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No documento XX Encontro. Entrevista. mesas redondas (páginas 30-32)

EntrEvista

as considEraçõEs dE magaly EsPinosa

sarria, a grandE autoridadE chilEna

Em sanEamEnto

Magaly Espinosa é superrintendente nacional de Serviços Sanitários do Governo do Chile

O XX Encontro Técnico e Fenasan 2009 receberam a ilustre visita da grande autoridade do Governo do Chile, no setor de saneamento: a superintendente nacional de Serviços Sanitários, Magaly Espinosa Sarria.

Engenheira comercial, com mestrado em economia, pela Universidade do Chile, e pós-graduação em eco- nomia pela Ilades-Georgetown University, há 23 anos tem sua trajetória construída no setor público de seu País, com passagens pelo Ministério da Economia e pela Superintendência de Serviços Sanitários, pasta da qual se tornou titular desde 2006.

Ela esteve na Fenasan, a convite da AESabesp, for- mulado pelo presidente, Luiz Narimatsu, e pelo diretor técnico da entidade, Olavo Prates Sachs, durante o Con- gresso da AIDIS, no Chile, em 2008. A Superintendente percorreu os corredores de toda a Fenasan e participou da Mesa Redonda de encerramento do Encontro Técni- co “Regulação do setor de saneamento na atualidade”, na qual foi alvo de perguntas de vários interlocutores.

Demonstrando grande simpatia pessoal, além de incontestável conhecimento técnico e social do setor de saneamento, Magaly Espinosa respondeu a todos os questionamentos dos presentes e ainda abriu um espa- ço para esta entrevista exclusiva para a Revista Saneas.

Saneas: O que suscitou o interesse da senhora em visitar um evento do setor de saneamento no Estado de São Paulo?

Magaly Espinosa: Eu recebi um gentil convite

dos dirigentes da Associação dos Engenheiros da Sabesp e o aceitei porque tenho muito apre- ço pelo Brasil e interesse por conhecer os seus processos dentro do saneamento. Neste evento, vejo que estão reunidos grandes expoentes des- te País, além da apresentação de boas tecnolo- gias e um público que prestigia bastante esta entidade, que representa a Sabesp, uma empre- sa de muita importância no contexto mundial do nosso setor.

Saneas: Gostaríamos que a senhora nos des- crevesse o perfil do seu País, com evidência para o setor de saneamento.

Magaly Espinosa: O Chile é um país que abriga

16,7 milhões de habitantes, sendo que a grande maioria (cerca de 14,4) residem nas áreas ur- banas e por volta de 2,3 estão instalados nas áreas rurais. Tanto na cidade quanto no campo, o setor sanitário atende a demanda de 100% de fornecimento de água potável, com servi- ços contínuos por 24 horas. Já a cobertura em tratamento de esgoto alcança o índice de 98% e de tratamento de águas residuais, na ordem de 82%.

Magaly Espinosa recebe o Relatório de Sustentabilidade da Sabesp, entregue pelo assessor de Meio Ambiente da Empresa, Marcelo Morgado, acompanhados pelo presidente da AESabesp, Luiz Narimatsu, e pela coordenadora do Pólo Pinheiros, Maria Aparecida dos Santos.

maGaly Espinosa

EntrEvista

Saneas: Como se opera o saneamento em seu País?

Magaly Espinosa: Na área urbana, são 15 operado-

res privados, para atender 15 regiões que cobrem todo o País. São elas (em alinhamento geográfico): Arica y Parinacota, Tarapacá, Antofagasta, Atacama, Coquimbo, Valparaíso, Lib. Bernardo O`Higgins, Me- tropolitana, Del Maule, Bío Bío, De La Araucanía, De los Ríos:Valdivia, De los Lagos: Puerto Montt, Car- los Ibañez Del Campo e Magallanes. Apenas uma só empresa tem concessão para operar em cada região. Já para o setor rural, os sistemas de abastecimento são subsidiados pelo Estado, por meio do Programa “Água Potável Rural”, criado pelo nosso Ministério de Obras Públicas.

Saneas: E qual é o procedimento em relação à cobrança de tarifas?

Magaly Espinosa: Se aplica tarifas eficientes e de

autofinanciamiento, num custo médio de US$1,3 por m3, considerando o fornecimento de água po- tável e também o tratamento de águas residuais. Mas, além disso, existe o sistema de subsídio direto para as famílias pobres, que cobrem o percentual necessário, de acordo com a sua avaliação social, em alguns casos chegando à totalidade.

Saneas: Em sua opinião, quais são os fatores que propiciam este atendimento de acordo com a es- tratificação social?

Magaly Espinosa: Em primeiro plano, a base é a

estabilidade da política do setor, desde a adoção

do seu Marco Regulatório, em 1989, pelo qual se definiu as regras do jogo: a incorporação de capi- tais privados, a aplicação de subsídios focalizados na demanda, a transparência de resultados nos pro- cessos de privatização e a criação da Superinten- dência de Serviços Sanitários, com fortes atribui- ções de controle e fiscalização de serviços, inclusive com autonomia para aplicação de multas.

Saneas: Dentro desse processo de fiscalização e controle, qual foi o principal entrave?

Magaly Espinosa: O ponto mais complexo foi criar

bons mecanismos de controle de perdas com alta funcionalidade, que incluiu desde a detectação de ligações ilegais de água e esgoto, como o gasto ex- cessivo de energia em operações diversas, por falta de tecnologia e de gestão.

Saneas: Qual foi o impacto e a importância de se empregar um marco regulatório no Chile?

Magaly Espinosa: O País começou a contar com

uma gestão mais eficiente das empresas prestado- ras, que modernizaram os seu serviços. A adoção de um sistema regulatório baseado em tarifas de autofinanciamento também trouxe eficiência às concessionárias, uma vez que o Estado ficou com o papel de regulador e fiscalizador (fixando preços e padrões de qualidade), transferindo ações (na or- dem de 60%) para as empresas que detiveram os direitos de exploração de cada área, em contratos com a vigência de 30 anos.

tanto na cidadE quanto no

No documento XX Encontro. Entrevista. mesas redondas (páginas 30-32)

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