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CASSIO ANDRE WILBERT 2, HAROLD OSPINA PATINO 3, ANDRE LUÍS FINKLER DA SILVEIRA 4, FABIO SCHULER MEDEIROS 4, MARIA HELENA GUERRA BERNADÁ 5

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Academic year: 2021

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INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE LEVEDURA ATIVA (SACCHAROMYCES

CEREVISIAE), EM UMA SUPLEMENTAÇÃO PROTÉICA, SOBRE O

CONSUMO DE MATÉRIA ORGÂNICA DIGESTÍVEL, DIGESTIBILIDADE DA MATÉRIA ORGÂNICA E DIGESTIBILIDADE DA FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO EM OVINOS1

CASSIO ANDRE WILBERT2, HAROLD OSPINA PATINO3, ANDRE LUÍS FINKLER DA SILVEIRA4, FABIO SCHULER MEDEIROS4, MARIA HELENA GUERRA BERNADÁ5

1 Trabalho financiado com recursos do Laboratório de Nutrição de Ruminantes da UFRGS (LANUR -

UFRGS)

2 Acadêmico do curso de medicina veterinária, UFRGS - cassio.wilbert@bol.com.br

3 Zootecnista, D.Sc. Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia – Faculdade de Agronomia –

UFRGS – Harold.patino@ufrgs.br

4

Médico Veterinário, M. Sc. Aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - Faculdade de Agronomia - UFRGS

5 Engenheira Agrônoma, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - Faculdade de

Agronomia - UFRGS, Bolsista Capes

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi estudar a influência da levedura sobre o consumo de matéria

orgânica digestível (CMOD), digestibilidade da matéria orgânica (DMO) e digestibilidade da fibra em detergente neutro (DFDN). Neste experimento foram utilizados quatro ovinos Texel machos castrados com peso médio inicial de 33,28 kg, em dois períodos experimentais, recebendo dois diferentes tratamentos. O tratamento 1 (T1) consistia de um volumoso de baixa qualidade suplementado com um sal proteinado formulado a base de amiréia. O tratamento 2 (T2) consistia do mesmo volumoso e do mesmo sal proteinado acrescido da levedura ativa Saccharomyces cerevisiae. Foi detectado um incremento em todos parâmetros pesquisados, porém somente a DMO (56,19% do T1 vs 58,98% do T2) apresentou diferença significativa (p < 0,05). Os valores de DFDN foram 61,82% e 63,10% e os de CMOD foram 21,26 g/UTM e 23,24 g/UTM para T1 e T2, respectivamente. Provavelmente, o uso de um volumoso de melhor qualidade acentuaria as diferenças. O uso de Saccharomyces cerevisiae como aditivo alimentar pode ter influência sobre a nutrição de ovinos, no entanto mais pesquisas são necessárias para esclarecer o seu real mecanismo de ação e mensurar todo seu potencial na nutrição de ruminantes.

PALAVRAS-CHAVE: consumo de nutrientes nutrição de ruminantes

INFLUENCE OF THE ADDITION OF ACTIVE YEAST (SACCHAROMYCES CEREVISIAE),TO PROTEIN SUPPLEMENTS, ON THE DIGESTIBLE ORGANIC MATTER INTAKE, ORGANIC MATTER DIGESTIBILITY AND NEUTRAL DETERGENT FIBER DIGESTIBILITY IN SHEEP ABSTRACT: The objetive of this work was to study the influence of Saccharomyces cerevisiae over the Digestible Organic Matter Intake (DOMI), Digestibility of Organic Matter (DOM) and Digestibility of Neutral Detergent Fiber (DNDF). In this experiment four castrated Texel male averaging 33.28 kg, were used in two experimental periods, receiving two different treatments. Treatment 1 (T1) consisted of a low quality roughage supplemented with a self limmiting proteic supplement based on starea. Treatment 2 (T2) consisted of the same diet added of active yeast Saccharomyces cerevisiae. An increased in all parameters of research was detected, but only the DOM (56.19% of T1 vs 58.98% of T2) presented significant difference (p < 0.05). The values of DNDF were 61.82% and 63.10% and DOMI were 21.26 g/BW0.75 and 23.24 g/BW0.75 for T1 and T2, respectively. Probably, the use of a better quality forage would accentuate the differences. The use of Saccharomyces cerevisiae like a food aditive may has influence over the nutrition of sheeps, however more researchs are necessary for to clear it´s real mechanism of action and to mensure all it´s potential in the nutrition of ruminants.

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KEYWORDS: nutrient intake, nutrition of ruminants

INTRODUÇÃO

Os aditivos alimentares, categoria na qual se enquadram as leveduras, são substâncias não nutritivas que tem o objetivo de melhorar a eficiência produtiva dos animais. Leveduras são fungos heterotróficos que se multiplicam por brotamento ou por divisão direta, são resistentes a antibióticos e a digestão ácida, e também são fonte de proteínas, vitaminas do complexo B e niacina (Knorr, 2004), não sendo capazes de colonizar o trato gastrointestinal e desaparecendo rapidamente após cessar seu consumo. Apesar dos resultados pouco consistentes, acredita-se que as leveduras tenham influência sobre o consumo diário, digestibilidade, pH, ácidos graxos voláteis e produção de leite em ruminantes. Seu principal efeito é a estimulação do crescimento das bactérias ruminais totais e das bactérias celulolíticas. Outras hipóteses são o aumento na quantidade de bactérias consumidoras de lactato e a remoção de oxigênio presente no rúmen. Sullivan e Martin (1999) demonstraram que os resultados são dependentes da dieta fornecida, e Newbold et al. (1995) concluíram que as cepas de Saccharomyces cerevisiae diferem na habilidade de estimular o crescimento de bactérias ruminais totais. O objetivo deste trabalho foi estudar a influência da levedura Saccharomyces cerevisiae sobre o consumo de matéria orgânica digestível (CMOD), digestibilidade da matéria orgânica (DMO) e digestibilidade da fibra em detergente neutro (DFDN) em ovinos.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Nutrição de Ruminantes (LANUR) do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Foram utilizados 4 ovinos machos castrados da raça Texel com peso inicial médio de 33,28 kg, mantidos em gaiolas metabólicas, recebendo 2 tratamentos. O tratamento 1 (T1) consistiu de um volumoso de baixa qualidade (feno de coast cross com 4,65% de PB e 76,17% FDN) e suplementação com sal proteinado formulado a base de amiréia (79,99% de MS, 59,76% de MO na MS e 41,71% de PB na MS). O tratamento 2 (T2) foi o T1 mais levedura ativa Saccharomyces cerevisiae (Procreatin 7®, Saf do Brasil) a qual continha garantias mínimas de 10 bilhões de unidades formadoras de colônia (UFC) por grama (87,10% de MS, 57,08% de MO na MS e 41,08% de PB na MS) (Tabela 1). Cada animal recebeu uma suplementação equivalente a 0,15% do peso vivo (PV). O suplemento com levedura ativa foi formulado de forma que cada animal recebesse 1,5 g de levedura por dia, o equivalente a 15 bilhões de UFC por animal. O experimento foi realizado em dois períodos, totalizando quatro repetições para cada tratamento. Foram utilizados 10 dias para adaptação dos animais à suplementação e ajuste da quantidade de volumoso oferecida. A este período de adaptação seguiram-se o controle de consumo do alimento ofertado dos dias 11 ao 15 e a coleta de fezes dos dias 13 ao 17 sempre antes dos animais serem alimentados (às 07:30 e às 17:00 horas). Os animais foram pesados nos dias 1, 6, 11 e 17 de cada período experimental. Entre um período e outro houve uma semana de descanso para os animais. Antes de cada período todo o feno utilizado era picado e homogeneizado a fim de não haver diferenças entre o alimento oferecido a cada animal. Foram retiradas amostras do feno, das sobras, dos suplementos e das fezes para determinação de MS, MO, FDN e PB (exceto nas fezes). A partir dos dados coletados fez-se o cálculo do CMOD, DMO e DFDN e os resultados foram analisados em delineamento completamente casualizado através da análise da variância (ANOVA).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve um incremento nos valores de DMO 56,19% do T1 contra 58,98% do T2 (p<0,05). Os valores de DFDN e CMOD com o T1 foram 61,82% e 21,26 g/UTM, respectivamente. Com o T2 estes valores foram de 63,10% e 23,24 g/UTM, respectivamente. Mesmo com o período de adaptação, dois animais tiveram alto grau de rejeição ao T2, ingerindo 0,95g e 1,09g de levedura, apenas. Este consumo, menor que o ofertado, pode ter feito com que a diferença entre T1 e T2 fosse menor que a esperada, inclusive não sendo significativa para dois parâmetros analisados (DFDN e CMOD) (Tabela 2). O fato do volumoso ser de baixa qualidade, também pode ter afetado negativamente a ação da levedura, pois como bem demonstraram Sullivan e Martin (1999), em experimento in vitro, a ação da levedura está diretamente relacionada com o alimento, afetando os produtos da fermentação e a digestibilidade. Acredita-se que o uso de Saccharomyces cerevisiae como aditivo na alimentação de ruminantes estimule o crescimento da principal bactéria consumidora de lactato, a Selenomonas ruminantium, e concorra com a bactéria Streptococcus bovis, principal produtora de lactato pelos açúcares solúveis (Auclair, 2001). Esta queda no nível de ácido lático ajudaria a evitar a queda excessiva do pH ruminal durante o processo fermentativo. O consumo de oxigênio, que entra normalmente durante a ingestão de alimento, também foi sugerido como modo de ação das leveduras no rúmen. Esta remoção de oxigênio do ambiente ruminal estimularia o crescimento das bactérias estritamente anaeróbias. Embora existam estas teorias quanto à ação das leveduras, o centro de ação das leveduras no rúmen provavelmente seja o incremento no número de microorganismos ruminais. Newbold et al. (1995) demonstraram que diferentes cepas de Saccharomyces cerevisiae diferem em sua habilidade de incrementar o número de bactérias ruminais viáveis, tanto in vitro quanto in vivo, e como este é o principal efeito das leveduras no rúmen deve-se ter cuidado ao selecioná-las para o uso na nutrição animal. Porém, no mesmo experimento, ficou provado que apesar das diferenças entre cepas, todas as cepas pesquisadas (NCYC 240, NCYC 694, NCYC 1026, NCYC 1088 e Yea-Sacc) tendem a estimular o crescimento do número total de bactérias ruminais e de bactérias celulolíticas. Erasmus et al. (1992), trabalhando com vacas leiteiras recebendo Saccharomyces cerevisiae reportaram acréscimo no consumo de MS (p<0,1), digestibilidade de parede celular e FDA (p<0,05). Além disso, houve redução no pico de ácido lático, esse fato, no entanto não alterou o pH significativamente. Em experimento utilizando quatro ovinos Suffolk recebendo uma mistura de probióticos, entre os quais Saccharomyces cerevisiae, Kumagai et al. (2004) não encontraram diferença significativa para consumo de MS, digestibilidade de MS e pH ruminal entre o grupo controle e os grupos tratados, mas houve tendência à melhora na digestibilidade da parede celular e o uso suplementar destes probióticos alterou a população de alguns microorganismos nas fezes e, possivelmente, no intestino grosso. Utilizando sal proteinado formulado a base de amiréia e levedura como suplemento para bovinos mantidos em campo nativo em São Borja (RS), Knorr (2004) detectou um GMD 15 vezes (p < 0,05) superior ao apresentado pelos animais recebendo somente sal mineralizado (0,287 vs 0,019 kg), e, comparando com outros suplementos (sal proteinado formulado a base de uréia, sal proteinado formulado a base de amiréia e sal proteinado), apresentou o maior ganho econômico por cabeça (R$ 14,52, R$ 0,83, R$ -10,81 e R$ -1,18, respectivamente) em um período de 90 dias. Kumagai et al. (2004) não foi encontrada diferença significativa das concentrações de ácidos graxos voláteis e amônia entre o controle e os grupos tratados, fato que aconteceu em outros trabalhos, permanecendo obscuros os efeitos das leveduras sobre estes dois componentes. Acreditava-se que a levedura alterasse a proporção entre ácido acético e ácido

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propiônico e dessa forma alterasse a composição do leite porém esta idéia foi contrariada por Erasmus et al. (1992) que encontraram uma tendência ao aumento na produção de leite mas não detectaram alteração na sua composição.

CONCLUSÕES

Conclui-se que a levedura ativa Saccharomyces cerevisiae altera significativamente a DMO em ovinos, no entanto não houve diferença significativa para os valores de CMOD e DFDN entre os dois tratamentos testados. O uso de levedura como probiótico natural merece mais estudos a fim de mensurar seu potencial na produção animal e esclarecer seu mecanismo de ação em ruminantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AUCLAIR E..Yeast as an example of the mode of action of probiotics in monogastric and ruminant species . In Brufau J. (ed.) . Feed manufacturing in the Mediterranean region. Improving safety: From feed to food . Zaragoza : CIHEAM-IAMZ, 2001. p. 45-53 : 1 graph; 1 table; Bibliography p. 51-53. (Cahiers Options Méditerranéennes ; v. 54), 3. Conference of Feed Manufacturers of the Mediterranean, 2000/03/22-24, Reus (Spain)

2. ERASMUS, L.J.; BOTHA, P.M.; KISTNER, A..Effect of yeast culture on production, rumen fermentation, and duodenal nitrogen flow in dairy cows.

Journal of Dairy Science, v.75, n.11, p.3056-3065. 1992.

3. KUMAGAI, H.; KUMAGAE, S.; MITANI, K..Effects of supplementary probiotics to two different diets on dry matter intake, daily gain, digestibility, ruminal pH, and fecal microbial populations and metabolites in ewes. Animal Science

Journal, v.75, n.3, p.219-224. 2004.

4. KNORR, M..Avaliação do desempenho de novilhos suplementados com sais proteinados em pastagem nativa na microrregião da campanha ocidental – RS. 2004. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

5. NEWBOLD, C.J.; WALLACE, R.J.; CHEN, X.B.; et al.Different strains of Saccharomyces cerevisiae differ in their effects on ruminal bacterial numbers in vitro and in sheep. Journal of Animal Science, v.73, n.6, p.1811-1818. 1995. 6. SULLIVAN, H.M.; MARTIN, S.A..Effects of Saccharomyces cerevisiae culture on

in vitro mixed ruminal microorganism fermentation. Journal of Dairy Science, v.82, n.9, p.2011-2016. 1999.

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Tabela 1. Composição bromatológica dos suplementos utilizados: matéria seca (MS), matéria orgânica (MO) e proteína bruta (PB).

TRATAMENTO MS (%) MO (% MS) PB (% MS)

T1 79,99 59,76 41,71

T2 87,10 57,08 41,08

Tabela 2. Resultados de consumo de matéria orgânica digestível (CMOD) expressos em g/UTM, digestibilidade da matéria orgânica (DMO) e da FDN (DFDN).

TRATAMENTO CMOD (g/UTM) DMO(%) DFDN(%)

T1 21,26 56,19 b 61,82

T2 23,24 58,98 a 63,10

Referências

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