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Gazeta de Coimbra , Novembro Publicado por: J. R. A. URL persistente:

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Gazeta de Coimbra. - 1930, Novembro

Publicado por:

J. R. A.

URL

persistente:

URI:http://bdigital.sib.uc.pt/republica2/UCSIB-GHC-169/rosto.html;

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/22905

Accessed :

23-Jan-2017 05:24:42

digitalis.uc.pt

(2)

j f r i x l s f f 930

O iornal mais antigo da cidade e de raalor ínlonnipo

R o r Coimbra

D I Á R I O D A M A N H A

Re 8 as

seiras

REDACÇÃO E ADPIINISTR ACCAO

Pirector,

JOAO MBEIIFO ARROBAS

Administrador, Augusto Ribeiro Arrobas — Editor, Diamantino Ribeiro Arrobas

OFICINAS DE

C®l*iPQ§!C&©

E lílPPESSAO

Pâílo do Inquisição, 6. - Teleione 351.

Administrador, Augusto Ribeiro Arrobas — Editor, Diamantino Ribeiro Arrobas

Pirector,

JOAO MBEIIFO ARROBAS

P á t i o da I n q u i s i ç ã o , 27 e 27-A

Pirector,

JOAO MBEIIFO ARROBAS

Administrador, Augusto Ribeiro Arrobas — Editor, Diamantino Ribeiro Arrobas

. Só ficará bem

ser-vido comprando no

(ASIÊLA

r. Eduardo cosmo, 26

immz

ess

Méq, 15 È Uaveato

m XX : 19 3© : l' Z62S

A ClfiltÇS»

IV

Um dos aspectos mais curiosos

«desta questão diz respeito ao

crité-r i o com que focrité-ram tcrité-ratados pcrité-roble-

proble-m a s da proble-mais alta iproble-mportancia

na-cional é a sinceridade das razões

justificativas das medidas adotadas.

Diz o d e c r e t o :

«Cessam todos os motivos que

determinavám o cerceamento do

apo de iniciação pedagógica e,

pos-to que se restrinja ao indispensável

o n ú m e r o das respectivas cadeiras,

alarga-se o tempo lectivo ás que

íficam e dá-se maior independencia

as que d e v e m considerar-se

funda-m e n t a i s neste ensino; enfifunda-m

agru-p a m - s e todas numa nova secção

•das Faculdades de Letras».

Tanta coisa!

Os motivos que determinavam

o cerceamento do ano de iniciação

pedagógica, já há muito tinham

de-saparecido com a publicação do

decreto n.° 10:106, de i de

No-v e m b r o de 1928, que deu aos

di-r è c t o di-r é s das Escolas podedi-res padi-ra

a nomeação dos júris dos exames

d é admissão.

O facto é muito interessante e

•demonstra a influencia deletéria

qdé, pára a boa execução destes

serviços, exercia a necessidade de

«despacho ministerial».

Quanto ao novo quadro de

estu-dos fácil é demonstrar a sua

infe-rioridade, sob o ponto de vista da

cultura pedagógica que se propõe

fornecer.

Com efeito, foi suprimido o

es-t u d o das mees-todologias,—o que

re-p r e s e n t a um erro grave —, a não

ser que tais estudos se suponham

incluidos na «Didactica» que se

apensou â Pedagogia «(Pedagogia e

Bidactica» é a designação de uma

das novas cadeiras).

Se foi esta a ideia do legislador

então podãmos afirmar que tal

ca-deira virá a constituir uma especie

de «bric-à-brac» pedagógico» ou

«armazém de ferro velho escolar »,

o n d e tudo cabe sem possibilidade

de organização lógica.

Nem haverá sequer professor

algum competente para reger

se-melhante cadeira, nem o tempo que

lhe foi destinado será suficiente.

A designação da 2." cadeira

re-presenta o cúmulo — «História da

educação, organização e

adminis-tração escolares...»

História da educação está b e m ;

m a s a História da organização e

administração escolares, não

lem-brava ao diabo.

E' claro que não há nada que

não tenha uma historia; e por

ou-tro lado « saber não ocupa logar »,

como diz o povo. Mas

francamen-te exigir para a formação cultural

dos professores a História da

orga-nização escolar, parece-nos forte...

Mas o caso tem a sua historia...

O legislador, na falta de

maio-r e s maio-recumaio-rsos imaginativos, foi a

duas das cadeiras dc quadro

pro-posto pelos directores, juntou-lhes

<js titulos e apensou a uma das

outras o rabo de palha da Didatica.

« C e s t tout!!» Cá está o ponto de

partida da futura Faculdade de

Educação...

No projecto dos directores,

ha-via unia cadeira intitulada —

Orga-nização e administração escolares

— cadeira fundamental que devia

c o m p r e e n d e r o estudo intensivo

dos problemas administrativos

es-colares mais importantes, tais

co-m o :

a) Sistemas escolares

secundá-rios; sua evolução, fundamentos e

ebjebtivos;

b) formação e funções dos

Rei-tores;

c) actividades extra-escolares e

circun-escolares;

d) programas; métodos

scien-tlficos para a sua organização, etc.

Uma cadeira com esta

orienta-ção é mais que necessária, p o r jà

ir sendo tempo de chamar a

aten-ção das futuros professores e

diri-gentes escolares para as funções

administrativas que lhes competem

tí muitas vezes alcançam maior

si-gnificação pedagógica dó que as

próprias funções docentes.

Agora uma cadeira de História

da organização e administração

es-colares chega a ser ridicula.

« Não se estuda a matéria » na

sua essencia e principiôS

regulado-res, «mas faz-se-'he a história! »

Com as cadeiras e cursos do

quadro descrito no decreto da

ex-tinção foi constituída uma secção—

a das sciencias pedagógicas — nas

Faculdades de Letras.

Diz o decreto:

« Não se pretendeu fazer desde

já uma obra completa...»

Ao menos, neste ponto o

legis-lador foi modesto^., e sincero!

Mas de facto o que se fez é

du-ma penúria du-manifesta,

relativamen-te ao que constava da proposta dos

directores.

Já evidenciamos o critério com

que se organizaram as duas

cadei-ras que hão-de vir a constituir

pro-priedade do catedrático da secção

de sciencias pedagógicas — (

Sec-ção com um único professor

cate-drático !).

Mas onde a inferioridade é

ma-nifesta é no que se refere á

possi-bilidade de virmos um dia a

pos-suir verdadeiras Faculdades ou

Es-colas de Educação. Nesta secção

pedagógica não há um único

pro-fessor auxiliar, nem um simples

as-sistente !

De forma q u e a substituição

dêste professor catedrático terá de

se fazer em condições precárias.

Os professores auxiliares e os

assistentes são os substitutos

natu-rais dos professores catedráticos,

que de longe se veem preparando

para a catedra. Sem estes

elemtos, a cada vacatura, terá de se

en-tregar a regencia das respectivas

disciplinas a professores que para

isso não estão certamente

prepa-rados.

Dizia acertadamente o projecto

dos Directores :

« Com a criação dum quadro de

professores auxiliares e assistentes

estabelece se o ponto de partida

para a futura organização das

Es-colas autónomas de Educação.

Isto sob o ponto de vista

docen-te, porque no que se refere ás

con-dições materiais e probabilidades

de progresso nem é bom falar.

As dotações das secções

peda-gógicas— reduzidas a um

profes-sor catedrático — virão a ser

insi-gnificante e as bibliotecas passarão

a ter possibilidades tão reduzidas

que o seu valor como instrumentos

de trabalho será quasi nulo.

E não se venha falar na

«neces-sidade de não avultar d e s p e z a s »

porque a seu tempo provaremos

que a organização proposta pelos

Directores e s t a v a perfeitamente

dentro das possibilidades

orçamen-tais do Ministério da Instrução e

re-presentava qualquer coisa de

im-portante sob o ponto de vista de

progresso docente das sciencias

pe-dagógicas.

Mas aos Directores faltava

a-«maxima competencia» e quanto

«á-maior dedicação» nem bom é falar

nisso!

DR. EUZEBIO TAMAGNINI

Aviação

0 "raid., LIsMiia Perimam

Í

»$ aviadores nortugueses

enceram mais uma étape

LISBOA, 14.—Os aviadores

por-tugueses que estão tehtando o «raid«

Lisboa-India, chegaram a Bagdad.

—E.

A viagem «lo «D X»

LONDRES, 14.—Anuncia-se

ofi-cialmente que o hidro-avião «Do

X» não pode partir para Bordeaux

antes das 10 horas, em virtude do

nevoeiro.—H.

* * *

CALSHOT, 14. — Assinala - se

muito pouco vento ao longo da

costa ingleza, sendo a visibilidade

sobre a Mancha de mais de doze

milhas.

O «Do X» começou a avançar na

agua, estando a partida eminente.

P o r cima e em torno do gigantesco

aparelho estão voando 20 aviões.—

ti.

FIlss Drnce aterrou em

Snangat

SHANGAI, 14.—A aviadora

bri-tanica Mistress Victor Bruce, que

está realisando um vôo a Tokio,

a t e r r o u n e s t a c i d a d e . — H .

h t o s

nacionais

Ipja Mis de PÉ

firende

Segundo as informações oficiais

que hoje nos foram prestadas,

sa-bemos que o Conselho de Arte e

Arqueologia vai tomar na devida

consideração as reclamações

apre-sentadas num artigo publicado no

numero de ontem da « Gazeta de

Coimbra ».

Possivelmente, o sr. dr.

Vergi-lio Correia visitará, por estes dias,

Pedrogam Grande, para se inteirar

« de visu » do que se passa.

Para comemorar o i.°

centená-rio do nascimento do meu precláro

antecessor D. Manuel Correia de

Bastos Pina e o 17.

0

aniversário do

seu falecimento haverá na igreja

Catedral solenes exéquias com

ora-ção f ú n e b r e e responso no

próxi-mo dia 19, ás 10 horas, começando

pelo canto de « Laudes ».

Para assistirem a este acto

reli-gioso e de gratidão tenho a honra

de convidar o Rev.° Clero e mais

fieis, especialmente desta cidade.

Fará a oração f ú n e b r e o Ex.

mo

e

Rev."° Sr. Arcebispo Bispo de Vila

Real.

As Ex.""' Autoridades terão

lu-gar na Capela Mçr.

Coimbra, 15 de Nóvembro de

1830.

MANUEL, Bispo dê Coimbra.

A Renascença eia PortBijal

... Sr. Director. — Serviços

ofi-ciais e preocupações de ordem

cul-tural mais importantes, de

momen-to, que o assunto « Portá

Especio-sa », fizeram-me adiar até agora o

artigo prometido para depois do

Congresso de Antropologia.

Com ele encerro, por minha

parte, a discussão nas colunas da

« Gazeta de Coimbra », porquanto

:continua-la no andamento que leva

seria, como se diz popularmente,

«gastar cêra com ruins defuntos...»

Contra a afirmação do jornalista

italiano sr. Guido Batelli, de que

Sansovino estivera em Coimbra,

trabalhando na Porta Especiosa, em

11498. demonstrei docomentalmente

jque em tal data não existia ainda a

i porta.

Que lucrei c o m i s s o ? Nada. O

>sr. G. B. em vez de penitenciar-se

da sua asserção escapuliu-se com

desenvoltura para o u t r a : « n a d a

quer dizer o facto de a Porta

Es-peciosa ser construída alguns anos

depois da sua volta para Italia ».

Isto é : Sansovino não foi o

cons-t r u cons-t o r ; mas fez o projeccons-to que os

alunos que deixara na terra

reali-zaram.

Isto é bom de dizer, mas difícil,

impossível mesmo, de provar.

Seria necessário que a Porta

parecesse, pela estrutura, uma obra

de Sansovino, quer na sua fase

flo-rentina, quer na romana; ou que a

decoração dela fôsse de motivos

utilizados pelos lavrantes italianos,

o que indicaria o ensino do Mestre.

Ora ja tive o gosto de escrever,

e em muitos bons termos, na «

Ga-zeta de Coimbra» de 30 de Agosto

p. p., que nem uma cousa nem

ou-tra eram verdadeiras.

Relembro, a propósito, que o

sr. G. B. me arguiu de proceder

ilegitimamente fazendo a

compa-ração da Porta Especiosa, que

em sua opinião de então datava de

1498, com as obras de Sansovino

em Sant-a Maria dei Populo, em

Rotna, que datam de 1505 e 1507.

P e r c o r r e n d o na «Biblos» ( n.°" 5

e 6 do volume V) o artigo «Nei

quarto Centenario delia morte dei

Sansovino—1460-1520)» encontrei

depois o seguinte: «Basta esamicare

il tondo con la Vergine coronata

dagli Angioli, che sta sopra la

por-ta, per vedersi súbito la

somiglian-za con altre sculture congeneri di

Benedetto da Maiano, dei Rosselino,

di Mino da Friesole e dei

Sanso-vino stesso, quando piú tardi,

tor-nato in Itália, scolpirà le famose

tombe romane di S. Maria dei

Po-pulo». O que era ilegítimo (sic)

para mim, não o era para o sr. G.

B.!

Temos, pois, o sr. Battelli dando

as mãos á palmatória num ponto

fundamental de toda esta questão:

Sansovino não construiu a Porta

Especiosa. Mas o jornalista italiano

mantém a afirmação de que Andrea

Contueci esteve em Coimbra em

1498. 1

Para q u ê ? Para esculpir,

res-ponde, a estatua de S. Marcos do

convento do mesmo nome, e as

duas estatuetas de S. João e S.

Je-ronimo que se encontram no

ora-torio da Casa Cabral, em S.

Silves-tre do Campo.

Da estatua de S. Marcos nada se

sabe. Quanto às estatuetas, que

fe-lizmente'existem, e que o sr. G. B.

afirmou mais de uma vez serem

obra de Sansovino («Gazeta de

Coimbra» de 17 dé Setembro e

«Ilustração Moderna», n.° 37, com

fotografias), preparem-se os

leito-res para a mais extraordinaria

re-velação.

As estatuetas atribuídas pelo sr.

Guido Batelli ao italiano Andrea

Contucci, do Monte Sansovino,

per-tencem ao mestre escultor francês,

João de Ruão !

De facto, essas estatuetas, que

representam S. João Baptista e S.

Jerónimo, são obras de João de

Ruão, e muito-naturalmento

poste-riores a 1529, data da morte de

Sansovino.

Documentos sobre o caso não

os possuo directos; contudo a

iden-tificação julgo-a inatacavel. Uma

das estatuetas representa S.

Jeró-nimo penitente, semi-nu, ajoelhado

deante de uma cruz tosca, em acção

de percutir o peito com a pedra,

tenda ao.» pes enroscado um

leão-sinho. Compare-se esta obra com

um dos baixo-relevos do Jardim da

Manga, de ha muito exposto no

Museu de Machado de Castro, o

qual reproduz o mesmo assunto de

S. Jerónimo no deserto; ver-se-ha

que são peças do mesmo escultor,

tanto pelo espirito como pela

reali-zação.

Ora os baixos relevos dos

cube-los do Jardim da Manga são de

João de Ruão, como ficou

documen-talmente demonstrado n o a r t i g o

que publiquei em o numero 2 da

revista « Arte e Arqueologia », sob

o titulo : O livro de Receita e

Des-peza de Santa Cruz, de 1534-1535...

Que respeito me poderiam

me-recer, perante enganos desta

or-dem, as de Juções do sr. G. B.

àcêrca da obra da Porta Especiosa?

Que confiança poderia ter nas suas

observações, em todo o seu

siste-ma artístico italianofilo e

franco-fobo ?

Não basta, em cousas de arte,

discutir como advogado, ou

repe-tir s e m p r e a mesma coisa, para

que ela se torne verdadeira...

Agradeço-lhe, sr. director a

ama-bilidade da publicação de mais

es-ta cares-ta.

14 de Novembro de 1930.

VERGILIO CORREIA.

thna Iromegageni t um

PAMPILHOSA DO BOTÃO, 14

— E' ainda a comoção, o frémito

da dôr que em mim dominam. As

minhas palavras teem ainda o

con-chego da manifestação fúnebre,

cheio de grandeza e emoção, que

ontem se fez ao valoroso

bombei-ro, ao soldado da paz. Orvalhadas

de lágrimas elas são interpretes

fieis num coração que sente as

dô-res alheias e as próprias. Sentem-se

emoções, as mais violentas e as

mais rudes e todas elas nos fazem

vibrar e sentir. Urnas esquecem-se

e outros deixam-nos amachucados.

A de entem fez-nos vibrar e

cho-rar. Não sabemos bem se de

ale-gria, se de dôr.

Choramos e hoje vemos que as

lagrimas de ontem fôram de

tris-teza, de saudade, de homenagem,

de gratidão para com o soldado da

paz e de satisfação intima e sentida

por v e r m o s que ontem se firmou

de vez um pacto entre os

Bombei-ros e os pampilhosenses. Os

nos-sos bombeiros tiveram o seu

bap-tismo de fogo, bapbap-tismo doloroso e

e de sangne e ao sagrado lêma de

«Vida por Vida», respondeu em

massa uma multidão que chorosa e

firme bradou: «Aqui nos tendes

para vos estimarmos, ajudarmos na

vossa jornada do bem, nos vossos

gestos de abnegação e sacrifício.

Estamos convosco de alma e

cora-ção. S e r bombeiro é nobre, ser

grato é um dever.»

País de Bombeiros,

orgulhai-vos de orgulhai-vossos filhos. Só é

bombei-ro quem dentbombei-ro de si tem no lugar

mais recondito do coração o dever

de auxilio e solidariedade,

abnega-ção e sacrifício.

Ao grito de Vida por Vida

res-pondemos:

Amór pelo Dever.

B r i t o d a C o s t a

Empréstimos coloniais I\mm

PARIS, 15. — A Câmara votou

o primeiro artigo do projecto de

lei de empréstimos coloniais, e

bem assim a emenda concedendo

m a i s

300 milhões para as obras de

a s s i s t ê n c i a e

higiene, o que eleva

o t o t a l d e s t a v e r b a a 3 b i l i õ e s e 9 0 0 m i l h õ e s . — H .

Í 3 f é i

fta Maaga

. . . S r . Redactor — Escudado no

bom acolhimento que V.. costuma

dispensar aos brados de justiça em

favor dos interesses da nossa terra,

venho rogar-lhe um canto do seu

conceituado jornal para protestar

contra a irritante obra de empatas

que se está desenrolando á volta

do notável Jardim da Manga.

Se é certo que há uma entidade

em Coimbra com os melhores

pro-positos de restituir á sua primitiva

beleza o Jardim da Manga,

embe-lezando-o tanto quanto possível para

que êle possa mostrar toda a graça

das suas linhas arquitectónicas,

co-mo admitir que alguém venha

es-torvar êsse belo e patriotico

em-preendimento, alegando

frivolida-des que se não compadecem com

os desejos da cidade ?

Que nos impprta a nós que êsse

jardim seja de P e d r o ou de Paulo,

s.e é certo que a patriótica

Comis-são de Turismo apenas o deseja

valorizar, transformando-o numa

coisa util e agradavel, digna de

fi-g u r a r no novo património artístico,

sem que o seu legitimo dono perca

os direitos que sobre êle t e m !

Em qualquer outra terra, que

não fosse a nossa, êsses apoios

se-riam imediatamente abraçados por

gregos e troianos, mas em

Coim-bra, onde os empatas são como que

uma triste especialidade da terra,

tal melhoramento está em riscos

de perder-se, acabando a Comissão

de Turismo por se desinteressar da

sua realizaçao.

E assim, em vez duma obra do

mais alto alcance, Coimbra

conti-nuará a contar mais um chiqueiro

com grande aprazimento dos que

nada fazem, e nada deixam fazer.

Desculpe, sr. Redactor, o

desa-bafo dum amigo da sua terra e

creia-me seu admirador — J. F.

Br. João ia Ma Us

Com a alta classificação de

de-zassete valòres fez ontem exame de

clinica medica, tendo concluído

assim a sua formatura, o sr. dr.

João da Rocha Santos, filho do

nos-so velho amigo sr. José António

Gomes dos Santos, conceituado

co-merciante desta cidade.

Ao novel clinico e a seu pai

en-dereçamos as nossas melhores

sau-dações.

I V

Estamos em pleno Congresso

Antropologico, ou, antes,

reporta-mo-nos aos dias alegres que

Coim-bra viveu em fins de Setembro

úl-timo, para recordar-mos uma

apre-ciação interessante que nos foi

proporcionado surpreender.

Vibrava toda a cidade de

entu-siasmo, não tanto pelas torrentes

de seiencia que inundavam as

sa-las universitárias, porque essas iam

perdendo o seu volume ao passo

que corriam para a porta férrea da

qual por último n ã o saíam mais do

que uns ténues fios prateados que

se perdiam nos interstícios das

pe-dras das valetas, mas pela febre

festiva que exaltava todos os

espí-ritos, inebriando-os com as

vibra-ções sonóras das bandas e dos

fo-guetes, e com a policrómica dança

das luminárias que, iluminando o

espaço, se soltavam dos fógos de

artificio.

Divagavamo :'nós, passeando

pa-chorrentamente entre o Governo

Civil e a Sé Catedral, alheado de

tudo quanto nos cercava, quando,

passando em frente da ex-escola da

Feira, somos despertado das nossas

abstrações por um diálogo que a

dois passos se desenrolava entre

um conterrâneo nosso, cujo nome

não vem para o caso, e um

con-gressista estrangeiro. Não sabemos

se este sábio seria aquele

antropo-logista polaco... — c r e m o s que era

poláco; mas, fôsse ou não, pouco

interessa a sua nacionalidade — ;

que em pleno Congresso nos

apre-sentou como oriundos de prétos,

ou seria qualquer outro

congres-sista mais amável, se bem que tal

tése não nos desonrasse, antes pelo

contrário, pois que,

encaminhando--se a sciencia no sentido de filiar a

origem do homem na familia aos

«pitecos», muito nos distinguiu êsse

antropologista, desviando-nos dos

macacos para nos aparentar com a

humanidade indígena das terras

africanas.

De resto, não parece que nos

fôsse feita grande injustiça,

por-quanto, (e este juíso conseguimos

colhe-lo numa indiscréta aplicação

do ouvido, quando, numa das

nos-sas voltas pelo Largo,

propositáda-mente nos abeirámos do grupo),

porquanto, — dizíamos, traduzindo

o que ouvimos — n ã o só não faz

sentido que, numa terra, onde, a

par duma Universidade, se

encon-tram três licéus, uma Escola

Indus-trial e Comercial, e uma Escola

Normal, se malbaratem os templos

consagrados á instrução inicial, mas

ainda porque é impróprio dum País

civilizado o espectáculo que, a

na-cionais e estrangeiros, oferece o

estado miserável a que se deixa

chegar um edifício por todos os

tí-tulos m e r e c e d o r de que todos lhe

dispensem mais carinho e lhe

de-diqgemos, quando mais não seja

por d e v e r de gratidão, num mais

entranhado e acrisolado afécto.

Despertada a nossa atenção e

magoado o nosso bairrismo pelas

apreciações do referido

congres-sista, e preparando-se ele para «de

visu» apreciar as belesas coimbrãs,

resolvemo-nos a segui-lo e ao seu

cicerone na sua excursão, não

po-rém sem que, para matar o tédio

que nos causa caminhar sósinho,

procurássemos um companheiro,

invocando de além-túmulo aquele

que foi o Barão do Lorêto, ao lado

do qual seguimos na satisfação da

nossa curiosidade.

E assim, precedidos pelo

biná-rio humano que entre si dialogava,

fômos bater ao campo de foot-balí

de Santa Cruz, onde na ocasião se

defrontavam os dois primeiros

«ti-mes» de Coimbra, sob a

espectati-va ruidosa duma assistência espectati-

varia-da, não só pelo que diz respeito á

idade, mas também quanto a

cultu-ra, sexo e posição social.

Mal transpúnhamos a entrada do

campo, logo o nosso companheiro

ferindo-nos o tímpano com o seu

hábito gelado nos segreda estas

palavras repassadas de dôr e de

tristesa: « R e p a r e , meu amigo, co«

mo tudo na vida se justifica e tem

sua razão de ser. A minha Escola,

esse santuário onde eu desejava

v ê r desenvolver-se a cultura dos

espíritos, iniciando as criancinhas

nos seus deveres para com a

fami-lia e para com a Pátria; onde eu

pretendêra acompanhar o

bruxo-lear das primeiras luzes originárias

de futuras mentalidades ; onde eu

aspirava a dinamizar fôrças que

im-pelissem a nossa sociedade no

sen-tido do engrandecimento da

nacio-nalidade ; esse santuario, a minha

Escola, vai-se pouco a pouco

de-teriorando e, abandonada, vejo-a

transformada em club de ratos e

ratazanas.

Neste campo desportivo, pelo

contrário, tudo é vida e animação.

Não te parece que tudo isto

denun-cie a decadencia dum p o v o ? que

se liga menos importancia á

ins-trução que entra pelo céreDro do

que á que sai da biqueira duma

bóta ? »

Assim acabára de pronunciar-se

o meu contristado companheiro,

quando distinguimos a seguinte

apreciação do congressista, como

que em continuação das ideias do

no nosso invisível amigo :

« Quantos rios de dinheiro não

se movem nestas diversões !... Se

metade dêle fôsse canalizado para

a instrução dos povos, quanto não

se afastaria o mundo do estado de

atrazo em que ainda se encontra?;...

Quantos crimes e guerras não se

evitariam?!... Quantas misérias

so-ciais não seriam vencidas?!...

« Se metade destas receitas se

canalizassem para a instrução, não

( S e g u e n a p á g i n a i m e d i a t a )

puliagMnoa aip ta hm insto

0 SI.

Nos últimos anos e

principal-mente depois das grandes

repara-ções que têm sofrido as estradas

portuguesas, a industria de

camio-nagem tem progredido de maneira

espantosa. Para fazer uma ideia

do que tem sido esse progresso

basta assinalar que ha actualmente

em Portugal cerca de 1.500

empre-zas de camionagem !

Quere dizer: contam-se por

mui-tos milhares as pessoas que vivem

desta industria.

Já tem sido assinalado e focado

nos seus múltiplos aspectos o

pro-blema, cada vez mais intrincado,

do «raid» e da estrada.

Dum lado o comboio do outro

o automovel. Quem vencerá esta

luta que se desenha já ha muito

em Portugal ?...

A industria de camionagem

atra-vessa neste momento uma crise

gravíssima mercê dos i m p o s t o s

quasi proibitivos, que sôbre ela

in-cidem.

A ultima l e i de camionagem

veio de tal modo sobrecarrega-la

q u e muitos industriais p e n s a m

abandonar completamente o

negó-cio. Se assim fôr será o

desempre-go de algumas centenas de homens

e a miséria de alguns milhares de

pessoas.

Foi para estudar as reclamações

a apresentar ao Govêrno que há

dias os industriais de camionagem

da Beira Litoral se reuniram na

Associação Comercial de Coimbra.

Nessa reunião foi nomeada uma

comissão presidida pelo nosso

pre-sado amigo sr. Eduardo de Gou

veia, comissão qlie se ha-de avistar

com os industriais das outras

pro-víncias com o fim de se

entende-rem nas petições a formular ao

Govêrno.

Que pretendem os industriais ?

Kesponde-nos o sr. Eduardo de

Gouveia:

— Que nos livrem dos impostos

proibitivos!

E depois:

— Nós pagamos a nossa

contri-buição industrial, pagamos o

im-posto de trinta centavos por cada

litro de gazolina e o imposto de

20

c

|„ sôbre o preço de cada pneu.

Ora a lei que criou o imposto

sô-bre gazolina dava-nos a garantia de

que não seria creado mais nenhum

imposto que nos viesse

sobrecar-regar.

E, continuando, apresenta-nos

um e x e m p l o :

— T e n h o uma camioneta q u e

faz a carreira diaria de Coimbra a

Leiria e volta.

— Quanto gasta de gazolina ?

— 40 litros na viagem de ida e

volta.

— A S30 o litro, imposto da

ga-zolina...

— i2§oo por dia, 360800 por mês!

Juntt-ndo agora os 20 o[o sobre o

preço dos pneus partindo do

prin-cipio qúé cada urri custa 700Ã00 r

pode fazef em média 10.000

quiló-metros, veja lá íjilrinio pagamos de

impostos!

— E a nova lei ?

— Ah !, a nova iei é tremenda !

Primeiro: imposto de camionagem...

— Quanto ?

— í i o por passageiro e por c a '

da quilómetro ou fracção.

Baga-gens, Soi por cada ao quilómetros

e por 20 quilos,

E o sr. Eduardo Gouveia,

excla-ma :

— Mas o pior'não é isto !

—- Então ?

— As repartições de finanças

p r e f e r e m a avença e assim, na

car-reira de Leiria, camioneta de 17

lugares, propõém-me o pagamento

dé 2.760S00 por trimestre !

E d e p o i s :

— Mas então pagamos a

contri-buição industrial duma coisa que

não podemos explorar livremente!

Mas ainda não é tudo !

— Ha mais exigencias ? !...

— Ha mais, sim! A partir de 1

de Janeiro de 1931, todas ás

empre-zas de camionagem são obrigadas

a fazer um seguro de todoá os

pas-sageiros, no valor mínimo de 5.000

escudos por passageiro, o que,

pa-ra uma camioneta de 35 lugares de

lotação, nos sobrecarrega com 1.600

escudos por m ê s !

O sr. Eduardo de Gouveia,

diz--nos, depois, quais as reclamações

a apresentar ao Govêrno :

— Primeiro : que sei» abolido

o seguro dos passageiros, segure

que não é exigido ás emprezas

fer-ro-viarias.

— Segunda ?

— Esquecia-me frisar um facto

bem curioso : 'obrigam-nos a pagar

trinta escudos diários, imposto da

« carreiras acidentais ». E' a morte

do turismo, creia. A segunda,

re-clamação portanto, é esta : inteira

l i b e r d a d e d e a l u g a r m o s a s c í u j i í o

-netas para excursões.

— Terceira?...

— Terceira e ultima; que seja

abolido o imposto de camionagem o

qual é incompatível com os

recur-sos das emprezas já hastante

so-brecarregadas com a contribuição

industrial, imposto sobre a gazolina

e pneus!

— Confiam 110 êxito das suas

«démarches»?

— Mas absolutamente! O sr..

ministro do Comercio ha-de ser

certamente o primeiro a dar-nos

razão! Confiamos nele e tamhem

no sr. ministro das Finanças!

Tais foram as ultimas palavras

do sr. Eduardo de Gouveia, sem

duvida um dos mais actiros

indus-triais de camionagem de Coimbra

e um homem que está disposto

a iniciar, dentro de muito pouco

tempo um serviço de excursões

aos mais belos arredores da

cida-de, contribuindo assim para o

de-senvolvimento do turismo no

cen-tro do pais.

Os investigadores que estão

tra-tando do crime da Poça das

Feiti-ceiras, terminaram ontem o

relató-rio que, com o processo, deve ser

entregue no tribunal de Viseu. Os

presos, como já noticiamos, seguem

hoje, pela manhã, para aquela

ci-dade, em camioneta,

acompanha-dos pelos agentes Vidal e Meira,

sendo imediatamente entregues ao

sr. juiz da comarca.

No relatório dos investigadores

são todos indiciados como

assassi-nos e ladrões.

Como noticiámos, estão-se já

preparando em Viseu elementos

para a instrução contraditória. Os

pretextos invocados, serão, ao que

parece, hipotéticas coações

exerci-das para arrancar confissões aos

presos e o facto de terem estado

sob prisão preventiva mais que o

tempo permitido pelas leis.

E' de notar, porem, que o praso

de prisão preventiva foi ampliado

neste caso, segundo declaraçãq do

magistrado que tem dirigido os

tra-balhos, de harmonia com

determi-nados textos legais e, como é

no-torio e publico, ás declarações dos

réus — a todas as suas declarações,

a bem dizer—-assistiram pessoas

de respeitabilidade e com situações

oficiais dignas de consideração.

* * *

O sr. dr. Pinheiro Torres,

advo-gado de D. Silvina Trindade

Ribei-ro, seguiu ontem para Viseu. E'

sua intenção, logo que tenha

opor-tunidade, requerer, sob fiança, a

liberdade de sua constituinte.

Iuformam-nos que o sr. dr.

Or-lando Marçal, advogado de

Claudi-no Ribeiro, está Claudi-nos mesmos

pro-pósitos.

* *

Nos autos, como já dissemos,

não há provas contra a mulher e

as filhas do «Homem dos Bigodes».

A despeito, porem disso, crêem 05

investigadores que elas deviam ter

tido conhecimento do crime, antes

do inicio das actuais investigações

— ou durante o seu ciusn.

Como simples encobridores,

po-rem, não podem ser pronunciadas.

Sairão em liberdado —

possivel-mente.

i citei

Reconstituímos ornem, em

li-nhas gerais, o que se passou

du-rante os interrogatórios a que os

presos foram submetidos, no Porto.

Pelas noticias publicadas, já os

nossos leitores se inteiraram da

forma como foi praticado o crime

e a parte que cada um dos presos

nele tomou.

Resta, agora, relembrar uma

de-senvolvida reportagem publicada

na « Gazeta de Coimbra » do dia 7

d e O u t u b r o . N e l a s e r e c o n s t i t u í a

o crime com

t o d o s o s

pormenores

— reconstituição essa que foi

ago-ra plenamente confirmada pelas

de-clarações dos presos.

Perguntará o leitor : como

con-seguiu o jornalista, então, im.i mOs

antes das confissões, reconstituir o

crime ?

Não fantasiamos — e esta é a

prova mais cabal de que não é

es-sa a noses-sa norma.

Se reconstituímos o crime,

tal-qualmente ele se deu, com todos

os seus pormenores e eocn

verda-d e — foi porque o «Homem verda-dos

Bigodes», numa tarde dos fins de

Setembro e na quinta de S.

Caeta-tano, perante dois distintos oficiais

do eSército, nos contou, por S u p o

-sição», tudo quanto sabia.

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f o i visado peia

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