From the SelectedWorks of MSc Cândida Senhoras
March 8, 2018
Dia Internacional da Mulher: razões para ainda
lutar!
Cândida Senhoras Eloi Martins Senhoras
EMS
2018 S E NH ORA S , C â n d id a A lzi ra B e n te s d e M a g a lh ã e s; S E NH O RA S , E lói M a rtin s. “ D ia In te rn a ci o n a l d a M u lh e r: ra z õ e s p a ra a in d a l u ta r!” . J o rn a l R o ra im a e m F o co , 0 8 d e m a rço , 2 0 1 8DIA INTERNACIONAL DA MULHER: RAZÕES PARA AINDA LUTAR!
Elói Martins Senhoras* Cândida Alzira Bentes de Magalhães Senhoras†
Hoje é celebrado o Dia Internacional da Mulher, data comemorativa surgida no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida, trabalho e pelo direito de voto, cuja principal função é estimular a crítica, reflexão e o debate para a construção da igualdade de gênero.
É uma celebração anual das lutas pelos direitos das mulheres, as quais se tornaram cada vez mais protagonistas de suas próprias histórias, embora suscetíveis a padrões culturais deletérios de épocas anteriores nos quais são imanentes tanto as desigualdades hierárquicas de gênero no âmbito socioeconômico e político, quanto as situações de vulnerabilidade geradas pela violência de gênero.
Apesar do Dia Internacional da Mulher surgir como palco de manifestações feministas desde o final do século XIX e o início do século XX, nos Estados Unidos e Europa, pouco mais de um século passado demonstra que muitas barreiras de gênero persistem internacionalmente, relacionadas a situações sociais ou políticas de vulnerabilidade e a tetos de vidro quanto a ganhos salariais.
No Brasil, esta situação não é diferente, pois o país tem sido sistematicamente classificado em diferentes rankings internacionais no topo, infelizmente em temáticas sobre violência de gênero e feminicídio, ou, sobre inclusão da mulher na política, ou, mesmo, sobre diferenças salariais entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
As mulheres brasileiras se encontram em situação de atenção, pois são alvo de violência, possuem rendimentos menores, jornada extra e menos participação política, quando comparadas a
* Elói Martins Senhoras é economista e cientista político, professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Email
de contato: eloisenhoras@gmail.com. Outros trabalhos podem ser encontrados em www.eloisenhoras.com.
† Delegada da Polícia Civil do Estado de Roraima, especialista em Direito Penal e Processo Penal e mestranda em
Desenvolvimento Regional da Amazônia pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). E-mail para contato:
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Em Roraima, a pesar da lógica do teto de vidro salarial ser menos perceptível em relação a outros estados devido à presença meritocrática de concursos públicos que igualam salários, em uma economia caracterizada como do contra-cheque, ligada à Administração Pública, ou, mesmo, de ser crescente a participação de algumas poucas figuras femininas na política roraimense em cargos executivos e legislativos, a temática da violência de gênero torna-se destaque, haja vista que o estado se destaca no ranking nacional, principalmente em feminicídios.
Conforme o Mapa da Violência de 2015 houve o pesado crescimento da violência doméstica na década de vigência da Lei Maria da Penha, como o estado de Roraima, onde as taxas mais que quadruplicaram (343,9%). Segundo a Human Rights Watch (2017), Roraima não coleta dados para determinar a quantidade de homicídios de mulheres que estão relacionados com a violência doméstica, mesmo assim o citado relatório afirma que Roraima é o estado mais letal para mulheres e meninas no Brasil onde a taxa de homicídios de mulheres cresceu 139% entre 2010 e 2015.
Conclui-se com base neste diagnóstico que o Dia Internacional da Mulher deve ser revalorizado no Brasil e em Roraima não como uma simples data de homenagem à mulher, mas antes como um momento de manifestação e construção de meios por parte da sociedade civil e do Estado para o rompimento de uma série de ciclos viciosos que limitam os direitos, as ações e o próprio desenvolvimento feminino em nossa sociedade.
EMS
2018 S E NH ORA S , C â n d id a A lzi ra B e n te s d e M a g a lh ã e s; S E NH O RA S , E lói M a rtin s. “ D ia In te rn a ci o n a l d a M u lh e r: ra z õ e s p a ra a in d a l u ta r!” . J o rn a l R o ra im a e m F o co , 0 8 d e m a rço , 2 0 1 8voluntárias entre pesquisadores, universidades ou políticas interministeriais e de agências de fomento.
Por maiores que sejam os problemas de implementação na agenda internacional do país no campo educacional, observa-se que as iniciativas brasileiras de natureza diplomática e paradiplomática apresentam uma convergente cristalização de esforços que se manifesta por múltiplas camadas de
projeção internacional da educação, muito embora com fortes lacunas que se manifestam disfuncionalmente para o pai
dinâmico e fluido contexto competitivo da ciência, tecnologia e inovação nas relações internacionais.