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Planetário de Brasília, um espaço não formal de ensino e aprendizagem

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Planetário de Brasília, um espaço não formal de

ensino e aprendizagem

Planetarium of Brasilia, a non-formal space for teaching

and learning

Ariela Batista de Souto Lima

Universidade de Brasília - UnB, Faculdade UnB de Planaltina- FUP arielalima_bs@hotmail.com

Paulo Eduardo de Brito

Universidade de Brasília - UnB, Faculdade UnB de Planaltina- FUP pedebrito@gmail.com

Jeane Cristina Gomes Rotta

Universidade de Brasília - UnB, Faculdade UnB de Planaltina- FUP jeane@unb.br

Resumo

A Astronomia é uma ciência pouco abordada nos ambientes formais de ensino, o u pelo despreparo dos docentes e/ou pela falta de recursos. Nesse sentido, os ambientes não formais vêm contribuindo com a disseminação dos conhecimentos desta ciência. Os planetários são ambientes não formais capazes de proporcionar uma verdadeira viagem pelo universo, pois proporcionam uma imersão tridimensional, provocando fascínio e despertando o interesse pela aprendizagem da astronomia. Assim, esse trabalho visa verificar se o Planetário de Brasília tem contribuído pedagogicamente, como um ambiente não formal capaz de promover o ensino-aprendizagem dos conteúdos de Astronomia. Os resultados obtidos pela aplicação de questionários a dois professores técnicos que atuam nesse ambiente, evidenciaram que as atividades desenvolvidas nesse espaço têm contribuído para que esse planetário seja um ambiente não formal de ensino. Entretanto, entendemos que outros estudos necessitam ser realizados para traçar o seu potencial e impacto na educação não formal.

Palavras chave:

espaços não formais, Ensino de Ciências, Astronomia, Planetário de Brasília.

Abstract

Astronomy is a science just addressed in formal educational environments, or for the unpreparedness of teachers and/or lack of resources. Accordingly, the non-formal environments come from contributing to the spread of knowledge of this science. The planetariums are non-formal environments capable of providing a real journey through the universe, would provide a three-dimensional immersion, provoking fascination and arousing interest in learning of astronomy. Thus, this work aims to verify that the Planetarium of Brasilia has contributed as a pedagogical non-formal environment capable of promoting the

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teaching and learning of astronomy content. The results obtained by the application of questionnaires to two technical teachers who work in that environment; showed that the activities developed in this space have contributed so that this is a non-formal environment Planetarium. However, we understand that other studies need to be conducted to draw your potential.

Key words:

non-formal spaces, Teaching Science, Astronomy, Planetarium of Brasilia.

Introdução

No âmbito da educação básica, as instituições escolares atuam de modo formal ao promoverem o ensino e a aprendizagem de conteúdos de Astronomia (LANGHI; NARDI, 2009). No entanto, tais conteúdos são inadequadamente trabalhados ou substituídos por outros temas, apesar de serem propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN. De acordo com os autores, este fato pode estar vinculado à formação inicial em Ciências Biológicas da maioria dos docentes que ministram aulas de ciências no Ensino Fundamental. Pois, e s s a graduação não privilegia a abordagem dos conteúdos de Astronomia.

Nessa perspectiva, os ambientes não formais podem colaborar com a apropriação do conhecimento, quando não utilizados apenas para a realização de atividades educacionais complementares, mas como componente dos processos de ensino-aprendizagem (LANGUI; NARDI, 2009). Com isso, o ensino não formal possui um enorme potencial a ser explorado, principalmente em relação à sua capacidade de motivar o aluno para o aprendizado, valorizando suas experiências, desenvolvendo sua criatividade e despertando o interesse pela ciência (BIANCONI; CARUSO, 2005).

Nesse sentido, os planetários tornam-se uma importante ferramenta de contribuição pedagógica, pois despertam nos visitantes o encantamento pelo universo, estimulando-os a buscar mais conhecimentos sobre o assunto (SILVA, et al., 2012). D e a cord o com a l i t erat ur a, esses ambientes podem ser utilizados para produzir efeitos positivos na aprendizagem dos alunos (BRAZELL; ESPINOZA, 2009). Para Langhi e Nardi (2009), esses espaços possuem dois objetivos: educação e cultura. No entanto, há uma discussão sobre os planetários modernos brasileiros que conseguem abarcar o aspecto cultural, mas ainda estão desprovidos de uma abordagem educativa. Para isso, é necessário que ocorra uma maior aproximação dos planetários com os professores, mediante parcerias que possam, como por exemplo, contribuir com a formação continuada de professores em Astronomia.

Nesse aspecto, o Planetário de Brasília, que possui um amplo aparato tecnológico, capaz proporcionar a popularização e disseminação da Astronomia, favorecendo uma aprendizagem interativa e mais efetiva, além de contribuir para aquisição de conhecimentos científicos. Desse modo, este planetário é um espaço não formal de ensino de grande importância a ser estudado, uma vez que não há na literatura, pesquisas relacionadas a esse ambiente.

Baseados nesses aspectos, esse trabalho visa verificar se o Planetário de Brasília, como um ambiente não formal de aprendizagem, tem contribuído para promover o ensino-aprendizagem de Astronomia, na visão dos professores Técnicos responsáveis pela elaboração das atividades realizadas nesse ambiente.

Espaços não formais de ensino-aprendizagem

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currículos e metodologias flexíveis, centrado no estudante, visando o ensino-aprendizagem de forma interdisciplinar. D e a c o r d o c o m Gadotti (2005), a educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Ainda para o autor, “uma das características da educação não formal é sua flexibilidade tanto em relação ao tempo quanto em relação à criação e recriação dos seus múltiplos espaços.” (p.2). Esses espaços podem ser museus, centros de ciências, parques ecológicos, parques zoobotânicos, jardins botânicos, planetários, institutos de pesquisa, zoológicos, bibliotecas, e muitos outros (VERCELLI, 2011). No entanto, Langhi e Nardi (2009, p.227) indicam que não há um consenso para a definição desse termo e destacam ainda, “que esse tipo de educação se caracteriza por qualquer atividade organizada fora do sistema formal de educação”.

Os ambientes não formais, de acordo com Romanzini e Batista (2009), podem favorecer uma interação entre os visitantes e os conhecimentos científicos, devido à tecnologia presente nesses ambientes. Assim, proporcionam experiências diferenciadas que oportunizam propostas, possibilitando o ensino-aprendizagem em Ciências. Nesse sentido, os planetários são caracterizados como ambientes não formais, que promovem a divulgação e popularização da ciência (ROMANZINI; BATISTA, 2012). Esses espaços, quando bem utilizados, podem complementar e suprir algumas carências do ambiente escolar, tornando-se estimuladores do aprendizado e aliados da educação formal (VIEIRA; BIANCONI; DIAS, 2005). Para Vercelli (2011), a educação não formal abre diversas possibilidades de conhecimentos sobre o mundo, os quais rodeiam os indivíduos e suas relações sociais, proporcionando um universo de conhecimentos a serem descobertos, inventados e reinventados.

Planetários e suas potencialidades no ensino de Astronomia

Os planetários surgiram no Brasil em 1960, a partir de acordos comerciais entre Brasil e Alemanha Oriental (ROMANZINI; BER, 2012). Nesses ambientes é possível reproduzir o céu noturno e diurno, através de um equipamento óptico (o próprio Planetário), o qual projeta as estrelas, os planetas e outros objetos celestes em um teto em forma de cúpula (ROMANZINI; BATISTA, 2009).

Com o passar do tempo, os planetários evoluíram de pequenos globos celestes aos gigantescos planetários. Atualmente é possível simular viagens espaciais pelo Sistema Solar, atingindo as fronteiras do Universo conhecido (MARTINS, 2009). Estes ambientes são altamente utilizados, proporcionando ensino, divulgação e cultura científica, com aulas práticas para todo tipo de público (LANGUI; NARDI, 2009).

Mesmo com a evolução da tecnologia e avanço nas metodologias de ensino-aprendizagem, “muitas escolas parecem estar alheias a toda essa evolução, uma vez que continuam trabalhando no modelo tradicional de ensino, onde conteúdos são considerados prontos e acabados e alunos meros receptores de informações.” (ELIAS; AMARAL; MATSUURA, 2005, p.2). Nesse sentido, os planetários são importantes aliados da comunidade escolar, pois possuem ambientes altamente estimuladores e ferramentas espetaculares para manter a atenção do público, difundindo a Ciência, a Astronomia (FAIRALL et al., 2002).Silva et al. (2012), salientam que os conteúdos científicos abordados nos planetários, tornam-se bem mais significativos, o que promove o aprendizado por meio do estímulo emocional, por ser expresso por meio de linguagens não convencionais, diferenciando-se dos ambientes formais de ensino.

Lima Filho e Martins (2010) destacam que as sessões de planetário possuem grande valor no processo de ensino-aprendizagem de conceitos de Física e Astronomia, principalmente por proporcionar estímulos aos estudantes e professores. Nesse sentido, é fundamental agregar ao cronograma escolar, não só a visita, como também aulas nos planetários, já que estudar

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Astronomia nesses ambientes torna a aprendizagem mais efetiva (BRAZELL; ESPINOZA, 2009). Pois, o ensino de Astronomia deve se fazer presente, de forma ampla e diversificada, como também interdisciplinar, proporcionando mecanismos para uma extensa bagagem de conhecimentos. Levando em consideração que a educação não se restringe às salas de aula, os planetários podem suprir parcialmente a carência de conhecimento de Astronomia por parte dos professores (MARTINS, 2009).

Alguns planetários são utilizados não somente como ambientes de popularização e disseminação da Astronomia e promotores da aprendizagem. Como o da Universidade Federal de Santa Catarina que oferece várias atividades pedagógicas (SILVA, et al. 2012). E o Planetário de Londrina, o qual desenvolve atividades pedagógicas e materiais didáticos voltados para um público amplo; elaborando e adaptando as sessões de cúpula; oferecendo cursos para professores e público em geral (ROMANZINI; BER, 2012).

No entanto, é importante estar consciente das possibilidades, limitações e problemas que envolvem a utilização dos planetários, visando proporcionar melhores condições para que se promova o ensino e aprendizagem dos conteúdos de Astronomia (VOELZKE, 2012). Não basta que os alunos/visitantes estejam no planetário apenas para lazer, é necessário que o ambiente ofereça atividades educacionais com propostas adequadas e adaptáveis ao publico visitante variado.

Metodologia

Esta pesquisa possui caráter investigativo de cunho qualitativo, não se apresentando como uma proposta rigidamente estruturada, mas sim, permitindo que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques (GODOY, 1995). A coleta de dados t e v e c o m o o b j e t i v o v e r i f i c a r se o Planetário d e B r a s í l i a contribuiu como ambiente não formal para o ensino de Astronomia, d e a c o r d o c o m a v i s ã o d o s professores técnicos responsáveis pela elaboração das atividades realizadas nesse espaço. Essa pesquisa foi realizada no período de setembro/outubro de 2014 no Planetário de Brasília, que passou por uma reforma e foi reinaugurado em 11 de dezembro de 2013.

O i n s t r u m e n t o d e p e s q u i s a f o i u m questionário com perguntas abertas e fechadas, respondido pelos dois professores técnicos do planetário, identificados como Professor Técnico 1 (PT1) e Professor Técnico 2 (PT2). Ambos são licenciados e Mestres em Ensino de Ciências voltado para a Astronomia.

Resultados e Discussão

A análise dos questionários indica que para os professores técnicos do Planetário de Brasília, este espaço possui grande importância educacional como ambiente não formal de aprendizagem. Em suas respostas destacam que o planetário é um aliado ao ensino de Astronomia, pois possui várias atividades pedagógicas que podem auxiliar no aprendizado dos grupos escolares que o visitam. Eles também destacam que essas atividades são adaptadas para cada segmento escolar, buscando respeitar a faixa etária dos alunos.

“As sessões de cúpula podem exibir filmes de acordo com a faixa etária. Hoje as escolas recebem, uma semana antes da visita, uma sinopse dos filmes para poder escolher o filme que será exibido para cada turma” (PT2).

“Para cada grupo ou escola é recomendado um dos filmes disponíveis de acordo com a faixa etária dos visitantes” (PT1).

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projeção, onde são realizadas as sessões de projeções de filmes com a tecnologia full HD, permitindo aos visitantes uma verdadeira imersão na visualização do céu noturno que é projetado no teto em forma de cúpula. O planetário oferece ainda, exposições itinerantes que se renovam a cada quatro meses, com um rodízio de conteúdos que contemplam vários temas desta Ciência. Também é realizada uma adaptação da linguagem, adequando-a de acordo com o público presente. Destacam que é feito o possível para atender a o s diferentes grupos e proporcionar-lhes, assim, a oportunidade de aquisição de conhecimentos diversificados, bem como, lazer e diversão.

Os planetários brasileiros possuem uma preparação de suas sessões para o atendimento aos vários tipos de públicos e nesse sentido é feito uma adaptação da linguagem, considerando a mais adequada para cada grupo presente (KANTOR, 2009). Partindo do pressuposto sociocultural de aprendizagem, é importante destacar a necessidade de adequação da linguagem abordada nos planetários para garantir o bom desempenho nas atividades realizadas. (ROMANZINI; BATISTA, 2009).

O professor técnico 2 (PT2) destaca a importância da utilização não somente do planetário, mas também do espaço em torno deste:

“O planetário pode proporcionar atividades didáticas que vão além das projeções na cúpula

de projeção, podendo utilizar o espaço da exposição ou externo para observação e reconhecimento do céu noturno” (PT2).

Essa questão é discutida por Romanzini e Batista (2009, p. 08), a o r e l a t a r e m que “os Planetários podem ainda proporcionar uma série de atividades complementares que ocorrem nos seus arredores, antes ou depois das apresentações”. Essa exploração de todo o ambiente é novamente relatada por PT2 que argumenta sobre a importância cultural:

“O planetário possui ainda um aspecto cultural, já que desde a antiguidade se observa o céu que fez a humanidade avançar tecnologicamente e foi vital para a sobrevivência da espécie humana” (PT2).

Esse relato do participante condiz com a afirmação de Romanzini e Ber (2012), ao destacarem que além de ferramenta didática, o planetário é um excelente instrumento cultural, necessário para o desenvolvimento político e econômico.

De acordo com os Professores Técnicos, o planetário é muito procurado pelas escolas que podem realizar a visita em dia e horário marcado. Mas, no entanto, não conseguem atender todas as escolas.

“Atendemos quatro escolas por dia, de segunda a sexta-feira” (PT1).

“Dados preliminares sugerem pelo menos 1000 instituições a serem atendidas até o fim de 2014 e outras 700 esperando uma oportunidade para poder visitar o planetário” (PT2).

Kantor (2009) destaca que anualmente os planetários chegam a receber milhões de visitantes. Além da grande procura de escolas interessadas no planetário, também há interesse, nos finais de semana, de um público mais amplo. Esse ponto é discutido por Romanzini e Ber (2012) ao explicarem que a comunidade em geral procura os planetários, interessando-se, de maneira informal, pela Astronomia ou buscando respostas para suas curiosidades.

Quando questionados se os professores das instituições escolares que visitam o planetário com seus alunos, já haviam dado algum retorno sobre a aprendizagem de seus alunos no planetário, um dos participantes respondeu:

“Quase todas as escolas dão um retorno bastante positivo após a ida ao planetário” (PT2).

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visitantes são somente elogios ou se realmente há uma contribuição com o ensino e aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, há necessidade de investigar melhor quais foram os pontos fortes de visita e melhorar os pontos fracos do planetário.

Questionamos se o planetário possuiu uma proposta pedagógica que oriente a elaboração de suas atividades e os PT relataram que es sa est á em processo de estruturação, mas que esse fato não reduz o potencial pedagógico o planetário.

“O planetário foi reinaugurado a pouco menos de um ano e sua proposta pedagógica ainda não está plenamente implementada” (PT2).

De acordo com o relato de PT1, seria necessário um vínculo com a Secretaria de Educação para a elaboração de uma proposta que estabeleça uma relação mais profunda com a aprendizagem dos alunos/visitantes, contribuindo diretamente na apropriação dos conhecimentos. No entanto, esse vínculo não é obrigatório, pois a função pedagógica depende da intenção que a instituição tem com o aprendizado dos alunos e não da vinculação formal. Barrio (2002) discute que as questões pedagógicas que auxiliam o ensino-aprendizagem de conteúdos de Astronomia não só podem, mas devem ser desenvolvidas para o ambiente. Quanto à relação entre o conteúdo abordado nas atividades com o cotidiano dos alunos, o PT1 acredita não ser possível saber se existe essa relação. No entanto, o PT2 respondeu que as atividades oferecem essa conexão com o cotidiano dos alunos e com o público mais geral:

“Sim. Nas sessões comentadas são simulados acontecimentos astronômicos que podem ser visualizados dentro da sala de projeção como os eclipses lunares ou os equinócios” (PT2).

Es s a relação dos conteúdos abordados no planetário com os ensinados nos ambientes formais de ensino, de acordo com Queiroz (2008), é fundamental para o intercâmbio entre os conteúdos trabalhados na sala de aula e os apreciados nos espaços não formais.

Para os participantes, existe uma preocupação em renovar os conteúdos abordados, dando preferência àqueles relacionados aos fenômenos astronômicos de certas épocas do ano. O que ficou claro na resposta do PT1:

“Fazemos alterações do conteúdo sempre que possível. Um exemplo é a sessão comentada do final de semana. Nela, a cada mês, explicamos um fenômeno astronômico diferente. Em setembro falamos sobre o equinócio de primavera e agora em outubro estamos explicando porque ocorre um eclipse.” (PT1).

Essa permuta dos conteúdos de Astronomia demonstra que o planetário está em constante reforma de cronograma, possibilitando a integração das várias Ciências e a disseminação da Astronomia, já que os planetários promovem a divulgação e popularização da Astronomia (ROMANZINI; BER, 2012).

Quando questionados sobre a abordagem interdisciplinar, os participantes PT1 e PT2 afirmam que as atividades do planetário são interdisciplinares, fazendo conexão com outras disciplinas do currículo escolar. O que faz desse ambiente capaz de proporcionar atividades diferenciadas por meio de abordagens de conteúdos diversificados de Astronomia e integrados as várias Ciências, facilitando o ensino-aprendizagem. Os participantes informaram que os filmes da sala de projeção abarcam conhecimento das mais diversas áreas das Ciências:

“Quase todas as abordagens são interdisciplinares. Alguns dos nossos filmes possuem uma abordagem vinculada ao meio ambiente ou à filosofia. A exposição também possui uma abordagem propositadamente interdisciplinar. Assim, os alunos têm possibilidade de aprender sobre geografia, religião, matemática, astronomia e outras disciplinas estudadas na escola” (PT1).

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“O filme intitulado “As origens da vida” é o mais versátil por que fala de astronomia e também de outras áreas da ciência com uma linguagem de fácil compreensão de qualquer público” (PT2).

Essa abordagem integrada das Ciências é discutida por Queiroz (2008, p. 91), ao afirmar que os “conteúdos de Astronomia podem contribuir para o ensino de outras ciências de uma forma interdisciplinar, como História, Filosofia, Física, Geografia entre outras”. Para Langhi e Nardi (2009), os recursos didáticos de um planetário devem proporcionar a interação dos visitantes com as várias áreas do saber, possibilitando a interdisciplinaridade.

Foi possível notar na análise dos dados que os participantes relacionam fortemente o aparato tecnológico do planetário com a potencialidade do ensino, apontando que esses equipamentos possibilitam a compreensão de conteúdos complexos para serem compreendidos em um ambiente formal.

Considerações Finais

A partir das análises dos pontos discutidos pelos dois participantes da pesquisa, podemos p e r c e b e r q u e c o n s i d e r a m a importância deste espaço não formal como um ambiente capaz de promover e consolidar o ensino de Astronomia, pois incentivam a visitação aliada a um aprendizado mais amplo e prático de conteúdos de Astronomia, integrados a outros temas da Ciência.

Os participantes desta pesquisa atribuem à tecnologia utilizada no planetário como um importante aliado na contribuição pedagógica. Isso devido às inúmeras possibilidades de aprendizagem no interior do planetário, a abordagem de conteúdos de forma interativa e dinâmica, à conexão destes conteúdos com o cotidiano. Também foram destacadas as possibilidades de utilização os arredores do planetário para visualização do céu noturno e a capacidade de aprendizagem multi e interdisciplinar. P a r a o s p r o f e s s o r e s t é c n i c o s , e s s as atividades possibilitam a ampliação de ensino nesse ambiente, promovendo e estimulando o interesse dos alunos e professores, provocando mais participação e aprendizagem.

Nesse sentido, essa pesquisa evidência que o P l a n e t á ri o d e B r a s í l i a é u m am b i en t e r i c o e m e ns i n o - ap r en d i z a ge m de fo r m a i n t e rd i s c i p l i na r . P o r ém , d e s t a c a -s e a necessidade de outros estudos que e s t a b e l e ç a m m a i s d e t a l h a d a m e n t e a c o n t r i b u i ç ã o pedagógica do Planetário de Brasília, avaliando, mais profundamente, s eu pot encial com o am bi ent e de ensino não form al e seus impactos na educação formal, oferecendo uma ponte entre este ambiente e a escola.

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