Realização pelo período de março a dezembro de 2015 com temporadas
de 3 meses no Rio de Janeiro e 2 meses em São Paulo.
Com Eduardo Moscovis e Fernanda de Freitas
Direção Kika Freire
Texto Dib Carneiro Neto
Produção Primeira Página Produções Culturais
Convidaremos o público à uma poética experiência sensorial e artística
onde todos serão instigados a encontrar em si mesmos novos lugares
e maiores desafios ao revisar o mais nobre dos sentimentos humanos:
o amor.
Um comovente encontro entre bailarina, compositor e um violoncelo promovem
uma reflexão sobre encontros criativos que se dão a partir do afeto. Num
emaranhado de pulsões, duas vidas se tornam simbióticas e dependentes.
Ela o ama mas não lembra de nada além disso. Só aquele homem a movimenta,
intriga e impulsiona pras mais belas e instigantes criações coreográficas,
e justamente por isso, também a leva ao desequilíbrio e ao surto. E por enquanto,
é assim que ela consegue se expressar.
A música o acompanha sempre, mesmo que só ele a escute. Como um tormento
em sua cabeça aquilo também o aprisiona. Mas ELA ouve, ou pelo menos a percebe
e sabe expressa-la com a dança. Isso o alivia mas o deixa dependente daquela
mulher. Será dele o trauma primeiro? O amor aparece como principal ajuda à cura,
ou pelo menos à sobrevivência.
A peça pretende investigar esses extremos: o que é realidade e o que é imaginação,
a explosão da potência criativa em oposição ao embotamento, pulsão de vida
e pulsão de morte.
E assim contaremos a história de um homem e uma mulher, um músico e uma
bailarina, que se cuidam/curam através do amor que sentem pela dança, pela
música, um pelo outro, por eles mesmos. Um tema delicado mas sempre
pertinente: os limites entre arte e loucura.
Um maestro/compositor e uma bailarina/coreógrafa, dois personagens sinistros e ambíguos, convivem num espaço amplo e lúdico, alternando momentos de harmonia, integração, rejeição, estranhamento, alegria, contemplação, euforia, destemperos, descontroles, mas, sobretudo, acreditando no poder da arte, na cura pela criação.
Esta peça para um casal de atores pretende unir teatro, dança e música para abordar um tema delicado e sempre muito pertinente: os limites entre arte e loucura. As interpretações do casal devem alternar alucinação, fantasia, sonho, brincadeiras de criança, delírio e insanidade, para que a plateia se confunda entre o que é realidade e o que é imaginação, entre o que é arte pura e o que já virou loucura, entre o que é mórbido e patológico e o que é vital e criativo – e, principalmente, entre o que é vida e o que é morte.
Criar para não morrer. Enlouquecer em nome da arte. Qual criador tem totalmente o controle sobre si e sobre sua criação? Como bem escreveu o filósofo Erasmo de Rotterdam em seu clássico “Elogio da Loucura”: “Nenhum mortal poderia suportar a velhice tristonha, se as misérias da humanidade não obrigassem a mim, a Loucura, a vir em seu socorro. Cabe a mim, a Loucura, dar ao velho o delírio que o faz disparatar. Mas atenção: é também esse afortunado delírio que afasta dele as inquietudes, as tristezas.”
Por meio de um espaço cênico indefinido, pleno de elementos visuais de extrema força poética, e uma dramaturgia atemporal e nada linear, a ideia é que cada espectador se sinta estimulado a refletir sobre desejo e memória, presente e porvir, entre frescor/vida e previsibilidade/morte.
Estariam os dois personagens mortos e eternizados em um paraíso criativo? Estariam vivos numa espécie de retiro artisticamente produtivo? Ou num hospício, pensando ser artistas? Ou seriam artistas, pensando estar no hospício? Ou estariam em uma real sala de ensaios de um espetáculo? Não há respostas fechadas, apenas uma constante celebração da poesia e douniverso lúdico da expressão corporal e musical. Sem se esquecer dos diálogos cortantes e poéticos e de certo ritmo de “hora do recreio” ou de festa no quintal.
Como disse certa vez a revolucionária psiquiatra brasileira Nise da Silveira, o essencial na relação com seres de almas atormentadas é “descobrir quais formas tomam os conflitos e os intrincados e sofridos problemas que, decerto, se debatem no mundo interior desses indivíduos incompreendidos, frágeis, que se fecham temerosos diante de nós”. E arrematou: “Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.”
Conforme nos explica Michel Foucault, em sua “História da Loucura”, há um discurso comum entre o delírio de um louco e o sonho de um romântico: a busca por um lirismo do desejo e pela poesia do mundo. “Loucura e sonho”, diz Foucault, “são ao mesmo tempo o momento da extrema subjetividade e o da irônica objetividade, sem que haja contradição nenhuma nisso”. Segundo o estudioso, “a poesia do coração, na solidão final e exasperada de seu lirismo, se revela, através de uma imediata reviravolta, como o canto primitivo das coisas. E o mundo, durante tanto tempo silencioso, face ao tumulto do coração, reencontra suas vozes.”
Seja como for, “minha alma, desprotegida, vai agora flutuar livre, para viver no círculo mágico da noite profunda”, dizem os versos de Herman Hesse, em Indo Dormir. “Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?”, pergunta, por sua vez, o poeta Manuel Bandeira, em A Morte Absoluta.
Sobre o Texto
Ficha Tecnica
Texto
,
Dib Carneiro Neto
Direção
Kika Freire
Elenco
Eduardo Moscovis
Fernanda de Freitas
Figurinos
Gabriel Villela
Direção musical e Trilha sonora
Ernani Maletta
Iluminação
Paulo Cesar Medeiros
Cenário
Teca Fichinski
Fotografia e Programação Visual
Victor Hugo Cecatto
Realização
EDUARDO MOSCOVIS ATOR
Um dos mais bem conceituados atores brasileiros, Eduardo
Moscovis tem 25 anos de carreira, e um currículo que
acumula prêmios e vasta experiência. Trabalhou com os
mais importantes diretores de TV, Teatro e cinema, tendo
estrelado em inúmeras novelas, minisséries, espetáculos
teatrais e longas metragem.
FERNANDA DE FREITAS ATRIZ
Fernanda de Freitas é atriz e bailarina. Iniciou sua carreira
na tv em 2002. Foram 7 novelas, 5 séries e atualmente, está
no ar no seriado " Tapas e beijos " e " Junto e Misturado",
na rede Globo. Em 2004, debutou no cinema, fazendo uma
participação em Cidade baixa, de Sergio Machado. Depois,
vieram Zuzu Angel, de Sergio Rezende, Casa da mãe Joana,
de Hugo Carvana, o premiado Tropa de elite, de José Padilha e Malu de bicicleta,
de Flávio Tambellini, no qual recebeu o prêmio de melhor atriz no festival
de Paulínia. Em 2007, estrou no teatro na peça "Ensina-me a viver", com direção
de João Falcão e foi indicada ao prêmio APTR de atriz coadjuvante. Em 2008,
produziu seu primeiro espetáculo, A ver estrelas, de João Falcão, onde também
atuava. Em 2012, também, indicada ao APTR de atriz coadjuvante por sua
atuação na peça " O desaparecimento do elefante ", com direção de Monique
Gardenberg e Michele Matalon.
PRIMEIRA PÁGINA PRODUÇÕES PRODUTORA E REALIZADORA
A Primeira Página Produções Culturais, atua há 17 anos e é responsável por cerca de 40 produções teatrais. Vencedora do Prêmio APTR de teatro 2008 na categoria Melhor Produção por ENSINA-ME A VIVER e do Prêmio FITA 2013 como melhor produtora, em reconhecimento a sua participação nos 10 anos de festival. Dentre suas produções destacam-se os grandes sucessos de público e crítica: musical O GRANDE CIRCO MÍSTICO, De Chico Buarque e Edu Lobo, direção João Fonseca; INCÊNDIOS, com Marieta Severo, MARIA DO CARITÓ, com Lilia Cabral; ENSINA-ME A VIVER, direção João Falcão, com Glória Menezes; DOIDAS E SANTAS, com Cissa Guimarães; O SOLDADINHO E A BAILARINA direção Gabriel Villela com Luana Pi-ovani; MACBETH, de W. Shakespeare, direção de Aderbal Freire-Filho, com Renata Sorrah; PERNAS PRO AR, com Claudia Raia; VIRGOLINO E MARIA, direção Amir Haddad, com Marcos Palmeira e Adriana Esteves; O PEQUENO PRÍNCIPE, direção João Falcão; A MULHER DESILU-DIDA, direção Gilberto Gawronski, com Guida Vianna; DUAS X PINTER, direção Ítalo Rossi; ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS com Luana Piovani.
DIB CARNEIRO NETO DRAMATURGO
É jornalista, ex-editor do Caderno 2 do jornal O Estado de S.Paulo, função que exerceu por oito anos, até fevereiro de 2011. Trabalhou no Estadão por 19 anos seguidos e, antes, atuou em Veja São Paulo e Gazeta de Pinheiros. Para teatro, escreveu Adivinhe Quem Vem para Rezar, montada em São Paulo e em mais 20 cidades do País, entre agosto de 2005 e junho de 2006, com Paulo Autran e Claudio Fontana, dirigidos por Elias Andreato. Também é autor de Salmo 91, peça pela qual ganhou o Prêmio Shell de melhor dramaturgo de 2007 em São Paulo. Foi a primeira adaptação teatral do bestseller Estação Carandiru, de Drauzio Varella, que fez temporada em 2007, com direção de Gabriel Villela. Ainda para o teatro traduziu do francês a peça Calígula, de Albert Camus, montada em 2009 e 2010 com direção de Gabriel Villela e, no papel-título, Thiago Lacerda. Adaptação para o teatro o romance Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso, com direção de Gabriel Villela e a atriz Xuxa Lopes encabeçando o elenco. Em janeiro de 2014, estreou sua peça Um Réquiem para Antonio, com direção de Gabriel Villela.
KIKA FREIRE DIRETORA ARTÍSTICA
Kika Freire é pós – graduada em “Terapia Através do Movimento, Corpo e Subjetivação” pela Faculdade Angel Vianna. Com vasta formação nas áreas corporal e cênica, esteve presente em importantes trabalhos em teatro, cinema e televisão, como diretora de movimentos, preparadora corporal, diretora, preparadora de elenco, bailarina e atriz. Alguns dos seus trabalhos em teatro: “As Robertas-Loucas pelo rei”, Direção geral e coreografia; “Amor em Possível”, Direção geral; ”Hiato”, Direção: Cadú Fávero (Coreografia e direção de movimento); “O Soldadinho e a Bailarina”, direção: Gabriel Villela (Coreografia e direção de movimento); “Maria do Caritó”, direção: João Fonseca (Direção de movimento);”Sua Incelença, Ricardo III”, direção: Gabriel Villela (Coreografia e Direção de movimento); “Mania de Explicação”, direção: Gabriel Villela (Coreografia e direção de movimento);”Coral Coro de Cor”, direção Artística. Trabalhos em cinema: “Feliz Natal”, direção: Selton Mello (Atriz); “O Julio Sumiu”, direção: Roberto Berliner (Preparadora de elenco e corpo);”Rio Eu Te Amo”, direção: Nadine Labaki (Preparadora de elenco); “Uma Canção é pra isso”, direção: Ansgar Ahlers (Preparadora de Elenco)
ERNANI MALLETA DIRETOR MUSICAL E COMPOSITOR DA TRILHA
Ernani Maletta é pesquisador e professor de Artes Cênicas da Universidade Federal de Minas Gerais, ator, cantor, regente e diretor musical de teatro. É Doutor em Educação pela UFMG com tese defendida sobre o conceito de atuação polifônica na formação do ator, intitulada “A Formação do Ator para uma Atuação Polifônica: Princípios e Práticas. Como diretor musical e arranjos para teatro esteve junto ao grupo Galpão em 7 dos mais importantes espetáculos da Cia. Também esteve a frente dos arranjos e direção musical de mais de 8 montagens do diretor Gabriel Villela, e trabalhou com os mais renomados diretores do país tais como Paulo José em “Antônio e Cleópatra: um amor imortal”; Diogo Vilela em “Elis, estrela do Brasil”; Yara de Novaes em “Ricardo 3º”. Foi regente titular e fundador dos grupos Cênico-Musical Voz & Companhia, Vocal Canto da Boca, Coral Corda Vocal, Vocal Contracanto entre outros. Em 2006 recebeu os prêmios SESC/SATED para Artes Cênicas - Preparação Vocal do Espetáculo Um Homem é um Homem, do Grupo Galpão, e Melhor Sonoplastia - Direção Musical de O Casamento, do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare de Natal/RN, no XIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga/CE - FNT.