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FATO RELEVANTE JBS S.A. ARQUIVA CORRESPONDÊNCIA RELACIONADA A SUA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

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FATO RELEVANTE

JBS S.A. ARQUIVA CORRESPONDÊNCIA RELACIONADA A SUA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

A JBS S.A. (B3: JBSS3, OTCQX: JBSAY; “JBS”) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral, de acordo com a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários nº 358 de 3 de janeiro de 2002, que no dia 15 de outubro de 2020 recebeu de BNDES Participações S.A. - BNDESPAR um pedido de esclarecimentos em relação ao item (viii) da ordem do dia constante do edital de convocação de Assembleia Geral Extraordinária da JBS, a ser realizada em 30 de outubro de 2020, nos termos da carta anexa.

Em atendimento ao pedido acima mencionado, a JBS divulga sua resposta a qual também está anexa ao presente Fato Relevante.

São Paulo, 19 de outubro de 2020 Guilherme Perboyre Cavalcanti Diretor de Relações com Investidores

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MATERIAL FACT

JBS S.A. FILES CORRESPONDENCE RELATED TO ITS EXTRAORDINARY SHAREHOLDER´S MEETING

JBS S.A. (B3: JBSS3, OTCQX: JBSAY; “JBS”) communicates to its shareholders and

the market in general, in accordance with the terms of the Brazilian Securities and Exchange Commission Instruction no. 358, dated January 3, 2002, that on October 15, 2020 the Company received a letter from BNDES Participações S.A. - BNDESPAR requesting clarification in relation to item (viii) of the agenda contained in the call notice for the Extraordinary Shareholder´s Meeting of JBS, to be held on October 30, 2020, pursuant to the attached letter.

In response to the request mentioned above, JBS discloses its response which is also attached to this Material Fact.

São Paulo, October 19, 2020

Guilherme Perboyre Cavalcanti Investor Relations Officer

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Carta DIR4 nº 36/2020 e DIR6 nº 04/2020 Em 15/10/2020

À JBS S.A.

Av. Marginal Direita do Tietê, 500 Vila Jaguará, São Paulo – SP CEP 05118-100

At: Sr. Presidente do Conselho de Administração – Jeremiah O'Callaghan

Assunto: Assembleia Geral Extraordinária da JBS S.A. convocada para o dia 30/10/2020

Prezados Senhores,

BNDES PARTICIPAÇÕES S.A. – BNDESPAR (”BNDESPAR”), subsidiária integral do BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - BNDES, com sede em Brasília, Distrito Federal, no Centro Empresarial Parque Cidade, Setor Comercial Sul - SCS, Quadra 9, torre C, 12º andar e escritório de serviços na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida República do Chile nº 100, inscrito no CNPJ/MF sob o n.º 00.383.281/0001-09, vem, por meio da presente, na qualidade de acionista minoritária da JBS S.A ("JBS" ou "Companhia"), titular de 21,32% do seu capital social, solicitar esclarecimentos a V.Sas., membros do Conselho de Administração da Companhia, em relação ao item “(viii)” da ordem do dia elencada no Edital de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária publicado pela Companhia em 29/09/2020.

DA CONVOCAÇÃO DE AGE E DA ORDEM DO DIA

Tendo em vista o fim do Procedimento Arbitral nº 94/2017 da Câmara de Arbitragem do Mercado – CAM B3 do qual a JBS S.A foi interveniente, e em defesa do interesse social e do desenvolvimento da Companhia, a BNDESPAR solicitou, através da Carta DIR4 n° 31/2020, de 18/09/2020, que fosse convocada AGE para que os acionistas tivessem oportunidade de discutir e decidir sobre medidas cabíveis em defesa dos direitos e interesses da Companhia à luz dos desdobramentos de tais fatos.

Em atenção à legislação e à regulamentação aplicáveis, pediu-se ainda, que fosse expressamente incluído na ordem do dia relativa à convocação da referida AGE, item específico a tratar da seguinte matéria: "discussão e deliberação do ingresso de ação de responsabilidade em face de Wesley Mendonça Batista, Joesley Mendonça Batista, Florisvaldo Caetano de Oliveira e Francisco de Assis e Silva, ex-administradores da Companhia, e do controlador direto e/ou indireto da Companhia, na forma do artigo 159 e 246 da Lei n.º 6.404/76, com vistas à defesa de seus direitos e interesses, inclusive com relação às responsabilidades por

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prejuízos causados à Companhia por administradores, ex-administradores e controladores envolvidos nos atos ilícitos confessados nos Acordos de Colaboração Premiada e outros acordos cuja celebração foi divulgada em Comunicados ao Mercado e Fatos Relevantes publicados pela JBS ".

Em resposta, a Companhia atendeu à solicitação da BNDESPAR convocando a AGE para o dia 30/10/2020 com a ordem do dia requisitada pela BNDESPAR nos itens (vi) e (vii) do Edital de Convocação (“Edital”).

Entretanto, os administradores da JBS optaram por espontaneamente incluir o item (viii) do referido Edital, esclarecendo ser um item deliberativo caso seja aprovada em AGE a proposta da BNDESPAR, nos termos abaixo:

(viii) na hipótese de aprovação da deliberação objeto do item (vi) e/ou do item (vii), deliberar que caberá à administração avaliar e tomar as medidas pertinentes a essa matéria segundo o interesse social, inclusive avaliar a propositura de novas demandas ou a participação da Companhia nos Procedimentos CAM 93/17 e 110/18 em curso perante a Câmara de Arbitragem do Mercado. DA AFRONTA AO DIREITO PREVISTO DO ARTIGO 159 DA LEI N° 6404/76 A introdução de tal item na ordem do dia, se aprovado, condiciona ao alvedrio da Administração a eficácia dos itens (vi) e (vii) do Edital, incluídos na ordem do dia por requisição da BNDESPAR como acionista minoritária da JBS, fundamentada no direito inscrito no artigo 123, parágrafo único, alínea c, da Lei nº 6.404/76, distorcendo o disposto no artigo 159 da Lei das Sociedades Anônimas.

Igualmente grave é a obscuridade em relação à possibilidade de o item (viii) ser votado pelo acionista controlador da JBS, e, assim, frustrar as matérias já decididas por acionistas minoritários na AGE em relação aos itens (vi) e (vii) do Edital com a exclusão do voto do acionista controlador, por estar impedido em razão de interesse conflitante com a Companhia, nos termos do §1º do artigo 115, do § 1º do artigo 159 e do § 1º do artigo 246, todos da Lei nº 6.404/76, conforme decidido na sentença arbitral exarada no âmbito do Procedimento Arbitral nº 94/2017 na Câmara de Arbitragem do Mercado – CAM B3.

Ou seja, se o item (viii), do Edital for deliberado, na prática, haveria uma delegação imprópria e ilegal de atribuições à Administração da Companhia para eventualmente deixar de promover ação de responsabilidade já aprovada nos itens (vi) e (vii), estes sim verdadeira expressa da vontade social na forma da lei, com o devido impedimento de voto dos controladores, e, assim, frustrando o direito dos acionistas minoritários. Tal previsão não se coaduna com o bem jurídico tutelado pelo artigo 159 da Lei n° 6.404/76 tampouco respeita a decisão arbitral exarada no Procedimento Arbitral nº 94/2017. O administrador que recebeu o mandato da

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assembleia geral, expressão da vontade social, não pode simplesmente quedar-se inerte e eximir-se da propositura da ação.

Ora, quando o item (viii) delega à Administração “avaliar” as medidas pertinentes às matérias de responsabilização elencadas nos itens precedentes segundo o interesse social, está na verdade usurpando a competência da própria assembleia geral para deliberar sobre o tema, que inclusive já tomou sua decisão conforme informações disponibilizadas pela Administração.

O aludido “interesse social” equivocadamente citado pelo item (viii) como condicionante para a atuação da administração da JBS na propositura das medidas deve estar sempre presente em qualquer deliberação dos órgãos societários da companhia. Com efeito, o artigo 115 da LSA preconiza que o voto em assembleia deve ser dado sempre no melhor interesse da companhia. Pressupõe-se que a deliberação assemblear que aprove ou reprove a propositura de ação de responsabilidade foi tomada no melhor interesse social e o teor de sua deliberação precisa ser respeitado.

A inclusão do item (viii) subverte a decisão da assembleia geral sobre a ação de responsabilização ao arrepio da lei, sugerindo validação ou delegação, que é absolutamente inocorrente, da AGE à Administração para a avaliação da própria conveniência de adoção das medidas necessárias à propositura da ação, o que se rechaça de plano, posto que causa evidente esvaziamento do instituto jurídico previsto no artigo 159 da Lei n° 6404/76.

DA AFRONTA À DECISÃO ARBITRAL NO EDITAL DE CONVOCAÇÃO

A sentença arbitral é clara ao determinar que "a J&F está impedida de votar em

qualquer AGE da JBS que venha a deliberar sobre a matéria objeto do item ii" da

Assembleia prevista para ser realizada em 1º de setembro de 2017. O voto em matéria que decide sobre a ação de responsabilidade (inclusive a matéria que tenha condão de alterar o decidido anteriormente), afronta a decisão arbitral e enseja sua anulação com base no artigo 115, § 4º, e a responsabilização do presidente da Assembleia Geral Extraordinária que autorizou o voto do acionista controlador impedido, nos termos do artigo 158, inciso II., ambos da Lei nº 6.404/76, caracterizando-se infração grave, nos termos do artigo 1º, I, Anexo 64 da Instrução CVM n° 607/2019.

Causa estranheza que não esteja absolutamente claro a toda a base acionária da Companhia, no instrumento de convocação, que descabe manifestação de voto pelos acionistas controladores no item (viii) da ordem do dia, cuja própria inserção, conforme já explorado, é ilegal. A BNDESPAR considera temerário que a votação do item (viii) possa ser franqueada à participação do acionista controlador pelo presidente da assembleia, com interpretação afrontosa ao decidido na sentença arbitral exarada no âmbito pela Câmara de Arbitragem do Mercado – CAM B3.

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Nesse cenário, a apreciação do item (viii), se permitida ao controlador, tornar-se-á verdadeira burla ao já decidido impedimento do voto da acionista J&F participações S.A..

Ressalta-se novamente que a sentença arbitral proferida no Procedimento Arbitral nº 94/2017 da Câmara de Arbitragem do Mercado – CAM B3 já transitou em julgado, tendo, portanto, força de coisa julgada, nos termos do artigo 31 da Lei 9307/91, que assim comanda: “a sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo“.

A evidência faiscante em torno da impossibilidade de voto da controladora J&F no que toca também ao item (viii) do Edital (admitindo-se, por mero amor ao debate, a duvidosa legalidade de seu teor em abstrato), dada a teratologia do eventual entendimento contrário, levam a BNDESPAR, singrando para a presunção da indispensável boa fé, a supor uma omissão acidental da JBS e de seus atuais administradores ao não consignarem o conflito de interesses já reconhecido, também em relação ao indigitado item (viii). Ergue-se ainda mais factível ter havido omissão acidental tratando-se, como de fato se trata, a JBS de interveniente atuante e presente no bojo do Procedimento Arbitral nº 94/2017.

Afinal, de antemão, salta aos olhos a falta da plausibilidade de qualquer justificativa no sentido de se conceder permissão ao sócio conflitado, vencido em procedimento arbitral, para aprovar ordem do dia que se presta a condicionar (submetendo à sua inequívoca influência, participação e quiçá controle efetivo final) a competência já entregue aos minoritários, e só a eles, em prestação jurisdicional definitiva.

Penitenciando-se do truísmo, a BNDESPAR pondera inexistir POSSIBILIDADE de dúvida real na seguinte constatação: o acionista que está irremediavelmente conflitado para votar em torno da adoção de medidas reparatórias (concentrada exclusivamente nos minoritários decisões sobre a matéria), da mesma sorte e com muito mais razão, também não pode votar, na mesma assembleia, em ordem do dia que se propõe a reduzir a eficácia da própria decisão assemblear, núcleo do conflito de interesse em seu desfavor. A questão ganha ainda maior relevo na presente hipótese, em que o controlador goza de percentual significativo ao ponto de a um só tempo, decidir a matéria (à míngua dos minoritários, estes sim contemplados com a decisão jurisdicional e prerrogativa para decidir acerca das medidas de reparação de danos) e causar forte influência sobre a administração. Nesta esteira, a BNDESPAR precisa de um posicionamento claro da JBS e de sua administração no que se refere à inequívoca impossibilidade de voto da controladora, também e notadamente no que se refere ao item (viii) do Edital, o que se deduz como simples corolário da boa fé e lealdade da companhia em relação aos acionistas minoritários. A BNDESPAR não admitirá que, na prática,

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reste expurgada a determinação da decisão arbitral consistente no direito dos minoritários de definirem a questão das medidas a serem tomadas para recuperação de danos à Companhia sem nenhum tipo de influência do acionista controlador,

O Órgão Social que formulará o interesse da JBS na tomada de decisão em torno de eventuais medidas a serem adotadas será sua Assembleia Geral através do voto de seus minoritários (matéria transitada em julgado), sendo ilegal a insistência na formulação de condicionantes à sua manifestação soberana. Nesta esteira, será igualmente ilegal qualquer omissão de administradores ulterior à assembleia, fazendo incidir os anátemas decorrentes, inter alia, da violação do art. 153 e correlatos da LSA. Aliás, no que toca a responsabilidade dos administradores atuais, causa espécie que, no ano de 2020, ainda possa remanescer tamanha resistência e ponderações inesgotáveis para que a companhia possa reaver recursos desviados para propina.

DA IMPOSSIBILIDADE DE VINCULAÇÃO AOS PROCEDIMENTOS ARBITRAIS EM CURSO E AUSÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA

A administração da JBS faz referência a procedimentos arbitrais (Procedimentos CAM 93/17 e 110/18) de caráter sigiloso, cujo teor a sua base acionária e o próprio mercado desconhece, alegando “avaliar” tanto a sua participação nestas quanto até mesmo tomar outras medidas.

Alguns pontos chamam a atenção. O primeiro é a previsão de “participação” em tais procedimentos, mas não explicitamente como parte autora, como determina a Lei n° 6.404/76. A administração da JBS confunde seus acionistas, pois tal participação pode ser até mesmo por interveniência, como foi o caso do Procedimento Arbitral n° 94/2017, entre os acionistas controladores da Companhia e a BNDESPAR, ocasião em que a JBS foi parte interveniente. Desnecessário apontar que tal situação desconfiguraria por completo eventual decisão favorável dos acionistas minoritários à propositura da ação na AGE, uma vez que parte interveniente e parte autora não se confundem, e não há previsão legal no artigo 159 da LSA de ingresso em demanda na qualidade de interveniente. Em segundo lugar, é preciso apontar que tais procedimentos arbitrais são sigilosos e suas informações não são publicadas nos documentos societários da JBS, não sendo o seu teor de conhecimento dos acionistas da Companhia, o que impede uma deliberação informada pelos acionistas em Assembleia Geral, reforçando a ilegalidade da inserção do item (viii).

Em terceiro lugar, salta aos olhos que, ao condicionar a execução de uma decisão da AGE a procedimentos arbitrais que, por sua própria natureza, não são do conhecimento do órgão social equivaleria a subtrair dos acionistas o necessário controle da conformidade dos atos da administração da JBS acerca do tema. Os

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acionistas minoritários estariam então sujeitos à vontade potestativa e arbitrária da administração da JBS.

Assim, resta impossível para os acionistas minoritários constatarem se há demandas em curso contra os ex-administradores e acionistas controladores da Companhia, a natureza de tais demandas e até mesmo o ingresso, como parte autora, da JBS, caso os acionistas decidam em AGE pela propositura de ação de responsabilidade.

Ademais, tendo em vista que ainda não houve AGE que aprovasse a propositura de ação de responsabilidade em face dos ex-administradores da JBS com fulcro no artigo 159, §3º da Lei das SA (pressuposto para a propositura desta ação) as demandas em curso na CAM as quais a Companhia se refere são ações de responsabilidade em face do acionista controlador, com fulcro no artigo 246 da LSA, ou decorrentes de dano direto ao acionista, conforme previsto no artigo 159, §7º. De toda forma, a ação de responsabilidade em face dos acionistas controladores da companhia por prejuízo causado à própria companhia ou a ação de responsabilidade em face dos administradores por danos diretos a acionista não se confundem com a ação de responsabilidade em face dos administradores, sendo justificadas em fundamentos legais distintos e com efeitos próprios.

Ainda, na Proposta da Administração da JBS é alegada a possível litispendência na propositura das medidas pela Companhia. Trata-se de uma leitura equivocada do instituto da litispendência, tendo em vista que este instituto ocorre quando há mais de uma ação com os mesmos elementos: partes, causa de pedir e pedido.

Ora, uma breve análise sobre o caso já é suficiente para refutar esta tese. A uma porque as partes nos procedimentos arbitrais citados são diversas. A duas porque não há qualquer evidência lógica que tais procedimentos sejam demandas contra os ex-administradores da JBS, posto que carecem de uma condição da ação (assembleia aprovando ou rejeitando a ordem do dia, conforme artigo 159, §3ºe 4º da LSA).

Dessa forma, cumpre à BNDESPAR salientar ao Conselho de Administração e à Diretoria da JBS o seguinte:

a) A ação de responsabilidade em face dos administradores e a ação de responsabilidade em face dos acionistas controladores da Companhia não se confundem e são justificadas em fundamentos legais distintos, devendo ambas serem iniciadas pela JBS como parte autora caso os itens (vi) e (vii) da ordem do dia sejam aprovados;

b) A partir da aprovação dos itens (vi) e (vii) os atuais administradores da JBS tem o dever legal de ingressar com ação de responsabilidade em face dos ex-administradores da Companhia no prazo de 3 (três) meses contados da deliberação assemblear, sob pena de caracterizar-se conduta omissiva grave

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que infringiria os deveres fiduciários de diligência e lealdade os quais os atuais administradores têm para com a Companhia e a coletividade de seus acionistas, caracterizando-se infração grave, nos termos do artigo 1º, I, Anexo 64 da Instrução CVM n° 607/2019, especialmente considerando que tais ex-administradores já confessaram a prática de ilícitos penais enquanto administradores da JBS e às custas dos cofres da Companhia, que, conforme tais confissões, realizou doações eleitorais ilegais e pagamento de notas frias para suportar as atividades criminosas de tais ex-administradores. DO REQUERIMENTO DE EXCLUSÃO DE ITEM E ESCLARECIMENTOS

Portanto, a BNDESPAR, frisando os avanços de governança que a atual administração da JBS alega promover na Companhia, vem por meio desta carta requerer a exclusão do item (viii) do Edital de Convocação da AGE a ser realizada no dia 30/10/2020. Caso assim não faça, e sem prejuízo da adoção de qualquer medida pela BNDESPAR com vistas a tal desiderato, a BNDESPAR requer à administração da Companhia esclarecimentos em relação ao item (viii) do Edital no sentido de confirmar aos seus acionistas que:

1) A administração da JBS cumprirá a decisão dos acionistas na AGE sendo que avaliação das medidas e do ingresso como parte autora da ação de responsabilidade em face dos ex-administradores constante no item (viii) do edital de convocação é tão somente a discricionariedade circunscrita ao prazo legal de 3 (três meses) para definição do momento mais adequado, dentro de tal prazo, para cumprimento da decisão soberana da assembleia geral que determinou o ingresso de tal medida;

2) A acionista J&F participações S.A. está impedida de votar no item (viii) do edital de convocação por conflito de interesses, conforme decretado pela sentença arbitral no Procedimento Arbitral nº 94/2017 da Câmara de Arbitragem do Mercado – CAM B3, sendo certo ser obrigação da administração da JBS na figura do Presidente de Mesa da AGE não considerar o eventual voto da acionista controladora da JBS.

A BNDESPAR confia que a inclusão do item (viii) do Edital de Convocação nos termos dispostos deve ser retirada acreditando, portanto, que a atual administração da JBS, ciente de seus deveres fiduciários, assim o fará, ou esclarecerá e confirmará o disposto acima. Ressalta, porém, que tomará todas as medidas legais necessárias em face da Companhia, sua acionista controladora, seus ex-administradores e atuais administradores para garantir o exercício de seus direitos de acionista minoritária relevante da JBS e o cumprimento da sentença arbitral.

Por fim, a BNDESPAR requer que seja dada publicidade a esta carta na forma da Instrução CVM n 358/2002.

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(página de assinaturas da Carta DIR4 nº 36/2020 e DIR6 nº 04/2020, datada 15/10/2020)

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos. Atenciosamente,

____________________________________________ Bruno Laskowsky

Diretor da BNDESPAR

____________________________________________ Saulo Benigno Puttini

Diretor da BNDESPAR BRUNO LASKOWSKY:76115771749 Assinado de forma digital por BRUNO LASKOWSKY:76115771749

Dados: 2020.10.15 13:26:25 -03'00'

SAULO BENIGNO

PUTTINI:85759007149

Assinado de forma digital por SAULO BENIGNO

PUTTINI:85759007149

Dados: 2020.10.15 11:46:18 -03'00' BRUNO LASKOWSKY:76115771749 Assinado de forma digital por BRUNO LASKOWSKY:76115771749 Dados: 2020.10.15 13:12:33 -03'00'

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