• C o l é g i o J . R . P a s s a l a c q u a • C o l é g i o S a n t o A n t o n i o d e L i s b o a • C o l é g i o S ã o V i c e n t e d e P a u l o – P e n h a • C o l é g i o F r a n c i s c o T e l l e s • C o l é g i o S ã o V i c e n t e d e P a u l o – J u n d i a í Aluno:________________________________________________________________________ Nº.:_______ Data: ____/____/_____ 2º. Bimestre Ensino Médio 3º. ano ______ Disciplina: PORTUGUÊS Prof. __________________________________________ Revisão On-line
REVISÃO ON-‐LINE – 2º BIMESTRE – EXERCÍCIOS DISSERTATIVOS – 3ª. SÉRIE EM
Leia o texto para responder às questões 1 e 2.
1. Por meio dos pronomes ela e você, o locutor desse texto faz referência a duas pessoas. Associe o texto e a imagem.
a) Identifique a quem se refere o pronome ela? E o pronome você?
b) Do ponto de vista sintático, o texto apresenta uma construção interessante: na primeira parte há uma única oração principal, acompanhada de várias orações subordinadas que a complementam.
Conclua: Qual é a oração principal? Que palavra da oração principal é complementada pelas orações subordinadas? Como se classificam as orações subordinadas?
2. As orações subordinadas referem-‐se a diferentes tipos de conhecimentos e informações a respeito do mundo. Identifique e transcreva do texto exemplos de:
a) conhecimentos sobre a história da humanidade;
b) informações sobre a situação geopolítica do mundo atual;
c) informações sobre a atual situação científica e tecnológica da humanidade. d) problemas que não tínhamos;
Leia o texto para responder às questões 3 e 4.
3. Na propaganda da companhia aérea AeroMexico há uma oração subordinada substantiva, que funciona como complemento de um verbo transitivo.
a) Identifique esse verbo e a oração subordinada substantiva que o complementa. Classifique essa oração.
b) Tornando o verbo lembrar pronominal (observe: Só para lembrá-‐lo de que agora nossos voos non-‐stop de ida e volta para o México são noturnos), a oração ainda apresentaria a mesma classificação? Explique sua resposta.
4. Quando observamos o anúncio, notamos que uma moça se encontra deitada confortavelmente em uma poltrona de primeira classe e tem nos pés pantufas em forma de coelho. Qual é a intenção do anunciante ao apresentar a moça dessa maneira?
Só pra lembrar que agora nossos voos non-‐stop de ida e volta para o México são noturnos.
5. Leia os textos abaixo. Texto I Texto II
www.tirinhas da mafalda.com.br
Classifique sintaticamente as orações que se encontram sublinhadas a seguir. Justifique sua escolha.
I -‐ A verdade é que sua geração trabalhará em tempo integral...
II -‐ É incrível que um dedo indicador seja tão importante.
6. Analise o poema para responder aos itens abaixo.
POEMA TIRADO DE UMA NOTICIA DE JORNAL Manuel Bandeira
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu Cantou Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p 136.
Com base na análise do poema,
a) transcreva dois versos cujo conteúdo indique ação.
b) O poema contém, além de lirismo, elementos narrativos e descritivos. Transcreva um verso que apresente elementos descritivos.
7. Em vários capítulos de Memórias sentimentais de João Miramar, Oswald de Andrade apresenta a paisagem urbana e caótica bem como a diversidade da população:
Higienópolis fervilhou iluminações passos no jardim idas à rua de crianças com jogos. O irmão de José Chelinini interveio esgalgo almofadinha impávido com sobriquete de
Periquito e furtados cigarros. Back batuta de campeonatos sapecava shoots no muro longe do quintal, tratando de canjas a mim e ao conde, interventores estabanados.
Os pais vieram si sinhore lembrando nos olhos praias satisfeitas de golfos humildes de Itália. E gaffes jantaram vinhos finos.
(ANDRADE. Oswald de. Memórias sentimentais de João Miramar). Vocabulário: Esgalgo: magro / sobriquete: apelido
a) Com base no comentário acima, redija um texto explicando o espaço urbano em que se desenrola este fragmento da narrativa.
b) Identifique, nos estrangeirismos acima, três influências culturais que se mesclaram à cultura brasileira no início do século XX.
8. De outras e muitas grandezas vos poderíamos ilustrar, senhoras Amazonas, não fora perlongar demasiado esta epístola; todavia, com afirmar-‐vos que esta é, por sem dúvida, a mais bela cidade terráquea, muito hemos feito em favor destes homens de prol. Mas cair-‐nos-‐íam as faces, si ocultáramos no siléncio, uma curiosidade original deste povo. Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. Assim chegado a estas plagas hospitalares, nos demos ao trabalho de bem nos inteirarmos da etnologia da terra, e dentre muita surpresa e assombro que se nos deparou, por certo não foi das menores tal originalidade linguística. Nas conversas utilizam-‐se os paulistanos dum linguajar bárbaro e 1multifário, 2crasso de feição e impuro na vernaculidade, mas que não deixa de ter o seu sabor e
força nas 3apóstrofes, e também nas vozes do brincar. Destas e daquelas nos inteiramos, solícito; e nos será
grata empresa vô-‐las ensinarmos aí chegado. Mas si de tal desprezível língua se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu, exprimindo-‐se numa outra linguagem, mui próxima da vergiliana, no dizer dum panegirista, meigo idioma, que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões! [...]
ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. 4. reimpressão. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 107-‐108.
“multifário” (ref. 1): que se apresenta sobre vários aspectos. “crasso” (ref. 2): grosseiro, grande.
“apóstrofes” (ref. 3): interpretação direta e imprevista do orador, que se dirige a alguém.
A partir da realidade linguística explicitada por Macunaíma no texto “Carta para Icamiabas”, comente o ponto de vista dessa personagem sobre a língua no Brasil.
9. Leia os textos
Texto I
O artista brasileiro moderno tende a desconfiar do dado imediato, isto é, do lugar da natureza, da cultura, da história em que os outros querem situá-‐lo no mundo. Entende-‐se: o dado, aquilo que é constituído pelo
passado natural e cultural, é, no Brasil, tomado principalmente como o tempo do subdesenvolvimento, da dependência cultural, política e econômica, da escravatura. É da reação contra essa situação que surge a tendência construtiva de quase toda a nossa melhor arte. Nesse processo, não é o Brasil do passado que determina o Brasil moderno. Ao contrário: é o Brasil moderno que reinventa o Brasil do passado. [...] Para o artista brasileiro, pensar sobre o Brasil — pensar o Brasil — não pode deixar de ser reinventá-‐lo. E creio que grande parte dos artistas modernos, os vários modernismos desde 22, o concretismo, o neoconcretismo, a bossa nova, o tropicalismo e os artistas contemporâneos sempre se encontraram nessa mesma situação ante a tarefa da inventio Brasilis: da descoberta-‐invenção do Brasil.
Cícero, Antonio. O construtivismo brasileiro. Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 nov. 2010. Ilustrada, p. E 12. Texto II
Tua orla Bahia
No benefício destas águas profundas E o mato encrespado do Brasil
Uma jangada leva os teus homens morenos De chapéu de palha
Pelos campos de batalha Da renascença
Este mesmo mar azul Feito para as descidas
Dos hidroplanos de meu século Frequentado rendez-‐vous
De Holandeses de Condes e de Padres Que Amaralina atualiza
Poste das saudades transatlânticas Riscando o ocre fotográfico
Entre Itapoã e o farol tropical
A bandeira nacional agita-‐se sobre o Brasil A cidade alteia cúpulas
Torres coqueiros
Árvores transbordando em mangas-‐rosas Até os navios ancorados
Forte de São Marcelo
Panela de pedra da história colonial Cozinhando palmas
E as tuas ruas entreposto do Mundo E os teus sertanejos asfaltados E o teu ano de igrejas diferentes Com um grande dia santo
ANDRADE, Oswald de. Versos baianos. Cadernos de poesia do aluno Oswald: poesias reunidas. São Paulo: Círculo do Livro, s.d. p. 145-‐146. Explique como se processa, no poema de Oswald de Andrade (modernista de 22), a reinvenção do Brasil comentada no texto I. Documente sua resposta com versos do texto II.
10. Considere os textos a seguir.
TEXTO A
"Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos O lirismo dos clowns de Shakespeare
-‐ Não quero mais saber do lirismo que não é libertação."
Manuel Bandeira. "Poética".
TEXTO B
"Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação."
Tendo em vista os trechos acima, faça o que se pede.
a) Cite e comente uma proposta poética que apareça tanto no texto A quanto no B.
b) A partir da proposta poética apresentada, aponte dois recursos formais que confirmam esta proposta, comentando-‐os.
11. Leia o poema.
AMOR
humor
(ANDRADE, Oswald de. "Poesias reunidas" (org. Haroldo de Campos). 5a edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.)
O texto acima constitui forte expressão da estética modernista.
Explore essa afirmativa com base em elementos textuais relativos (I) à forma e (II) ao conteúdo.
Gabarito
1. a) O pronome ela se refere à menina. Você se refere a todos os leitores que, no anúncio, estão representados pela mulher que segura a criança nos braços.
b) A oração principal é: “Ela não sabe”. A forma verbal sabe (verbo transitivo direto) é complementada pelas orações subordinadas. São todas orações substantivas objetivas diretas.
2. a) conhecimentos sobre a história da humanidade;
O homem chegou à Lua; que somos divididos em primeiro e terceiro mundo etc.
b) informações sobre a situação geopolítica do mundo atual;
O Sudeste alaga e o Nordeste seca; somos divididos em 1º e 3º mundo etc.
c) informações sobre a atual situação científica e tecnológica da humanidade. O computador foi criado..., que o cientista que inventou a bomba atômica...
d) problemas que não tínhamos; Existe Aids; não existe cura etc.
3. a) O verbo é lembrar. A oração que complementa o verbo: “que agora nossos voos non-‐stop de ida e volta para o México são noturnos.” Essa oração é subordinada substantiva objetiva direta.
b) Não. Nesse caso (lembrar (você) de algo) o verbo lembrar é pronominal (lembrá-‐lo); sendo então, transitivo direto e indireto.
4. Sugerir que a pessoa irá num voo noturno, porém de maneira confortável, como se estivesse descansando na própria casa.
5. I -‐ A verdade é que sua geração trabalhará em tempo integral...
A oração acima é subordinada substantiva predicativa, pois assume a função de predicativo na oração principal, pode ser substituída por isso e é introduzida pela conjunção integrante que.
II -‐ É incrível que um dedo indicador seja tão importante.
A oração acima é subordinada substantiva subjetiva, pois assume a função de sujeito da oração principal, pode ser substituída por isso e é introduzida pela conjunção integrante que.
6. a) “Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro”. “Bebeu,” “Cantou”, “Dançou” ou “Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado”.
b) “João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número”.
7. a) O trecho acima faz referência à cidade de São Paulo, seu desenvolvimento urbano acelerado, como indica a metáfora “fervilhou iluminações”. Há uma referência ao bairro de Higienópolis que se vê diante da explosão populacional, ou de um crescimento urbano desorganizado, próprio das megacidades, impulsionado, principalmente, pela chegada de centenas de imigrantes vindos de várias regiões da Europa.
b) Podem ser identificadas, no mínimo, três influências culturais presentes nos estrangeirismos: em “back” e “shoots”, vemos a presença da cultura inglesa que, no início do século XX, trouxe o futebol para o país. Por outro lado, “si sinhore”, refere-‐se à presença de italianos em São Paulo, imigrantes que, vindos para a lavoura, também se fixaram na cidade para o trabalho na indústria, por salários baixos, formando bairros que hoje são famosos pela presença dessa cultura, como o Bexiga. Já em “gaffes”, fica nítida a influência da cultura
francesa na tentativa de imitação dessa classe social em ascensão.
8. A personagem Macunaíma enfoca a diversidade de uso do idioma português no Brasil, notadamente no centro urbano (São Paulo). Ao se referir ao fato de os paulistanos falarem numa língua e escreverem noutra, ele chama a atenção do leitor para a existência de uma norma padrão (seguida pelos brasileiros na língua escrita) e de um registro coloquial, informal, típico da língua oral. É importante salientar que, na narrativa, através da carta para Icamiabas, o autor ironiza os puristas, que defendiam a petrificação da língua (língua de Camões) e não aceitavam as mudanças ocorridas no português do Brasil decorrentes da mestiçagem do idioma. Vale ressaltar que os modernistas de 22 (a obra Macunaíma faz parte deste contexto de inovações e experimentalismos linguísticos) se posicionaram contra o purismo linguístico, defendendo uma língua “natural e neológica”.
9. Segundo Antonio Cícero, a tendência construtiva do que existe de melhor na arte brasileira moderna é a “reinvenção” do Brasil do passado, ou seja, a mudança de perspectiva dos artistas brasileiros que passam a valorizar o primitivo e o natural, reagindo à ideia de que o passado foi marcado pelo subdesenvolvimento e dependência da escravatura. Oswald de Andrade iniciou o movimento Pau-‐Brasil, cujo programa era libertar a poesia "das influências nefastas das velhas civilizações em decadência", apontando o primitivismo como caminho a ser seguido, isto é, criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. O projeto visava a um desligamento dos modelos poéticos importados do século passado, pondo um fim à grandiloquência e à seriedade. Assim, usa o verso livre, a ausência de pontuação, a linguagem coloquial, reduzida, telegráfica e o predomínio de um “português” genuinamente brasileiro para a descrição da paisagem ou de cenas do cotidiano (“Uma jangada leva os teus homens morenos/De chapéu de palha”). Oswald de Andrade foi o inaugurador, em nossa literatura, da transposição de técnicas de cinema -‐ "montagem" de cenas, tentativa de descontinuidade para causar a impressão de "imagens simultâneas" -‐ para o texto literário (“Dos hidroplanos de meu século.
Frequentado rendez-‐vous/De Holandeses de Condes e de Padres/Que Amaralina atualiza/
Poste das saudades transatlânticas/Riscando o ocre fotográfico”, “Torres coqueiros/Árvores transbordando em mangas-‐rosas/Até os navios ancorados”). A poesia de Oswald é precursora de um movimento que vai marcar a cultura brasileira na década de 60: o Concretismo. Suas ideias, recuperadas também na década de
60, reaparecem no Tropicalismo.
10. a) liberdade poética (métrica, rima); linguagem simples. Manuel Bandeira pertenceu à primeira fase do Modernismo, e uma das características desta fase, explícita nos poemas, é o combate ao rigor dos
Parnasianos.
b) Em ambos os textos vemos a liberdade métrica, os versos são brancos e a linguagem é simples.
11. O texto constitui forte expressão da estética modernista em termos formais, pois representa a expressão máxima da síntese, ao fazer uso de um par mínimo, duas formas que se diferenciam por um único elemento sonoro. Também, o título é parte essencial na construção e na significação do texto. Com relação ao
conteúdo, há a aproximação inusitada de dois campos semânticos não tradicionalmente relacionados; não há foco na relação amorosa nem nos sujeitos envolvidos na relação.