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UNIVERSIDADE CESUMAR UNICESUMAR CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

IMPORTÂNCIA DO PRONTUÁRIO EM PROCESSOS CIVIS ENVOLVENDO O CIRURGIÃO-DENTISTA

LETÍCIA HOFFMANN CAZETTA

THIELLY SATTELI SEBASTIÃO

MARINGÁ – PR 2020

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THIELLY SATELLI SEBASTIÃO

IMPORTÂNCIA DO PRONTUÁRIO EM PROCESSOS CIVIS ENVOLVENDO O CIRURGIÃO-DENTISTA

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Cesumar – UNICESUMAR como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharela em Odontologia, sob a orientação do Prof. Dr. Marcelo Augusto Amaral.

MARINGÁ – PR 2020

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FOLHA DE APROVAÇÃO

LETÍCIA HOFFMANN CAZETTA THIELLY SATTELI SEBASTIÃO

IMPORTÂNCIA DO PRONTUÁRIO EM PROCESSOS CIVIS ENVOLVENDO O CIRURGIÃO-DENTISTA

Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Cesumar – UNICESUMAR como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharela em

Odontologia, sob a orientação do Prof. Dr. Marcelo Augusto Amaral.

Aprovado em: ____ de _______ de 2020.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Augusto Amaral

Universidade Cesumar (UniCesumar)

__________________________________________ Prof. Dr. Fernando Accorsi Orosco

Universidade Cesumar (UniCesumar)

__________________________________________ Prof. Ms. Luciana Ferreira Netto

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DEDICATÓRIA

Dedicamos inteiramente a Deus o sucesso deste trabalho. Aos nossos familiares, amigos e professores pelo precioso e imprescindível apoio. E agradecemos principalmente ao nosso orientador Marcelo Augusto Amaral por ser uma constante fonte de motivação e

incentivo ao longo de todo projeto. Muito obrigada.

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IMPORTÂNCIA DO PRONTUÁRIO EM PROCESSOS CIVIS ENVOLVENDO O CIRURGIÃO-DENTISTA

Letícia Hoffmann Cazetta Thielly Satteli Sebastião

RESUMO

O objetivo deste trabalho é analisar e discutir a importância da documentação em Odontologia, por meio de uma revisão de literatura, além de propor recomendações para elaboração de um prontuário seguro, uma vez que esta classe profissional vem sofrendo com o aumento de processos judiciais. Por ser um documento importante tanto para o paciente quanto para o profissional, os prontuários possuem uma criteriosa sequência a ser seguida para que obtenham as informações necessárias, tais como: termo de triagem, ficha clínica, anamnese, exame clínico, plano de tratamento, evolução e intercorrência no tratamento, receitas, atestados, declarações e exames complementares. Em toda essa sequência de elaboração do prontuário deve conter a assinatura do paciente ou do seu responsável. Outro passo importante para a legalidade desse documento é o seu armazenamento, deve ser preservado no mínimo por dez anos após o seu último atendimento, quando de menor idade, deve ser armazenado por mais dez anos após completar os 18 anos, seja de forma física ou digital. A partir do desenvolvimento deste trabalho, pode-se concluir que o prontuário odontológico é de grande importância tanto para a defesa judicial do cirurgião-dentista quanto para a do paciente quando se trata de processos judiciais, nas áreas: cível, penal e ética, e principalmente em tempos de Covid-19.

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THE IMPORTANCE OF MEDICAL RECORD IN CIVIL PROCESSES INVOLVING THE DENTAL SURGEON

ABSTRACT

The objective of this project is to analyze and discuss the importance of documentation in Dentistry, through a literature review, in addition to proposing recommendations for the elaboration of a safe medical record, once this professional class has been suffering with the increase of lawsuits. For being an important document for both the patient and the professional, the medical records have a discerning sequence to be followed in order to obtain necessary information, such as: screening term, clinical record, anamnesis, clinical examination, treatment plan, evolution and intercurrence in the treatment, prescriptions, medical certificates, declarations and complementary exams. In all this sequence of preparation of the medical record, it must contain the patient’s signature or his or hers guardian. Another important step for the legality of this document is its storage, it must be preserved for at least ten years after its last attendance, and when underage, it must be stored for another ten years after turning 18, either at its physical or digital form. From the development of this work, it can be concluded that the dental record is of great importance, both for the judicial defense and for the patient, when it comes to legal proceedings, in the areas: civil, criminal and ethical, and mainly in Covid-19 times.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO 7

2 REVISÃO DE LITERATURA 7

2.1 Documentos Odontolegais Fundamentais do Prontuário 8

2.1.1 Termo de Triagem de paciente COVID-19 8

2.1.1.1 Meio Online ou via telefone 8

2.1.1.2 Presencial 9 2.1.2 Ficha Clínica 10 2.1.2.1 Identificação do Paciente 10 2.1.2.2 Identificação do Profissional 11 2.1.3 Anamnese 11 2.1.4 Exame Clínico 11 2.1.5 Plano de Tratamento 12

2.1.6 Evolução e Intercorrência do tratamento 12

2.2 Documentos Odontolegais Suplementares do Prontuário 12

2.2.1 Receitas 12

2.2.2 Atestados 13

2.2.3 Declarações 14

2.2.4 Exames Complementares 14

3 DISCUSSÃO 15

3.1 Propriedade e Armazenamento dos Prontuários Odontológicos 15

3.2 Prontuários Eletrônicos X Prontuários Físicos 16

3.3 Responsabilidade Civil do Profissional 16

3.4 Processos Judiciais 17

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

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1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais o interesse no correto preenchimento dos prontuários odontológicos tem aumentado a cada dia, devido ao maior número de processos envolvendo o cirurgião-dentista (CD). O prontuário é de grande importância para o profissional e o paciente, podendo ser usado como um documento de defesa legal (PARANHOS et al., 2009).

É de extrema importância o armazenamento de prontuários na Odontologia, porque hoje é um documento que serve como prova e uma forma de realizar uma defesa judicial do profissional. Caso necessário os registros irão alegar se os procedimentos foram realizados dentro dos princípios e determinações da profissão, por isso, o prontuário deve conter toda a história dental e médica do paciente, radiografias, exames complementares necessários, atestados, receituários e sempre conter a assinatura do paciente e do CD, pois é um documento legal (AMORIM et al., 2016).

O preenchimento do prontuário de forma legível e atualizada é obrigatório, e o seu armazenamento deve ser feito de forma física ou digital, uma vez que os profissionais da Odontologia devem fornecer no prontuário os dados clínicos necessários sendo preenchidos em todas as avaliações, contendo em ordem cronológica com data, nome, assinatura e o número do CRO/Estado, de acordo com o art. 17 do Código de Ética Odontológica (BRASIL, 2012).

Mesmo que os procedimentos odontológicos sejam realizados corretamente, deve ocorrer o preenchimento completo dos prontuários relatando os dados antes, durante e após o tratamento (BUENO et al., 2018). O objetivo deste artigo é analisar e discutir a importância da documentação em Odontologia, por meio de uma revisão de literatura, além de propor recomendações para elaboração de um prontuário seguro, com os dados necessários a ser preenchidos corretamente.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A palavra prontuário tem origem do latim promptuariu, e possui o significado de lugar onde se guarda aquilo que deve estar a mão, ou aquilo que é indispensável a qualquer

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momento. O uso do prontuário não deve ser ignorado ou negligenciado pelos profissionais, deve ter como prioridade, todavia é um documento julgado como clínico, cirúrgico, odontolegal e de saúde pública (SALIBA et al., 1997).

Após o surto do Covid-19 que se originou na China, os cirurgiões-dentistas tiveram que realizar algumas mudanças durante os atendimentos odontológicos, sabendo que um dos meios de propagação desse vírus é pela saliva e pelos fluidos, ou seja, os cuidados devem ser redobrados para que diminua essa propagação (FRANCO et al., 2020).

Uma das mudanças foram os EPIS acrescentados, como face shield; jaleco descartável ou reutilizável; máscara N95 ou PFF2; campo festonado no paciente. Outra mudança crucial após o vírus foi a desinfecção rigorosa dos materiais, uso obrigatório do álcool 70% e de detergente enzimático (segundo recomendação da vigilância sanitária), além da desinfecção dos equipamentos e objetos do consultório com álcool 70%, Hipoclorito de Sódio 0,1% ou Peróxido de Hidrogênio 0,5 %. Visto que pesquisas relatam a sobrevivência do vírus de 2 a 9 dias em superfícies (FRANCO et al., 2020).

É importante que os cirurgiões dentistas não utilizem adornos, como brincos, pulseiras, colares, relógios, anéis. Se tratando de higienização, é indispensável a lavagem de mãos de 20 a 30 segundos antes e depois de todos os procedimentos (FRANCO et al., 2020).

Da definição e do objetivo a que foi proposto este trabalho, depreende-se a necessidade de serem listados quais são e como devem ser elaborados esses documentos, os quais foram divididos, didaticamente em Documentos Fundamentais e Documentos Suplementares (BRASIL, 2004). São documentos fundamentais aqueles que deverão ser preenchidos em todo e qualquer atendimento ao paciente, sendo constituído da ficha clínica e seus anexos.

2.1 Documentos Odontolegais Fundamentais do Prontuário

2.1.1 Termo de Triagem de paciente COVID-19

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Neste meio de comunicação pode ser via on-line, em que é preenchido um formulário no Google Forms®, e depois de respondido chega ao e-mail do profissional. E por via telefônica, em que o profissional faz uma ligação telefônica para o paciente o qual responde às perguntas do formulário abaixo. Deve ser realizado um dia antes de o paciente ter o atendimento presencial, sendo uma forma segura e diminuindo o tempo de exposição do paciente no ambiente odontológico (BRASIL, 2020).

2.1.1.2 Presencial

Na pré-triagem presencial, deve ser realizado esse questionário a cada consulta, pois no intervalo de tempo entre a consulta e o retorno, o paciente pode contrair o vírus do COVID-19 (Figura 1).

Procedimentos:

1°: Aferir a temperatura do paciente e do acompanhante do paciente (no máximo um, caso necessário);

2°: Aferir a pressão arterial do paciente;

3°: Preencher o termo de pré-triagem novamente, só que agora no dia da consulta

agendada, após a pré-triagem on-line ou telefônica (um dia antes da consulta) (BRASIL, 2020).

1° Consulta 2° Consulta Você teve febre (acima de 37,8°C) ou sentiu

calor/febre recentemente? (entre os 7 a 14 dias).

SIM □ NÃO□ SIM □ NÃO□

Você apresenta falta de ar ou dificuldades para respirar?

SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO□

Você teve tosse?

SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO□

Você teve recentemente perda do olfato ou paladar?

(11)

Você apresentou algum outro sintoma semelhante ao da gripe? Ex: distúrbios gastrointestinais, dor de cabeça ou fadiga?

SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO□

Você possui mais de 70 anos? SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO□

Você teve contato com alguém positivo confirmado para COVID-19?

SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO □

Você possui doença pulmonares, diabetes , distúrbios autoimune, renais e cardíacos?

SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO □

Você viajou nos últimos 15 dias ? SIM □ NÃO □ SIM □ NÃO □

Figura 1: Questionário de pré-triagem COVID-19.

Embaixo do questionário deve conter a data que foi realizada a triagem e a assinatura do paciente.

2.1.2 Ficha Clínica

Deve-se ter o máximo de cuidado com os dados clínicos, preenchidos de forma correta, em uma sequência cronológica. É um documento complexo, que deve ser constituído pelas seguintes partes:

2.1.2.1 Identificação do Paciente

Para que a identificação do paciente seja preenchida de forma correta deve conter sequentes informações: nome completo, RG (registro geral), órgão expedidor, CPF (cadastro de pessoas físicas), data de nascimento, sexo, naturalidade (cidade de nascimento), nacionalidade (país de nascimento), estado civil, profissão, endereço residencial completo, endereço profissional completo, indicação, convênio, cirurgião-dentista anterior, data de atendimento. Em casos de atendimentos de pacientes menores de 18 anos ou incapazes, devem constar os dados do seu responsável legal ou seu cônjuge, como: nome completo, RG (registro

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geral), órgão expedidor, CPF (cadastro de pessoas físicas), estado civil, cônjuge (BRASIL, 2012).

2.1.2.2 Identificação do Profissional

De acordo com o Artigo 17 do Código de Ética Odontológica-CFO- 118/2012, deve conter o nome, assinatura e registro do CD no Conselho Regional de Odontologia (CRO) (BRASIL, 2012).

2.1.3 Anamnese

“Anamneses” no grego significa recordação, memória, ou seja, é uma entrevista realizada pelo profissional da saúde, onde ele recolhe informações da história clínica do paciente (GENOVESE, 1992).

Abreviadamente a anamnese é um questionário sobre queixa principal ou principal motivo pela consulta, características físicas, hábitos, história médica e odontológica, se faz uso de medicamentos e todas as outras informações que pode influenciar em um bom tratamento. O questionário pode ser feito de forma mais sútil, incluindo conversas e não somente perguntas pré-elaboradas.

2.1.4 Exame Clínico

Nesta etapa que tem-se o primeiro contato visual com o paciente, sendo importante para prestar atenção em cada detalhe de como o paciente é ao todo, ou seja, se ele possui algum problema físico ou mental, e se é necessário trabalho interprofissional. No exame clínico divide-se a avaliação em duas partes intra-oral e extra-oral, em que a extra-oral obdivide-serva-divide-se a região de cabeça e pescoço e na intra-oral toda região intrabucal, especificamente os dentes (Odontograma) e os tecidos de suporte (Periograma) (SALES PERES et al., 2001).

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2.1.5 Plano de Tratamento

O plano de tratamento visa fornecer todas as possibilidades de tratamento e a sequências clínica de cada passo do tratamento escolhido, mostrando então materiais utilizados e custos. Depois de esclarecer todas essas questões com o paciente, o mesmo ou o responsável deve assinar o consentimento livre e esclarecido. Logo é de extrema importância legal tanto para o paciente quanto para o profissional (MADEIRA, 2004).

2.1.6 Evolução e Intercorrência do tratamento

Nesta parte do prontuário aborda-se especificamente o tratamento que foi realizado. Deve-se relatar cada passo do tratamento, como que elemento dentário, quais faces e os materiais odontológicos que foram utilizados. Deve registrar também as intercorrências (se houver), as recomendações pós-operatórias e caso paciente falte também tem que ser constatado no prontuário. Agora com a pandemia do COVID-19, tem que ser anotado antes do procedimento a temperatura e a pressão arterial. Esse documento tem que ser assinado pelo paciente ou o responsável legal.

Na segunda parte dos documentos que compõem o prontuário odontológico preconizado, estão listados aqueles que poderão ser elaborados no atendimento do paciente nas situações especiais que o caso demandar, ou seja, os documentos suplementares. Sendo que, todos esses documentos são de extrema importância e sua cópia deve constatar no prontuário odontológico. Entre estes podemos enumerar:

2.2 Documentos Odontolegais Suplementares do Prontuário

2.2.1 Receitas

Compete ao CD prescrever qualquer medicamento que seja para fins odontológicos. A Lei 5.081/1966 relata que o profissional pode prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicados em Odontologia (BRASIL, 1966). Por isso, é de total importância o conhecimento farmacológico, para correta prescrição. A receita

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odontológica é um documento muito importante e sua cópia deve constar no prontuário odontológico.

Para que a receita obtenha valor legal, é necessário que possua as seguintes informações:

1º Nome completo do paciente e RG (Registro Geral); 2° Endereço residencial e telefone do paciente;

3° Nome completo, assinatura do profissional e o número de inscrição do Conselho Regional de Odontologia (CRO);

4° Endereço da clínica odontológica; 5° Data, cidade e estado;

6° Posologia da medicação;

7° Carimbo esclarecedor do profissional, com nome e número do CRO.

Obs.: Dever ser prescrita com letra legível e por extenso. Todo espaço em branco deve ser anulado para evitar alterações.

2.2.2 Atestados

Tem como definição a simples descrição de um fato odontológico e quais foram as suas consequências.

De acordo com a Lei Federal nº 5081/66, compete ao CD atestar para fins odontológicos, seja eles atendimentos realizados, necessidade de repouso do paciente e até mesmo o tempo que o paciente ficou na consulta odontológica (BRASIL, 1966).

De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), para elaboração de Atestado Odontológico é essencial alguns passos para serem realizados de acordo com o artigo 14 desta resolução administrativa (BRASIL, 2009). Na elaboração do atestado, o cirurgião-dentista assistente observará os seguintes procedimentos:

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I - Identificação do paciente;

II - Especificar o tempo concedido de dispensa da atividade, necessário para a recuperação do paciente;

III - Estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente; IV - Registrar os dados de maneira legível; e,

V - Identificar-se como emissor, mediante assinatura e número de registro no Conselho Regional de Odontologia.

Parágrafo único. Quando o atestado ou relatório odontológico for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de licença ou de perícia/junta odontológica oficial, no âmbito da administração pública, deverá ser observado:

I - Identificação do paciente;

II - Diagnóstico codificado de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID”

2.2.3 Declarações

A declaração tem como principal objetivo confirmar a presença do paciente no consultório, não necessariamente ele precisa ter realizado algum procedimento, é a comprovação de que o paciente ou responsável legal esteve no consultório odontológico (AMORIM et al., 2016).

2.2.4 Exames Complementares

Os exames complementares são utilizados para ajudar nas decisões que serão tomadas durante o procedimento, para que facilite em um bom desenvolvimento dos procedimentos, evitando intercorrências ou alguma complicação do estado de saúde do paciente. O exame complementar mais utilizado na área odontológica são as radiografias, mas também podem ser solicitados pelos cirurgiões-dentistas exames laboratoriais, ou outros exames que avaliem o estado atual da saúde do paciente e consequentemente para obter um melhor tratamento (BRASIL, 2020).

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3 DISCUSSÃO

Para o exercício da Odontologia são necessários os conhecimentos legais e éticos pertinentes ao prontuário. A ausência desses conhecimentos leva os cirurgiões-dentistas a uma percepção de que confeccionar e guardar o prontuário são atividades desnecessárias (COSTA et al., 2008).

O prontuário odontológico deve ser feito de forma adequada e criteriosa por qualquer profissional, sendo que modificações e adaptações podem ser realizadas à sua maneira, seguindo as bases legais (SALIBA et al., 1997), e inúmeros aspectos jurídicos devem ser conhecidos pelos cirurgiões-dentistas.

3.1 Propriedade e Armazenamento dos Prontuários Odontológicos

O prontuário odontológico de total propriedade do paciente, mas é dever do cirurgião-dentista o armazenamento (GALVÃO, 2000).

Por meio do parecer número 125/92 do CFO, o prontuário deve ser arquivado por no mínimo dez anos após o último comparecimento do paciente e caso o mesmo seja menor de idade, os dez anos contam após ele completar os 18 anos (BRASIL, 1991).

De acordo com o Código de Ética Odontológica, é dever do cirurgião-dentista “elaborar e manter atualizados os prontuários na forma das normas em vigor, incluindo os prontuários digitais” e “É obrigatória a elaboração e a manutenção de forma legível e atualizada de prontuário e a sua conservação em arquivo próprio seja de forma física ou digital” (BRASIL, 2012).

Caso o paciente tenha o intuito de ficar com o seu prontuário, o cirurgião-dentista deve garantir a retirada do mesmo, comprovando a saída do prontuário com a assinatura do paciente, sendo necessário deixar uma cópia do prontuário arquivada. Outra opção é fornecer apenas uma cópia do prontuário e fazer um documento comprovando que retirou a cópia. (SALES PERES et al., 2001).

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3.2 Prontuários Eletrônicos X Prontuários Físicos

Por muito tempo de exercício da profissão do cirurgião-dentista, o prontuário de papel era a única forma de registrar o que era realizado em consultas e atendimentos odontológicos. Com o passar dos anos houve uma grande evolução da tecnologia, tornando-se possível a digitalização dos prontuários (SUPERDENTAL, 2016).

Em 24 de agosto 2001 a medida provisória 2200-2 designou através da Instituição de Chaves Públicas-Brasil para instituições públicas e privadas atuarem na validação jurídica de documentos produzidos de forma digital (HOLANDA; MELLO; ZIMMERMANN, 2010).

O prontuário digital é uma tecnologia que tem como objetivo criar condições mais favoráveis, ou seja, aprimorando o tempo do cirurgião-dentista. O formato digital tem a grande vantagem de ser mais fácil seu acesso, busca e manipulação de informações, além de ser fácil armazenamento e compartilhamento. Há necessidade de apresentar mecanismos que garantem sigilo e privacidade dos documentos (EID; AQUILINO; PEREIRA, 2008).

A Legislação nacional impõe que os prontuários tenham existência física. As prescrições e outros documentos formulados pelo cirurgião-dentista precisam ser escritos com letra legível, a tinta e possuir uma cópia. O fato de armazenar os prontuários, aumentam e enriquecem a utilização do computador. O prontuário quando é digitalizado, é inscrito em um disco, ou seja, possui uma existência física e quando necessário pode ser impresso, tendo existência em papel (HOLANDA; MELLO; ZIMMERMANN, 2010).

Na verdade, não existe uma única forma de fazer um prontuário, seja física ou digital, isso fica á escolha do profissional. O relevante é o cirurgião-dentista saber que ao escolher a forma digital, devem ser supridas da mesma maneira todas as exigências e necessidade de informação, de acordo com um padrão de autenticidade (BRASIL, 2004).

3.3 Responsabilidade Civil do Profissional

Responsabilidade Civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar o dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma

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praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal'' (DINIZ, 1996).

A responsabilidade civil odontológica é decorrente da obrigação de reparação ou de ressarcimento do dano causado a outrem (art. 186 e 187, do Novo Código Civil). Sendo um assunto muito discutido no momento, devido ao aumento de processos judiciais envolvendo cirurgiões dentistas. Esse aumento se dá por uma população cada vez mais consciente de seus direitos (BRASIL, 2002).

Existem dois tipos de responsabilidade civil, a objetiva e a subjetiva, sendo que a objetiva é quando ela é praticada por uma clínica odontológica ou uma pessoa jurídica e essa natureza por sua vez é subjetiva é quando ela é praticada por um odontólogo, por sua pessoa física, onde só responde pelos danos que causar, se ficar comprovado sua culpa (negligência, imprudência, imperícia) (Moraes et al., 2013).

Segundo artigo 1545 do Código Civil de 1916: “Os médicos, cirurgiões-dentistas, farmacêuticos e parteiras são obrigados a satisfazer o dano, sempre que da imprudência, negligencia ou imperícia em atos profissionais resultar morte, inabilitação de servir ou ferimento” (BRASIL, 1916).

Quanto à obrigação, pode ser por meio ou resultado. A obrigação de resultado, o profissional tem obrigação de cumprir determinado fim proposto, já a obrigação de meio se refere aos meios empregados para o alcance de um fim. (Moraes et al., 2013).

Portanto, uma documentação com a ausência de informações necessárias é o principal motivo de risco para o cirurgião-dentista em um processo civil. Por isso, o armazenamento seguro e sempre atualizado é de grande relevância para se proteger de possíveis processos.

3.4 Processos Judiciais

Processo é o meio, instrumento pelo qual o indivíduo exerce o seu direito de ação, esse exercício é desenvolvido baseado em regras legais, com a finalidade da pacificação social, realizar justiça e promover o bem da vida (BARROSO, 2011).

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Sendo assim, é de grande importância o cirurgião-dentista conhecer as ocorrências que implicam a responsabilidade civil em sua profissão, e que evidencia-se pela verificação do aumento no número de ações judiciais (CABRAL, 2009).

Os profissionais de saúde possuem obrigações sendo elas: civis, onde está relacionada à reparação do dano; penais, devido a possíveis lesões corporais que foram ocasionadas durante o tratamento e as da ética e da conduta na profissão, que são coordenadas pelos Conselhos de Classe (GARBIN et al., 2009).

Lima et al. (2012), realizou um levantamento das jurisprudências, de responsabilidade civil promovidas por paciente contra o cirurgião-dentista, nos tribunais de justiça dos estados brasileiros, entre o ano 2006 e 2011. Foram levantados os seguintes resultados: No estado de São Paulo e Rio de Janeiro 1046 jurisprudências, apresentando os maiores números de processos. Quanto ao tipo de obrigação do CD, 9,51% consideraram a natureza de resultado, enquanto em 77,57% essa informação não foi citada. A responsabilidade do cirurgião-dentista foi definida como subjetiva em 14,31% das jurisprudências, mas em 70,33% a mesma não foi classificada. O coeficiente de experiência processual brasileiro foi de 4,23 e os estados que apresentaram os maiores valores foram: Rio de Janeiro (11,75) e Distrito Federal (6,81). As especialidades odontológicas mais comentadas foram duas: implantodontia (11,53%) e prótese (9,3%).

Os processos realizados contra os cirurgiões dentistas são um dos temas que mais afetam a classe desses profissionais, principalmente em relação a indenizações, que corresponde á Responsabilidade Civil. Portanto, é de extrema importância que os profissionais tenham conhecimento sobre a área jurídica, para ter as ferramentas necessárias caso precise em algum momento do exercício da profissão.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do desenvolvimento deste trabalho pode-se concluir que o prontuário odontológico é de grande importância tanto para a defesa judicial do cirurgião-dentista quanto para a do paciente quando se trata de processos judiciais, nas áreas: cível, penal e ética, e principalmente em tempos de Covid-19. E as recomendações propostas podem ser utilizadas

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por profissionais de Odontologia de diversas especialidades nos atendimentos clínicos a seus pacientes.

REFERÊNCIAS

AMORIM, H. P. L., MARMOL, S. L. P.; CERQUERIA, S. N. N.; SILVA, M. L. C. A.; SILVA, U. A. A importância do preenchimento adequado dos prontuários para evitar processos em Odontologia. Arquivos em Odontologia, v. 52, n.1, p. 32-37, 2016.

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BRASIL. Conselho Federal de Odontologia. Revoga o Código de Ética

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Referências

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