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Mais do que uma tradição, são o símbolo da Cultura Nordestina e um dos Grupos mais emblemáticos a nível Nacional.

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Academic year: 2021

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Título: CARETOS DE PODENCE - Diabos à Solta Impressão: MIDOEL; 500Ex. Distribuição Gratuita Financiado por Projecto Trampolim PROGRIDE – Medida 1 Mais do que uma tradição, são o símbolo da Cultura Nordestina e um dos Grupos mais emblemáticos a nível Nacional.

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Os Caretos representam imagens diabólicas e

misteriosas que todos os anos desde épocas que

se perdem no tempo saem à rua nas festividades

carnavalescas de Podence – Macedo de Cavaleiros.

Interrompendo os longos silêncios de cada

Inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis

dos recantos de Podence, surgem silvando os

«Caretos» e seus frenéticos chocalhos bem

cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas. Despedem o Inverno e saúdam a Primavera. Para os Caretos o Carnaval é um ritual entre o pagão e o religioso, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das estações. A tradição carnavalesca é um palco para a imaginação fértil da memória do grupo, para a revisitação do passado fixado na oralidade, nas histórias que circulam pela aldeia e no que ela é para além dos seus limites, em livros ou imagens de

intelectuais ou em vontades colectivas, tantas vezes

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O misterioso e o fantástico que envolve estas figuras tem sido alvo das mais

variadas atenções e esta tradição extravasou para o exterior. A dinâmica dos Caretos de Podence, faz com que sejam considerados uma referência do Património Cultural a nível nacional. Tal estatuto leva-os a entrar numa parceria

Multinacional, apresentando Candidatura a Património

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Os Caretos vestem fantasias próprias: fatos de colchas franjados de lã vermelha, verde e amarela prolongadas num capuz com cauda entrançada da mesma lã colorida. Pendem chocalhos pesados às suas cinturas e em diagonais no peito, e usam máscaras rudimentares, onde sobressai o nariz pontiagudo, feitas de couro, madeira ou de vulgar latão, pintadas de vermelho, preto, amarelo, ou verde. Da sua indumentária, faz também parte um pau que os apoia nas correrias e saltos. A rusticidade do ambiente é indissociável desta figura misteriosa.

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Mergulhando na raiz profana e carnal, o verdadeiro motivo que move o Careto é apanhar raparigas para as poder chocalhar. Sempre que se vislumbra um rabo de saia, o Careto é impelido pelo seu vigor. Ao CARETO tudo se permite nesses dias, pois ele assume uma dupla personalidade. O indivíduo ao vestir o fato torna-se misterioso e o seu comportamento muda

completamente, ficando possuído de uma energia

transcendental. Existe algo de mágico e de forças

sobrenaturais ocultas em todo este ritual de festa que atribui a estas personagens prerrogativas a imunidade interditas a outros mortais. A antiguidade e originalidade desta tradição, cheia de cor e som e a vontade das gentes de Podence em preservar estas figuras fizeram dos Caretos personagens famosas para lá dos limites da aldeia...

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É tempo de Carnaval em Podence... e os mascarados suspendem o tempo, como suspensos se encontram os enchidos no fumeiro. Decretam a boémia, o riso e o excesso, como decretado está também o seu inevitável e cíclico fim. Em pleno Entrudo, os “Caretos” saem à rua em alvoroço chocalheiro, procurando sobretudo as mulheres, novas e velhas, para as “chocalharem” e para se assumirem como os “donos” dos espaços públicos e até dos privados – que invadem com matreirice, cumplicidade ou passiva anuência dos seus moradores.

Sedutores e misteriosos, os Caretos guardam a magia dos tempos em que as histórias junto à

lareira franqueavam a entrada em mundos de sonho. A eles tudo se permite; o anonimato dá-

lhes prerrogativas: dá-lhes poder. Por dois dias no ano os homens são crianças e quem mais

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Os anunciantes assumem o papel de sacerdotes que,

acompanhados de numerosa turba de acólitos, se colocam em pontos elevados da aldeia, os dois pilares dos portões do adro da igreja, para aí anunciarem os "casamentos" de todos os solteiros da terra. A sua voz é amplificada pelos embudes (grandes funis usados para verter o vinho para as pipas) que, ao mesmo tempo, a distorcem para impedir a identidade dos proclamadores. Esta acção satírica assume características de natureza social onde o "casamento" funciona mais como um pretexto para se poder dar livre curso à crítica, do que como um fim a alcançar com a encenação, isto é, a aproximação dos proclamados noivos. Esta nunca se verifica pelo ridículo que o "casal" anunciado envolve. O importante é que se possa falar de tudo e de todos, num ambiente de permissiva licenciosidade, em que tudo é permitido e consentido. Estaremos perante um momento de escape e de purificação social que a comunidade conserva como absolutamente necessário à sua boa saúde social.

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"Palhas, alhas leva-as o vento! Oh, oh, oh...

Aqui se vai formar e ordenar um casamento. Oh, oh, oh...

E quem é que nós havemos de casar? Tu o dirás.

Há-de ser a Maria Pita que mora no bairro do Castelo.

Oh, oh, oh...

E quem é que nós havemos de dar para marido? Tu o dirás.

Há-de ser o João da Rua que mora em baixo no Porto.

Oh, oh, oh...

E que nós havemos de dar de dote a ela? Tu o dirás.

Há-de ser uma máquina de costura porque ela é uma boa costureira.

E que é que nós havemos de dar de dote a ele? Tu o dirás.

Há-de ser uma terra ao Souto

para que não saia um de cima do outro enquanto for Inverno.

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Foi da vontade de perpetuar a sua história, a sua

identidade, os registos que deles fizeram e de construir

uma sede própria que, com o apoio da Câmara Municipal

de Macedo de Cavaleiros, foi inaugurada, a 22 de

Fevereiro de 2004, a Casa do Careto.

Em Exposição Permanente, podemos encontrar telas da pintora Graça Morais e de Balbina Mendes e outros artistas da Região, fotografias de António Pinto e Francisco Salgueiro, algumas publicações, os Fatos, os Chocalhos, as Máscaras e toda a indumentária destas figuras sedutoras e enigmáticas… Encontramos ainda os únicos seres que os Caretos respeitam nas suas tropelias, gritarias, chocalhadas: as Marafonas.

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Neste espaço polivalente, aberto diariamente

ao público, funciona igualmente uma tasquinha

regional onde podem ser saboreados os

“produtos da terra de Podence”. O espaço temático da tradição dos Caretos está

inserido no Roteiro Turístico e Cultural do Nordeste

Transmontano, conseguindo estar nos lugares mais

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Telemóvel: 919 750 771 Email: geral@caretosdepodence.pt Site: www.caretosdepodence.pt

Associação Grupo de Caretos de Podence

Casa do Careto - Podence

5340-392 MACEDO DE CAVALEIROS

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