 e 12 de agosto, no mesmo local. E tal iniciativa tanto provocou o interesse dos congressistas em preparar os seus trabalhos, como dos expositores em garantir o seu espaço na Feira, com a comercialização inicial de 56% da área disponível, si-nalizando mais uma realização de sucesso.

O amplo Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte , em São Paulo – SP, foi o cenário do XX Encontro Téc-nico da AESabesp, em caráter simultâneo com a sua 20ª edição da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), nos dias 12, 13 e 14 de agosto.

Sob o tema “Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental”, o evento foi considerado como o mais importante do setor na América Latina e conseguiu que a sua área de exposi-ção fosse 100% comercializada.

Dentro do Encontro Técnico, que contou com aproximadamente 2.000 congressistas, foram apre-sentados 130 palestras técnicas de Companhias de Saneamento de todo o País, de docentes de universi-dades, e de representantes da iniciativa privada, vol-tados para eficiência operacional, gestão ambiental, resíduos sólidos, eficiência energética, novas tecnolo-gias e políticas públicas do setor, além de cinco mesas redondas, com debates das questões mais atuais e pertinentes do setor.

“a FEnasan 2009, contou

com 152 EXPositorEs E a

visitação Foi Em torno

dE 10.000 PEssoas.”

(8)

Na manhã do dia 12 de agosto, foi realizada a sole-nidade de abertura do XX Encontro Técnico da AESabesp - Fenasan 2009. A cerimônia foi conduzida pelo presi-dente da AESabesp , Luiz Narimatsu, e contou com as presenças de diversas lideranças do setor.

A Mesa de abertura foi composta por Luiz Narimatsu (presidente da Associação dos Engenheiros da Sabesp), Hugo de Oliveira (presidente da ARSESP- Agência Regu-ladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo ), Orlando Diniz Vulcano (presidente da ADM - Associa-ção dos Administradores da Sabesp), Cláudio Antônio Borges (presidente da Associação Sabesp), René Vicente (presidente do Sintaema - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo), Walter Sigolo (superintendente de RH da Sabesp), José Aurélio Boranga (superintendente da UN Médio Tie-tê da Sabesp), Camil Eid (vice-presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo), Dante Ragazzi (presiden-te da ABES-SP - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária), Carlos Alberto Rosito (presidente da AIDIS - Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental), João Alberto Viol (presidente da APECS- As-sociação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), João Carlos Bibbo (presidente da CECRES - Cooperativa de Crédito dos Em-pregados e Servidores da Sabesp ), Daniel Castilho Aze-vedo (presidente da AAPS – Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp), Luis Paulo Almeida Neto (Su-perintendente da UN Baixo Tietê e Grande), Wilson Pas-seto (presidente da OSCIP Água & Cidade) e Vera Bueno (diretora do Sindicato dos Advogados).

Os pronunciamentos dos presentes à mesa giraram em torno do tema do evento: “Sustentabilidade – ca-minho para universalização do saneamento ambien-tal”, o rumo para a universalização do saneamento e o

trabalho da AESabesp em disseminar a tecnologia do setor e atrair o interesses da esfera pública, acadêmica e do se setor privado, para a otimização e excelência do saneamento nacional.

abErtura do Encontro

acomPanhE as rEalizaçõEs do XX Encontro técnico da aEsabEsP

solEnidadE dE abErtura

Lideranças de entidades de classe das mais altas esferas do saneamento marcaram as suas presenças no XX Encontro Técnico – Fenasan 2009

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PalEstra com Washington novaEs:

“os novos limitEs da sustEntabilidadE”

Após a cerimônia de solenidade de abertura, o advo-gado, jornalista e defensor das causas ambientais, Wa-shington Novaes, ainda proferiu a palestra de abertura do Encontro, intitulada: “Os novos limites da sustenta-bilidade”, na qual foi abordada as mudanças climáticas, o crescimento econômico desordenado, o uso racional da água e formas de preservação do meio ambiente para salvarmos o Planeta.

Sem uso de “slides” ou qualquer outro recurso de imagem, o palestrante só fez uso da sua voz séria e gra-ve, para explanar um quadro de gravidade preocupante, propenso a gerar tragédias ambientais. Perguntaram-lhe ao final se ele era um pessimista, questão que Novaes rebateu afirmando que existem soluções viáveis, porém depende de uma enérgica e global vontade política.

trEchos contundEntEs da PalEstra:

“O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli-máticas (IPCC), órgão científico da ONU para a Conven-ção do Clima, diz que as ações humanas já aumentaram a temperatura do planeta em quase 0,8 grau Celsius, e para evitar que o acréscimo vá além de 2 graus será pre-ciso reduzir as atuais emissões em 80% até 2050. Mas ela só cresce e deverá elevar-se em quase 6 graus neste século. Assim, o nível dos oceanos poderá subir até 88 centímetros, o que produzirá aumento de secas, inunda-ções e outros desastres.”

“Cresce o número de vítimas decorrentes dos desas-tres naturais a cada ano. O último balanço referente a 2008 mostra que 200 milhões de pessoas no mundo já foram atingidas por eles. E o Brasil já é o décimo primeiro país nesse ranking. Tivemos furacão em Santa Catarina, tornados, inundações e outros eventos extremos.”

“A Agência Internacional de Energia mostra que o consumo de energia no Planeta vai aumentar 71% até 2030. E 80% das emissões se devem à queima de combus-tíveis fósseis, principalmente para geração de energia. Os países industrializados consomem 51% da energia total, mas como eles têm uma população que não chega a 20% da mundial, cada habitante dos países ricos emite 11 vezes mais do que um habitante das nações mais pobres.”

“É muito interessante o uso de fontes de energia renováveis e limpas. Mas a grande questão é o custo embutido na tecnologia para a sua produção. A Agência Internacional de Energia (AIE) diz que serão necessários investimentos de US$ 15 trilhões em 15 anos em novas fontes de energia para chegar à emissão zero, mas que isso custará menos do que enfrentar as consequências.”

“Há cenários para o Brasil, construídos pelo Inpe, que mostram o seguinte: no ritmo atual, a temperatura na Amazônia poderá subir até 6 graus e no centro-oeste até 4 graus até 2070. No semiárido poderá haver uma perda de até 20% dos recursos hídricos e os prejuízos para a agricultura serão progressivos.”

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“O nosso consumo está mais de 25% além da capa-cidade de reposição da biosfera planetária. É um déficit que está aumentando de ano para ano. As previsões são de que em meio século a exigência humana sobre a na-tureza será duas vezes superior à capacidade de reposição da biosfera e é provável a exaustão dos ativos ecológicos, assim como o colapso dos ecossistemas em larga escala. Será indispensável praticar padrões de consumo que pou-pem recursos e não os desperdicem. Teremos de reformu-lar as matrizes energéticas, de transportes, os métodos na agropecuária, os padrões de construção. E os fatores de custos ambientais terão de estar no centro e no início de todas as políticas públicas e planejamentos privados.”

“De acordo com a ONU, um ser humano precisa de 3 litros diários para beber e 3 mil litros para seus alimen-tos. Doenças veiculadas pela água são a segunda causa de morte de crianças com menos de 5 anos no mundo. São 4,2 mil por dia e 125 milhões de crianças vivem em casas sem água potável de boa qualidade. O problema do saneamento é dramático, 23% da população mun-dial não tem sequer instalações sanitárias e defeca ao ar livre. Se o saneamento fosse universalizado, as do-enças diarréicas poderiam se reduzir em 32%. No Brasil, 80% das internações e das consultas pediátricas na rede pública se devem a doenças veiculadas pela água, prin-cipalmente infecções intestinais. Nos países em desen-volvimento esses males matam 1,7 milhão de pessoas por ano. As propostas no Fórum Mundial da Água pre-cisariam de votação unânime, como ocorre em todos os fóruns da ONU. Uma seria impedir a comercialização e a privatização da água, porque em muitos países onde isso acontece as populações mais pobres ficam sem água.”

“O Brasil, com seus 12% a 13% da água superficial do planeta, fora os aquíferos subterrâneos, tem uma distri-buição muito desigual: 72% estão na Amazônia, o sudeste tem 6%, a bacia do São Francisco 1,7% e a do Paraíba do Sul 1,8%. O nordeste apresenta problemas muito peculia-res, tem 70 mil açudes com 36 bilhões de metros cúbicos, mas essa água não é distribuída e tem altíssimo índice de evaporação, que pode chegar até a 70%. Quanto ao saneamento, o IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] divulgou em fevereiro de 2009 estes números: 34,5 milhões não contam com rede de esgotos nas áre-as urbanáre-as. Se acrescentarmos a isso áre-as pessoáre-as que têm apenas fossas sépticas, vamos chegar perto de 50% da população brasileira, e quase 10% não dispõem de abas-tecimento doméstico de água. Há lugares onde a situação é dramática, como Belém, em que só 8% dos esgotos são coletados e 3% tratados. No país todo, quase 80% dos esgotos coletados não são tratados, e eles constituem o fator mais grave de poluição. Temos de lembrar também que mesmo nos pouco mais de 20% dos esgotos que são tratados no Brasil, a quase totalidade passa apenas por tratamento primário, que remove somente 50% da carga orgânica, sendo o restante despejado de volta nos rios e

no mar. Assim, os esgotos são a principal causa de polui-ção da água no Brasil, e nossos programas de saneamento estão muito atrasados.”

“A perda de água nas grandes cidades brasileiras é outro problema. Em São Paulo, até que ele está minimi-zado. Tivemos notícias de que a Sabesp começou a testar equipamentos japoneses que permitem detectar furos e vazamentos na rede sem fazer escavações, que são ca-ras e demoradas. Isso é um progresso. Outro avanço que houve em São Paulo foi a instalação de hidrômetros por unidade em edifícios. Quando a conta é coletiva, a pes-soa não se sente estimulada a economizar água, porque o gasto se distribui por todos os apartamentos e não se reflete na conta individual. A separação estimula a eco-nomia. Outro avanço seria uma maior diferenciação das faixas de cobrança.”

“Temos obrigações com as futuras gerações. Cabe-nos legar a elas um mundo sustentável e a água é um dos pri-meiros fatores. Vivemos em tempos de mudanças muito velozes. O que antes levava um século para acontecer hoje ocorre em uma década, o que demorava uma década leva um ano. Quem não correr será atropelado pelos tempos, porque a velocidade da informação é cada vez maior.”

o dirEtor cultural da aEsabEsP, Eng. olavo PratEs sachs, EntrEgou o cErtiFicado dE ParticiPação no XX Encontro técnico ao PalEstrantE, Washington novaEs, aPós a conclusão do sEu PronunciamEnto.

(11)

A primeira mesa redonda do Encontro, realizada na tarde do dia 12 de agosto, apresentou o tema “Equilí-brio entre o capitalismo e sustentabilidade numa em-presa - cases bem sucedidos”. Ela foi coordenada por Marcelo Morgado (Sabesp) e contou com a participa-ção de Gesner Oliveira (presidente da Sabesp), Linda Murasawa (Grupo Santander) e Marcos Egydio Martins (Apel Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos).

O presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, iniciou sua apresentação, enfatizando que a Sabesp é uma empre-sa pública com critérios de eficiência e afinada com os novos desafios do saneamento, cujas prioridades atu-ais são o novo marco regulatório do setor, a universa-lização dos serviços e a proteção do meio ambiente. Na sequencia, abordou os altos índices atingidos pela Companhia e sua postura de comprometimento com a sustentabilidade, tanto que conquistou sua posição no rol de empresas do ISE (Índice de Sustentabilidade Em-presaraial) da Bolsa de São Paulo (Bovespa), no seletivo critério que qualificou apenas 32 empresas.

Para se chegar a esses resultados, as principais ações executadas foram: Ampliação de tratamento de esgo-to, Redução de perda de água, Redução no consumo de energia elétrica e as Práticas de Educação Ambiental.

Outra apresentação que obteve muita receptivi-dade do público presente foi a da diretora do

Gru-po Santander, Linda Murasawa, que abordou conceitos diferenciados de Filantropia, Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável. Pos-teriormente destacou o incentivo aos negócios sustentáveis feitos por este conglomerado financeiro, como os Microcréditos, Investimentos Social-mente Responsáveis na Ecoeficiência, nos Financiamentos de energias re-nováveis, nos Processos do mercado de carbono, entre outros.

Também participou dessa mesa, Marcos Egydio Martins, da Apel Pesquisa e Desenvol-vimento de Projetos, profissional muito conhecido no setor de saneamento, que inclusive já atuou na Sa-besp. Em seu depoimento sobre essa realização, ele nos afirmou que “foi motivo de muita satisfação e aprendizado ter participado do Encontro da AESabesp ‘Sustentabilidade – caminho para universalização do saneamento ambiental’, não somente pela riqueza das informações trocadas, como também por consta-tar o nível de excelência das ações que a Sabesp está tomando para se tornar cada vez mais um vetor in-dutor de um novo modelo de desenvolvimento, onde a noção de eficiência econômica está fortemente vin-culada aos conceitos de justiça social e qualidade de vida para todos os habitantes do planeta”.

Em sua apresentação foi demonstrada uma crono-logia da humanidade para com as necessidades de cada período, desde a pré-história até a idade contemporâ-nea, marcada pelo desenvolvimento e consolidação do regime capitalista no ocidente e, conseqüentemente, pelas disputas das grandes potências européias por territórios, matérias-primas e mercados consumidores, envolvendo os panoramas sociais e ambientais e a bus-ca pelo desenvolvimento sustentável.

mEsas rEdondas do Encontro

Cinco mesas redondas foram realizadas no decorrer dos 3 dias do XX Encontro Técnico da AESabesp. Em cada uma delas foram discutidos os assuntos mais atuais e pertinentes ao setor, por especialistas e personalidades destacadas nos segmentos de cada tema proposto.

O download das palestras realizadas está disponível no site www.fenasan.com.br. Basta clicar no símbolo do Encontro Técnico, no centro superior da página de abertura. As informações e imagens gerais do evento de 2009 também podem ser acessadas por este site.

1

a

mEsa

Equilíbrio EntrE o caPitalismo E sustEntabilidadE

numa EmPrEsa - casEs bEm sucEdidos

(12)

No dia 13 de agosto, na parte da manhã foi realiza-da a mesa “Sustentabilirealiza-dade nas contratações de pro-jetos, equipamentos e obras”, coordenada por Francisco Kurimori (CREA), com a participação do deputado fe-deral, Arnaldo Jardim; Gilson Cassini Afonso (Abimaq / Sindesam), João Alberto Viol (APECS / Sinaenco), Marco Antonio Botter (APEOP) e Umberto Cidade Semeghini (diretor de Sistemas Regionais da Sabesp).

Pela Sabesp, o diretor Umberto Semeghini expôs a necessidade da empresa em seguir as normas esta-belecidas pelo Governo federal, para as contratações de obras, mas a vigência atual da Lei Federal 8.666 foi questionada pelos demais integrantes da mesa.

Representando o Sindesam (Sindicato Nacional de Equipamentos para Saneamento Básico e Ambiental) que é Câmara do Setor de Saneamento da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e atua há mais de 30 anos no setor e representa mais de 100 empresas associadas, Gilson Cassini Afonso fez uma apresentação onde expla-nou o grande poder de demanda do setor industrial e sugeriu que haja um apoio ao desenvolvimento de tecnologias mais eficientes em empreendimentos em Saneamento, às garantias de desempenho nos pro-cessos operacionais e uma melhor avaliação de cus-to de instalação, operação e manutenção. Aclamou ainda para que as empresas de tecnologia fabricantes de máquinas e equipamentos sejam formalmente re-conhecidas no relacionamento direto com o cliente final, no âmbito do contrato, e tenham participação direta e efetiva nos programas de implantação das obras de Saneamento Básico.

Nessa mesma linha, João Alberto Viol, represen-tando a APECS (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), afirmou que setor de saneamento

bá-sico ainda vive uma situação de atraso nos seus in-vestimentos e no seu atendimento. E isso se deve à dependência da disponibilidade ou liberação de recursos, que interfere num planejamento adequa-do e na continuidade das obras. Viol argumentou que para garantir a sustentabilidade do ambiente, os empreendimentos nele construído devem atender as necessidades não só da população atual, como da futura, além de possuir qualidade e alcançar os melhores índices de produtividade na relação aos in-vestimentos aplicados.Utilizar soluções tecnológicas, alterar conceitos e hábitos e realizar as transforma-ções no ambiente urbano que permitam restabelecer o equilíbrio com o ambiente natural, também foram grandes motes de sua apresentação.

O representante da APEOP – Associação de Empre-sários de Paulista Obras Públicas, Marco Antonio Botter, reafirmou que no cenário atual dos contratos de obras públicas, a Lei Federal 8.666 precisa ser urgentemente revisada. O deputado federal Arnaldo Jardim, presente na ocasião se colocou como elemento de apoio a essas reivindicações e a própria AESabesp se prontificou a ser uma entidade de apoio às propostas mencionadas.

A mesa redonda deliberou pelo envio da manifesta-ção ao Congresso Nacional, a ser encaminhada através do Deputado Federal Arnaldo Jardim, com os principais pontos da nova lei de licitações PLC032 que afetam diretamente a engenharia nacional principalmente no que tange a critérios para contratação de obras, equi-pamentos e serviços técnicos especializados.

Na oportunidade, a AESabesp, representada pelo seu presidente Luiz narimatsu, também se colocou como uma entidade de apoio a esta deliberação e às questões propostas no desenrolar dos debates.

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sustEntabilidadE nas contrataçõEs dE ProjEtos, EquiPamEntos E obras

(13)

No dia 13 de agosto, à tarde, foi realizada a mesa “Estratégias para implementação das metas do milê-nio e do consumo de água”, coordenada por Amauri Pollachi (Subcomitê Cotia-Guarapiranga), com a par-ticipação de Ana Lúcia Brasil (ABES), Francisco Car-los Castro Lahóz (Agência de Água PCJ), Francisco José de Toledo Piza (Agência de Bacias do Alto Tietê), Rosa Maria Mancini (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo) e Paulo Massato Yoshimoto (diretor metropolitano da Sabesp).

A representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, Ana Lúcia Brasil iniciou sua apresentação com dados do Sistema Nacional de In-formações sobre Saneamento (SNIS 2007) indicam dificuldades para o Brasil cumprir Metas do Milênio definidas pela ONU até 2015. Segundo a palestrante, com base na média de investimentos dos últimos 7 anos e na inclusão de usuário ao sistema, o estudo concluiu que as possibilidades de o Brasil cumprir as Metas do Milênio estabelecidas para o Brasil são de 29,81% para o esgoto e de 71,39% para os serviços de abastecimento de água”.

Já o representante da Agência de Água do Comi-tê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Ca-pivari e Jundiaí (PCJ), Francisco Carlos Castro Lahóz , apresentou a caracterização de cada Bacia, a apli-cação dos seus recursos, a participação do Consorcio PCJ no Plano de Bacias a ser desenvolvido até 2020 e, sobretudo, falou sobre o processo de construção de uma cultura pela valorização da água.

Rosa Maria Mancini, representante da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, abordou,

em sua apresentação, a necessidade de ampliação do acesso aos seguintes serviços: Água potável, Co-leta e Tratamento de Esgoto, Disposição adequada de Lixo, Proteção ao Meio Ambiente, com a redução da perda de biodiversidade e o aumento da proteção e fiscalização das áreas florestais, incluindo a prote-ção de nascentes e de mananciais.

Pela Sabesp, destacamos, nessa mesa, a partici-pação do diretor metropolitano Paulo Massato, que proferiu a palestra “Estratégias para Implementação das Metas do Milênio e do Consumo de Água”, vol-tada para a finalidade de garantir a Sustentabilidade Ambiental e reduzir à metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e a saneamento básico. Imagens da região metropolitana de São Paulo, principalmente as favelas, foram exibidas para demonstrar os índices de atendimento dessa região complexa, cujas captações de água são feitas de distantes sistemas produtores.

Massato também destacou os Programas “Vida Nova” e “Córrego Limpo”, da Sabesp, de recuperação e proteção dos mananciais, bem como de despolui-ção de córregos; as ações de combates às perdas, as ações do PURA -Programa de Uso Racional de Água, os investimentos em coleta e tratamento de esgotos, as fases e investimentos do Projeto Tietê, concluin-do com a uma amostragem concluin-do cenário da Sabesp, para 2012, que tende à universalização com 100% de abastecimento de água, além de contemplar 88% de coleta de esgoto e 85% de esgoto tratado.

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Estratégias Para imPlEmEntação das mEtas do milênio E do consumo dE água

(14)

No dia 14, pela manhã, foi realizada a mesa “A Parceria Pública Privada (PPP) como alternativa para a universalização do saneamento básico no Brasil”, coordenada por Yves Besse (ABCON), com a participa-ção de André Luiz de Paula Marques (SAEG - Cia. de Serviços de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratingue-tá), Carlos R. V. Silva Filho (ABRELPE), Newton de Lima Azevedo (Odebrecht Ambiental), Rogério de Paula Tavares (Caixa Econômica Federal) e Marcelo Salles Holanda de Freitas (diretor de Tecnologia, Empreen-dimentos e Meio Ambiente da Sabesp).

A experiência da Sabesp nas PPPs (Parcerias Públi-co-Privadas) foi relatada pelo seu diretor de Tecnolo-gia, Empreendimentos e Meio Ambiente, Marcelo Salles Holanda, que fez uma explanação do funcionamento dos Sistemas de Abastecimento da Empresa e das obras incluídas nas modelagens de PPPs, com os consórcios vencedores, as cláusulas contratuais, os resultados ob-tidos e os esperados e as informações gerais sobre a licitação para o estabelecimentos das parcerias, que envolvem Investimentos na ordem de R$ 17 bilhões, a serem empregados entre 2009 e 2018.

Também representando a esfera pública, André Luiz de Paula Marques, da SAEG - Companhia de Serviços de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratin-guetá, enfatizou índices promissores conseguidos pelas PPPs, em seu município.

Como vice-presidente da ABDIB (Associação Bra-sileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base) e da Odebrecht Engenharia Ambiental, Newton de Lima Azevedo defendeu a a necessidade de aumento da participação da iniciativa privada, para desenvolvi-mento do setor de saneadesenvolvi-mento.

E um dos grandes destaques dessa mesa foi a participação do Superintendente Nacional de Sanea-mento e Infra-estrutura, da Caixa Econômica Federal, Rogério de Paula Tavares, que apresentou o históri-co da Caixa de importantes históri-contratações em sanea-mento e “cases” de sucesso, como as edificações das ETEs de Jaguaribe – BA, com o investimento de R$ 259.178.069,42, e de Capivari – SP , com o investi-mento de R$ 51.115.396,94, realizadas em 2008.

Em depoimento à Revista Saneas, Tavares especi-ficou os requisitos básicos dos contratos de PPP: valor maior de R$ 20 milhões, prazo de realização entre 5 e 35 anos e indisponibilização dos recursos levanta-dos apenas para contratação de obras públicas, sendo obrigatória a participação do setor privado. Pergunta-do se para o setor de saneamento, era mais vantajoso recorrer aos financiamentos propostos pela Caixa do que os oferecidos pelos aos Bancos Internacionais de Investimentos, como o japonês JBIC, que já financiou projetos para a Sabesp, ele foi direto e enfático: “é muito melhor se endividar em moeda nacional do que ficar sujeito a flutuações do câmbio”.

4

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mEsa

a ParcEria Pública Privada (PPP) como altErnativa Para a univErsalização

do sanEamEnto básico no brasil

(15)

No dia 14, à tarde, encerrando as sessões de mesas redondas, foi realizada a mesa “Regulação do setor de saneamento na atualidade”, coordenada por Paulo Fer-reira (Instituto de Engenharia de São Paulo), com a par-ticipação de Alceu de Castro Galvão Junior (ARCE - Ag. Reguldora de Serviços Públicos do Estado do Ceará), Leonardo Levy (AIDIS), Ricardo Toledo Silva (Secretaria de Estado de Saneamento e Energia do estado de São Paulo), Hugo de Oliveira (ARSESP) e Magaly Espinosa (Governo do Chile).

A convidada ilustre desse XX Encontro Técnico da AESa-besp, Eng. Magaly Espinosa Sarria, superintendente nacional de Serviços Sanitários do Governo do Chile, concedeu uma entrevista exclusiva para a Saneas sobre o funcionamento do setor em seu País, que também foi a base de seu pronun-ciamento nessa mesa redonda, disponível nesta edição.

Os desafios da regulação dos serviços de saneamento no Estado de São Paulo foram apresentados pelo secre-tário adjunto de Saneamento e Energia, Ricardo Toledo Silva, que focou como prioridades a universalização do atendimento em água e esgoto com perenidade nos in-vestimentos; a garantia de segurança, qualidade e trans-parência na prestação de serviços públicos; bem como o fortalecimento institucional do setor, com a sua regula-ção. Mas para se conseguir atender a essas necessidades, é imprescindível o aumento da eficiência e da profissio-nalização na prestação dos serviços, além da promoção do uso eficiente da água e da infra-estrutura.

Representando a Agência Reguladora dos Serviços Pú-blicos do Estado do Ceará (ARCE ), Alceu de Castro Galvão Junior conclamou o apoio aos arranjos para cooperação federativa na regulação dos serviços. Em seu pronuncia-mento, ele também defendeu a independência e autono-mia das Agências (contingenciamento de recursos e auto-rização para realização de concurso público), com criação de estruturas organizacionais compatíveis, com pessoal capacitado e bem remunerado; prover segurança jurídica e estabilidade normativa ao setor; e buscar credibilidade perante a sociedade, poder concedente e regulados.

Profissional renomado no saneamento de São Pau-lo, com atuações na Sabesp, Leonardo Levy, nessa mesa representou a AIDIS – Associação Interamericana de En-genharia Sanitária e Ambiental, cuja finalidade, segundo ele próprio, é catalisar a luta pela água e esgotos para todos na América Latina até 2025, tendo como resultado intermediário o alcance das Metas de Desenvolvimento

do Milênio. Mas para tanto ele defendeu veementemen-te a gestão responsável do setor, com regulação, comu-nicação transparente e investimentos em suas dimen-sões técnicas e sociais.

Consolidando a importância desta última mesa re-donda deste Encontro, o presidente da ARSESP (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), Hugo de Oliveira proferiu a sua palestra, com mui-ta propriedade, a qual reproduzimos na página seguinte.

O presidente da ARSESP ainda fez a seguinte avalia-ção sobre esse evento promovido pela AESabesp.

“Considerado o mais importante evento de sanea-mento ambiental da América Latina, o Encontro Técnico AESabesp/Fenasan, consolidou, em sua 20ª edição, sua vocação de atrair o interesse das esferas pública, privada e acadêmica, em torno do debate e troca de informações sobre temas atuais e de grande relevância para o setor, como a Sustentabilidade, as Parcerias Público Privadas e a regulação dos serviços.

Para a ARSESP, participar deste Encontro foi uma oportunidade de expor um panorama da regulação do setor de saneamento na atualidade e explicitar o traba-lho desenvolvido pela Agência na regulação e fiscaliza-ção dos serviços em mais de 150 municípios do Estado de São Paulo. A regulação, por ser uma atividade recen-te, ainda tem muitos desafios a serem vencidos e a AR-SESP tem buscado através de sua atuação estabelecer padrões e normas para a prestação dos serviços, fisca-lizar e garantir o cumprimento das metas dos contratos e definir tarifas justas tanto para o prestador quanto para o usuário. Com isso, a Agência pretende estimu-lar a eficiência na prestação de serviços, a melhoria da qualidade produtos e serviços oferecidos à população e a conseqüente universalização do atendimento.

O Encontro Técnico contribui de forma efetiva para o desenvolvimento do setor, ao dar espaço para a apre-sentação de novas tecnologias, que podem aumentar a eficiência da prestação dos serviços, e, para a exposição e discussão de cases de sucesso e experiências nacionais e internacionais de gestão do saneamento. Assim, pa-rabenizo a iniciativa da Associação dos Engenheiros da Sabesp em promover anualmente este evento, que trata com seriedade um tema de extrema importância para o desenvolvimento e saúde da população: o saneamento básico e ambiental.”

5

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rEgulação do sEtor dE sanEamEnto na atualidadE

(16)

1. asPEctos concEituais

O que é Regulação

Nas economias de mercado, é a intervenção do Esta-do para regulamentar as relações entre produtores e consumidores ante a existência de atividades que são monopólio natural.

A regulação requer um sistema de leis,

regulamen-•

tos normas e políticas que permitam a intervenção da autoridade para simular condições de concorrên-cia nos serviços públicos de natureza monopólica. A regulação deve procurar o equilíbrio na relação

dos diferentes atores: prestadores de serviço, auto-ridades de governo e usuários.

A regulação deve acontecer sem importar a

enti-•

dade que preste os serviços públicos: Município, organismo descentralizado ou uma empresa con-cessionária.

o PaPEl da agência

catEgorias dE rEgulação

Estrutura da rEgulação

REGULAçãO ECONôMICA

Normas que visam preços módicos e acessíveis a população de baixa renda sem prejuízo do equi-líbrio econômico-financeiro da concessão ou da empresa prestadora do serviço.

REGULAçãO TÉCNICA

Normas que visam garantir a quantidade, quali-dade e confiabiliquali-dade mínima aceitável do serviço prestado. Estas normas se estendem ao planeja-mento indicativo e a otimização do sistema.

rEgulação Econômica- modElo dE

contrato E indicadorEs

MODELOS DE CONTRATO REGULATóRIO: Taxa de Retorno

Price Cap

Combinação

INDICADORES: Tarifas

Subsídios

Fluxo de Caixa

Taxa de Retorno

Custos Marginais

Perdas Comerciais

rEgulação técnica - FunçõEs E

indicadorEs

FUNçõES:

Formular padrões de qualidade

Subsidiar a regulação econômica

Sugerir medidas de incentivo à competição

Subsidiar análise dos programas de eficiência

ener-•

gética INDICADORES: Cobertura

Perdas (físicas)

Continuidade do fornecimento

Consumo de Energia

Fiscalização

Objetivo: verificar as não conformidades com as

normas estabelecidas. Tipos: periódica ou eventual.

Instrumentos: Termos de Notificação, Auto de

In-•

fração, Advertência, Multa, Termos de Ajuste de Conduta.

Mecanismo de Defesa: Recursos Administrativos e

Recursos Judiciais.

ESTRUTURAL

Que agentes participam do mercado

DE CONDUTA

como se comportam no mercado

Estrutura horizontal

Organização das atividades em mercados ou regiões geográficas (por meio de licenças e concessões).

Conceitos vinculados:

economias de escala e subsídios cruzados.

Regulação da qualidade do serviço

(o que recebe o usuário ou o “presta-do” pela entidade operadora): Aspectos Controlados:

- Produto: qualidade e quantidade da água

- Serviço: pressão adequada e continuidade

Controle da contaminação da água

Estrutura Vertical

Organização da atividade em etapas tais como produção, transporte e dis-tribuição de água potável

Conceito vinculado:

economias tecnológicas

Regulação de preços

Modelos Utilizados: Por taxa de rentabilidade Por preços máximos

rEgulação do sEtor dE sanEamEnto

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2. asPEctos lEgais da

lEi FEdEral 11.445/07

objEto:

Estabelece diretrizes gerais para o setor de saneamen-to básico e define parâmetros para a política federal de saneamento ambiental;

PrincíPios:

Universalização; integralidade; preservação de carac-terísticas locais e regionais; articulação com políticas públicas correlatas; eficiência e sustentabilidade eco-nômica; observação da capacidade de pagamento do usuário; transparência das ações; controle social; se-gurança; qualidade e regularidade e integração com a gestão dos recursos hídricos.

dirEtrizEs:

Gestão associada, nos termos do art. 241 da

Cons-•

tituição Federal.

Controle social, garantia de informações e

partici-•

pação da sociedade.

Prestação regionalizada dos serviços: um único

prestador atende a dois ou mais titulares.

Subsídios: instrumento de política social para

ga-•

rantir o acesso a todos, especialmente à população de baixa renda.

Ênfase na separação das funções e na regulação da

prestação dos serviços.

rEsPonsabilidadEs do PodEr

concEdEntE

Elaborar o plano de saneamento; definir o

respon-•

sável pela regulação e fiscalização dos serviços; fixar direitos e deveres dos usuários; estabelecer mecanismos de controle social, etc.

Definir quais funções afetas aos serviços de

sanea-•

mento podem ser delegadas, no âmbito da gestão associada de serviços: organização, regulação, fis-calização e prestação dos serviços.

Obrigatoriedade da celebração de contratos que

disciplinem a prestação dos serviços.

Cumprir com os pré-requisitos de validade dos

contratos:

Plano de saneamento básico, estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira, indicação do ór-gão regulador e das normas reguladoras, e Realiza-ção prévia de audiência e consulta pública sobre o edital e a minuta do contrato.

PrincíPios

gErais

dE

rEgulação

Diretriz: a entidade reguladora dos serviços de

sa-•

neamento deve ser previamente definida.

Princípios: independência decisória e autonomia

administrativa, orçamentária e financeira da enti-dade, que deverá atuar com transparência, tecni-cidade, celeridade e objetividade em suas decisões. Objetivos da regulação: estabelecer padrões e normas

para a prestação dos serviços; garantir o cumprimen-to das metas; prevenir e reprimir o abuso de poder econômico; definir tarifas que assegurem o equilíbrio econômico-financeiro e a modicidade tarifária e in-duzir à eficiência e à eficácia dos serviços.

PrincíPios Econômicos dE rEgulação

A sustentabilidade dos serviços de saneamento

de-•

verá se dar por meio da cobrança dos serviços. Serviços de água e esgoto serão remunerados

pre-•

ferencialmente por tarifas. A revisão e o reajuste das tarifas serão homologados pelas entidades re-guladoras, com base nos termos contratuais. Serviços de lixo e drenagem podem ser

remunera-•

dos por taxas.

Possibilidade de corte dos serviços no caso de

inadimplemento do usuário, desde que com notifi-cação prévia e 30 dias de antecedência.

Subsídios poderão ser diretos ou indiretos,

tari-•

fários ou fiscais, internos a cada titular, ou entre localidades, quando houver gestão associada ou prestação regionalizada.

Os valores investidos pelo prestador em bens

rever-•

síveis geram créditos perante o titular, a serem re-cuperados durante a exploração dos serviços, des-de que os valores sejam anualmente certificados e auditados pela entidade reguladora.

comParação dos marcos:

Planasa

Contrato de concessão

Auto-regulação

Financiamentos assegurados

Ausência do poder concedente

Foco em Obras

Monopólio Natural

Água como bem livre

atual

Contrato de Programa

Agência reguladora

Financiamento de mercado

(18)

CabEçalho

Participação do poder concedente

Foco no Usuário

Monopólio Regulado

Água como de Recursos Hídricos

3. a rEgulação do sEtor dE

sanEamEnto no Estado dE são Paulo

dirEtrizEs da rEgulação Em são Paulo

PrEssuPosto:

Separação das funções de regulação, fiscalização,

planejamento e prestação dos serviços de sanea-mento.

PrincíPios:

Participação municipal efetiva e aumento do

inte-•

resse da sociedade;

Novo ambiente institucional para renovação das

concessões;

Papel do Estado: visão regional e articulada;

Uso eficiente da água e da infraestrutura.

objEtivos:

Universalização do atendimento;

Melhoria da qualidade dos produtos e serviços

ofe-•

recidos à população;

Atuação eficiente e eficaz dos prestadores de

servi-•

ços com vistas a alcançar a modicidade tarifária.

concEPção E caractErísticas básicas

Agência multissetorial (saneamento e energia

in-•

cluindo energia elétrica e gás natural canalizado) e Conselhos de Orientação distintos.

Exercício de competências reguladoras próprias

(do Estado) ou delegadas pela União ou Municí-pios, conforme o caso.

Possibilidade de regulação e/ou fiscalização de

ser-•

viços funcionalmente integrados ou segmentados. Aproveitamento da experiência acumulada pela

CSPE (Comissão dos Serviços Públicos de Energia), da sinergia dos setores de saneamento e energia e busca de racionalidade administrativa no âmbito de uma mesma Secretaria de Estado.

Autarquia especial, com independência decisória,

ex-•

celência profissional (concurso), mandato fixo e auto-nomia administrativa e financeira devido às receitas próprias (taxa de regulação, controle e fiscalização).

controlE E ParticiPação social na

arsEsP

controlE social E atEndimEnto aos

usuários:

Principais decisões são precedidas de consultas ou

audiências públicas;

Disponibilidade de informações na internet;

Ouvidoria.

rEPrEsEntatividadE nos consElhos dE

oriEntação:

Energia: representantes dos prestadores de

servi-•

ços, trabalhadores, consumidores e sociedade civil. Saneamento: (idem energia) + participação

signifi-•

cativa dos municípios.

Estrutura da arsEsP

dirEtoria colEgiada:

Diretor de Regulação Técnica e Fiscalização de

ser-•

viços de distribuição de energia elétrica

Diretor de Regulação Técnica e Fiscalização de

ser-•

viços de gás canalizado

Diretor de Regulação Técnica e Fiscalização de

ser-•

viços de saneamento básico

Diretor de Regulação Econômico-Financeira e de

mercados

Diretor de Relações Institucionais

consElhos dE oriEntação: EnErgia E

sanEamEnto

organograma (figura 02)

(19)

CabEçalho

PrimEiros Passos da arsEsP

na sua Estruturação Funcional:

PEssoal

Realização de concurso público para fazer frente à

capacidade técnica da concessionária; Formação da equipe de “reguladores”;

Credenciamento de peritos.

inFra-Estrutura

Adequação à nova realidade.

organização

Instituição dos Conselhos de Orientação;

Regimento interno e estrutura;

Planejamento estratégico;

Compatibilização de funções existentes com novas

atribuições.

nas suas atividadEs rEgulatórias:

asPEctos dE rElacionamEnto com o

usuário:

Levantamento junto ao PROCON das principais

reclamações relacionadas aos serviços de sanea-mento;

Imposição de obrigação ao prestador de serviços

de disponibilização de informações aos usuários; Obrigação de informação dos números de

ouvido-•

ria do prestador nas faturas emitidas;

Criação de projeto piloto para criação de Serviço

de Atendimento ao Usuário (SAU);

Regulamento de sanção e penalidades (que

in-•

corporou 56% das sugestões recebidas em Con-sulta Pública).

asPEctos técnicos

Consulta Pública de Regulamento das condições

gerais de prestação de serviços;

Criação do sistema de comunicação de incidentes;

Estudo e preparação de sistema de indicadores;

Contratação de apoio técnico para a fiscalização.

asPEctos Econômico-FinancEiros

Participação no processo de reajuste tarifário da

Sabesp em 2008/2009;

Estudo e elaboração de sistema de indicadores e de

plano de contas para contabilidade regulatória; Estudos e pesquisas preliminares sobre modelos de

estruturação tarifária para o setor de saneamento.

4. dEsaFios E PErsPEctivas

Superposição de Funções – (meio ambiente, recursos

hídricos, código de consumidores, Ministério Públi-co, Poder Legislativo, defesa da concorrência, etc.) Titularidade

Assimetria da Informação

Cultura Regulatória (entendimento da população,

cobrança de resultados imediatos, falta de colabo-ração pró-ativa dos diversos atores).

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Foram realizados dois seminários, durante o XX Encontro Técnico - Fenasan 2009:

“Boas Práticas e Tendências de Automação em Saneamento” e “Inovação Tecnológica”

(Missão Econômica de Israel). Ambos suscitaram o interesse não só de Congressistas

como de visitantes da Feira.

sEminários quE mobilizaram o EvEnto dE 2009

boas Práticas E tEndências dE automação

Em sanEamEnto

colaboração da Eng. tânia mara PErEira marquEs (sanEPar – isa)

A AESabesp, em parceria com a ISA Distrito 4, realizou o Seminário “Boas Práticas e Tendências de Automação em Saneamento”, durante o XX En-contro Técnico AESABESP. Esse Seminário foi uma iniciativa inovadora da Associação dos Engenhei-ros da SABESP, objetivando incentivar a discussão de tendências tecnológicas e fomentar a troca de experiências nas aplicações de tecnologias de auto-mação já realizadas pelas empresas de saneamento, considerando os aspectos diferenciais, em termos de processo produtivo, e responsabilidades sociais e ambientais que este segmento representa.

Neste sentido, a parceria com a ISA Distrito 4, Inter-national Society of Automation, organização de padro-nização de automação em nível mundial, representou o esforço comum das duas entidades para que as ne-cessidades do segmento de automação sejam melhor compreendidas e melhor traduzidas, em tecnologias que se apliquem adequadamente aos processos de saneamento e resultem em possibilidades efetivas de otimização de custos para as empresas do setor.

O evento teve um total de 22 horas de programa-ção, entre palestras, minicursos e uma mesa redonda, apresentando diversos temas, padrões técnicos, PIMS, MES sistemas SCADA, eficiência energética, plano dire-tor de automação, sistemas de comunicação wireless e estratégias de controle. Teve como público alvo todos os profissionais que desempenham atividades técnicas ou de tomada de decisão em projetos, implantações, operação e manutenção de sistemas de automação e instrumentação aplicados em saneamento.

As empresas participantes a apoiadoras foram: ISA Distrito 4, Aquarius Software, Cesan, Coester, Copasa, GE Fanuc, Sabesp, Sanasa, Sanepar, Sch-neider e Softbrasil.

No dia 12 de agosto, o Eng. Jim Aliperti, represen-tando a ISA Distrito 4, apresentou a palestra de abertu-ra com o título “Gerenciamento de alarmes e a Norma ISA S18.02”. O Eng. Aliperti, que atualmente é Diretor de Vendas da empresa Honeywell do Brasil, é membro da ISA, da Comissão de Automação do Instituto Brasileiro de Petróleo e também atua na Comissão Editorial da Revista Intech, uma das mais importantes publicações de Automação no Brasil e nos EUA. Em sua palestra, foi abordada a questão da gestão de alarmes, um assunto de crescente importância para os profissionais que ope-ram sistemas automatizados, e para o qual o segmento de saneamento precisa voltar sua atenção. O pales-trante discorreu para a importância do planejamento e racionalização dos sistemas de alarmes, como forma de aumentar a confiabilidade e disponibilidade dos sis-temas automatizados, possibilitando que os operadores confiem nos alarmes gerados e recebam informações efetivamente úteis para as tomadas de decisões ope-racionais. Também foi apresentada uma visão geral da novíssima Norma ISA S18.02, que veio preencher uma lacuna com relação a publicações orientativas e dis-seminadoras das normas técnicas e boas práticas de gerenciamento de alarmes.

Na seqüência, o Eng. José Bosco Fernandes de Cas-tro, da Sabesp; o Eng. Pedro Augusto Mikowski, da Sa-nepar; a Eng. Selma Parreira Capanema, da Copasa e o Técnico Joben Luiz Souza Ribeiro, da Sanepar, apre-sentaram palestras relacionadas ao tema PIMS, MES e Sistemas de Supervisão, compondo posteriormente uma mesa-redonda, abordando aspectos importantes na utilização destas tecnologias.

A palestra do Eng. José Bosco, com o título “Enge-nharia de operação/automação como uma ferramen-ta para a lucratividade e parceria com a universidade”,

(21)

apresentou aplicações de novas tecnologias na Sa-besp, entre elas os sistemas Scada e PIMS, e discutiu estas aplicações como formas de melhorar a gestão produtiva no setor de saneamento. Também abordou a importância da implantação planejada destas tec-nologias, utilizando parcerias qualificadas, como por exemplo, as instituições de ensino.

“Otimização operacional com o uso do SSC – Sis-tema de Supervisão e Controle” foi o título da pa-lestra do Eng. Pedro Augusto Mikowski, da Sanepar, em que apresentou um breve histórico e resultados do processo de implantação do sistema de supervisão e controle, no Centro de Controle Operacional (CCO) do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (SAIC) que atende, além da capital paranaense, mais 11 cidades da Região Metropolitana. Entre os resulta-dos, o Eng. Pedro destacou a melhoria da qualidade do abastecimento de água tratada para a população, o controle efetivo da produção e a redução de gastos com energia elétrica.

A Eng. Selma Parreira Capanema apresentou pa-lestra com o título “PIMS – Aspectos importantes na especificação” em que abordou aspectos diferenciais entre sistemas Scada e PIMS, suas aplicações e desta-cou critérios importantes a considerar na especifica-ção e implantaespecifica-ção de sistemas PIMS.

Complementando as palestras da mesa-redonda do primeiro dia, o Téc. Joben Luiz Souza Ribeiro apre-sentou palestra intitulada “Confiabilidade de informa-ções de vazão em água e esgoto – manutenção pre-ventiva e corretiva” em que destacou a importância da qualificação profissional contínua em instrumen-tação e aspectos de manutenção corretiva e preven-tiva que viabilizam a integridade das informações de vazão mostradas nos sistemas de supervisão e PIMS.

Nos dias 13 e 14 de agosto, foram realizados dois minicursos no período da manhã: a empresa Aqua-rius Software apresentou um mini-curso com tema em sistemas MES, PIMS e SCADA, intitulado “Software de automação: transformando dados de produção em informação gerencial” e a empresa Schneider apre-sentou minicurso com foco em escolha de soluções de automação, intitulado “Definindo o processo e co-nhecendo a automação em saneamento”.

Ainda foram apresentadas dez palestras por re-presentantes das empresas Schneider, SoftBrasil, Coester, Copasa, Sanasa, Cesan, GE Fanuc e Sanepar, abordando importantes temas no contexto atual da automação em saneamento. A importância das nor-mas vigentes, tema discutido na palestra “Conjunto de Manobra e Controle de BT. As Normas vigentes e o Conceito TTA.”. Aspectos desafiadores da utilização das novas tecnologias wireless, tema da palestra “De-safios no desenvolvimento de uma rede Wireless para um sistema de controle de válvulas”. As possibilidades de melhorar a eficiência energética, na palestra “Oti-mização da Capacitância de Reservação”. Alternativas tecnológicas, tema da palestra “Novas arquiteturas para sistemas de controle de processos de saneamen-to”. A automação como importante recurso de gestão operacional, tema explorado na palestra “Água, um dia pode faltar...conscientize-se. Melhore a captação, tratamento e distribuição gerenciando toda a cadeia de produção!”.

A importância de normas técnicas e implantação planejada de novas tecnologia: Jim Aliperti e José Bosco

Mesa redonda com participação das empresas Sanepar, representan-da por Joben Ribeiro e Pedro Mikowski, e Copasa, representarepresentan-da por Selma Capanema

Inovação na Fenasan: a realização de minicursos de automação (na foto, o instrutor Carlos Paiola)

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A utilização de tecnologias de automação como valiosa ferramenta na gestão operacional também foi destaque na palestra “Gerenciamento e Sintonia de Malhas de Controle – Primeiro Passo na Redução de Custos Operacionais”, na palestra “Coagulação - Técnicas e ferramentas para controle” e na palestra “Uma discussão sobre as tecnologias e estratégias de controle para melhoria de desempenho e redução de custos em sistemas de dosagem de produtos quími-cos”, esta última ministrada pelo Prof. Doutor Celso Munaro, demonstrando resultados de uma parceria entre Cesan e UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).

Finalizando o evento, o assunto das tecnologias de comunicação necessárias para viabilizar o moni-toramento e o controle à distância foi abordado na palestra “Telemetria e Telecomando da Região Metro-politana de Vitória”, proferida pelo Eng. Afonso Celso de S. Oliveira e na palestra “A Importância da Inclusão do Planejamento de Tecnologias de Comunicação de Longa Distância em Planos Diretores de Automação”, que teve como palestrante a Eng. Tânia Mara Pereira Marques.

inovação tEcnológica (missão Econômica dE israEl)

Esse seminário, realizado em 13 de agosto, foi promovido pela Missão Econômica de Israel no Bra-sil, em parceria com o Israel Newtech, programa nacional de atuação nas indústrias israelenses que desenvolvem soluções inovadoras para os setores de água, saneamento e recursos hídricos. Além do seminário, a Missão Econômica de Israel também montou um estande na Fenasan 2009.

As empresas que formaram o “pool” israelense e apresentaram as suas tecnologias e atuações nesse evento foram:

Arad Technologies (www.aradtec.com)

■ atua

com leitores e medidores automáticos de consumo de água.

A.R.I. (www.arivalves.com)

■ atua com dispositivos

para controle de vazão.

MIYA (www.miya-water.com)

■ que atua com

so-luções para evitar o desperdício e perda de água.

Aqwise (www.aqwise.com)

■ atua com tratamento

de esgoto (bioreatores de leito móvel).

C-Valves (www.cvalves.com)

■ atua com válvulas

de redução de pressão e controle de vazão.

Arkal (www.arkal-filters.com)

■ atua com filtração

automática para estações de tratamento de água.

Amiad (www.amiad.com)

■ atua com filtração

au-tomática.

Bermad (www.bermad.com)

■ atua com

equipa-mentos para otimização de sistemas de abasteci-mento de água.

Foi unânime a disposição dessas oito empresas israelenses em firmar parcerias com empresas bra-sileiras que tenham interesse em conhecer melhor suas tecnologias.

Sendo Israel um país cujo território é um dos mais áridos do mundo (grande parte formada por deserto), o país precisou superar obstáculos e de-senvolver tecnologias e soluções de ponta para os problemas de escassez de água, dentre outros, tor-nando-o bastante desenvolvido nestes segmentos. Merecem destaque setores como o reuso da água, o controle de perdas, o monitoramento e tratamen-to da água, irrigação e dessalinização.Os interessa-dos podem se comunicar pelo endereço eletrônico: brazil@israeltrade.gov.il

Referências

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