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ENSINO SECUNDÁRIO EM SANTA CATARINA: REDES E CULTURAIS ESCOLARES ( ) 1 RESUMO

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ENSINO SECUNDÁRIO EM SANTA CATARINA: REDES E CULTURAIS ESCOLARES (1932-1945)1

Norberto Dallabrida2 Universidade do Estado de Santa Catarina

Luana Bergmann Soares3 Universidade do Estado de Santa Catarina

Ana Laura Tridapalli4 Universidade do Estado de Santa Catarina RESUMO

No início do século XXI, parte considerável da população brasileira ainda não está incluída no ensino médio, o que contribui para perpetuar desigualdades no acesso aos bens econômicos e culturais. No Estado de Santa Catarina, em 2002, segundo dados da Secretaria Estadual da Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, apenas 45,8% dos cidadãos com a idade entre 15 e 19 anos estavam matriculados nesse nível de ensino. A exclusão dos adolescentes da escolarização média foi construída historicamente, em boa medida mediante a omissão dos poderes públicos estadual e federal. Com o intuito de compreender essa questão contemporânea, o presente trabalho estuda a formação das redes e culturas escolares dos colégios de ensino secundário em Santa Catarina, durante a chamada “Era de Vargas” (1930-1945). Nas três primeiras décadas do século XX, em Santa Catarina, havia somente um colégio de ensino secundário oficializado, o Ginásio Catarinense, de caráter privado, dirigido pelos padres jesuítas e direcionado para as elites estaduais. A partir de 1932, sob os ares modernizantes da "Reforma Francisco Campos", houve crescimento significativo do ensino secundário no território catarinense, de forma que, em meados da década de 1940, havia oito colégios desse nível de ensino. Todos esses educandários eram de caráter privado, fato que elitizava ainda mais o ensino secundário, e a maioria deles era dirigida por congregações católicas. É importante considerar que, até meados do século XX, havia um fosso entre o ensino secundário e os cursos técnico-profissionalizantes, de modo que somente o primeiro dava direito ao acesso aos cursos superiores. Esse dualismo escolar explícito contribuiu, de forma significativa, para produzir gritantes desigualdades escolares e sociais. As culturas escolares desses colégios são investigadas a partir das operações de seleção, organização, transmissão e avaliação dos saberes escolares e do perfil sociológico do alunado. As escolas apropriam-se de formas específicas das “disciplinas-saber” e dos mecanismos de regulação do corpo docente e discente definidos nos currículos oficiais. Pela forma como conformam a cultura escolar, as instituições de ensino constituem as suas clientelas. As escolas diferenciam-se pela forma como respondem às demandas de capital cultural e social de grupos sociais específicos, que têm expectativas diferentes em relação à escolarização. Por isso, é necessário pensar em modos de educação escolar, que têm variado historicamente de acordo com os marcadores sociais como gênero, classe social, etnia, religião. Essa leitura das culturas escolares apóia-se nos trabalhos histórico-sociológicos de Dominique Julia, Jean-Claude Forquin, Ivor Goodson, Roger Chartier, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, Julia Varela e André Petitat, entre outros. A sua base empírica é constituída de documentação escrita, como jornais de circulação estadual e local e relatórios escolares, e iconográfica, como fotografias e desenhos, bem como por depoimentos de ex-professores e alunos egressos. Nos colégios de ensino secundário catarinense, entre 1932 e 1945, apesar de impasses e tensões, como no Instituto Bom Jesus de Joinville, a cultura escolar nacionalizou-se, com destaque

1 Este trabalho é resultado parcial da pesquisa “O Ensino Secundário em Santa Catarina entre as décadas de 1930

e 1950: redes e culturas escolares”, coordenado por Norberto Dallabrida e financiado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pelo CNPq. Ele contou com a participação dos alunos Fernando Leocino da Silva, Letícia Cortellazzi Garcia, Luana Bergmann Soares, Rogéria Rebello Diegoli, Marcos Roberto Martins e Ana Laura Tridapalli.

2 Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do Departamento de História da

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). E-mail: norberto@udesc.br

3 Graduanda da 5ª fase do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), bolsista

de Iniciação Científica do PIBIC/CNPq. E-mail: luanabergmann@yahoo.com.br

4 Graduanda da 8ª fase do Curso de História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e bolsista de

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para o ensino da língua, história e geografia pátrias e a realização de festas cívicas – particularmente durante o Estado Novo. Ela também passou a ter organicidade por meio de estratégias como a seriação curricular, a freqüência obrigatória dos alunos e um sistema regular e detalhado de inspeção escolar – definidas pelas reformas federais do ensino secundário. Esse momento histórico foi marcado também pela disseminação e consolidação de dispositivos de disciplinamento do corpo discente, como o controle do tempo, o esquadrinhamento do espaço, o incitamento ao trabalho regular e a classificação, premiação e punição dos alunos. No entanto, os colégios de ensino secundário apropriaram-se da forma e do conteúdo do currículo nacionalizador a partir do ethos de seu corpo dirigente e docente, bem como pelas expectativas dos grupos sociais que os freqüentavam. Por exemplo, verifica-se diferenças na cultura escolar dos colégios dirigidos por padres alemães/teuto-brasileiros, como o Ginásio Catarinense e o Colégio Santo Antônio, e aqueles sob o comando de religiosos franceses/franco-brasileiros, como o Ginásio Aurora. Os colégios de ensino secundário em Santa Catarina, na “Era de Vargas”, educaram, grosso modo, os filhos das elites regionais e estaduais e partes restritas das classes médias emergentes e privilegiaram os adolescentes homens, pois quatro deles eram exclusivamente masculinos, três praticavam a co-educação e apenas um, o Colégio Coração de Jesus, era exclusivamente feminino. Além de serem elitistas, especialmente devido ao seu caráter privado, esses educandários produziram desequilíbrio de gênero.

TRABALHO COMPLETO

Com a implantação do regime republicano no Brasil, os governos estaduais priorizaram o ensino primário, particularmente por meio da instituição dos grupos escolares, e a formação dos professores desse nível de ensino, através da criação e/ou modernização das escolas normais. O pioneirismo desse processo coube ao Estado de São Paulo, mas, nas primeiras décadas da Primeira República, os grupos escolares e as escolas normais reformadas, com seus específicos e imponentes prédios, estabeleceram-se nas principais cidades dos Estados brasileiros, especialmente nas suas capitais. Apesar de o projeto dos grupos escolares não universalizar o ensino primário, ficando praticamente restrito ao mundo urbano, percebe-se que nesse nível de escolarização o setor público fez-se presente de forma expressiva. Com a nacionalização da educação colocada em marcha desde a Primeira Guerra Mundial e incrementada, de forma autoritária, durante o Estado Novo, houve investimento do Governo Federal no ensino primário, com o intuito de construir a brasilidade entre todos os cidadãos.

No entanto, o ensino secundário não recebeu o mesmo tratamento dos governos estaduais e federal. Com algumas exceções, como o Colégio Pedro II do Rio de Janeiro – mantido pela União – e alguns ginásios estaduais, o ensino secundário foi entregue pelos governos oligárquicos às instituições privadas, sobretudo aquelas de caráter confessional. Nesse nível de ensino, a Igreja Católica ganhou destaque, pois, segundo Bruneau (1974, p.122), em 1931 mais de ¾ das escolas secundárias brasileiras pertenciam à rede católica. Essa situação era parte integrante da reestruturação da Igreja Católica, que iniciou timidamente em meados do século XIX e avançou de forma significativa com a laicização do Estado brasileiro implantada pelo regime republicano. Desta forma, boa parte dos governos oligárquicos estaduais e as autoridades episcopais fizeram alianças explícitas ou discretas no sentido de viabilizar o estabelecimento de colégios de ensino secundário de confissão católica. O fato decisivo para o êxito nesse processo foi o transplante de congregações e ordens católicas européias para o território brasileiro, que possuíam quadros com formação docente européia, praticamente inexistentes no Brasil e desejados pelas elites brasileiras. Os colégios católicos, especialmente os internatos masculinos e femininos, eram pagos e tornaram-se uma importante fonte de renda para a Igreja Católica, que, no período republicano, não era mais a religião oficial do Estado brasileiro (DALLABRIDA, 2005).

No Estado de Santa Catarina, no início do período republicano, foi criado o Ginásio Catarinense, público e gratuito, de acordo com os encaminhamentos da Reforma Benjamin Constant. No entanto, em 1905, o governo estadual fechou as suas portas e viabilizou a instalação de outro educandário de ensino secundário, localizado em Florianópolis e dirigido pela Companhia de Jesus, que também passaria a se chamar Ginásio Catarinense. O estabelecimento do colégio dos padres jesuítas no início do século XX foi um dos principais fatos da tecitura da aliança entre a Igreja Católica e as oligarquias catarinenses e representou a privatização do ensino secundário em Santa

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Catarina na Primeira República, bem como a quebra da laicização escolar implementada pelo regime republicano. Até o início da década de 1930, o Ginásio Catarinense foi o único estabelecimento que proporcionava escolarização secundária de forma regular e seriada, convertendo-se numa instituição formal das elites. E, pelo fato de não dividir com outro colégio do território catarinense a formação escolar secundária, efetivou a sua função de homogeneização cultural (DALLABRIDA, 2001).

O Ginásio Catarinense continuou tendo caráter privado, mas, a partir da década de 1920, ganhou alguns privilégios devido à assinatura de um novo contrato com o Governo Estadual. Segundo o termo de contrato entre o Governo do Estado de Santa Catarina e a Sociedade Literária Padre Antônio Vieira (TERMO..., 1920, p.285-287), o Ginásio Catarinense continuaria sendo “Ginásio Oficial do Estado [de Santa Catarina]” – status concedido em 1917 – e passaria a receber gratuitamente 5 alunos externos e 20 alunos externos, indicados pelo executivo estadual. As condições a serem observadas pelo Governo Estadual estavam colocadas no artigo 2º desse contrato, que dizia o seguinte:

Art. 2º - Da parte do Governo do Estado:

§ 1º - O Governo do Estado concede ao Ginásio todas as regalias de um Instituto Estadual ou Oficial, como sejam, isenção de impostos estaduais, publicação gratuita dos anúncios no jornal oficial do Estado e fornecimento de água e luz.

§ 2º - O Governo não poderá abrir, no espaço de duração do contrato, outro Ginásio Oficial em qualquer ponto que seja.

§ 3º - O Governo paga anualmente ao Ginásio, para a manutenção do mesmo, além da Inspeção, 30 (trinta) contos de réis, fazendo-se os pagamentos mensalmente no valor de Rs 2:500/000 (dois contos e quinhentos mil réis). § 4º - Este contrato tem prazo de 25 (vinte e cinco) anos. [grifos nossos]

Por meio desse contrato, que entrou em vigor em 1º janeiro de 1921, o Governo de Santa Catarina não poderia abrir nenhum ginásio oficial até o ano de 1946, estabelecendo novamente e de forma mais absoluta a privatização do ensino secundário em Santa Catarina, ao que parece, fato inusitado no conjunto da federação brasileira. No Estado de Santa Catarina, o ensino público somente seria implantado após a expiração do contrato entre os jesuítas e o executivo catarinense. Assim, em 1947, durante o Governo Aderbal Ramos da Silva, foi criado o curso ginasial no Colégio Pedro II de Blumenau, e no Instituto de Educação Dias Velho, localizado na capital catarinense.

No entanto, na primeira metade da década de 1930, verifica-se um crescimento significativo do ensino secundário no Brasil e em Santa Catarina, impulsionado pelas inovações escolares colocada em marcha a partir da Revolução de 30, como a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública e a Reforma Francisco Campos. No território catarinense, nesse curto período, foram criados sete novos colégios de ensino secundário, não havendo alteração desse número de educandários até o final do Estado Novo. Neste trabalho procura-se compreender a configuração do ensino secundário no Estado de Santa Catarina entre o início da década de 1930 e e meados do decênio seguinte, ou seja, durante a chamada “Era Vargas”. É importante esclarecer que, nesse momento histórico, o ensino secundário era o único curso pós-primário que preparava e dava direito ao acesso aos cursos superiores, diferenciando-se do ensino técnico-profissionalizante, considerado um ensino de nível inferior, que preparava mão-de-obra para o ingresso imediato no mercado de trabalho, e dos cursos normais, que formavam as profissionais para o ensino primário. Dessa forma, o ensino secundário constituiu-se, grosso modo, numa escolarização voltada para as classes abastadas (PILETTI, 1987; NUNES, 2002, p.10-13).

Intenta-se estudar a formação das diferentes redes de ensino secundário em Santa Catarina, procurando constatar a presença dos poderes públicos, estadual e municipal, das instituições religiosas e das associações comunitárias nesse nível de escolarização. Objetiva-se também perceber a cultura escolar implementada nos colégios de ensino secundário e sua relação os grupos sociais que os freqüentavam, levando em conta marcadores sociais gênero, religião e classe social (PETITAT, 1994; ALMEIDA e NOGUEIRA, 2002). Para tanto, é importante salientar que a sociedade catarinense é formada pela diversidade étnica e religiosa, com presença marcante das igrejas católica e luterana, e o Estado de Santa Catarina tem singular descentralização urbana no conjunto brasileiro, de forma que ele não tem uma capital-metrópole, mas, em cada região geoeconômica há uma ou mais cidades que se destacam (SANTA CATARINA, 1980). A grande maioria dos colégios de ensino secundário no

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recorte temporal deste trabalho foram estabelecidos nessas cidades e estavam articulados às elites regionais e estaduais.

Expansão do ensino secundário

O monopólio jesuítico no ensino secundário catarinense começou a ser quebrado no final da década de 1920. Em 12 de março de 1928, em Florianópolis, deu-se a fundação do Ginásio José Brasilício de Souza, articulada por um grupo de profissionais ligados ao Instituto Comercial. Ele era dirigido por Laércio Caldeira de Andrade, membro da Igreja Presbiteriana Independente, e pelo desembargador Heráclito Carneiro Ribeiro e tinha entre os seus professores nomes de destaque entre a intelectualidade catarinense como José Arthur Boiteux, Henrique da Silva Fontes, Maura de Senna Pereira e Altino Flores – vinculados à Academia Catarinense de Letras. A sua proposta pedagógica de ensino secundário apresentava uma alternativa laica e republicana frente ao caráter confessional católico do Ginásio Catarinense, e o seu nome – José Brasilício de Souza – era homenagem a um ex-professor do primeiro ginásio catarinense, público e gratuito.

O Ginásio José Brasilício de Souza não teve vida longa, pois logo após a implantação da Reforma Francisco Campos, em abril de 1931, ele encerrou definitivamente as suas atividades. Naquele início de ano, estavam em funcionamento as quatro primeiras séries do curso ginasial, cujos alunos foram transferidos para o Ginásio Catarinense, ainda o único estabelecimento de ensino secundário oficial no território catarinense (TÁPIA, 2005). Ao que parece, as bruscas mudanças políticas que ocorreram em Santa Catarina com a Revolução de 30 contribuíram, decisivamente, para o fechamento do Ginásio José Brasilício de Souza, pois boa parte dos seus professores estavam ligados ao governo estadual e foram destituídos de seus cargos com a vitória dos revolucionários, perdendo poder junto à União.

Em 1926 a professora Ana Maria Harger deu início, na cidade de Joinville, à “Escola Remington Official”, que oferecia aulas de Datilografia, Português e Correspondência Oficial. Não apenas no que diz respeito à co-educação, a cidade industrial do nordeste catarinense também se antecipa à explosão na criação de estabelecimentos de ensino secundário – que se dá a partir de 1930 – quando, em 1929, a professora Harger passa a oferecer ensino secundário no estabelecimento. É importante ressaltar esse caráter pioneiro que tem o Bom Jesus já que foi um dos poucos colégios catarinenses de ensinos secundário que praticou educação mista. Ele mostrou-se diferente também no que diz respeito à sua direção, uma vez que em uma época de turbulência nacional, o colégio foi gestionado por uma mulher, a professora Ana Maria Harger.

Em 1932 o Instituto Bom Jesus recebeu “inspeção preliminar” do governo federal, ato que confere ao colégio o reconhecimento legal para funcionar como instituição de ensino secundário. No ano seguinte, o colégio festejava sua primeira turma de ginasianos, um grupo de apenas oito alunos: cinco de Joinville e três transferidos do Ginásio Catarinense de Florianópolis. Os números só vêm a confirmar a missão não só do Instituto Bom Jesus, mas como dos colégios de ensino secundário na época: a de escolarizar a juventude da elite catarinense. Em 1934, o caráter oficial definitivo colégio viria com a concessão da “inspeção permanente” (TERNES, 1986, p.63-66).

Durante a década de 1930 deu-se expansão significativa de colégios de ensino secundário no território catarinense. Como parte integrante da instituição da Revolução de 30, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, por meio do Decreto nº 19.890, de 18 de abril de 1931, o ensino secundário foi reestruturado, passando a ter organicidade com a criação de dois ciclos – fundamental e complementar –, seriação curricular, freqüência obrigatória dos alunos às aulas e um sistema regular e detalhado de inspeção. De modo geral, no Brasil e em Santa Catarina, houve um crescimento expressivo de colégios que ofereciam ensino secundário, que certamente estendiam esse nível de escolarização a partes da classe média emergente. Assim, no território catarinense o ensino secundário passou a ser oferecido nos seguintes colégios: Ginásio Diocesano (Lages), Colégio Santo Antônio (Blumenau), Ginásio Lagunense (Laguna), Ginásio Barão de Antonina (Mafra) e Ginásio Aurora (Caçador). No Colégio Coração de Jesus, onde funcionavam os cursos primário e normal, foi instituído um curso fundamental do ensino secundário feminino, de forma que, em Santa Catarina, no final da década de 1930, havia oito educandários que ofereciam ensino secundário (SANTA CATARINA, 1940, p.35-36). Somente na segunda metade da década de 1940, com o término do Estado Novo, o ensino secundário em Santa Catarina conheceria novo crescimento.

Em primeiro lugar, constata-se que a grande maioria dos ginásios criados na década de 1930 localizava-se nas principais cidades catarinenses. Florianópolis era a capital do Estado, Joinville e

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Blumenau eram os berços da industrialização catarinense, Lages era a cidade-pólo no planalto serrano – tonificada com a vitória da oligarquia Ramos na Revolução de 30 –, Laguna ainda era a principal referência no sul de Santa Catarina, embora Tubarão e Criciúma estivessem em franco crescimento com o fortalecimento da indústria carbonífera; Mafra dividia com Canoinhas a liderança no planalto norte e Caçador era uma das localidades que despontavam no oeste catarinense com a colonização sul-rio-grandense após a Guerra do Contestado (THOMÉ, 2002).

Foi em Caçador, que em 1° de outubro de 1928 o casal de imigrantes italianos Dante Mosconi e Albina Bortolotti Mosconi deram início à fundação do Colégio Aurora. No seu início funcionava no colégio apenas o curso primário, mas o curso ginasial foi inaugurado em 12 de fevereiro de 1934, ano também em que o colégio passa a se denominar Ginásio Aurora. No dia 24 deste mesmo mês foram realizados os exames oficiais de admissão, quando os onze candidatos foram aprovados, recebendo o direito à matrícula na 1ª série ginasial. O Ginásio Aurora tornou-se pioneiro no oferecimento do ensino secundário na região oeste de Santa Catarina. Em 1938, ele foi comprado pela Congregação dos Irmãos Maristas, vinda do Rio Grande do Sul. O Ginásio Aurora vinha enfrentado algumas dificuldades financeiras, mas o fator de maior importância para a venda do estabelecimento foi a questão da nacionalização do ensino, colocada em marcha pelo Estado Novo. Nesse contexto, Dante e Albina Mosconi foram proibidos de continuar a frente da direção da escola, pois se negaram a naturalizar-se brasileiros (RAISEL, 1984, p.12).

No entanto, deve-se considerar que, apesar da disseminação dos ginásios nas principais cidades catarinenses, o Ginásio Catarinense, único estabelecimento de ensino secundário em Santa Catarina nas três primeiras décadas do século XX e localizado na capital, tinha uma distinção em relação aos outros colégios. Na década de 1930 e parte da década seguinte, ele foi o único educandário de ensino secundário que oferecia o curso complementar – o segundo ciclo do ensino secundário, criado pela Reforma Francisco Campos5. Em 1937 foi criado o “Curso Complementar Pré-Jurídico”

do Ginásio Catarinense, destinado àqueles alunos que desejavam ingressar nos cursos superiores de Direito, em boa medida devido à fundação da Faculdade de Direito na cidade de Florianópolis, em 1932, sob a liderança do professor José Arthur Boiteux. O Relatório do Ginásio Catarinense de 1937 coloca claramente essa relação ao afirmar:

Pois fundada a Faculdade de Direito nesta capital e prevista a sua oficialização, os alunos do Ginásio que pretenderiam cursar esta nossa Faculdade, teriam que abandonar por dois anos sua cidade natal para assistir às aulas do pré-jurídico em Porto Alegre, S. Paulo ou Rio de Janeiro e voltar então para Florianópolis e ingressar na Faculdade de Direito.

Claro está, que a Diretoria do Ginásio não podia, sem tentar o humanamente possível, permitir isto (RELATÓRIO ..., 1937, p.7).

Em 1937, o então governador do Estado de Santa Catarina, Nereu Ramos, celebrou convênio com a Sociedade Literária “Padre Vieira” – representante legal do Ginásio Catarinense – para a manutenção do Curso Pré-Jurídico do Ginásio Catarinense. O Relatório do Ginásio Catarinense desse ano homenageava o senador Vidal José de Oliveira Ramos – considerado o “fundador do Ginásio [Catarinense]” pois no seu mandato como governador de Santa Catarina, entre 1902 e 1905, viabilizou o estabelecimento do Ginásio Catarinense – e seu filho Nereu Ramos, interventor federal em Santa Catarina e considerado o “fundador do Curso Pré-Jurídico”. Naquele mesmo ano, o Curso Pré-Jurídico do Ginásio Catarinense foi oficializado pelo Ministério da Educação e Saúde Pública mediante a concessão de inspeção federal. A primeira série do Curso Complementar Pré-Jurídico do Ginásio Catarinense terminou o ano com oito alunos, que foram visibilizados por meio da publicação, no relatório anual do Ginásio Catarinense, de uma fotografia desse grupo de alunos, acompanhados por um padre jesuíta e pelo inspetor federal, dr. Arão Rebelo (RELATÓRIO ..., 1937, p.3-30).

Verifica-se também que, no conjunto de estabelecimentos de ensino secundário, a maioria tinha vinculação com a Igreja Católica. Cinco deles eram dirigidos por congregações católicas como

5 A Reforma Francisco Campos (1931) criou dois ciclos para o ensino secundário: o curso fundamental, com

duração de 5 anos, comum a todos os alunos; e o ciclo complementar, com duração de 2 anos, que tinha como finalidade encaminhar os alunos às especializações nos cursos superiores. Dessa forma, nesse último ciclo, os alunos optavam por um dos três cursos complementares ligados aos seguintes cursos superiores: Direito; Medicina, Farmácia e Odontologia; Engenharia ou Arquitetura, cf. BRASIL, 1933, p.11-12.

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os jesuítas (Ginásio Catarinense), franciscanos (ginásios Diocesano e Santo Antônio), Irmãos Maristas (Ginásio Aurora) e Irmãs da Divina Providência (Colégio Coração de Jesus).

Laicidade e co-educação

O único que tinha cultura escolar laica era o Ginásio Lagunense, pelo fato de não apropriar práticas religiosas no seu currículo. O primeiro diretor desse ginásio, major Manuel Grott, deu o tom da laicidade num artigo que ele publicou no jornal “O Albor”, de Laguna, onde afirma: “O ´Ginásio Lagunense´ é uma instituição leiga. Assim que, dentro de seu perímetro, nunca pregou nem pró nem contra qualquer credo religioso, respeitando, todavia, a crença, seja qual for, do seu corpo docente e discente” (GROTT, 1935, p.3). O professor Germano Donner, que assumiu a direção do colégio no final da década de 1930, havia participado da Aliança Nacional Libertadora, tinha formação e convicções marxistas e, posteriormente, militou nos quadros do Partido Comunista Brasileiro.

A laicidade do Ginásio Lagunense colocava-se nos conteúdos culturais que ele selecionava e organizava para seus alunos. No rol das “disciplinas-saber” do colégio não constava Ensino Religioso, que efetivamente não era ministrado em nenhuma série do seu curso fundamental. Como parte integrante da aproximação entre o governo provisório e o episcopado brasileiro, a disciplina Ensino Religioso havia sido reintroduzida no sistema escolar público em 1931 e foi mantida na Constituição de 1934, de forma que, nos colégios confessionais, ela era ministrada regularmente. Por outro lado, atos religiosos, especialmente aqueles promovidos pela Igreja Católica, que predominavam na sociedade brasileira e catarinense, como congregações marianas, devoções, missas, confissões, festas de santos e procissões, também não foram apropriados pelo corpo dirigente e docente do Ginásio Lagunense. A laicidade escolar do Ginásio Lagunense, nas suas primeiras décadas de existência, deu-lhe singularidade entre os estabelecimentos de ensino secundário em Santa Catarina (DALLABRIDA, SILVA e GARCIA, 2005).

É importante salientar que, apesar de receberem auxílios públicos e bolsas de estudo do Governo Estadual, os sete ginásios catarinenses criados nas décadas de 30 do século XX eram pagos. O único que tinha um caráter semipúblico era o Ginásio Lagunense, que foi instituído pela Prefeitura de Laguna e, nos seus primeiros anos de funcionamento, recebia ajuda de vários municípios do sul catarinense. Contudo, os pais ou responsáveis dos alunos pagavam regularmente as mensalidades escolares, de modo que também se restringia o acesso ao ensino secundário à boa parte da população local e regional. Pelo fato de ter sido fundado e mantido pela Associação Mafrense de Ensino, o Ginásio Barão de Antonina também possuía um caráter comunitário regional, pois, apesar de estar localizado em Mafra, tinha alunos de municípios vizinhos, especialmente de Rio Negro (ESTATUTOS ..., 1936).

A ausência de colégio de ensino secundário público e gratuito em Santa Catarina conferiu-lhe caráter ainda mais elitista. Os ginásios estabelecidos nas capitais regionais do território catarinense atendiam às elites e partes das classes médias emergentes. O número reduzido de formandos desses colégios indica que o ensino secundário continuava a ser um “luxo aristocrático” – como se dizia na Primeira República –, apesar de ter havido aumento do número de vagas no ensino secundário. Por exemplo, a turma de formandos no curso fundamental do Instituto Bom Jesus de 1933 era de apenas oito alunos, todos do sexo masculino (TERNES, 1986, p.70-73); a turma de bacharéis do Ginásio Lagunense de 1942 era formada por 18 alunos, sendo 15 homens e três mulheres (DALLABRIDA, SILVA e GARCIA, 2005, p.14); a turma de bacharéis do Ginásio Aurora de 1939 era composta de apenas 5 alunos, todos do sexo masculino (ANAIS..., 1939, p.6). Desta forma, a formação ginasial ficou praticamente restrita aos adolescentes que pertenciam às classes abastadas e alguns filhos cujos pais tinham vantagens culturais e escolares face a suas ligações com políticos de plantão, por meio de bolsas de estudo concedidas pelo Governo de Santa Catarina.

Ainda em relação à clientela, é flagrante a vantagem dos adolescentes homens na rede catarinense de colégios de ensino secundário. Nos oito educandários que existiram nas décadas de 30 e 40 do século XX, a metade deles era dirigida ao gênero masculino, três eram mistos e apenas um era feminino. A divisão ginasial de gênero colocava-se particularmente nos colégios católicos, que se pautavam pela Encíclica “Divini Illius Magistri”, de Pio XI, publicada em 1929, que condenava a educação mista. Intelectuais católicos de renome como Alceu de Amoroso Lima e padre Leonel Franca desdobraram os argumentos papais contra a co-educação, especialmente na revista “A Ordem”, principal periódico católico no Brasil, vinculado ao Centro D. Vital (SOUSA, 1995). Esse discurso católico conservador, alinhado à Sé Romana, visava em boa medida contrapor-se aos educadores

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escolanovistas que marcaram posição a favor da co-educação, sobretudo com “O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, publicado em 1932.

O Colégio Santo Antônio e os ginásios Aurora, Diocesano e Catarinense eram dirigidos para os adolescentes homens, sendo que este último era o único que tinha os dois cursos do ensino secundário. Eles eram dirigidos por congregações religiosas masculinas – sacerdotes e irmãos maristas – e funcionavam em regime de externato e internato (DIEGOLI, 2005: SILVA, 2005). Por outro lado, o Colégio Coração de Jesus, dirigido pelas Irmãs da Divina Providência, que vinha ministrando os cursos primário, complementar e normal, a partir de 1935 passou a oferecer o curso fundamental do ensino médio – também conhecido como curso ginasial. O colégio das freiras localizava-se na capital do Estado e consolidou-se como o principal educandário para meninas e moças que pertenciam às elites e partes das classes médias catarinenses. Aquelas provenientes de famílias do interior de Santa Catarina eram matriculadas no internato do colégio, que se destacou pela rigidez e polimento germânicos e pelo estímulo ao aprendizado de afazeres artísticos. Com essa configuração escolar, até os anos 40 do século XX o Colégio Coração de Jesus foi a única instituição escolar catarinense que ofereceu o curso fundamental do ensino secundário para adolescentes mulheres (BOPPRÉ, 1989 e CUNHA, 2003).

A co-educação era praticada nos cursos fundamentais do ensino secundário do Instituto Bom Jesus e dos ginásios Lagunense e Barão de Antonina, que não pertenciam a associações religiosas e tinham mulheres no seu corpo dirigente e docente, embora fossem em número bem reduzido. Nas dez primeiras turmas do Ginásio Lagunense, entre 1937 e 1945, as alunas concluintes totalizam 48, enquanto os alunos concluintes somam 128, de modo que as mulheres representavam mais de um terço entre os formandos em geral. Todavia, nas práticas educativas cotidianas desse colégio havia diferenciações de gênero, como a “generificação” dos espaços; assim, nas salas de aula as alunas sentavam de um lado e os alunos do outro, e o pátio também tinha territórios específicos para os dois gêneros. Os uniformes ginasiais tinham um corte militar, especialmente a partir do início da década de 1940, e eram diferenciados para as alunas e os alunos. As aulas de Educação Física eram separadas, com espaços específicos e exercícios exclusivos para cada gênero, sendo que os adolescentes homens praticavam esportes coletivos como o futebol. Ademais, o corpo dirigente e a grande maioria do corpo docente eram formados por homens (DALLABRIDA, SILVA e GARCIA, 2005).

Considerações finais

A expansão do ensino secundário em Santa Catarina na década de 1930 foi feita pela iniciativa privada, indicando a ausência do poder público estadual nesse empreendimento. É importante sublinhar que, apesar de alguma inserção do poder público no município de Laguna e de setores comunitários no município de Mafra, todos as instituições escolares que ofereciam ensino secundário eram pagas pelos pais ou responsáveis dos alunos. Em boa medida, os ginásios católicos cresceram de maneira significativa, em virtude da aproximação estreita entre o executivo estadual, dominado pela oligarquia Ramos, e a Arquidiocese de Santa Catarina, chefiada por D. Joaquim Domingues de Oliveira. Por outro lado, nesse momento histórico, não se verifica a criação de colégios de ensino secundário de confissão protestante, particularmente da Igreja Luterana, que tinha presença marcante em várias cidades catarinenses.

Apesar da sua expansão na década de 1930, o ensino secundário em Santa Catarina continuou atendendo a uma parcela muito restrita da população escolar entre 11 e 18 anos. Como era oferecido somente por instituições de ensino pagas pelos pais dos alunos, esse nível de escolarização ficou restrito aos filhos das elites e partes das emergentes classes médias, que ingressavam nos cursos superiores e tinham grandes vantagens na disputa profissional. Pelo fato de alguns filhos de camponeses serem inseridos no ensino secundário nos seminários religiosos, os principais excluídos nesse nível de escolarização eram as classes populares urbanas, notadamente os afrodescendentes. As mulheres foram preteridas nas redes de ensino secundário, pois havia somente três colégios que praticavam a co-educação e apenas um curso fundamental direcionado para moças. Por ser pago, esse educandário selecionava aquelas moças dos estratos privilegiados da sociedade catarinense.

Deve-se salientar ainda que, até meados do século XX, havia um fosso entre o ensino secundário propedêutico e os cursos técnico-profissionais, que prepararam respectivamente para o ingresso nos cursos superiores e formavam mão-de-obra para ingresso imediato no mercado de trabalho. Esse dualismo escolar no ensino pós-primário condicionava fortemente as trajetórias escolares, profissionais e sociais das elites/partes das classes médias e das classes populares, de forma

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que se pode visualizar os excluídos do sistema formal de ensino. O ensino secundário, portanto, contribuiu, de forma decisiva, com a produção das elites catarinenses e, particularmente, das classes dirigentes.

Somente após o Estado Novo o ensino secundário em Santa Catarina conheceria nova expansão. Algumas comunidades luteranas teuto-brasileiras, perseguidas durante a Segunda Guerra Mundial, reorganizaram as suas escolas primárias e instituíram colégios de ensino secundário, como o Ginásio Cônsul Carlos Renaux, fundado em 1947, na cidade de Brusque (RISTOW, 1999, p.66-67). Com o término do contrato entre os jesuítas e o executivo estadual, começaram a ser instituídos alguns estabelecimentos de ensino secundário públicos mantidos pelo Governo Estadual, como o Instituto Estadual de Educação, em Florianópolis, e o Colégio Pedro II de Blumenau. A rede de colégios católicos, masculinos e femininos, passou a ter novo florescimento. Contudo, apesar desse crescimento, o ensino secundário catarinense continuava, grosso modo, restrito aos grupos sociais privilegiados.

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