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COSELHO DA UIÃO EUROPEIA
PT
7253/13 (OR. en) PRESSE 97 PR CO 15COMUICADO DE IMPRESA
3229.ª reunião do ConselhoTransportes, Telecomunicações e Energia
Bruxelas, 11 de março de 2013
Presidente Leo VARADKAR
7253/13 2
Principais resultados do Conselho
O Conselho realizou um debate sobre a proposta de reformulação da diretiva de 2008 relativa à
interoperabilidade do sistema ferroviário na UE, dando assim início aos trabalhos sobre o "quarto
pacote ferroviário," recentemente publicado pela Comissão. A reformulação, que é parte do pilar técnico do pacote, tem por objetivo acelerar a integração de toda a rede ferroviária europeia, mediante a eliminação dos obstáculos administrativos e técnicos existentes.
O Conselho ouviu ainda a apresentação pela Comissão da sua recente iniciativa "Energia limpa
para os transportes" e realizou uma troca de impressões. O objetivo desta iniciativa é combater a
dependência dos transportes relativamente ao petróleo e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes, facilitando a entrada no mercado de combustíveis alternativos e de veículos adaptados à sua utilização. A iniciativa consiste numa comunicação sobre uma estratégia europeia para os combustíveis alternativos em todos os meios de transporte e numa proposta de diretiva relativa à criação de uma infraestrutura mínima para combustíveis
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Nos casos em que tenham sido formalmente adotadas pelo Conselho declarações, conclusões ou resoluções, o facto é indicado no título do ponto em questão e o texto está colocado entre aspas.
Os documentos cuja referência se menciona no texto estão acessíveis no sítio Internet do Conselho http://www.consilium.europa.eu.
Os atos adotados que são objeto de declarações para a ata que podem ser facultadas ao público vão assinalados por um asterisco; estas declarações estão disponíveis no sítio Internet do Conselho acima mencionado ou podem ser obtidas junto do Serviço de Imprensa.
ÍDICE
1PARTICIPATES ... 4
POTOS DEBATIDOS Novas regras de interoperabilidade no contexto do quarto pacote ferroviário ... 6
Energia limpa para os transportes ... 7
Comunicação de ocorrências na aviação civil ... 8
DIVERSOS ... 9
Comércio de licenças de emissão no setor da aviação... 9
Acordo global de transporte aéreo UE-Brasil ... 10
Acesso ao mercado de transporte de mercadorias ... 10
OUTROS POTOS APROVADOS
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PARTICIPATES
Bélgica:
Olivier BELLE Representante Permanente Adjunto
Bulgária:
Krostian KRASTEV Vice-Ministro dos Transportes, das Tecnologias da
Informação e da Comunicação
República Checa:
Jakub DÜRR Representante Permanente Adjunto
Dinamarca:
Jonas BERING LIISBERG Representante Permanente Adjunto
Alemanha:
Peter RAMSAUER Ministro dos Transportes, da Construção e dos Assuntos
Urbanos
Estónia:
Clyde KULL Representante Permanente Adjunto
Irlanda:
Leo VARADKAR Ministro dos Transportes, do Turismo e do Desporto
Grécia:
Andreas PAPASTAVROU Representante Permanente Adjunto
Espanha:
Ana Maria PASTOR JULIÁN Ministra dos Transportes
França:
Alexis DUTERTRE Representante Permanente Adjunto
Itália:
Mario CIACCIA Vice-Ministro das Infraestruturas e dos Transportes
Chipre:
George ZODIATES Representante Permanente Adjunto
Letónia:
Viktors VALAINIS Secretário Parlamentar
Lituânia:
Rimantas SINKEVIČIUS Ministro dos Transportes e Comunicações
Luxemburgo:
Claude WISELER Ministro do Desenvolvimento Sustentável e das
Infraestruturas
Hungria:
Olivér VÁRHELYI Representante Permanente Adjunto
Malta:
Patrick R. MIFSUD Representante Permanente Adjunto
Países Baixos :
Derk OLDENBURG Representante Permanente Adjunto
Áustria:
Harald GÜNTHER Representante Permanente Adjunto
Polónia:
Maciej JANKOWSKI Subsecretário de Estado
Portugal:
Sérgio MONTEIRO Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações
Roménia:
Eslovénia:
Igor ŠALAMUN Secretário de Estado
Eslováquia:
Frantisek PALKO Secretário de Estado
Finlândia:
Merja KYLLÖNEN Ministra dos Transportes
Suécia:
Jan OLSSON Representante Permanente Adjunto
Reino Unido:
Patrick MCLOUGHLIN Secretário de Estado dos Transportes
Comissão:
Siim KALLAS Vice-Presidente
O Governo do Estado aderente esteve representado do seguinte modo:
Croácia:
Siniša Hajdaš DONČIĆ Ministro dos Assuntos Marítimos, dos Transportes e das
7253/13 6 POTOS DEBATIDOS
TRASPORTES TERRESTRES
ovas regras de interoperabilidade no contexto do quarto pacote ferroviário
O Conselho realizou um debate sobre a proposta de reformulação da diretiva de 2008 sobre a interoperabilidade do sistema ferroviário na UE (proposta: 6013/13, relatório ao Conselho:
6627/13), dando assim início aos trabalhos sobre o "quarto pacote ferroviário", recentemente publicado pela Comissão. A proposta é parte do pilar técnico do pacote, em conjunto com as alterações propostas à diretiva de 2004 sobre a segurança ferroviária e ao regulamento de 2004 que instituiu a Agência Ferroviária Europeia. Este pilar técnico prevê essencialmente que os
procedimentos de autorização e certificação exigidos para assegurar a interoperabilidade técnica e a segurança dos caminhos-de-ferro na UE sejam confiados a um organismo central, a Agência
Ferroviária Europeia, a fim de reduzir os custos e facilitar a entrada de novos operadores.
A diretiva de 2008 sobre a interoperabilidade estabelece as condições administrativas, técnicas e operacionais a respeitar para atingir a interoperabilidade no sistema ferroviário da UE. A
reformulação proposta visa remover os obstáculos administrativos e técnicos remanescentes a um mercado único ferroviário, procurando nomeadamente aumentar a eficiência do processo de autorização de veículos mediante o reforço do papel da Agência Ferroviária Europeia e a
clarificação e atualização das normas técnicas e dos procedimentos de avaliação da conformidade. Esta reformulação deverá permitir a redução dos custos administrativos, a aceleração dos
procedimentos administrativos e o aumento das economias de escala para as empresas ferroviárias que operam na UE.
Durante o debate, os Ministros reconheceram amplamente a necessidade de melhorar a eficiência do processo de autorização. No entanto, foram manifestadas reservas sobre a transferência de
competências das autoridades nacionais para a Agência Ferroviária Europeia, proposta pela Comissão. Vários Estados-Membros assinalaram nomeadamente que a responsabilidade pela autorização de veículos utilizados unicamente no território nacional ou em redes locais ou regionais deveria continuar a competir às autoridades nacionais, de forma a que as situações específicas nos diferentes países pudessem ser devidamente tidas em conta. Algumas delegações consideraram que a harmonização da infraestrutura ferroviária não estava ainda suficientemente avançada para justificar um procedimento centralizado de autorização e sugeriram que o papel da ERA fosse gradualmente reforçado. Várias delegações consideraram que se deveria conferir à ERA um papel de supervisão mais importante, mas não a responsabilidade pelas autorizações. Foi também abordada a questão da responsabilidade em caso de acidentes.
O debate sobre esta proposta continuará nas instâncias preparatórias do Conselho, à luz dos comentários apresentados pelos Ministros.
Os trabalhos a realizar sob Presidência Irlandesa relativamente ao quarto pacote ferroviário
concentrar-se-ão no pilar técnico e em particular na diretiva relativa à interoperabilidade. Além das três propostas no âmbito deste pilar, o novo pacote inclui ainda três outras propostas legislativas de alterações à legislação existente na UE, destinadas a continuar a abertura dos mercados nacionais de transporte ferroviário de passageiros e a introduzir novas regras de governação para a gestão de infraestruturas e as operações de transporte. O objetivo geral do pacote é completar o processo de abertura do mercado no setor ferroviário e proporcionar segurança jurídica e visibilidade para o desenvolvimento empresarial, a fim de melhorar a competitividade dos caminhos-de-ferro da UE em relação a outros meios de transporte.
Para mais informações sobre o novo pacote ferroviário, ver também a comunicação da Comissão (5855/13) e a página web sobre o pacote.
QUESTÕES HORIZOTAIS E ITERMODAIS
Energia limpa para os transportes
O Conselho ouviu a apresentação pela Comissão da sua recente iniciativa "Energia limpa para os transportes" e realizou uma troca de impressões. O objetivo desta iniciativa é combater a
dependência dos transportes relativamente ao petróleo e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos transportes, facilitando a entrada no mercado de combustíveis alternativos e de veículos adaptados à sua utilização. A iniciativa, que foi publicada em finais de janeiro, consiste numa comunicação sobre uma estratégia europeia para os combustíveis alternativos (5736/13) e uma proposta associada relativa à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos (5899/13) (ver também relatório ao Conselho no documento 6654/13).
A comunicação estabelece uma estratégia global para a promoção de combustíveis alternativos e o roteiro para a sua implementação em todos os meios de transporte na UE. Pretende criar um enquadramento político a longo prazo destinado a orientar o desenvolvimento tecnológico e os investimentos na implantação destes combustíveis, bem como aumentar a confiança dos consumidores nos mesmos.
A proposta de diretiva, que constitui um passo importante nesta estratégia, pretende criar em toda a UE uma infraestrutura mínima para combustíveis alternativos, considerada essencial para a aceitação dos combustíveis alternativos pelos consumidores e para a continuação do
desenvolvimento e aplicação da tecnologia pela indústria. Para este efeito, a proposta de diretiva estabelece números mínimos, por Estado-Membro, de pontos de carregamento para veículos elétricos e de pontos de abastecimento para gás natural e hidrogénio, e fixa requisitos para normas técnicas comuns, incluindo uma norma comum para as fichas dos veículos elétricos. Nos termos da proposta da Comissão, estes pontos de carregamento e de reabastecimento deverão estar em
funcionamento até ao final de 2020, com prazos mais longos em alguns casos específicos, e as normas técnicas deverão estar estabelecidas até ao final de 2015. Competirá aos Estados-Membros determinar, mediante enquadramentos políticos nacionais, a forma de implementar as regras comuns.
7253/13 8 Durante o debate na reunião do Conselho, os Ministros acolheram a iniciativa de forma geralmente favorável e reconheceram a necessidade de harmonização e normalização. No entanto, muitas delegações exprimiram preocupações quanto ao número de pontos de carregamento e de
abastecimento propostos, ao financiamento das medidas propostas e aos prazos de implementação. Foi salientado que os Estados-Membros tinham necessidade de flexibilidade para a implementação. Foram também levantadas questões relativamente às normas e à tecnologia, que está ainda em evolução. Um certo número de Estados-Membros salientou ainda a dimensão marítima da iniciativa.
O debate sobre esta proposta continuará nas instâncias preparatórias do Conselho, à luz dos comentários apresentados pelos Ministros.
A Comissão apresentou a sua proposta no final de janeiro do corrente ano. A adoção do texto requer a aprovação do Conselho e do Parlamento Europeu.
AVIAÇÃO
Comunicação de ocorrências na aviação civil
O Conselho tomou nota do ponto da situação relativamente à revisão da diretiva de 2003 sobre a comunicação de ocorrências que possam pôr em perigo a segurança da aviação (proposta da Comissão: 18118/12). Com base na diretiva de 2003, que impôs a obrigação de comunicar essas ocorrências, a revisão pretende melhorar o sistema de notificação e assegurar uma utilização eficiente dos dados recolhidos, com vista a evitar futuros acidentes, promovendo assim a transição para um sistema de gestão da segurança proativo e baseado na avaliação de riscos. O objetivo geral é contribuir para a redução do número de acidentes de aviação num contexto de crescimento do tráfego aéreo.
Para este efeito, a diretiva proposta, que substituirá a diretiva de 2003, atualiza a lista de incidentes a comunicar e a lista de pessoas que devem efetuar a comunicação, prevendo ao mesmo tempo a criação de sistemas voluntários de comunicação destinados a facilitar a recolha de dados não abrangidos pelo sistema obrigatório, mas considerados importantes pela pessoa que realiza a comunicação. O novo texto contém igualmente disposições destinadas a melhorar a qualidade e a exaustividade dos dados comunicados, a clarificar o fluxo de informação e a alargar o intercâmbio de informação. A Comissão propõe ainda reforçar a proteção das pessoas que comunicam
incidentes a fim de encorajar esta notificação, sem receio de sanções ou perseguição, exceto em casos de negligência grave. São ainda introduzidos novos requisitos a fim de assegurar que as comunicações de ocorrências sejam devidamente analisadas com vista a identificar os riscos em termos de segurança e que sejam tomadas medidas de acompanhamento para remediar as deficiências de segurança identificadas.
O debate desta proposta no Grupo do Conselho teve início recentemente (ver relatório de situação no documento 6666/13)). Todos os Estados-Membros acolheram favoravelmente a proposta, embora tenham sido manifestadas preocupações sobre questões como por exemplo:
– a lista dos tipos de ocorrências que deverão ser notificados;
– os custos e encargos potenciais que os novos requisitos em matéria de notificação implicam para as administrações e a indústria, em particular as pequenas e médias empresas;
– o grau da proteção que deverá ser concedida aos empregados que comunicam ocorrências e os necessários acordos administrativos entre as autoridades judiciárias e de segurança a fim de atingir o justo equilíbrio entre os interesses da justiça e a segurança da aviação;
– os prazos para a implementação do regulamento.
O objetivo da Presidência é chegar a uma posição do Conselho ("orientação geral", enquanto se aguarda a posição do Parlamento Europeu) sobre esta proposta na reunião do Conselho
(Transportes) de junho.
A Comissão apresentou esta proposta em fins de dezembro último. A sua adoção requer a aprovação do Conselho e do Parlamento Europeu .
DIVERSOS
Comércio de licenças de emissão no setor da aviação
A Comissão informou o Conselho sobre o ponto da situação das negociações sobre medidas globais relativas às emissões no setor da aviação (7066/13).
As negociações em curso no quadro da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) referem-se em particular ao desenvolvimento de uma abordagem global desta questão com base no mercado e destinam-se a preparar uma resolução a apresentar à assembleia da OACI em setembro de 2013.
No intento de contribuir para chegar a uma solução global nessa assembleia no outono, o Conselho e o Parlamento Europeu estão atualmente a debater uma proposta legislativa destinada a suspender temporariamente a aplicação do regime de comércio de licenças de emissão da UE aos voos internacionais de e para a Europa. A Comissão sublinhou a importância de adotar esta proposta antes do final de abril, a fim de evitar complicações jurídicas e administrativas.
7253/13 10 Acordo global de transporte aéreo UE-Brasil
A Comissão informou o Conselho do ponto da situação do acordo global de transporte aéreo entre a UE e o Brasil, rubricado por ambas as partes em 2011, mas até à data ainda não assinado pelo Brasil (7069/13). O Brasil solicita agora que sejam reiniciadas as negociações sobre alguns pontos do acordo. A Comissão considera que é inevitável renegociar o acordo e deseja solicitar ao
Conselho a prorrogação do mandato inicial de forma a permitir que se atenda a todos os pedidos do Brasil.
Acesso ao mercado de transporte de mercadorias
A Delegação Polaca, em nome dos países do Grupo de Visegrado (República Checa, Hungria, Polónia e República Eslovaca), e com o apoio de alguns outros Estados-Membros, manifestou preocupações sobre a intenção de Comissão de propor uma revisão das regras do acesso ao mercado do transporte de mercadorias a fim de prosseguir a supressão das restrições à cabotagem rodoviária na UE (7020/13). A Polónia considera que, antes de a Comissão apresentar uma proposta legislativa sobre essa revisão, o Conselho deverá ter a oportunidade de debater convenientemente a questão com base num relatório que a Comissão deverá elaborar sobre o ponto da situação do mercado de transporte rodoviário na UE.
A Áustria, a Bélgica, a Dinamarca, França e Itália publicaram também uma declaração conjunta (7342/13) em que manifestam a sua opinião de que qualquer proposta legislativa no sentido de liberalizar a cabotagem rodoviária é prematura, e de que os esforços se deverão centrar na
implementação e no aperfeiçoamento das regras existentes, nomeadamente no sentido de abordar questões como as normas laborais e o não cumprimento dos requisitos, e de alcançar uma
convergência das práticas de controlo.
Alguns outros países indicaram contudo que concordariam com uma transição para a liberalização neste domínio, de acordo com o objetivo de um mercado único dos transportes.
A Comissão assegurou aos Estados-Membros que analisaria exaustivamente a situação antes de apresentar qualquer proposta.