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Aula 00 Lei nº 9.883/99 e alterações

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Academic year: 2021

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www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Diego Fontes 1

É com imensa satisfação que iniciamos nossa preparação para o próximo concurso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Antes de conversarmos um pouco mais sobre o curso que estamos propondo e sobre os detalhes que envolvem a preparação do próximo certame, peço licença para fazer uma breve apresentação.

Sou o professor Diego Fontes, graduado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e em Gestão de Segurança Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Pós-Graduado em Políticas e Gestão em Segurança Pública e Direito Administrativo, ambas pela Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz, e Especialista em Inteligência de Estado e Inteligência de Segurança Pública pela International Association for Security and Intelligence Studies (INASIS). Além de ser instrutor de cursos da área de inteligência na Administração Pública Federal, também faço parte do quadro de professores da INASIS.

Sou Ex-Agente de Inteligência da ABIN, aprovado no concurso de 2008. No período em que estive no órgão fiquei lotado durante 4 anos na Coordenação de Operações de Contraespionagem do Departamento de Contrainteligência. Deixei a ABIN em meados de 2013 para assumir o cargo de Analista de Apoio Jurídico do MPU, órgão no qual tive a oportunidade de trabalhar até setembro de 2014, mês em que fui nomeado no Senado Federal para o cargo de Policial Legislativo Federal, o qual ocupo até o presente momento. Na Polícia do Senado fui lotado no Serviço de Inteligência e tive a oportunidade de exercer um trabalho de natureza mais analítica, principalmente desenvolvendo análise de big data no âmbito do assessoramento das Comissões Parlamentares de Inquérito. Atualmente, estou cedido pelo Senado ao Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, na cidade de Natal/RN, exercendo minhas atribuições no Núcleo de Inteligência da Coordenadoria de Segurança Institucional e na Coordenadoria de Inteligência voltada para o apoio à execução trabalhista de grandes devedores. Durante a minha trajetória de concursos públicos fui aprovado e nomeado para as seguintes carreiras: Agente Administrativo do MTE em 2008, Agente de Inteligência da ABIN em 2008, Analista Administrativo da ANEEL em 2010, Policial Legislativo do Senado Federal em 2012, Analista de Apoio Jurídico do MPU em 2013 e Policial Legislativo da Câmara dos Deputados em 2014. Agora, vamos

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conversar um pouquinho acerca do próximo concurso da ABIN e sobre o nosso curso que irá lhe preparar para enfrentar esse desafio.

Finalmente saiu a tão esperada autorização do próximo concurso da ABIN! Foram mais de 5 anos de uma longa espera. Agora é questão de tempo... e de pouco tempo... para que o edital seja publicado. O que esperar desse edital? Vamos conversar um pouco sobre os editais anteriores e ensaiar algumas previsões com base nessa perspectiva histórica.

Os últimos concursos da ABIN foram em 2008 (para a área fim) e em 2010 (seleção voltada para a área meio ou de apoio). Há mais de 5 anos que a Agência vem tentando a autorização de um novo certame. Nesse tempo surgiram vários outros concursos, o que tornou bastante improvável que uma grande quantidade de candidatos mantivesse a preparação especificamente para o concurso da ABIN. Essa talvez seja a maior vantagem desse certame, todos os concorrentes sairão mais ou menos da mesma linha de partida, uma vez que os conhecimentos exigidos nas provas da ABIN são bastante específicos e dificilmente são cobrados em outros concursos. Por essa razão esse certame é singular, foge à regra geral dos concursos públicos; nele o seu tempo de estrada nessa vida de concurseiro não é o fator mais importante para a aprovação. Pude ver isso na prática durante o tempo em que trabalhei na ABIN, conheci muitos colegas de trabalho que nunca haviam estudado para outros concursos públicos.

As carreiras da ABIN estão basicamente divididas em áreas fim e meio. A sua área fim, em linhas gerais, está incumbida da realização das principais competências da instituição; por sua vez, a área meio (ou área de apoio) aglutina os serviços de natureza administrativa, como gestão de licitações e contratos, gestão de pessoas, serviço médico, entre outros, e também possui atribuições de gestão técnico-administrativas, suporte e apoio logístico às ações da área fim da Agência. Na área fim temos as carreiras de Oficial de Inteligência e Agente de Inteligência, já na área meio as carreiras de Oficial Técnico de Inteligência e Agente Técnico de Inteligência. A autorização do Planejamento contemplou praticamente todas as carreiras, à exceção da carreira de Agente Técnico de Inteligência. Observe a distribuição das vagas:

Em relação às carreiras de Oficial de Inteligência e Agente de Inteligência, o último concurso foi realizado em 2008 e ocorreu em três etapas. A primeira

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todas as últimas discursivas da ABIN cobraram temas específicos da Atividade de Inteligência, por isso é essencial a leitura dos exemplares da Revista Brasileira de Inteligência disponibilizados no site da ABIN. Já a segunda etapa envolveu uma investigação social e funcional, mediante o preenchimento de uma longa Ficha de Informações Pessoais – FIP, a realização de uma prova de capacidade física com testes de natação e de corrida, uma criteriosa avaliação médica e a realização de uma avaliação psicológica, que consistiu na aplicação de uma bateria de testes de personalidade, raciocínio, memória, atenção, entre outros. É importante ressaltar que a investigação social e funcional perdura todo o certame, ou seja, o aluno pode ser reprovado por essa investigação até mesmo nos últimos dias do Curso de Formação. E isso já aconteceu em concursos anteriores. Como antecipei, a terceira e última etapa envolve a realização de um Curso de Formação em Inteligência (CFI) no Complexo da ABIN na cidade de Brasília/DF com duração de 400 horas/aula em horário integral e dedicação exclusiva. O CFI é a etapa mais importante do concurso, já que define a classificação final dos candidatos e as cidades de lotação para os Oficiais de Inteligência.

Para a carreira de Oficial Técnico de Inteligência, o último concurso, realizado em 2010, também ocorreu em três etapas. Vamos pontuar então as principais diferenças do concurso de 2010 em relação ao de 2008. Na primeira etapa, a prova objetiva consistiu em 50 itens de Conhecimentos Gerais e 100 de Conhecimentos Específicos, no mesmo esquema pelo qual uma marcação errada no gabarito anulava um acerto. O edital de 2010 já não mencionou que a discursiva exigiria tema da atualidade como fez o de 2008, mas que poderia fazer referência a qualquer dos pontos das disciplinas cobradas no conteúdo programático. A segunda etapa teve apenas investigação social e funcional e avaliação médica, não tendo previsto a realização de prova de capacidade física e aplicação de baterias de avaliação psicológica. Já a terceira etapa, o CFI, teve duração menor, contando com 250 horas/aula.

Com relação à expectativa das cidades de lotação, considerando os concursos de 2008 e de 2010, as carreiras de Oficial Técnico de Inteligência e Agente de Inteligência tiveram lotação apenas na cidade de Brasília/DF. Por sua vez, na carreira de Oficial de Inteligência havia a possibilidade de lotação em qualquer parte do território nacional onde a ABIN tivesse sede, a qual seria determinada pela classificação dos candidatos no Curso de Formação em

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Inteligência (CFI) e não pela classificação na primeira etapa do concurso. As vagas disponíveis em todo o território nacional foram divulgadas quando da convocação para o CFI, ou seja, não foram disponibilizadas de imediato no edital de abertura do concurso.

Já no que se refere às cidades de realização do certame, tanto no concurso de 2008 quanto no de 2010, a primeira e a segunda etapas foram aplicadas nas 26 capitais estaduais e no Distrito Federal. Apenas o CFI foi realizado exclusivamente na cidade de Brasília/DF.

É importante ter em mente que a autorização para realização do próximo concurso da ABIN foi publicada no DOU no último dia 14 de julho. A Agência terá até seis meses para publicar o edital de abertura do concurso. Dentro desse prazo haverá a escolha da banca organizadora, a qual nos últimos concursos tem sido atribuída sempre ao CESPE. Considerando que a ABIN tem bastante pressa para realização deste concurso, apostaríamos num prazo de 3 meses para a publicação do edital. Já com relação ao prazo entre a publicação do edital e a aplicação das provas, no concurso de 2008 esse prazo foi de 60 dias, enquanto no concurso de 2010 foi de 71 dias. Então teríamos aí um prazo máximo de aproximadamente 8 meses para realização das provas, contando a partir de 14 de julho; entretanto, considerando a pressa da ABIN em realizar o certame, apostaríamos que esse prazo máximo até a data da prova seria de aproximadamente 5 meses. Vamos agora tecer algumas considerações em relação ao conteúdo programático da disciplina “Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência” para a carreira de Oficial de Inteligência, uma vez que para estes cargos a legislação cobrada é mais abrangente, abarcando os conteúdos das carreiras de Agente de Inteligência e de Oficial Técnico de Inteligência. De 2008 até aqui tivemos as seguintes inovações e alterações legislativas, considerando o conteúdo programático da carreira de Oficial de Inteligência:

 O Decreto nº 6.408/2008 foi revogado pelo Decreto nº 8.905/2016.  A MPv nº 434/2008 foi convertida na Lei nº 11.776/2008.

 A Lei nº 6815/80 foi revogada pela Lei nº 13.445/2017, a nova Lei de Migração, com efeitos a partir 20 de novembro de 2017, já que teve a

vacatio legis de 180 dias.

 A Medida Provisória nº 2.186-16 de 23 de agosto de 2001 e a Lei nº 11.111/2005 foram revogadas pela Lei nº 13.123/2015.

 Boa parte da Lei nº 8.159/91 foi revogada pela Lei nº 12.527/2011, a Lei de Acesso à Informação (LAI). O Decreto nº 7.724/2012 regulamenta a LAI no âmbito do Poder Executivo Federal.

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 A Política de Defesa Nacional (Decreto nº 5.484, de 30 de junho de 2005) foi atualizada pela Política Nacional de Defesa prevista no Decreto Legislativo nº 373, de 2013.

 Foi publicada a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, que ficou conhecida como Lei Antiterror.

Considerando as mencionadas alterações e inovações legislativas que incidiram na Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência cobrada no concurso de 2008 para a carreira de Oficial de Inteligência, acreditamos que o próximo edital da ABIN deverá contemplar o seguinte conteúdo programático para essa carreira:

I. Lei nº 9.883/99 e alterações - institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, e dá outras providências. II. Decreto nº 4.376/2002 e alterações - dispõe sobre a organização e o

funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei nº 9.883/99, e dá outras providências.

III. Decreto nº 8.793, de 29 de junho de 2016 - Fixa a Política Nacional de Inteligência.

IV. Decreto nº 8.905, de 17 de novembro de 2016 - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança da Agência Brasileira de Inteligência, remaneja cargos em comissão e substitui cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superior - DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE.

V. Lei nº 11.776/2008 - dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de Inteligência e dá outras providências.

VI. Lei n.º 6.634/79 – dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei n.º 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências. 6 Decreto n.º 85.064/80 – regulamenta a Lei n.º 6.634, de 2 de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira.

VII. Política Nacional de Defesa prevista no Decreto Legislativo nº 373, de 2013. VIII. Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983. Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências.

IX. Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, o Artigo 1, a alínea j do Artigo 8, a alínea c do Artigo 10, o Artigo 15 e os §§ 3º e 4º do Artigo 16 da Convenção

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sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto no 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória no 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá outras providências.FO

X. Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017. Institui a Lei de Migração.VÍ

XI. Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991 - Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências.

XII. Decreto nº 3.505, de 13 de junho de 2000 - Institui a Política de Segurança da Informação nos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.DF XIII. Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012 - Regulamenta

procedimentos para credenciamento de segurança e tratamento de informação classificada em qualquer grau de sigilo, e dispõe sobre o Núcleo de Segurança e Credenciamento.

XIV. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

XV. Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012. Regulamenta a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição.

XVI. Parte Especial do Código Penal (Decreto Lei nº 2.848/40) e alterações, no referente aos seguintes tópicos: Título I, Capítulo VI, Seção IV - dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos; Título VIII, Capítulos I e II - dos crimes de perigo comum e dos crimes contra a segurança dos meios de comunicação e transporte e outros serviços públicos. Título X, Capítulos III e IV – da falsidade documental e de outras falsidades; Título XI, Capítulo I - dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.

XVII. Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 - Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis nos 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013.

Não descartaria ainda a possibilidade de ser exigido conhecimento da Resolução do Congresso Nacional nº 2, de 22 de novembro de 2013, que “dispõe sobre a

Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), comissão permanente do Congresso Nacional, órgão de controle e fiscalização externos da

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todas essas alterações e inovações. O nosso curso de Legislação de Interesse da Atividade de Inteligência está sendo elaborado tendo em perspectiva o que existe de mais atualizado na legislação, com base no conteúdo programático que acima expomos.

A única coisa que quero de você é o comprometimento de estudar com atenção as nossas aulas. O trabalho pesado de comentar todas as questões dos concursos anteriores e também de trazer questões inéditas pode deixar comigo! Como você vai fazer isso, professor? O nosso material será elaborado a partir de um “garimpo” da legislação, do estabelecimento de relações entre cada ato normativo, de gráficos e esquemas, entre outros recursos que facilitem a aprendizagem.

Além disso, trarei dicas que poderão lhe ajudar na discursiva. Sim, como falamos anteriormente, a discursiva será objeto da nossa disciplina. Portanto, pretendemos lhe capacitar para gabaritar nossa prova de legislação específica e ainda oferecer preciosas dicas para a discursiva, de forma que esteja seguro a enfrentar um tema de inteligência no dia “D”. Isso é possível professor? Totalmente! Você só precisa fazer a sua parte em casa, aumentando as suas HBC... isso mesmo... as suas horas bunda cadeira.

Nosso curso será dividido em 16 aulas, já considerando a aula demonstrativa e uma aula bônus. Teremos a média de uma aula por semana. O repertório de questões de concursos anteriores não é tão grande, mesmo assim todas as questões existentes serão resolvidas e comentadas e ainda trarei questões inéditas estilo Cespe para que nosso estudo seja essencialmente prático.

Meu objetivo não é lhe tornar um expert na Atividade de Inteligência, nosso compromisso aqui é que você possa acertar todas as questões dessa área. Iremos “usar e abusar” dos exercícios! Ao final de cada aula colocarei as questões sem os comentários, caso você queira resolvê-las sozinho ou utilizá-las para revisão. Por fim, quero lhe intimar a participar do fórum. Não durma com a sua dúvida!

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A seguir o cronograma das nossas aulas:

Aula Conteúdo Programático

00 Lei nº 9.883/99 e alterações - institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, e dá outras providências.

01

Decreto nº 4.376/2002 e alterações - dispõe sobre a organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei nº 9.883/99, e dá outras providências. Decreto nº 8.905, de 17 de novembro de 2016 - Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança da Agência Brasileira de Inteligência, remaneja cargos em comissão e substitui cargos em comissão do Grupo Direção e Assessoramento Superior - DAS por Funções Comissionadas do Poder Executivo - FCPE.

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Lei nº 11.776/2008 - dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de Inteligência e dá outras providências. 03

Lei n.º 6.634/79 – dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei n.º 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências. Decreto n.º 85.064/80 – regulamenta a Lei n.º 6.634, de 2 de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira.

04 Decreto nº 8.793, de 29 de junho de 2016 - Fixa a Política Nacional de Inteligência. Política Nacional de Defesa prevista no Decreto Legislativo nº 373, de 2013.

05 Lei de Segurança Nacional.

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Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, o Artigo 1, a alínea j do Artigo 8, a alínea c do Artigo 10, o Artigo 15 e os §§ 3º e 4º do Artigo 16 da Convenção sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto no 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória no 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá outras providências.

07 Nova Lei de Migração - Parte 01. 08 Nova Lei de Migração - Parte 02. 09

Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991 - Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. Decreto nº 3.505, de 13 de junho de 2000 - Institui a Política de Segurança da Informação nos órgãos e entidades da Administração Pública Federal. 10 Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012 - Regulamenta procedimentos para credenciamento de segurança e tratamento de

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12 referente aos seguintes tópicos: Título I, Capítulo VI, Seção IV - dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos; Título VIII, Capítulos I e II - dos crimes de perigo comum e dos crimes contra a segurança dos meios de comunicação e transporte e outros serviços públicos.

13 Título X, Capítulos III e IV – da falsidade documental e de outras falsidades; Título XI, Capítulo I - dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.

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Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016 - Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis nos 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013.

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www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Diego Fontes 10 Sumário 1. Introdução ... 11 2. Finalidade da Inteligência ... 13 3. Conceito de Inteligência ... 14 4. Contrainteligência ... 17

5. O Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN ... 20

6. A Criação da ABIN ... 27

7. Organização da ABIN ... 33

8. Política de Sigilo ... 36

9. A Política Nacional de Inteligência - PNI ... 40

10. O Controle da Atividade de Inteligência ... 42

11. Questões sem os comentários ... 45

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procuro observar a ementa. Professor, e o que seria essa tal ementa? É a parte do ato que resume o conteúdo da lei. Tenho certeza que você já viu uma. Olha só:

É a parte que está em vermelho. Aqui já podemos obter duas informações bem interessantes. Essa lei instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e criou a ABIN, o lugar onde muito em breve você irá trabalhar. Mas atenção, aqui pode surgir uma singela dúvida. Por que usar o verbo “institui” para o SISBIN e “cria” para a ABIN? Simples. O SISTEMA Brasileiro de Inteligência não existe enquanto entidade formal da Administração. Como assim “não existe”? Vou explicar. Mas para que entenda com maior propriedade vamos nos socorrer da Ciência da Administração.

O que você compreende quando falamos em sistema? Na Teoria da Administração fala-se que a abordagem sistêmica é aquela que, em vez de ter como foco as unidades, busca entender o fenômeno analisado a partir das relações entre esses elementos. O sistema exibe características próprias que não existem em suas partes consideradas isoladamente.

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Imagine que temos um sistema X que é composto por A, B, C e D e que cada uma dessas unidades tem características distintas. Pela abordagem que mencionei tiramos duas conclusões. A primeira delas é que o foco não deve estar nas características de A, B, C ou D, isoladamente, mas no sistema X. A outra conclusão é que a matemática não servirá para nós, ou seja, as características do sistema X não serão necessariamente a soma das particularidades de A, B, C e D. Mas como isso funciona na prática?

Na próxima aula estudaremos a composição do SISBIN, mas já adianto que este conta com a participação de diferentes órgãos da Administração Pública Federal, como por exemplo, os Ministérios das Relações Exteriores (MRE), do Trabalho (MTb) e da Defesa (MD), entre muitos outros. Vamos supor que a Presidência da República precisasse de um relatório sobre a entrada irregular de imigrantes haitianos no Brasil. A ABIN, no nosso caso hipotético, ficou incumbida da produção desse relatório. Só que um conhecimento dessa natureza envolve diferentes perspectivas.

Podemos citar aqui pelo menos três: reflexos nas relações diplomáticas entre Brasil e Haiti, a situação da empregabilidade desses imigrantes ao chegarem no Brasil e a situação de vulnerabilidade das nossas fronteiras. Temos aqui três aspectos que poderão ser melhor informados, respectivamente, pelos MRE, MTb e MD. Após solicitar e receber essas informações das unidades de inteligência dos mencionados Ministérios, o profissional de inteligência da Abin submete as informações recebidas a um processo de análise e as transforma num conhecimento que será disseminado para a Presidência da República. Observe como o sistema funcionou perfeitamente. Cada parte ofertou sua contribuição e o produto final, após o devido processamento segundo as técnicas da doutrina de inteligência, é completamente diferente da soma dos elementos fornecidos por cada unidade.

Sistema, portanto, é antes uma técnica do que uma estrutura formal. É um instrumento essencialmente prático, voltado para o resultado. Essa foi a inspiração da Lei nº 9.883/99 ao instituir o Sistema Brasileiro de Inteligência, num claro reconhecimento de que o produto da atividade de inteligência deve ser fruto de uma profunda integração entre os diversos setores da Administração Pública que de qualquer maneira estejam relacionados à atividade de inteligência.

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1. (CESPE - 2008 - ABIN - Agente de Inteligência) O Sistema Brasileiro de Inteligência funciona mediante articulação coordenada dos órgãos que o constituem, os quais não são dotados de autonomia funcional.

O erro da questão está em dizer que os órgãos integrantes do SISBIN não são dotados de autonomia funcional. Acabamos de ver que a ideia que norteou a criação de um sistema foi coordenar instituições de diferentes naturezas de modo a criar um conhecimento de inteligência marcado pela profunda integração entre esses órgãos. “Articulação coordenada” é o objetivo, mas não podemos afirmar que esses órgãos abrem mão de sua autonomia funcional. Lembre-se do que falei: o SISBIN não existe enquanto entidade formal da Administração, é antes uma técnica do que uma estrutura formal.

Gabarito: ERRADA.

2. Finalidade da Inteligência

O objetivo da inteligência será sempre assessorar determinado processo decisório. Um dos registros mais antigos dessa atividade está na Bíblia, mais precisamente no livro de Números. Antes de tomar posse da terra prometida, Moisés enviou um grupo de pessoas para fazer o reconhecimento do lugar, questionando, entre outras coisas, a qualidade da terra e o grau de fortificação das cidades. Mesmo que rudimentar, a inteligência da época foi necessária para que Moisés tomasse decisões mais fundamentadas ou utilizasse uma estratégia mais apropriada. Na atualidade as coisas não são muito diferentes, já que a ampliação da demanda por um adequado assessoramento foi proporcional ao aumento da complexidade das relações estatais no mundo contemporâneo. Por esse motivo, a lei nº 9.883/99 é clara ao afirmar que a finalidade do SISBIN é “fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional”. A expressão “assuntos de interesse nacional” parece bastante ampla? Não só parece, deve mesmo ter a maior amplitude possível. Esse “assunto de interesse nacional” pode ser qualquer matéria de relevância pública objeto de decisão do Presidente da República.

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www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Diego Fontes 14 3. Conceito de Inteligência

Nossa querida lei fala que inteligência é “a atividade que objetiva a obtenção,

análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado”. É um texto gigante, eu sei. Por isso vamos estudá-lo em

pequenas porções. Ao trabalho!

“atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos

(...)”.

Temos aí três verbos: obter, analisar e disseminar. O que isso parece? Isso mesmo! Um processo. Ora, a própria lei deixa bastante claro quando afirma “inteligência é atividade”, ou seja, envolve um “realizar”. Em que consiste essa atividade? Obter, analisar e disseminar conhecimentos. À primeira vista, você pode entender que os três verbos dizem respeito ao complemento “conhecimentos”. Mas não é a leitura mais correta à luz da doutrina de inteligência. Como acabamos de ver, segundo a concepção da Lei nº 9.883/99, inteligência é processo. Que processo é esse?

Em termos bem gerais, esse processo envolve a transformação de DADOS ou INFORMAÇÕES em CONHECIMENTOS. Pense nesse DADO ou INFORMAÇÃO como uma pedra bruta que terá que ser trabalhada para se transformar em uma joia. Você terá, por exemplo, que se perguntar “essa pedra é mesmo preciosa?” (esse dado é mesmo relevante?), depois terá que lapidá-la até criar uma bela joia (o nosso tão almejado “conhecimento”).

Perceba que as noções dos elementos DADO, INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO perpassam a compreensão da existência de uma gradação em função justamente do maior ou menor grau de refino dos seus conteúdos. Dado seria o elemento em seu estado mais bruto, enquanto conhecimento seria o estágio ideal correspondente ao maior grau possível de refino; informação, por sua vez, teria um conteúdo em um estágio intermediário, não tão bruto quanto o dado, mas que por não ter sido submetida a técnicas próprias de análise de inteligência, ainda não se transformou em conhecimento.

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Após obtidos, os dados são literalmente processados, como se os colocássemos em um filtro. Essa é a etapa de análise. A análise, portanto, transforma dados ou informações em conhecimentos. Ou seja, analisar é nada mais que refinar os dados, excluindo os inservíveis, agregando outros relevantes, atestando o grau de certeza da informação, entre outros procedimentos. Após o conhecimento ser gerado este será disseminado ao destinatário – no caso da ABIN, o destinatário por excelência será o Presidente da República. Ilustrando o que acabamos de aprender:

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É importantíssimo que você leve essas três palavras para sua prova. Pra simplificar: OBANDI (OBtenção, ANálise e DIsseminação). Portanto, apesar de a lei trazer “obtenção, análise e disseminação de conhecimentos” você vai ler assim: “obtenção e análise de dados (e informações) e disseminação de conhecimentos”.

A propósito, o art. 2º do Decreto nº 4.376/02 (que será estudado na próxima aula) corrige essa imprecisão técnica:

Art. 2º. Para os efeitos deste Decreto, entende-se como inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e informações e de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

Continuando nosso estudo do conceito de inteligência:

“(...) dentro e fora do território nacional (...)”.

Aqui vemos que a nossa atividade de inteligência não atua apenas no âmbito interno. Só a título de curiosidade, a ABIN conta com adidos de inteligência no exterior.

(...) sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental (...).

A lei explicita a finalidade desse processo, como já esclarecemos: o assessoramento do tomador de decisão. Importante ainda destacar que os fatos e situações podem ser de imediata ou potencial influência. Percebe-se a preocupação com o caráter proativo dessa atividade, abarcando até mesmo fatos e situações com probabilidade de influência sobre o processo decisório e a ação governamental.

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A atividade de inteligência é proativa, sendo responsável pela antecipação de oportunidades e ameaças.

“(...) e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.”

Aqui fica clara a perspectiva defensiva do conceito de inteligência. Como pontuamos há pouco, a definição dada pela lei transparece o objetivo de tanto captar oportunidades quanto de dissuadir ameaças à sociedade e ao Estado.

2. (CESPE - 2008 - ABIN - Agente de Inteligência) Considera-se inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e informações e de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

Essa é uma daquelas que você não pode perder. A questão simplesmente copiou o conceito de inteligência que acabamos de estudar.

Gabarito: CERTA.

4. Contrainteligência

Mais uma vez o Decreto nº 4.376/02 é mais preciso ao definir o que vem a ser contrainteligência. Com efeito, enquanto a lei nº 9.883/99 a conceitua como “a atividade que objetiva neutralizar a inteligência adversa”, o decreto afirma que:

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Art. 3º. Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva PREVENIR, DETECTAR, OBSTRUIR e NEUTRALIZAR a inteligência adversa e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações e conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem como das áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem.

Mais alguns verbos pra você memorizar: Prevenir, Detectar, Obstruir e Neutralizar. Quando ouvir a palavra contrainteligência não peça perdão,

peça “PDON”! Imagine um argentino pedindo perdão (coisa difícil né

hehehehe): “perdón!” Fazendo uma abreviação útil, quero que você se lembre do tal PDON! Esse é o meu mnemônico e posso garantir que funcionou na hora da minha prova em 2008. Mas se você não gostou, PDON!

Professor, na prática quais as diferenças entre esses verbos? Simples.

Prevenir

é você tomar medidas para evitar que aconteça alguma ação adversa, é fazer com que o seu agente adverso nem mesmo tente empreender algum ataque dessa natureza. Por exemplo, no contexto da segurança corporativa você estabelecer sistemas de controle de acesso a áreas sensíveis. Imagine que alguém queira realizar uma sabotagem em uma área dessa natureza, ao perceber que existe controle de acesso rigoroso, esse agente adverso pode até mesmo desistir de realizar o ataque. Nesse caso a atuação da contrainteligência se deu de maneira preventiva.

Detectar

seria você descobrir tentativas de ações adversas por parte do seu oponente e até mesmo saber de onde veio o ataque.

Por sua vez,

obstruir

é simplesmente impedir a concretização do ataque. Você tentou prevenir, não deu certo. Depois você detectou e percebeu: “lá vem o ataque”. Daí você fala: “aqui não!!!”. É o zagueiro que não vai deixar o centroavante chegar na pequena área. Também se aplica para o caso de o ataque já ter se concretizado, por exemplo, o seu oponente já conseguiu transpor as barreiras dos postos de controle de acesso da sua organização. Nesse caso você precisa estabelecer medidas para que ele não tenha acesso aos dados e conhecimentos sensíveis daquelas áreas. Trata-se da preocupação com o estabelecimento de camadas de proteção.

Já o verbo

neutralizar

transmite dois conteúdos. O primeiro deles seria no sentido de desenvolver ações de contrainteligência não meramente

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no qual o seu agente adverso conseguiu acesso aos seus dados, informações e conhecimentos sensíveis; as camadas de proteção foram insuficientes para impedir esse evento lesivo. Nesse caso, a preocupação da contrainteligência será em realizar um eficiente controle de danos, no sentido de reduzir os efeitos negativos do comprometimento desses dados, informações e conhecimentos sensíveis.

Observe que o processo de contrainteligência possui uma natureza totalmente defensiva, protegendo:

Portanto, a proteção não incide apenas sobre esses dados, informações e conhecimentos, mas também sobre as áreas e meios que os retenham ou em que estes transitem. Guarde isso!

DADOS

INFORMAÇÕES

CONHECIMENTOS

DE INTERESSE DA SEGURANÇA DA SOCIEDADE E DO ESTADO

+

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3. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008 - ADAPTADA). Entende-se por contra-inteligência a atividade do SBI destinada a inutilizar informações sigilosas que foram obtidas com a finalidade de subsidiar o presidente da República em seu processo decisório e que não são mais necessárias.

A questão original foi anulada pela banca. O motivo da anulação foi que no lugar de SBI (ou SISBIN), na prova veio escrito DISBI. De qualquer maneira, realizada a necessária adaptação, podemos aproveitá-la. Contrainteligência é PDON: PREVENIR, DETECTAR, OBSTRUIR e NEUTRALIZAR a inteligência adversa. A questão em nenhum momento fala de inteligência adversa.

Gabarito: ERRADA.

5. O Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN

A lei nº 9.883/99, ao instituir o SISBIN, trouxe apenas seu “desenho básico”, deixando para o Executivo o papel de regulamentar sua organização e seu funcionamento, o que foi realizado quase três anos depois por intermédio do Decreto nº 4.376/2002. Mas não se preocupe com isso agora. Veremos esse decreto na próxima aula. Por ora vamos estudar o “esqueleto” do SISBIN. Essa estrutura básica pode responder aos seguintes questionamentos sobre o Sistema: o que faz? Qual a sua finalidade? Quais os seus fundamentos? Quais os seus deveres? Quais os requisitos para integrá-lo? O Cespe tentará misturar essas respostas, por exemplo, trazendo uma assertiva que afirma que determinado fundamento é a finalidade do SISBIN. Portanto, temos que ficar especialmente atentos nessa parte da aula.

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Já pudemos ter uma noção dessa resposta quando falei sobre o conceito de sistema. Mas é importante levar pra prova o texto legal:

integra

as ações de

planejamento

e

execução

das atividades de inteligência do País”.

Portanto, sempre que se lembrar do SISBIN você irá pensar na palavra INTEGRAÇÃO. Ora, conforme já estudamos, essa é a função básica de qualquer sistema. Então o SISBIN irá integrar. Integrar o que? Aí vêm as palavrinhas que você não poderá esquecer: PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO. Vê o tamanho da responsabilidade do SISBIN? Não integra apenas as ações que envolvam execução, mas também as de planejamento das atividades de inteligência do País.

O Cespe vai colocar “o SISBIN planeja e executa as atividades de inteligência do País” e você vai marcar CERTO né? Nãoooo... ele não planeja e executa, o SISBIN

integra

as ações de planejamento e execução das atividades de inteligência do País. Então nesse item você marcaria ERRADO, beleza?! Vamos que vamos! O SISBIN também é responsável pelo:

processo de obtenção, análise e disseminação da informação necessária ao processo decisório do Poder Executivo, bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de pessoas ou órgãos não autorizados.

Observe que a primeira parte do dispositivo traz a definição de inteligência, enquanto a outra diz respeito ao conceito de contrainteligência. Isso significa que a lei cometeu ao SISBIN a responsabilidade, o encargo público, da atividade de inteligência como um todo, envolvendo as vertentes da inteligência em sentido estrito e da contrainteligência. Muita atenção! Isso não quer dizer que o SISBIN executa diretamente essas atividades (quem executa são as entidades que dele fazem parte), mas que ele tem RESPONSABILIDADE sobre elas. Não se esqueça do que falamos sobre a noção de sistema lá no início da aula.

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Já estudamos isso. Mas não custa relembrar: “fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional”. Por essa razão, seria inconcebível fazer parte do SISBIN um núcleo de inteligência da estrutura do Poder Judiciário ou do Legislativo, uma vez que essas estruturas assessoram os seus respectivos Presidentes e não o Presidente da República, mandatário maior do Poder Executivo.

O que norteia a atuação do SISBIN? Qual a base que justifica e legitima sua existência?

Geralmente quando pensamos em inteligência, fazemos uma instantânea associação dessa atividade à preservação da soberania e à defesa do Estado. Isso acontece porque estamos acostumados a assistir, principalmente nas produções hollywoodianas, a atuação dos órgãos de inteligência sempre que existe algum interesse nacional em risco. Nesses filmes tudo é possível quando a “nação está em perigo”, desde a possibilidade de invadir um domicílio até mesmo de cometer um homicídio “justificado”.

Infelizmente isso não acontece apenas nos filmes. Em muitos Estados que atravessam regimes ditatoriais os serviços de inteligência cometem toda sorte de arbitrariedades. Esse fenômeno pôde ser observado inclusive no Brasil,

preservação da soberania nacional

defesa do Estado Democrático de Direito

dignidade da pessoa humana

Qual a finalidade do SISBIN?

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humana é a base desse sistema.

Por favor, leia e releia esses fundamentos o quanto for necessário para fixar, porque muito provavelmente estarão na sua prova.

Mais uma vez fica evidente a preocupação do legislador em evitar que os órgãos de inteligência se distanciem do princípio da legalidade:

cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e ajustes

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou signatário,

e a legislação ordinária.

Em outra passagem, a lei prescreve que “as atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com

irrestrita observância dos direitos e

garantias individuais

,

fidelidade às instituições e aos princípios éticos

que regem os interesses e a segurança do Estado”. O zelo do legislador é excessivo? A história nos ensina que não.

4. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) O SBI, em suas ações, deve cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais dispositivos da CF e das leis ordinárias, mas não os derivados de tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais, tendo em vista que o SBI tem como fundamento a preservação da soberania nacional.

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O Cespe adora fazer questão sobre esse dispositivo. A banca quis iludir o candidato ao afirmar que por ter por fundamento a soberania nacional, o SBI (ou SISBIN) não deveria cumprir e preservar os direitos e garantias derivados de tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais. Temos que ter em mente que soberania não é sinônimo de irresponsabilidade internacional! Ademais, o texto da lei é bastante claro, incluindo essas hipóteses entre os deveres do SISBIN.

Gabarito: ERRADA.

5. (CESPE - 2010 - ABIN - Agente Técnico de Inteligência - Área de Tecnologia da Informação) Nas atividades de inteligência, o uso de técnicas e meios sigilosos com potencial suficiente para ferir direitos e garantias individuais só pode ocorrer mediante o conhecimento e a autorização prévia do presidente do Conselho Consultivo do SISBIN e exclusivamente nos casos que envolvam a segurança do Estado. Ainda iremos estudar o Conselho Consultivo do SISBIN na próxima aula. Mas esse conteúdo não é necessário para que possamos responder a questão corretamente. Repare quando o item fala: “o uso de técnicas e meios sigilosos

com potencial suficiente para ferir direitos e garantias

individuais

”. Acabamos de ler que a

observância dos direitos e garantias

individuais deve ser irrestrita

. “Irrestrita” já diz tudo, não é mesmo? Não cabem restrições!

Gabarito: ERRADA.

6. (CESPE - 2008 - ABIN - Agente de Inteligência) As atividades de inteligência devem ser desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, independentemente da observância dos direitos e das garantias individuais e para fins de assessoramento ao presidente da República.

Independentemente da observância dos direitos e das garantias individuais? Mais uma vez para não esquecermos: “as atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com

irrestrita observância dos direitos e

garantias individuais

,

fidelidade às instituições e aos princípios éticos

que regem os interesses e a segurança do Estado”.

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ou indiretamente, possam produzir conhecimentos

de interesse

das atividades de inteligência,

em especial

aqueles responsáveis pela

defesa externa, segurança interna e relações exteriores

,

constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na forma de ato do Presidente da República.

§ 2º Mediante

ajustes específicos e convênios

,

ouvido o

competente órgão de controle externo da atividade de

inteligência, as Unidades da Federação poderão compor o Sistema Brasileiro

de Inteligência.

Vou insistir nesse alerta: o SISBIN foi efetivamente constituído em 2002, com a edição do Decreto nº 4.376, mas três anos antes a lei 9.883/99 já dizia mais ou menos como queria a “cara” desse sistema, traçando as diretrizes para a sua formação.

Pela denominação do Sistema, você poderia pensar: “bem, é um sistema de inteligência, então logicamente deve ser formado apenas por órgãos de inteligência”. E se eu te disser que o Ministério da Saúde faz parte do SISBIN? Isso foi possível porque a lei exigiu tão somente que suas unidades fossem capazes de produzir “direta

ou indiretamente conhecimentos de

interesse das atividades de inteligência”. Ou seja, determinada unidade administrativa pode fazer parte do SISBIN mesmo não tendo como atividade fim a produção desse tipo de conhecimento, bastando que este possa ser obtido até mesmo pela atuação indireta da instituição.

A lei apenas sugere, exemplificativamente, como unidades do sistema aqueles órgãos e entidades responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores. Não significa que todos os órgãos e entidades que atuarem nessas áreas comporão o SISBIN, nem quer dizer que aqueles que exercerem outras atividades estarão impedidos de integrar esse sistema.

Observe que a lei utilizou a expressão “

em especial

”, deixando evidente o caráter sugestivo dessas áreas de atuação. Por fim, quem definirá a composição

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do SISBIN? O Presidente da República. É o que revela o texto “na forma de ato do Presidente da República”. Esse ato foi justamente o Decreto nº 4.376/02. A lei ainda deixa em aberto a possibilidade de Unidades da Federação comporem o SISBIN, apenas exigindo:

Mais adiante conversaremos sobre esse órgão de controle externo. Não se preocupe com isso nesse momento. Vamos agora estudar a criação da ABIN.

7. (CESPE - 2010 - ABIN - Agente Técnico de Inteligência - Área de Tecnologia da Informação) Os órgãos e entidades da administração pública federal que produzirem, direta ou indiretamente, conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores, são membros natos do SISBIN.

Membros natos do SISBIN? Você leu em algum lugar dessa aula algo sobre isso? Não existem membros natos do SISBIN. Vamos recordar do dispositivo: “Art. 2º

Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que, direta ou indiretamente, possam produzir conhecimentos de interesse das atividades de inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna e relações exteriores, constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na

forma de ato do Presidente da República.” Esse ato do Presidente da República é o instrumento que define os membros do SISBIN (Decreto que estudaremos em detalhes na próxima aula)! Então nada dessa historinha de “membros natos”. Beleza?

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Só é lembrar do esquema:

Gabarito: CERTA.

6. Criação da ABIN

Chegamos ao principal assunto da aula. Aqui sua atenção terá que ser redobrada. Recomendo, então, que faça uma pausa para tomar água ou café. Nesse tópico temos que estar com nossa atenção em alto nível, porque iremos estudar o assunto que mais costuma ser cobrado em provas do Cespe.

Art. 3º Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN,

órgão da

Presidência da República, que, na posição de

órgão central

do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá a seu cargo

planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes superiormente traçadas nos termos desta Lei.

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A primeira informação importante que podemos extrair é que a ABIN é um órgão da Presidência da República, integrando a

Administração Direta

. Você que está estudando Direito Administrativo, cuidado para não fazer confusão. Apesar do nome “Agência”, a ABIN

não é uma Agência Executiva. Faz parte

da Administração Direta. Não se esqueça disso!

A ABIN está vinculada à Presidência da República sob a supervisão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O GSI não é um Ministério. É um “órgão essencial” da Presidência com status de Ministério. Resumindo:

Entretanto, sem dúvidas, a informação mais importante que esse dispositivo pode nos transmitir é que a ABIN ocupa a posição de

órgão central do

SISBIN. Mas como definir esse papel de órgão central? A própria lei nos explica no parágrafo único de seu art. 4º.

Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à

ABIN, nos termos e condições a serem aprovados mediante ato presidencial,

para fins de integração, dados e conhecimentos específicos

relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais.

Assim, podemos ver que essa posição de órgão central corresponde à tarefa de

integração dos dados e conhecimentos fornecidos pelos demais órgãos e

entidades componentes do SISBIN. Vamos nos recordar do exemplo que eu dei no início da aula daquele relatório sobre a presença de haitianos no Brasil.

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ressaltar que a ABIN é o

único componente do SISBIN que tem como

competência essencial

o exercício da atividade de inteligência. É como se

a função das demais unidades do SISBIN fosse apenas fornecer dados e informações ao órgão central, este sim um órgão especializado em inteligência. Na prática, ocorre um verdadeiro intercâmbio de informações entre essas unidades, mas prepondera a transmissão de dados à ABIN para fins de integração.

Outra observação importante é que a lei fala que a ABIN “terá a seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País”. Segundo a teoria da Administração existem 4 funções administrativas básicas: planejamento, organização, direção e controle. Dessa forma, fica claro que o legislador dotou a ABIN das principais prerrogativas relacionadas à gestão das atividades de inteligência do País.

(ABIN - ANALISTA DE INFORMAÇÕES/CÓDIGO 1 - 2004) Considerando que a Presidência da República é um órgão da União e que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão da Presidência da República que tem por função planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do país, julgue os itens a seguir. 9. A ABIN integra a administração direta.

Essa foi uma questão de vó! Ora, você poderia rapidamente responde-la pelo próprio enunciado da questão que afirma “e que a ABIN é o órgão da Presidência da República que tem (...)”. Se é da Presidência da República, integra a Administração Direta.

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10. Apesar de seu nome, a ABIN não é uma agência executiva.

Conforme acabamos de destacar, embora seja chamada de “Agência” Brasileira de Inteligência, a ABIN não é uma agência executiva.

Gabarito: CERTA.

A lei, em outra passagem, atribui à ABIN 4 competências mais específicas. Vejamos:

I - Planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República.

Ao começar o texto com os verbos planejar e executar, mais uma vez o legislador reconhece a importância do planejamento na Administração Pública. Portanto, qualquer ação de inteligência deverá ser submetida a um planejamento antes de iniciada a execução propriamente dita.

Outro ponto importante é que essas ações podem ser sigilosas ou não. Repare no dispositivo: “planejar e executar ações, inclusive sigilosas”. Assim, se o CESPE cobrar em determinado item que está a cargo da ABIN “planejar e executar ações exclusivamente sigilosas”, você, aluno do Ponto, não cairá nessa casca de banana, rapidamente identificará a maldade da banca e marcará a assertiva como ERRADA.

Essas ações serão as relativas à “obtenção e análise de dados para produção de conhecimentos”. Professor, esses verbos estão me fazendo lembrar o tal OBANDI (obter, analisar e disseminar). Mas onde eu vi mesmo esse OBANDI? Você tem que lembrar que OBANDI é responsabilidade do SISBIN. Repare que nas atribuições da ABIN não consta o verbo disseminar. Então, caso a banca coloque “disseminar” conhecimentos como competência da ABIN, pode marcar o item como ERRADO. Então, a ABIN obtém e analisa dados, além de produzir conhecimentos. Mas depois de produzidos, esses conhecimentos deverão ser disseminados, certo? Correto. Se a ABIN não dissemina, quem está responsável por isso? Genericamente a lei fala que é responsabilidade do SISBIN, mas como acabamos de estudar o SISBIN não existe enquanto instituição. Algum integrante

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Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos de inteligência produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser fornecidos, às autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da

Presidên

cia

da República

, observado o respectivo grau de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

O Ministro-Chefe do GSI fará essa disseminação levando em conta duas exigências: terá que se observar o grau de sigilo (estudaremos os diferentes graus de sigilo nas próximas aulas) e não poderá transmitir aqueles cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Guarde isso. É válido ressaltar que o § 1º desse artigo alerta que o fornecimento de documentos ou informações, não abrangidos por essas hipóteses, será regulado em ato próprio do Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

11. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) À ABIN compete planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República e, em face da natureza sigilosa das ações, a ABIN pode decretar a interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos.

A questão até começa muito bem, mas comete um erro grave quando afirma que “a ABIN pode decretar a interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos”. Ora, segundo a Constituição “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”. Em primeiro lugar a ABIN não realiza investigação criminal, muito menos

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instrução processual penal. ABIN não é polícia, não investiga infrações penais! Mesmo que a investigação de crimes fosse competência da ABIN, ela não poderia decretar a interceptação das comunicações telefônicas de suspeitos, pois dependeria de autorização judicial.

Gabarito: ERRADA.

II - Planejar e executar a

proteção de conhecimentos

sensíveis

, relativos aos interesses e à segurança do Estado e da sociedade. É importante que você saiba o que são conhecimentos sensíveis, já que durante nosso estudo irá se deparar com essa expressão com certa frequência. Conhecimentos sensíveis são aqueles que, por sua importância estratégica, podem representar oportunidades ou ameaças ao Estado. Aí vai uma dica. A ABIN desenvolve o denominado

Programa Nacional de Proteção ao

Conhecimento Sensível

(PNPC)

, realizando parcerias junto a instituições

e empresas estratégicas detentoras de conhecimentos estratégicos para o País, com o objetivo de fomentar uma cultura de segurança de modo a eliminar ou reduzir vulnerabilidades relacionadas à proteção desses conhecimentos.

12. (CESPE - 2008 - ABIN - Oficial de Inteligência) Consideram-se conhecimentos sensíveis, cujo planejamento e execução compete à ABIN, aqueles relacionados a dados ilícitos e sigilosos, para fins de assessoramento ao presidente da República.

O que são mesmo “conhecimentos sensíveis”? São aqueles que, por sua importância estratégica, podem representar oportunidades ou ameaças ao Estado. A questão erra quando relaciona conhecimentos sensíveis com dados ilícitos. Outra coisa, a ABIN planeja e executa a PROTEÇÃO aos conhecimentos sensíveis, a questão fala que a ABIN planeja e executa os conhecimentos sensíveis.

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IV - Promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência, e realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de inteligência.

Competência tranquila, pessoal! Dificilmente estará na sua prova porque é um enunciado bastante lógico. Dê mais atenção às anteriores.

7. Organização da ABIN

A Lei nº 9.883/99, à semelhança do que fez com o SISBIN, trouxe apenas normas gerais relativas à organização da ABIN, deixando o detalhamento de sua estrutura organizacional a cargo do Executivo. Com efeito, só no ano de 2008 foi editado o Decreto nº 6.408, que aprovou a estrutura regimental da Agência, e foi recentemente revogado pelo Decreto nº 8.905/2016. Mas isso será cena dos próximos capítulos! Por enquanto, vamos estudar as normas gerais previstas na Lei nº 9.883/99:

Art. 8º A ABIN será dirigida

por um Diretor-Geral

, cujas funções serão estabelecidas no decreto que aprovar a sua estrutura organizacional. § 1º O regimento interno da ABIN disporá sobre a competência e o funcionamento de suas unidades, assim como as atribuições dos titulares e demais integrantes destas.

§ 2º A

elaboração e edição

do regimento interno da ABIN serão de responsabilidade

de seu Diretor-Geral

, que o

submeterá à

aprovação do Presidente da República

.

Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor-Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN, de natureza especial, e os em comissão, de que trata o Anexo a esta Lei. Parágrafo único. São

privativas do Presidente da República a

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escolha e a nomeação do Diretor-Geral

da ABIN, após

aprovação

de seu nome pelo Senado Federal.

Art. 7º A ABIN, observada a legislação e normas pertinentes, e objetivando o desempenho de suas atribuições, poderá firmar convênios, acordos, contratos e quaisquer outros ajustes.

Vamos memorizar o que é mais importante? Você não poderá esquecer que a ABIN é dirigida por um Diretor-Geral! E será esse DG que irá elaborar e editar o regimento interno da ABIN, submetendo-o, em seguida, à aprovação do Presidente da República. Resumindo:

Agora muita atenção, pessoal! O § 2º do art. 6º do Decreto nº 8.905/2016 delegou ao Ministro de Estado Chefe do

GSI

a competência para

APROVAÇÃO do regimento interno da ABIN. E o Decreto podia fazer isso,

professor? Sim! A Constituição Federal, no parágrafo único do seu art. 84, autoriza que o Presidente delegue esse tipo de competência aos seus Ministros. Outra informação importantíssima, bastante “caível” (perdoe-me pelo neologismo) em provas do Cespe: O DG é escolhido e nomeado pelo Presidente da República, após a aprovação de seu nome pelo Senado Federal. Leia esse parágrafo umas dez vezes, anote em seu caderno ou em locais inusitados de sua casa se for necessário, mas não se esqueça disso!

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A lei

não fala que o Diretor-Adjunto terá seu nome aprovado

pelo Senado Federal

, só fala com relação ao Diretor-Geral. O Decreto nº

8.905/2016 diz apenas que ao DG incumbe indicar nomes para provimento do cargo de Diretor-Adjunto, bem como propor sua exoneração. Apesar de não haver previsão expressa, fica subentendido que o Diretor-Adjunto será nomeado pelo Presidente da República, após indicação do DG, mas não passará pela sabatina do Senado Federal. Muito cuidado para não cair em pegadinha boba da banca!

O art. 7º dispensa comentários. Só é lembrar do que falei sobre o PNPC. Esse programa é um exemplo de convênio firmado pela ABIN.

Os seguintes dispositivos dificilmente serão cobrados, já que tratam da transição da Subsecretaria de Inteligência, vinculada à antiga Casa Militar, para a então recém criada ABIN. De qualquer forma, é importante uma leitura atenta, pois o Cespe muitas vezes resolve surpreender.

Art. 12. A unidade técnica encarregada das ações de inteligência, hoje vinculada à Casa Militar da Presidência da República, fica absorvida pela ABIN. § 1o Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para a ABIN, mediante alteração de denominação e especificação, os cargos e funções de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, as Funções Gratificadas e as Gratificações de Representação, da unidade técnica encarregada das ações de inteligência, alocados na Casa Militar da Presidência da República. § 2o O Poder Executivo disporá sobre a transferência, para a ABIN, do acervo patrimonial alocado à unidade técnica encarregada das ações de inteligência. § 3o Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar ou transferir para a ABIN os saldos das dotações orçamentárias consignadas para as atividades de inteligência nos orçamentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do Gabinete da Presidência da República.

Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias. Parágrafo único. O Orçamento Geral da União contemplará, anualmente, em rubrica específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das ações de caráter sigiloso a cargo da ABIN.

Referências

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