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[Recensão a] MARGARIDA GARCEZ VENTURA - João da Silveira, diplomata português do séc. XVI Autor(es): S., N. N. C.

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[Recensão a] MARGARIDA GARCEZ VENTURA - João da Silveira, diplomata

português do séc. XVI

Autor(es):

S., N. N. C.

Publicado por:

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos

Clássicos

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/29207;

http://hdl.handle.net/10316.2/29207

Accessed :

4-Jul-2021 02:52:15

digitalis.uc.pt

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que é bem diversa a opinião que se colhe da leitura do Commentarius de Teive. E pros-segue: «se a veracidade histórica algo sofre com isso, a compreensão ideológica do texto tem muito a ganhar, porque assim se distingue melhor o carácter e a intenção da elaboração estilística do humanista...».

Em nosso entender, o âmago da queitão está na forma como se procede a essa leitura do Commentarius: importaria saber se a intenção do leitor é analisar a obra do ponto de vista literário, se do ponto de vista da exegese histórica.

Literariamente, a história e a moral podem ser confundidas e a retórica do autor, reconhecida como tal, pode ser interpretada à luz do discurso dos escritores clássicos e dos seus valores.

Não nos parece contudo possível utilizar essa mesma retórica para a elevar a expressão do juízo histórico de Diogo de Teive. Para se apurar, à luz da história, o pensamento histórico-políticodo humanista, era necessária uma análise exaustiva da obra, mais minuciosa como análise e mais objectiva.

Isto não invalida, contudo, o mérito deste trabalho, que deixa transparecer de forma curiosa, a complexidade do problema.

Ao surgir alguns meses antes da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, em que se comemorou o período áureo de Portugal como nação europeia, este livro impõe-se como uma reflexão dos nossos valores culturais, da nossa indivi-dualidade na república das letras, em que a influência clássica é manifesta não só nas formas mas na própria expressão vocabular. Este classicismo perdura ao longo de vários séculos e informa ainda o próprio modernismo, de que Fernando Pessoa é o expoente máximo.

Pela sua temática, pela vastidão dos conhecimentos que abarca, pelo estilo de análise critiea e filológica que apresenta, a obra A tradição clássica na literatura portuguesa — enriquecida de notas críticas e explicativas, uma bibliografia

especia-lizada e índices ideológicos e onomásticos —• destina-se a todo um público interessado em conhecer as suas raízes históricas e a sua integrarão no tempo em que vive.

N. N. C. S.

MARGARIDA GARCEZ VENTURA,

João da Silveira, diplomata português

do séc. XVI. Lisboa, Gabinete Português de Estudos

Humanís-ticos, 1983, p. XI + 225.

Elaborada e redigida para ser apresentada como tese de licenciatura, esta obra é uma biografia circunstanciada da vida e actividade de João da Silveira.

Ao inserir esta figura no seu contexto familiar, social e público, a autora ofe-rece-nos, de relance, uma perspectiva de conjunto da política de três reinados suces-sivos : de D. João II, de D. Manuel e de D. João III.

Filho primogénito de Fernão da Silveira, escrivão da puridade de D. João II, que foi um dos principais responsáveis pela conspiração do Duque de Viseu, João da

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481 Silveira, mercê da política de reconciliação de D. Manuel, pôde ascender ao alto funcionalismo, à carreira militar e diplomática.

Nomeado em 1502 trinchante-mor do rei, em fins de 1509 ou 1510 desempenha o papel de embaixador de D. Manuel na corte de Luís XII, em França. Em 1515 é feito Craveiro da Ordem de Cristo e no ano seguinte parte para a índia como capi-tão-mor de cinco navios e uma nau, em auxílio do governador, onde permanece pelo menos os três anos de serviço obrigatório.

Já em Lisboa, é referido pelos cronistas como fazendo parte «da muyto nobre companhia e muy principaes pessoas», no dizer de Garcia de Resende, que seguiram, em Agosto de 1521, a Infanta D. Beatriz até Sabóia, o que é revelador da sua impor-tância social.

A morte súbita de D. Manuel trá-lo de regresso a Lisboa, onde pouco se demora, pois em 19 de Fevereiro de 1522 parte, às ordens do rei D. João III, em missão diplo-mática para a corte francesa de Francisco I.

Referimos propositadamente estes dados biográficos, que ocupam o primeiro capítulo da obra, não só pelo seu interesse para a compreensão dos acontecimentos, mas ainda porque a autora se esforçou com uma grande seriedade e espírito crítico a recolhê-los, resistindo à tentação de repetir, devido ao problema da homonímia no séc. xvi, erros que conceituados autores cometeram.

O segundo capítulo deste livro, dedicado inteiramente à actividade pública de João da Silveira, dá o maior relevo à sua actividade diplomática em França de 1522 a 1530, ano da sua morte em Amboise (p. 28-121).

Neste período de lutas constantes entre Carlos V e Francisco I, em que é notória a ausência de um rumo na política externa portuguesa, João da Silveira sofre as consequências de todas as hesitações e oscilações e é a expressão directa das caracte-rísticas ambíguas da sua embaixada. O artificialismo das relações de amizade entre Portugal e os países vizinhos, bem como a relutância de D. João III em alterar a sua atitude de neutralidade aparente, condicionaram a nossa política interna e externa de então. Com a Espanha estava por resolver a questão das Molucas. Com a França a situação era ainda mais dramática: a actividade dos corsários franceses era intensa e contribuía não só para uma grande instabilidade do nosso comércio com a Flandres mas também punha em causa os direitos dos portugueses no Brasil e na índia.

A actuação de João da Silveira, muitas vezes secundada por Diogo de Gou-veia — assaltado uma das vezes em Espanha, quando levava cartas para França — chega ao seu termo com a sua morte, quando a política francesa recrudescia de hosti-lidade nas suas relações com Portugal. O julgamento de Saint-Germain-en-Laye e a concessão no Parlamento de Paris, da carta de João Ango (1529-1530) são a maior prova de que Francisco I tentava quebrar as regras internacionais vigentes, no que diz respeito aos nossos direitos, na navegação e no comércio marítimo. «Avan-çando com situações de facto», visava «forçar ajustes e acordos criadores de novas regras mais dependentes de um equilíbrio real de poderes», conclui com justeza a autora, neste segundo capítulo da obra.

Esta visão de conjunto, predominantemente factual e descritiva, basta por si só para distinguir a importância deste estudo. Ao oferecer uma espécie de panorâmica de conjunto dos factos mais relevantes da época com os quais João da Silveira tem relação directa ou indirecta, tenta relevar a acção deste diplomata quinhentista, forçosamente «informativa» mais do que «negociadora». No entanto; não fica

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sempre bem clara a personalidade e a intervenção de João da Silveira em alguns dos aspectos focados, ou por falta de dados seguros ou peia dificuldade em emitir juízos críticos. Apesar disso, a autora colige documentos e testemunhos, de carácter privado e público, de uma grande riqueza.

A segunda parte da obra apresenta um «Apêndice documental» (p. 123-211) que inclui um «Quadro de navios apresados pelos franceses entre 1522 e 1530». Segue-se um extenso índice de «Fontes arquivísticas e bibliográficas» (p. 213-224) e um índice de matérias (p. 225).

Em suma, a visão diplomática de D. João III — intimamente ligada à sua política externa —, que domina fundamentalmente este estudo biográfico, explica o seu interesse para a história económica, política e social do nosso país, numa época em que se definia, tal como nos dias de hoje, a nossa posição na Europa — como o sublinha, de forma tão expressiva, o Prof. J. Borges de Macedo, no prefácio.

Sem pretender esclarecer todos os problemas, a Dr.a Margarida Garcez Ventura

apresenta um trabalho sério que se oferece como um bom instrumento de consulta e pesquisa aos investigadores do nosso Renascimento, que esperam a prossecução das suas investigações, de que deixou promessa.

N. N. C. S.

Actes du XXI

e

Colloque International d'Études Humanistes —

L'Huma-nisme Portugais et l'Europe — Tours, 3-13 Juillet 1978. Centre

d'Études Supérieures de la Renaissance — Université de Tours,

Fondation Calouste Gulbenkian, Centre Culturel Portugais,

Paris, 1984, 888 pp.

No seu plano de actividades e Colóquios sobre a Época do Renascimento, realizou o Centre d'Études Supérieures de la Renaissance da Universidade de Tours, com o apoio do Centre Culturel Portugais da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, no ano de 1978, um Colóquio sobre o Humanismo Português e a Europa.

Reunião do mais alto interesse cultural, nela tomaram parte estudiosos e especialistas desse período áureo da nossa cultura, o Humanismo, que apresen-taram importantes comunicações sobre as relações culturais entre Portugal e a Europa, durante esse período.

Trata-se, na verdade, de uma época rica nesse intercâmbio pois, não só. muitos dos nossos mais importantes humanistas alcançaram grande nome além fronteiras, em França, em Itália, como notáveis humanistas europeus viveram e ensinaram em Portugal e aqui escreveram muitas das suas obras. Tanto mais importante foi este Colóquio quanto é certo tratar-se de uma época da nossa história da qual há ainda muito a estudar, pois grande parte das obras escritas em latim continua a ser desconhecida.

Referências

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