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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, 2294 - Centro - CEP nº 64000-060 – Teresina – PI PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 297/2012

RECLAMANTE: CLÁUDIO DA SILVA LEAL

RECLAMADO: MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA/ MOTOROLA E C&A MODAS LTDA/ LOJAS C&A

PARECER I – RELATÓRIO

Cuida-se de processo administrativo instaurado, nos termos da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), bem como do art. 33 e seguintes do Decreto Federal nº 2.181/97, pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão integrante do Ministério Público do Estado do Piauí, visando apurar indício de perpetração infrativa às relações de consumo por parte dos fornecedores MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA E C&A MODAS LTDA.

O Consumidor, no dia 22/03/2012, principiou reclamação, através da ficha de atendi-mento anexa (fls. 03). Na ocasião, informou que adquiriu um aparelho celular MOTOROLA EX119, IMEI n° 356503043077364, no dia 03/10/2011, pelo valor de R$499,00 (quatrocentos e no-venta nove reais), junto às Lojas C&A, cupom fiscal de n° 217755.

Ocorre que o produto adquirido apresentou vício, ocasião em que o Demandante en-tregou o aparelho na Autorizada MOTOTEC, na data de 30/01/2012, OS n° 20517, às fls. 07, sendo o mesmo supostamente consertado. Todavia, o vício reiterou-se, o que ocasionou na entrega do apa-relho à Assistência pela segunda vez, no dia 15/02/2012, OS n° 20660, às fls.08. No entanto, após superado o prazo legal, o fornecedor, ainda, não havia reparado o produto. Diante disso, o Recla-mante se dirigiu a este PROCON/MP/PI para cancelar a compra e obter a restituição do valor pago.

Destarte, o PROCON/MP-PI notificou os fornecedores reclamados, para no prazo de 05 (cinco) dias, atender ao pleito do autor; bem como para, no prazo de 10 (dez) dias, comunicar a providência adotada para a solução da contenda.

As Lojas C&A protocolou defesa escrita, na data de 04/04/2012. Inicialmente, a em-presa argumentou que o consumidor recebeu o aparelho em perfeito estado de uso e que, somente, extrapolado o período de 90 (noventa) dias, após a data da aquisição, o equipamento em discussão apresentou vício, logo, o vício apresentou-se pela primeira vez, após finda a garantia legal.

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Ade-mais, sustentou, ainda, a ilegitimidade passiva, posto ser o fabricante do produto plenamente identi-ficado, alegando que, conforme o artigo 12 do CDC, a responsabilidade pelo vício do produto é subsidiária, podendo o revendedor ser demandado apenas na hipótese de impossibilidade de identi-ficação do fabricante. Por fim, solicitou o arquivamento da Reclamação.

O Fabricante Motorola protocolou, intempestivamente, manifestação por escrito, na data de 20/04/2012, solicitando a dilação do prazo por 05 (cinco) dias úteis, para averiguar o caso com maior detalhamento e poder propor a melhor solução.

O reclamante retornou ao PROCON/MP/PI, na data de 02/05/2012, a fim de compro-var que as notificações foram recebidas pelas empresas, às fls.25 e 26; e cientificar de que não hou-vera o atendimento de seu pedido por parte dos fornecedores. Nessa ocasião, diante da impossibili-dade de uma composição amigável, o autor foi orientado a procurar o Poder Judiciário para ter o seu pleito atendido, às fls.20.

Na data de 03/05/2013, o Fabricante MOTOROLA protocolou defesa escrita propon-do, por mera liberalidade, a substituição do bem por um novo, desde que o consumidor encaminhas-se resposta formal constando: aceitação expressa do acordo, o endereço completo para onde o novo produto deveria ser enviado e a indicação de um número de telefone atualizado para contato com o consumidor. Ademais, acrescentou que o prazo para a entrega do novo produto seria de até 15 (quinze) dias úteis, a contar da data em que o aparelho viciado fosse devolvido para a fábrica, ou, caso o mesmo estivesse sob posse da Assistência Autorizada, a contar da manifestação de expressa aceitação do acordo.

Empós, o Conciliador considerou a arguição do demandante em face dos reclamados como FUNDAMENTADA NÃO ATENDIDA. Contra os mesmo foi instaurado o Processo Admi-nistrativo nº 297/2012 (fls. 30/31).

Tempestivamente, no dia 07/01/13, o fornecedor Lojas C&A juntou defesa, às fls. 35/38. Na ocasião, ratificou as alegações apresentadas em defesa anterior e insistiu em argumentar pela ilegitimidade passiva, com fulcro no artigo 12 do CDC.

Já o Fabricante Motorola, apesar de devidamente notificado, às fls 33, não apresen-tou defesa escrita, conforme Certidão às fls. 43.

Após, vieram os autos conclusos.

II – DA POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Antes de se adentrar nos fatos propriamente ditos, alguns pontos preliminares devem ser explanados. Pois então, passamos à sua análise.

A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170,

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in-ciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas disposições transitórias, sendo um sistema autôno-mo dentro do quadro Constitucional, que incide em toda relação que puder ser caracterizada coautôno-mo de consumo.

O Código de Defesa do Consumidor, como lei principiológica, pressupõe a vulnera-bilidade do consumidor, partindo da premissa de que ele, por ser a parte econômica, jurídica e tecni-camente mais fraca nas relações de consumo, encontra-se normalmente em posição de inferioridade perante o fornecedor, conforme se depreende da leitura de seu art. 4º, inciso I, in verbis:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. (grifos acrescidos)

Neste diapasão, sedimenta o Professor RIZZATTO NUNES1: O inciso I do art.4º reconhece: o consumidor é vulnerável.

Tal reconhecimento é uma primeira medida de realização da isonomia garan-tida na Constituição Federal. Significa que o consumidor é a parte mais fraca na relação jurídica de consumo. Essa fraqueza, essa fragilidade, é real, con-creta, e decorre de dois aspectos: um de ordem técnica e outro de cunho eco-nômico.

Assim, outro não é o entendimento da Jurisprudência pátria:

Vale ressaltar que a hipossuficiência não se confunde com o conceito de vulnerabilidade do consumidor, princípio esse previsto no art. 4º, I do Código Consumerista, que reconhece ser o consumidor a parte mais fraca da relação de consumo. Tal princípio tem como consequência jurídica a intervenção do Estado na relação de consumo para que seja mantido o equilíbrio entre as partes, de modo que o poder de uma não sufoque os direitos da outra. A vulnerabilidade é uma condição inerente ao consumidor, ou seja, todo consumidor é considerado vulnerável, a parte frágil da relação de consumo.” (TJDFT – AGI nº 20080020135496 - 4º Turma Cível – Rel. Des. Arlindo Mares – DJ. 13/05/09) (grifos inseridos)

A proteção ao consumidor decorre da constatação de ser o consumidor o elemento mais fraco da relação de consumo, por não dispor do controle sobre a produção dos produtos, sendo submetido ao poder dos detentores destes, surgindo, assim, a necessidade da criação de uma política jurídica que busque o equilíbrio entre os sujeitos envolvidos na relação consumerista.

A boa-fé objetiva, a qual é tida como outro princípio máximo do CDC, trata-se do princípio geral do direto contratual, do qual se retira a necessidade de agir corretamente, com lisura e de acordo com as regras da moral. Neste diapasão, impõe o CDC aos contratantes a obediência

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aos deveres anexos ao contrato – como é o dever de cooperação que pressupõe ações recíprocas de lealdade.

A equidade impõe equilíbrio às relações consumeristas, mantendo-se os direitos e deveres das partes contratantes em harmonia, com a finalidade de encontrar a justiça contratual.

O princípio da transparência, por sua vez, é corolário ao princípio da informação e educação e significa que tanto os fornecedores como os consumidores deverão ser educados e informados acerca dos seus direitos e deveres com vista à melhoria do mercado de consumo.

A Professora CLÁUDIA LIMA MARQUES2, por sua vez, ensina que esta vulnerabilidade se perfaz

em três tipos: técnica, jurídica e econômica:

Na vulnerabilidade técnica o comprador não possui conhecimentos específi-cos sobre o objeto que está adquirindo e, portanto, é mais facilmente engana-do quanto às características engana-do bem ou quanto à sua utilidade, o mesmo ocorrendo em matéria de serviços.

Noutro aspecto, vale discorrer sobra a boa-fé nas relações de consumo. Esta, por sua vez, é considerada como a boa conduta humana que se espera de todos nas relações sociais (art. 4º, inciso III, do CDC).

Na linha do Código de Defesa do Consumidor, o artigo 422 do Código Civil estabelece que “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé”. A boa fé diz respeito ao exame objetivo e geral da conduta do sujeito em todas as fases contratuais (pré-contratual, contratual e pós-contratual), servindo, a partir de suas funções, como parâmetro de interpretação dos contratos, identificação de abuso de direitos e criação de deveres anexos.3

É natural, nos ordenamentos jurídicos modernos, que têm a dignidade da pessoa humana como fundamento, a imposição dessa boa-fé nas relações contratuais e, sobretudo, nas relações de consumo, enquanto concretizadora de direitos fundamentais4.

Nesse viés, ensina o Superior Tribunal de Justiça:

O princípio da boa-fé se aplica às relações contratuais regidas pelo CDC, impondo, por conseguinte, a obediência aos deveres anexos ao contrato, que são decorrência lógica deste princípio. O dever anexo de cooperação pressupõe ações recíprocas de lealdade dentro da relação contratual. A violação a qualquer dos deveres anexos implica em inadimplemento contratual de quem lhe tenha dado causa. (STJ – Resp 595631/SC – Rel. Min. Nancy Andrighi – DJ 02.08.2004) (grifos inclusos)

2CLÁUDIA LIMA MARQUES, Contratos no Código de Defesa do Consumidor, Revista dos Tribunais, 3. Ed, p.

148/149.

3 BESSA, Leonardo Roscoe; MARQUES, Cláudia Lima; BENJAMIN, Antônio Herman V. Manual de Direito do

Consumidor. 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p. 324.

4 KHOURI, Paulo R. Roque A. Direito do Consumidor - Contratos, Responsabilidade Civil e Defesa do Consumidor

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III – DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO LOJISTA

Para deslinde do processo, deve-se analisar a pretensão deduzida à luz do art. 18, da Lei nº 8.078/90, que trata sobre a responsabilidade pelo vício de produto.

No caso em comento, o Lojista argumentou, em defesa escrita, que não é responsável solidário pelo vício do produto, devendo, primeiro, ser demandado o fabricante e, apenas, na impossibilidade de identificar este, a responsabilização recairia sobre o vendedor.

Inicialmente, cabe destacar a nítida distinção entre vício e defeito, para fins de uso do Código de Defesa do Consumidor.

Consoante a Legislação Consumerista Pátria, por disposição de seus arts. 18 e 20, são considerados vícios as características de qualidade ou quantidade que tornem o produto ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam e também que lhes diminuam o valor. Da mesma forma são considerados vícios os decorrentes das disparidades havida em relação às indicações constantes no recipiente, embalagem, rotulagem, oferta ou mensagem publicitária.

No que concerne ao defeito de produto e serviço, de que tratam os artigos 12 e 14 do citado código, RIZZATO NUNES5 assim o conceitua:

O defeito, por sua vez, pressupõe o vício. Há vício sem defeitos, mas não há defeito sem vício. O vício é uma característica inerente, intrínseca do produto ou serviço em si. O defeito é o vício acrescido de um problema extra, alguma coisa extrínseca ao produto ou serviço, que causa um dano maior que simplesmente o mau funcionamento, o não-funcionamento, a quantidade errada, a perda do valor pago – já que o produto ou serviço não cumpriram o fim ao qual se destinavam. O defeito causa, além desse dano do vício, outro ou outros danos ao patrimônio jurídico material e/ou moral e/ou estético e/ou à imagem do consumidor. Logo, o defeito tem ligação com o vício, mas, em termos de dano causado ao consumidor, é mais devastador. Conclui-se que o vício pertence ao próprio produto ou serviço, e corresponde à sua adequada funcionalidade ao fim que lhe destina, jamais atingindo o consumidor ou outros bens seus. O defeito vai além do produto ou do serviço, para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico mais amplo (seja moral, material, estético ou da imagem).

O Preclaro doutrinador6 arremata, com sua didática que lhe é peculiar, a distinção

entre os dois institutos, a partir de uma ilustração:

Dois consumidores vão à concessionária receber seus automóveis zero-quilômetro, ambos saem dirigindo seus veículos alegremente. Os consumidores não sabem, mas o sistema de freios veio com problema de fábrica. Aquele que sai na frente passa a primeira esquina e segue viagem. No meio do quarteirão seguinte, pisa no breque e este não funciona. Vai, então, reduzindo as marchas e com sorte consegue parar o carro encostando-o numa guia. O segundencostando-o, cencostando-om menencostando-os sencostando-orte, aencostando-o atingir a primeira esquina, depara com o semáforo no vermelho. Pisa no breque, mas este não funciona. 5 Idem, Ibidem, p.181.

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O carro passa e se choca com outro veiculo, causando danos em ambos carros. O primeiro caso, como o problema está no freio do veiculo, é de vício. No segundo, como foi além do freio do veículo, causando danos não

em outras áreas do próprio automóvel como no veículo de terceiros, trata-se de defeito. (grifos adicionados)

Configurada a existência de vício de produto no caso vertente, cabe, então, discorrer sobre solidariedade passiva do lojista.

Desta feita, importante assinalar o caput do artigo 18 do CDC:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (grifos insertos)

Assim, verifica-se que, de acordo com o referido Codex, quando se trata de vício de produto, responde solidariamente por este todos os fornecedores, o que inclui o comerciante, o fabricante, o importador, e todos os participantes da relação de consumo.

A lei civilista brasileira, em seu art. 265, assim preceitua acerca da solidariedade: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Sem muito esforço, porquanto é clara e expressa, depreende-se da leitura do art. 18 do CDC supratranscrito, que a responsabilidade pelos vícios de produto é solidária.

Isto significa que a pretensão do consumidor em relação à substituição do produto, à devolução do valor pago ou ao abatimento proporcional do preço, além das perdas e danos, pode ser dirigida tanto ao comerciante, como ao fabricante ou a qualquer outro fornecedor intermediário que tenha participado da cadeia de produção e circulação do bem.

Trata-se de hipótese legal de solidariedade passiva. O credor possui o direito de exigir de um ou de alguns devedores (comerciante, fabricante, distribuidor, etc.), parcial ou totalmente, a dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores, continuam obrigados solidariamente pelo resto, tudo em conformidade com o disposto no art. 275 e seguintes do Código Civil.

Neste diapasão, posiciona-se a Jurisprudência Pátria:

A responsabilidade civil nos ilícitos administrativos de consumo tem a mesma natureza ontológica da responsabilidade civil na relação jurídica base de consumo. Logo, é, por disposição legal, solidária. 4. O argumento do comerciante de que não fabricou o produto e de que o fabricante foi identificado não afasta a sua responsabilidade administrativa, pois não incide, in casu, o §5.º do art. 18 do CDC. (STJ - Resp 1118302/SC, 2º

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Turma, Julg. 01.10.2009, Rel. Min. Humberto Martins, Dje 14.10.2009) (grifos acrescidos)

Desta feita, a inclusão do lojista nas reclamações que tratam sobre vício de produto é medida baseada na lei, jurisprudência e doutrina majoritárias, como forma de dar maior segurança ao consumidor em ter seu direito respeitado.

IV – DO VÍCIO OCULTO

Percorrido todo este escorço, e examinados os autos do processo, tem-se que o forne-cedor Lojas C&A sustentou, ainda, que não é responsável pelo vício do produto, eis que o mesmo ocorreu após extrapolado o prazo da garantia legal.

Pois bem. Para o deslinde da questão ora apresentada, deve-se analisar a pretensão deduzida à luz do artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor, que trata sobre a garantia legal. Vejamos a íntegra do dispositivo legal:

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil consta-tação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não durá-veis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

II – (Vetado)

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no mo-mento em que ficar evidenciado o defeito. (grifos inseridos)

A Lei nº 8.078/90 conjecturou uma distinção entre vício aparente e vício oculto, ao contrário do Código Civil, que na matéria do vício redibitório somente se preocupou com este.

Conforme se infere a partir da leitura do supratranscrito regramento legal, vício apa-rente é aquele de fácil constatação no momento da compra ou do recebimento do produto. Nestas si-tuações, há o prazo decadencial de 30 (trinta), tratando-se de produto não durável, e de 90 (noventa) dias, em caso de produto durável. Entrementes, ocorrendo um vício oculto, os prazos supracitados somente correrão depois do seu aparecimento.

O entendimento que prevalece, tanto porque se parte da premissa da vulnerabilidade do consumidor, é de que a responsabilidade dos fornecedores não se limita pura e simplesmente ao prazo legal e contratual de garantia.

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Deve ser considerada para a aferição da responsabilidade do fornecedor a natureza do vício que inquinou o produto, mesmo que tenha ele se manifestado somente ao término da garan-tia.

Nesse passo, os prazos de garantia, sejam eles legais ou contratuais, visam a acaute-lar o adquirente de produtos contra defeitos relacionados ao desgaste natural da coisa, como sendo um intervalo mínimo de tempo no qual não se espera que haja deterioração do objeto. Depois desse prazo, tolera-se que, em virtude do uso ordinário do produto, algum desgaste possa mesmo surgir.

Coisa diversa é o vício intrínseco do produto existente desde sempre, mas que so-mente veio a se manifestar depois de expirada a garantia, de modo a ficar contrariada a própria es-sência do que seja um "bem durável".

Nessa categoria de vício intrínseco certamente se inserem os defeitos de fabricação relativos a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, os quais, em não raras vezes, somente se tornam conhecidos depois de algum tempo de uso, mas que, todavia, não decor-rem diretamente da fruição do bem, e sim de uma característica oculta que esteve latente até então.

Outrossim, insta ressaltar que cuidando-se de vício aparente o consumidor deve exi-gir a reparação no prazo de noventa dias (produtos duráveis), iniciando a contagem a partir da entre-ga efetiva do bem. Porém, em se tratando de vício oculto não decorrente do desentre-gaste natural gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo para reclamar pela reparação se inicia no momento em que ficar evidenciado o defeito, não obstante tenha isso ocorrido depois de expirado o prazo legal ou contratual de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério da vida útil do bem, que se pre-tende seja ele "durável".

A doutrina consumerista tem entendido que o Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério da garantia, podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia contratual.

Nessa linha, já decidiu a Segunda Turma, julgando recurso interposto em uma Ação Civil Pública:

RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. VÍCIO OCULTO. PRODUTO DURÁVEL. RECLAMAÇÃO. TERMO INICIAL. 1. Na origem, a ora re-corrente ajuizou ação anulatória em face do PROCON/DF - Instituto de De-fesa do Consumidor do Distrito Federal, com o fim de anular a penalidade administrativa imposta em razão de reclamação formulada por consumidor por vício de produto durável. […] 3. De fato, conforme premissa de fato fi-xada pela corte de origem, o vício do produto era oculto. Nesse sentido, o dies a quo do prazo decadencial de que trata o art. 26, §6º [rectius, 3º] do Código de Defesa do Consumidor é a data em ficar evidenciado o aludi-do vício, ainda que haja uma garantia contratual, sem abanaludi-donar, con-tudo, o critério da vida útil do bem durável, a fim de que o fornecedor

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não fique responsável por solucionar o vício eternamente. A propósito, esta Corte já apontou nesse sentido. 4. Recurso especial conhecido e provi-do. (REsp 1.123.004/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUE, SEGUNDA TURMA, julgado em 1/12/2011, DJe 9/12/2011) (grifos inseri-dos)

Na mesma direção, o Ministro Sidnei Beneti proferiu judicioso voto-vista no julga-mento do REsp 903.771/SE, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 12/4/2011:

Certos danos nada têm que ver com garantia. E somente podem ser constata-dos mediante a utilização efetiva do imóvel, que tem de ser produto de dura-bilidade superior a cinco anos. Por exemplo: defeitos decorrentes de falhas estruturais, somente podem ser descobertos com o tempo, como é o caso de falhas de fundações, de cálculo de equilíbrio do prédio, de célere deteriora-ção decorrente de uso de materiais inadequados ou de qualidade inferior so-mente podem ser descobertos em tempo superior ao curto espaço de cinco anos. Correta, pois, a regra vintenária, a partir do conhecimento do defeito, de que muitas vezes não se tem como saber antes de surgirem exterioriza-ções como as que emergem das profundezas das fundaexterioriza-ções em que fixada a obra, entre outras.

No caso concreto, restou comprovado que o produto apresentou vício oculto, aproxi-madamente, 03 (três) meses e 27 (vinte e sete) dias após a data da sua compra, de tal modo que a Assistência Técnica Autorizada tentou reparar o aparelho por 02 (duas) vezes sem obter êxito.

Por fim, deve-se considerar que a vida útil de um aparelho celular é certamente maior de que 03 (três) meses, razão pela qual se infere que estava o autor coberto pela garantia legal, nos termos acima descritos.

Por derradeiro, cumpre consignar que, independentemente de prazo legal de garantia, a venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um vício de adequação (art. 18 do CDC), evidencia uma quebra da boa-fé objeti-va, que deve nortear as relações contratuais, sejam elas de consumo, sejam elas regidas pelo direito comum. Constitui, em outras palavras, descumprimento do dever de informação e a não realização do próprio objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo vital se esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo.

V – DA INFRAÇÃO AO ARTIGO 18, §1°, I C/C ARTIGO 39, V DO CDC

Ultrapassada a questão da legitimidade passiva do lojista, cabe tecer comentários específicos sobre a matéria, concernente ao vício de produto.

Como dito alhures, o tema diz respeito justamente aos produtos que não atendem à sua finalidade específica.

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O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 18 vaticina:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (grifos insertos)

LEONARDO ROSCOE BESSApreceitua que, de acordo com a leitura do artigo su-pratranscrito, existem três espécies de vícios, quais sejam: 1) vício que torne o produto impróprio para o consumo; 2) vício que lhe diminua o valor; 3) vício decorrente da disparidade das caracterís-ticas dos produtos com aquelas veiculadas na oferta e publicidade.

O Preclaro doutrinador elucida que, existindo vício, possui o consumidor direito a, alternativamente e à sua livre escolha: a) substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; b) restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; c) abatimento proporcional do preço.

Preleciona que, antes da escolha de uma das três alternativas que se abrem em favor do consumidor na hipótese de vício de produto, o fornecedor possui prazo de 30 (trinta) dias para saná-lo, conforme se depreende da leitura do §1º, do artigo 18, da Legislação Consumerista Pátria:

Art. 18 - (…) § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço. (grifos implementados)

Calha anotar que, consoante nota técnica nº 20/2009, exarada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão responsável pela coordenação da política do Sis-tema Nacional de Defesa do Consumidor (Art. 106, caput, do CDC), é sedimentado o fato de que a

lei concede ao fornecedor uma única oportunidade para sanar o vício, mediante substituição das

partes viciadas.

Consignadas as explanações aqui exposta, que tratam sobre os direitos previstos na Lei nº 8.078/90, e examinados os autos do processo, tem-se que o âmago da questão controvertida se encontra na procrastinação do atendimento do pleito do consumidor, após escoado o prazo legal de 30 (trinta) dias, bem como no desatendimento da determinação do PROCON/PI constante na no-tificação recomendatória.

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caráter indubitável. No que pese isso, o consumidor submeteu o aparelho a reparo por 02 (duas) vezes, sendo que, mesmo após adquirido o direito de obter a restituição do valor pago a partir do momento em que o vício reiterou-se, o autor optou em conceder uma última oportunidade para o reparo do celular. No entanto, como dito alhures, nesta última a Autorizada não respeitou o prazo legal de 30 (trinta) dias para realizar o conserto do aparelho.

Resta cristalina a desídia dos fornecedores que, embora comprovadamente sabedores da manifestação de seu cliente, mantiveram-se inerte, sem diligenciar-se em cumprir suas obrigações, decorrente de norma legal de ordem pública, no caso, do Código de Defesa do Consumidor.

Nesta esteira, é importante sublinhar que a verdadeira intenção do Código de Defesa do Consumidor foi a de que os fornecedores solidariamente responsáveis – fabricante e lojista -, ocorrendo quaisquer das hipóteses que facultam ao consumidor as escolhas do art. 18, imediatamente, já realizassem a troca do bem ou a restituição do valor pago, sem a necessidade de se recorrer aos Órgãos de Proteção e Defesa do Consumidor ou ao Poder Judiciário.

Infelizmente, as empresas tentam, a todo preço, esquivar-se de suas responsabilidades, sendo obrigação do PROCON equilibrar esta balança, na qual coexistem os interesses dos fornecedores e dos consumidores.

De mais a mais, verifica-se que as empresas descumpriram a determinação do PRO-CON/MP/PI para no prazo de 05 (cinco) dias, atender ao pleito do autor.

Digno de nota que o prazo concedido aos fornecedores em sede de Notificação Recomendatória é para atendimento ao pleito, devendo as empresas apresentar defesa no prazo de 10 (dez) dias para comunicar o procedimento adotado, ou seja, comprovar a substituição do produto por um novo ou a restituição do valor pago, conforme opção do cliente.

No caso em comento, contudo, as empresas MOTOROLA E LOJAS C&A, embora devidamente notificadas, não se conciliaram com o consumidor.

O Fabricante Motorola apresentou proposta de acordo de forma totalmente intempes-tiva, eis que quando se posicionou o consumidor já havia inclusive sido orientado a iniciar Processo Judicial. Ademais, a proposta fornecida pela empresa era contrária às normas estampadas na legisla-ção consumerista pátria e contrária a solicitalegisla-ção do Consumidor, eis que o mesmo optou pela desis-tência da compra e a empresa arbitrariamente impôs a substituição do produto, no prazo desarrazoa-do de 15 (quinze) dias úteis.

Já o Demandado Lojas C&A apresentou defesa tempestivamente, tentando eximir-se da responsabilidade solidária pelo vício do produto. Embora tenha feito juntada aos autos de documento dentro do prazo, não agiu de boa fé.

(12)

Ora, quando realizada a escolha pelo consumidor entre a substituição do produto, a restituição do valor pago ou abatimento proporcional do preço, faz este jus ao cumprimento imediato de uma daquelas alternativas, nos exatos termos do dispositivo legal transcrito alhures, sendo, assim, considerado desarrazoado, desproporcional e ilegal a exigência de novos prazos para o cumprimento da lei, ainda, mais com imposições de condições para ao atendimento do pleito.

Da exegese do dispositivo legal, outro entendimento não se pode chegar, senão a de que a restituição do valor pago, monetariamente corrigido, pelo produto viciado deve ser imediata, aplicando-se este entendimento à hipótese de escolha da troca do bem.

Segue a jurisprudência:

EMENTA: ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - VÍCIO DO PRODUTO - AUTOMOVÉL - REDUÇÃO DO VALOR - SUBSTITUIÇÃO IMEDIATA DO BEM - PERIGO DE DANO. Se o vício do produto não for sanado no prazo de máximo de trinta dias, o consumidor pode exigir a imediata substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso, sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder diminuir-lhe o valor. O perigo de dano não depende de prova inequívoca. Cabe ao magistrado, de acordo com as regras ordinárias de experiência, verificar se a tutela, caso deferida somente a final, causará dano irreparável ou de difícil reparação ao autor. V.V. (Número do processo: 1.0016.06.062586-6/001(1). Relator: D. VIÇOSO RODRIGUES. Data do Julgamento: 27/02/2007. Data da Publicação: 09/03/2007). (grifos inseridos)

Sendo este o direcionamento da Jurisprudência Pátria:

CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COMPRA DE VEÍCULO NOVO COM DEFEITO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA

CONCESSIONÁRIA. REVELIA. AFASTAMENTO. RESCISÃO

CONTRATUAL. DEVOLUÇÃO DO VALOR PAGO. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. PERDAS E DANOS. RESTITUIÇÃO PROPORCIONAL. DANOS MORAIS. IMPROCEDÊNCIA. Nos termos do artigo 18, §1º, do CDC, ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias para solução do vício do produto, é facultado ao consumidor a restituição imediata da quantia paga pelo bem, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. Vale dizer, apresentando o veículo novo defeito não sanado em 30 (trinta) dias, faz jus o adquirente à rescisão contratual com o respectivo recebimento integral do valor pago por aquele bem. ( TJ/DF. Apelação Cível nº 67661-12.2009.807.0001 – Rel. Des. Cruz Macedo. 4º Turma Cível – Publ. 05/04/11, Pág. 130) (grifos adicionados)

Nesse diapasão, é importante sublinhar que a verdadeira intenção do Código de De-fesa do Consumidor foi a de que os fornecedores, ocorrendo quaisquer das hipóteses que facultam ao consumidor as escolhas do artigo 18, imediatamente, já realizassem a troca do bem ou a restitui-ção do valor pago, sem a necessidade de se recorrer aos Órgãos de Proterestitui-ção e Defesa do Consumi-dor ou ao Poder Judiciário.

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Por estas razões, em função das evidentes lesões à legislação consumerista, no sentido de que o prazo para cumprimento das obrigações insertas na Lei Consumeristas não podem ficar ao alvedrio das empresas, medida que se impõe é penalização dos reclamados, a fim de que se abstenham de trilhar a conduta abusiva combatida.

Derradeiramente, cumpre frisar que as sanções administrativas impostas, nos termos do artigo 56 do CDC, possuem um viés didático, a fim de que o fornecedor, que descumpriu as or-dens do citado código, não reitere sua conduta e adote ações que se coadunem com o espírito da lei consumerista.

VI – CONCLUSÃO

Ante o exposto, por estar convicta da existência de transgressão à Lei nº 8.078/90, opino pela aplicação de multa aos reclamados MOTOROLA INDUSTRIAL LDA E LOJAS C&A, tendo em vista perpetração infrativa ao artigo 18, §1°, II da Lei nº 8.078/90.

É o parecer.

À apreciação superior.

Teresina, 07 de Outubro de 2013.

Gabriella Prado Albuquerque Técnico Ministerial – Matrícula n°102

Assessor Jurídico PROCON/MP/P

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, 2294 - Centro - CEP nº 64000-060 – Teresina – PI PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 297/2012

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RECLAMADO: MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA/ MOTOROLA E C&A MODAS LTDA/ LOJAS C&A

DECISÃO

Analisando-se com percuciência e acuidade os autos em apreço, verifica-se indubitável infração aos artigos 18, §1°, II do Código de Defesa do Consumidor e perpetrada pelo fornecedor MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA E LOJAS C&A, razão pela qual acolho o parecer emitido pela M.D. Técnico Ministerial, impondo-se, pois, a correspondente aplicação de multa, a qual passo a dosar.

Passo, pois, a aplicar a sanção administrativa, sendo observados os critérios estatuídos pelos artigos 24 a 28 do Decreto 2.181/97, que dispõe sobre os critérios de fixação dos valores das penas de multa por infração ao Código de Defesa do Consumidor.

A fixação dos valores das multas nas infrações ao Código de Defesa do Consumidor dentro dos limites legais (art. 57, parágrafo único da Lei nº 8.078, de 11/09/90), será feito de acordo com a gravidade da infração, vantagem auferida e condição econômica do fornecedor.

Fixo a multa base no montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) ao fornecedor MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA.

Considerando a inexistência de circunstância atenuante contida no art. 25, do Decreto 2.181/97. Considerando a existência de circunstâncias agravantes contidas no art. 26, incisos I e IV, do Decreto 2.181/97, por ser reincidente o infrator e por ter o mesmo deixado, tendo conhecimento do ato lesivo, de tomar as providências para evitar ou mitigar suas consequências. Aumento o quantum em ½ (um meio) para cada agravante, convertendo-se a obrigação no importe de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Pelo exposto, em face do fornecedor MOTOROLA torno a multa fixa e definitiva no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Outrossim, fixo a multa base no montante de R$4.000,00 (quatro mil reais) ao fornecedor C&A MODAS LTDA.

Considerando a inexistência de circunstância atenuante contida no art. 25, do Decreto 2.181/97. Considerando a existência de circunstâncias agravantes contidas no art. 26, incisos I e IV, do Decreto 2.181/97, por ser reincidente o infrator e por ter o mesmo deixado, tendo conhecimento do ato lesivo, de tomar as providências para evitar ou mitigar suas consequências. Aumento o quantum em ½ (um meio) para cada agravante, convertendo-se a obrigação no importe de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Pelo exposto, em face do fornecedor C&A MODAS LTDA torno a multa fixa e definitiva no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

(15)

Para aplicação da pena de multa, observou-se o disposto no art. 24, I e II do Decreto 2.181/97.

Posto isso, determino:

- A notificação do fornecedor infrator MOTOROLA INDUSTRIAL LTDA, na forma legal, para recolher, à conta nº 1.588-9, agência nº 0029, operação 06, Caixa Econômica Federal, em nome do Ministério Público do Estado do Piauí, o valor da multa arbitrada, correspondente a R$8.000,00 (oito mil reais), a ser aplicada com redutor de 50% para pagamento sem recurso e no prazo deste, ou apresentar recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar de sua notificação, na forma dos arts. 22, §3º e 24, da Lei Complementar Estadual nº 036/2004;

- A notificação do fornecedor infrator C&A MODAS LTDA, na forma legal, para recolher, à conta nº 1.588-9, agência nº 0029, operação 06, Caixa Econômica Federal, em nome do Ministério Público do Estado do Piauí, o valor da multa arbitrada, correspondente a R$8.000,00 (oito mil reais), a ser aplicada com redutor de 50% para pagamento sem recurso e no prazo deste, ou apresentar recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar de sua notificação, na forma dos arts. 22, §3º e 24, da Lei Complementar Estadual nº 036/2004;

- Na ausência de recurso ou após o seu improvimento, caso o valor da multa não tenha sido pago no prazo de 30 (trinta) dias, a inscrição dos débitos em dívida ativa pelo PROCON Estadual, para posterior cobrança, com juros, correção monetária e os demais acréscimos legais, na forma do caput do artigo 55 do Decreto 2181/97;

- Após o trânsito em julgado desta decisão, a inscrição do nome dos infratores no cadastro de Fornecedores do PROCON Estadual, nos termos do caput do art. 44 da Lei 8.078/90 e inciso II do art. 58 do Decreto 2.181/97.

Teresina-PI, 07 de outubro de 2013.

Dr. CLEANDRO ALVES DE MOURA Promotor de Justiça

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