Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Décima Sexta Câmara CívelApelação Cível nº 0175205-55.52011.8.19.0001
FLS.1
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Apelantes: ARNON RIBEIRO DOS SANTOS E OUTROSApelados: FUNDO ÚNICO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RIOPREVIDÊNCIA E OUTRO
R
Reellaattoorr:: DDeesseemmbbaarrggaaddoorrMMAARRCCOOAAUURRÉÉLLIIOOBBEEZZEERRRRAADDEEMMEELLOO..
ACÓRDÃO
APELAÇÃO CIVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS. PEDIDO DE RECEBIMENTO DE ATRASADOS. REAJUSTE SALARIAL DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO RIO DE JANEIRO EXCLUÍDO PELA LEI Nº 1206/87 E CONCEDIDO A TODOS OS DEMAIS SERVIDORES DO ESTADO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. INCONFORMISMO DOS AUTORES. Inexistência de perda do objeto para os autores aposentados com paridade, por ausência de interesse de agir superveniente, com a decisão exarada no processo administrativo 2011-019608, que determinou o reajuste parcelado, na mesma forma conferida aos servidores ativos, pois tal deferimento representa apenas reconhecimento de procedência do pedido, ensejando o julgamento com resolução de mérito, na forma do art. 269, II, do CPC. Rejeição da alegação de prescrição de fundo de direito quando se analisa obrigação de trato sucessivo – vencimentos e proventos de servidor. Aplicação da Súmula 85 do STJ. Artigo 5º da Lei 1206/87 julgado inconstitucional pelo Órgão Especial deste Tribunal de Justiça. Ação coletiva ordinária ajuizada por inúmeros serventuários, julgada procedente, para determinar a imediata implantação na folha do Tribunal do reajuste de 24% aos autores. Não infringência do princípio maior da separação dos poderes e nem afronta ao disposto na Súmula 339 do STF já que não se esta está concedendo aumento salarial mas analisando recomposição de perdas salariais, que inclusive foi reconhecida por sentença judicial e estendida a todos os servidores do Poder Judiciário, administrativamente pela Presidência deste Tribunal. Agravo de Instrumento da Relatoria do Des. José Carlos Figueiredo, no Órgão Especial, estendendo
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aos inativos o reajuste. Aplicação do princípio da isonomia, pois apesar de ainda não vigente o artigo 37, X, da Constituição Federal de 1988, era previsto de forma genérica nos artigos 150 da Constituição de 1967 e na EC 01/1969. Leis de concessão de aumentos aos serventuários, posteriores à de concessão do reajuste pleiteado, que não fazem qualquer menção á compensação de perdas salariais excluídas pela Lei 1206/87. Procedência do pedido que se impõe, também para os aposentados sem paridade, na mesma forma concedida para os demais servidores, conforme precedente deste C. Órgão Especial Procedência do pedido que se impõe, também para os aposentados sem paridade, na mesma forma concedida para os demais servidores, conforme precedente deste C. Órgão Especial. Precedentes deste E. Tribunal. Atente-se ainda ao acórdão prolatado no novel Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 0064836-60.2012.8.19.0000 com a formulação de verbete de uniformização reconhecendo o direito de todos os serventuários da Justiça ao reajuste de 24% em seus vencimentos, bem como à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez, observada a prescrição quinquenal a contar da propositura de cada demanda. Honorários sucumbenciais em favor do apelante, fixados em R$ 1.000,00 (mil reais), em atenção ao art. 20 §4º, do CPC. Isenção dos entes públicos quanto às custas judiciais, condenando-se a autarquia previdenciária ao pagamento de metade da taxa judiciária. Sentença reformada. Recurso a que se dá provimento. Precedentes do STJ e STF.
Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº 0175205-55.2011.8.19.0001, onde figuram como Apelante e Apelado as partes preambularmente epigrafadas,
A C O R D A M os Desembargadores que integram a Décima Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Desembargador Relator.
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Recurso de apelação cível interposto contra r. sentença de fls. 576/578,
que, em ação ordinária de obrigação de fazer, ajuizada por ARNON RIBEIRO DOS
SANTOS E OUTROS em face do ESTADO DO RIO DE JANEIRO E FUNDO ÚNICO
DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
DO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO
-
RIOPREVIDÊNCIA, julgou improcedente o pedido, na forma do art. 269, I, do CPC,
condenando a parte autora no pagamento das despesas processuais e honorários de
10% (dez por cento) sobre o valor da causa.
Os servidores públicos estaduais inativos moveram ação ordinária em
que busca, em antecipação de tutela, a implantação em seus salários do percentual
de 18,47% desde janeiro de 2011, pretendendo que a medida seja tornada definitiva
ao final, com o recebimento de atrasados referentes ao reajuste remuneratório
estabelecido na Lei Estadual 1206/87, no percentual de 24%. Afirma que em razão
da procedência do pedido para alguns servidores do TJRJ, a Presidência deste
Tribunal, no processo administrativo 2010-259214, com decisão publicada em
24.01.2010, administrativamente, resolveu estender o aludido reajuste aos servidores
não beneficiados em tal ação, deixando de determinar a retroação de seus efeitos
financeiros. Pede assim, o pagamento das diferenças vencidas, observada a
prescrição qüinqüenal bem como a implantação dos valores na folha de pagamento,
ainda que na forma parcelada, em consonância com o que foi decidido naquele
processo.
Sentença de fls. 574/576 da lavra do eminente magistrado Ricardo
Coimbra da Silva Starling Barcellos.
Apelo dos autores às fls. 579/597, pugnando pela reforma total do
julgado, alegando que, inclusive, o Poder Judiciário já reconheceu o direito aos
servidores administrativamente de forma parcelada, pelo que requer a implantação
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das diferenças remuneratórias de forma única. Alega ainda a inconstitucionalidade
do art. 5º da Lei 1.206/87. Colaciona diversos julgados no sentido de sua pretensão.
Contrarrazóes dos réus às fls. 691/696, pela perda do objeto quanto ao
pedido de implantação imediata dos 24% e, quanto ao pagamento dos atrasados,
pela manutenção do julgado.
É o relatório. Passo ao voto.
Conheço do recurso, eis que preenchidos os requisitos de sua
admissibilidade.
Preliminarmente, quanto a alegação de ausência de interesse de agir, é
de se verificar a decisão proferida nos autos do processo administrativo
2011-019608, na forma abaixo transcrita:
(...)DECIDO estender aos servidores inativos com paridade do Poder Judiciário e aos pensionistas de servidores os efeitos da decisão proferida no processo nº 2010-259214, para que lhes seja dado o reajuste de 24%
do qual tratou o processo nº
0024210.36.1988.8.19.0001que tramitou pela 3ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital. O referido reajuste será implementado em 4 parcelas, as três primeiras no percentual de 5,53% e a última no percentual de 5,51%, sendo a primeira implementada neste mês de dezembro de 2011, inclusive no valor do 13º salário, mas com efeitos retroativos a janeiro de 2011, a segunda em janeiro de 2012, a terceira em janeiro de 2013 e a última em janeiro de 2014. As diferenças referentes ao período de janeiro de 2011 a novembro de 2011 serão pagas de forma parcelada, em 36 vezes, a partir de janeiro de 2012.
A presente decisão produz efeitos apenas e
exclusivamente a partir de janeiro de 2011, mesma data em que houve a extensão do reajuste de 24% para os
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servidores ativos do Poder Judiciário, não implicando no reconhecimento de verbas anteriores a referida data em favor dos servidores inativos com paridade que não tenham figurado na condição de autores do processo nº 0024210-36.1988.8.19.(...)
Assim, o tribunal concedeu administrativamente o reajuste pretendido de
forma parcelada, igualmente ao concedido aos servidores ativos, no processo
administrativo 2010.259214, cumpriu o pedido subsidiário em relação aos autores
que foram aposentados com paridade, isto é, anteriormente à Emenda Constitucional
41/03, pelo que se verifica não uma perda superveniente do objeto, mas sim um
reconhecimento de procedência do pedido pelo réu, extinguindo-se o feito, em
verdade, com resolução de mérito, na forma do art. 269, II, do CPC.
Precedente deste E. Tribunal:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL.
OBEDIÊNCIA À PRETENSÃO DO AUTOR NO CURSO DO PROCESSO. RECONHECIMENTO DO PEDIDO. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DO MÉRITO.
1. Os fatos consignados pela Corte de origem revelam que a retirada das cláusulas questionadas pelo Ministério Público Federal só ocorreu em virtude do ajuizamento da ação civil pública, ou seja, no curso do processo.
2. Sendo assim, o que houve, no caso concreto, foi o reconhecimento do pedido, a ensejar a extinção do processo, com julgamento do mérito, nos termos do art. 269, II do CPC. Precedentes: (REsp 480.710/ES, Rel. Min. Barros Monteiro, Quarta Turma, julgado em 3.5.2005, DJ 13.6.2005 p. 309.); (REsp 313.109/DF, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, Quinta Turma, julgado em 19.8.2004, DJ 27.9.2004.)
Agravo regimental improvido.
(AgRg no Ag 1230118 / TO- Relator(a):Ministro HUMBERTO MARTINS - Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA - Data do Julgamento: 17/03/2011 - Data da Publicação/Fonte: DJe 29/03/2011)
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Entretanto, verifico, ainda, que tal pedido não restou reconhecido, com
relação aos servidores aposentados já após a Emenda Constitucional 41/03 e à Lei
10.887/04, ou seja, sem a aludida paridade, fato que será apreciado mais adiante.
No mérito, cabe julgar, antes de adentrá-lo propriamente, a questão
prejudicial apontada em relação à pretensão dos autores.
Assim, a alegação de prescrição de fundo de direito deve ser rejeitada,
pois se trata de recebimento mensal de vencimentos pelo servidor, obrigação essa
de trato sucessivo, com prestações continuadas, não havendo que se falar em
prescrição do fundo do direito, mas tão-somente em prescrição qüinqüenal das
parcelas vencidas e não pagas, anteriores aos cinco anos antecedentes à
propositura da ação, em atendimento à Súmula 85 do Egrégio Superior Tribunal de
Justiça, que assim dispõe:
Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação.
Registre-se também que não há nos autos qualquer documento que
comprove a prática de ato formal, posterior a edição da Lei 1206, por parte do
Estado do Rio de Janeiro, negando a percepção do discutido reajuste aos
servidores.
A propósito, destaca-se julgado deste Colegiado de minha Relatoria:
0018001-27.2011.8.19.0007 - DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO - Julgamento: 27/04/2012 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL. APELAÇÃO CÍVEL. REDUÇÃO OPERADA POR DECRETO NA REMUNERAÇÃO DOSPoder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
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SERVIDORES DO MUNICÍPIO DE BARRA MANSA. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO FEITO, NA FORMA DO ARTIGO 269, IV, DO CPC. Afastamento da prescrição do fundo de direito
no caso concreto, uma vez declarada a
inconstitucionalidade do decreto municipal nº 3143/1997 por decisão unânime do Órgão Especial do TJRJ, no julgamento da Argüição de Inconstitucionalidade nº 209.017.00014. Decisão com efeito ex tunc. Ato administrativo nulo, que não produz qualquer efeito. Relação de trato sucessivo que se renova mês a mês, atraindo a aplicação da Súmula nº 85, do STJ. Não aplicação da teoria da causa madura, por necessidade de instrução probatória. Questão de fato e de direito. Inaplicabilidade do artigo 515, §3º, do CPC. Sentença reformada para fins de prosseguimento do feito. Recurso parcialmente provido, na forma do artigo 557, §1º-A do CPC.
Quanto ao próprio mérito, que ora se adentra, discute-se a exclusão dos
servidores do Poder Judiciário deste Estado ao recebimento de reajuste salarial
sobre vencimentos e proventos, no percentual de 70,5%, concedido aos demais
servidores do Estado, com base na Lei Estadual 1206 de 08/10/1987, que diz:
Art. 1º - São reajustados em 70,5% (setenta inteiros e cinco décimos por cento), a partir de 1º de setembro de 1987, os valores dos vencimentos, salários e soldos dos servidores civis e militares da Administração Direta e Autárquica do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, decorrentes da Lei nº 1149, de 20 de março de 1987, feita a compensação prevista no artigo 4º da Lei nº 1169, de 2 de julho de 1987, e ressalvadas as situações especiais a que se referem as demais disposições da presente Lei.
§ 1º - As disposições desta Lei aplicam-se: I - aos proventos da inatividade;
II - às pensões especiais, pagas diretamente pelo Estado e suas autarquias, e às previdenciárias, pagas pelo IPERJ;
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III - às parcelas percebidas a título de direito pessoal, cuja legislação pertinente faculte a correção dos respectivos valores;
IV - aos vencimentos de cargos em comissão, à retribuição de funções gratificadas e às gratificações de valor fixo;
V - ao salário-família.
§ 2º - Nos meses de março e setembro de cada ano serão revistos os valores dos salários, soldos, proventos e demais parcelas referidas neste artigo e seu parágrafo primeiro.
Art. 2º - O valor do índice 1000 (mil) a que se refere o parágrafo único do artigo 11 da Lei nº 1179, de 21 de julho de 1987, é reajustado a partir de 1º de setembro de 1987, para Cz$ 35.181,63 (trinta e cinco mil, cento e oitenta e um cruzados e sessenta e três centavos), nele já absorvido o abono provisório da Lei nº 1169, de 2 de julho de 1987.
Art. 3º - A tabela de vencimento do magistério, vigente a partir de 1º de agosto de 1987, é reajustada, a partir de 1º de setembro de 1987, para a constante do Anexo I desta Lei.
Art. 4º - Os vencimentos das Categorias Funcionais de Inspetor de Segurança Penitenciária, de Agente de Segurança Penitenciária e de Guarda de Presídio são reajustados mediante incorporação aos respectivos valores, a partir de 1º de setembro de 1987, do abono provisório a que se refere o artigo 2º da Lei nº 1184, de 28 de agosto de 1987, passando tais vencimentos a ter os valores constantes do Anexo II.
Art. 5º - Permanece inalterado o valor de Cz$ 30.301,43 (trinta mil, trezentos e um cruzados e quarenta e três centavos) para o índice 1000 (mil) da Tabela de Escalonamento Vertical da Lei nº 934, de 6 de dezembro de 1985, fixado pela Lei nº 1181, de 20 de agosto de 1987, para vigorar a partir de 1º de julho de 1987, nele já incluído o abono provisório da Lei nº 1169, de 2 de julho de 1987.
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O artigo 5º que determina a exclusão do abano provisório recebido
pelos servidores do TJRJ, foi declarado inconstitucional pelo Órgão Especial deste E.
Tribunal (MS nº. 583/87), confirmado pelo E. S.T.F:
“Órgão Especial
Mandado de Segurança n.º 583/87
Relator Designado, Des. N. Doréste Baptista
EMENTA: - Funcionalismo. Teoria da
desconstitucionalização das leis. A Constituição do Império. Constituição material e constituição formal. Lei de Introdução ao Código Civil: “Diz-se que a lei regula inteiramente a matéria anterior quando, dispondo sobre os mesmos fatos ou idênticos institutos jurídicos, os abrange em sua complexidade”. Acepção de “instituto jurídico”. Leis complementares: Aderem ao texto constitucional e
como este devem ser interpretados. Decreto-lei
complementar. Direitos e garantias “indeclarados” ou implícitos. Aumento e reajuste. Tradição do direito constitucional brasileiro que sobrevive a despeito de todas as intempéries por que tem passado a vida política brasileira: “Os direitos assegurados pela constituição antiga prevalecem na vigência da nova, nos pontos que esta não revogou aquela”. Concessão da ordem.”
Conclui-se então que, se o ato jurídico declarado inconstitucional é
nulo, como tal não produz efeitos (1998.001.040463-2), todos os servidores do Poder
Judiciário deste Estado deveriam receber em 1987 o reajuste de 70,5% (data da
concessão, com as compensações administrativas mencionadas na r. sentença
apelada, que chegou a 24%, juntamente como os demais servidores de todo o
Estado, e, os que a partir de então fossem aprovados, ter este percentual
implementado em seus vencimentos, desde o ingresso nos quadros do Poder
Judiciário do Rio de Janeiro. No sentido da nulidade e efeitos, o STF teve
oportunidade de se manifestar:
Com base na inconstitucionalidade do artigo 5º supramencionado, foi
ajuizada ação coletiva por inúmeros servidores, julgada procedente, sendo o Estado
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do Rio de Janeiro condenado a implementar, na folha destes servidores 24%,
resultado das compensações informadas na ação principal, acima citada, decisão
esta objeto de diversos recursos. Após o trânsito em julgado, de forma irretocável e
em boa hora, a Presidência deste Tribunal, através de Processo Administrativo,
resolveu estender a decisão, implementando o reajuste a todos os serventuários
fluminenses.
Ressalte-se que, apesar de o princípio da isonomia não estar incluído
no artigo 39, §1º da CRFB, em virtude da EC nº. 19/1998 alegada pelo Estado, é
inegável que continua ativamente presente e irretocável no caput do artigo 5º e seu
inciso I, da nossa Carta Maior.
Neste sentido, a igualdade jurídica deve ser observada a todos os
servidores, conforme lições do mestre Guilherme Pena de Moraes, em sua obra
Curso de Direito Constitucional, 2008, Lúmen Júris, pág. 534: verbis:
“... A igualdade formal, também denominada igualdade civil ou jurídica, expressa a produção, interpretação e aplicação igualitária das normas jurídicas, com vistas a impossibilitar diferenciações de tratamento que se revelem arbitrárias, sob a
forma de discriminações (vantagens) ou privilégios
(desvantagens).
Assim, em observância aos princípios da isonomia e da segurança
jurídica, onde não devem acontecer diferenciações entre os iguais, deve ser
concedido aos autores o recebimento das prestações vencidas, no qüinqüênio
anterior ao ajuizamento de seu pedido, como pleiteado, com a correção indicada.
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Ainda, sobre a violação ao princípio da isonomia, lições do mestre Luis
Roberto Barroso, em sua obra O Controle de Constitucionalidade no Direito
Brasileiro, 2012:
“Por outro lado, a omissão será relativa quando um ato normativo outorgar a alguma categoria de pessoas determinado benefício, com exclusão de outra ou outras categorias que deveriam ter sido contemplada, em violação ao princípio da isonomia. Exemplo típico é a concessão de reajuste a servidores militares, sem estendê-los aos civis, ao tempo que a Constituição impunha o tratamento paritário.”
Ressalte-se que a concessão dos atrasados por determinação do Poder
Judiciário não significa violação ao princípio constitucional da separação de poderes,
já que se está buscando efetivar direito do servidor, cuja análise é claramente
verificada no disposto no art. 5º, XXXV, da Constituição da República, e, da mesma
forma, por não se estar aqui autorizando o aumento de servidores ou cargos, mas
recomposição de perda salarial, não há que se falar em afronta à Súmula 339 do
STF, que impede que o Judiciário conceda aumentos.
Ademais, a questão do recebimento da recomposição salarial, como
dito várias vezes neste julgado, já foi debatida, havendo sentença transitada em
julgado a respeito do direito do servidor em receber o percentual de 24%, conforme
cálculos de compensação mencionados no item 28 da r. sentença.
Ressalte-se que os ônus sucumbenciais foram delineados de forma
correta, e a correção da verba remuneratória determinada na forma do artigo 1º-F da
Lei 9494, com alteração da Lei 11960, já que vencida a Fazenda Pública.
No sentido do julgado, acórdãos colacionados pela douta Procuradoria
de Justiça e o recente julgado da Des. Regina Lúcia Passos:
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Processo : 0052729-18.2011.8.19.0000 - 1ª Ementa - MANDADO DE SEGURANCA DES. NILZA BITAR - Julgamento: 16/04/2012 - ORGAO ESPECIAL
EMENTA - Mandado de Segurança. Ato do Exmo. Sr. Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que estendeu a todos os servidores ativos do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro o reajuste de 24% (vinte e quatro por cento) concedido por sentença aos servidores-autores do processo nº 0024210-36.1988.8.19.0001, com implementação em quatro parcelas anuais, excluindo, no entanto, os inativos. Ausência de litisconsórcio necessário. Autarquia estadual que somente tem a obrigação de efetuar o pagamento dos proventos. Art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 5.206/08. Matéria que se limita à extensão do direito ao reajuste estabelecido na Lei nº 1.206/1987. Inclusão nos proventos que constitui mera projeção do referido reajuste. Coisa julgada que não se verifica. Não extensão aos atualmente inativos do reajuste. Perda do poder aquisitivo de forma geral. Alegações de violações de artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal que trazem a impossibilidade da submissão do Direito à Economia. Violação, à época, de Direito Constitucional de modo proposital pelo então Governador, já que excluiu todo o Poder Judiciário de uma lei genérica de recomposição inflacionária. Direito à implementação da recomposição que não pode ser atenuado sob argumento econômico, pena de afronta ao próprio Estado Democrático de Direito. Direito ao reajuste que decorre da Lei nº 1.206/87. Violação ao princípio da isonomia. Art. 37, X, da Constituição Federal. Não há que se falar em aumento, e sim em recomposição de perdas inflacionárias, a qual foi negada unicamente aos servidores do Poder Judiciário, de maneira já considerada inconstitucional, sendo certo que o vencimento-base de toda uma categoria, não fosse a lei inconstitucionalmente excludente, seria outro por direito, assim como é hoje o vencimento de todas as outras categorias que foram agraciadas com o reajuste de uma época inflacionária. Precedentes deste e. Órgão Especial (proc. n. 0022677-39.2011.8.19.0000 e 0009669-92.2011.8.19.0000). Extensão a inativos que já vem sendo dada, de modo administrativo, pela Presidência do Tribunal. Rejeição das preliminares. No mérito, perda
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superveniente de objeto no mandamus diante da ausência de interesse-necessidade.
Processo : 0009669-92.2011.8.19.0000 - DES. JOSE C. FIGUEIREDO - Julgamento: 11/07/2011 - ORGAO ESPECIAL
MANDADO DE SEGURANCA CONTRA ATO DO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTICA.
REAJUSTE DE VENCIMENTOS
EXTENSAO AOS INATIVOS DE DIREITO CONCEDIDO
AOS ATIVOS PRINCIPIO DA ISONOMIA
TEORIA DA EMCAMPACAO
APLICABILIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO EXMO. SR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUE ESTENDEU A TODOS OS SERVIDORES ATIVOS DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O REAJUSTE DE 24% (VINTE E QUATRO POR CENTO) CONCEDIDO POR SENTENÇA AOS
SERVIDORES-AUTORES DO PROCESSO Nº
0024210-36.1988.8.19.0001, IMPLEMENTANDO-O EM QUATRO PARCELAS ANUAIS. AUSÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO
NECESSÁRIO. AUTARQUIA ESTADUAL QUE
SOMENTE TEM A OBRIGAÇÃO DE EFETUAR O
PAGAMENTO DOS PROVENTOS. ART, 1º,
PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 5.206/08. WRIT QUE SE CINGE À EXTENSÃO DO DIREITO AO REAJUSTE ESTABELECIDO NA LEI Nº 1.206/1987. INCLUSÃO NOS PROVENTOS QUE CONSTITUI MERA PROJEÇÃO DO REFERIDO REAJUSTE. ADEMAIS, APLICÁVEL A
TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. LITISCONSÓRICIO
MULTITUDINÁRIO QUE NÃO MERECE PROSPERAR. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO À DEFESA E ÓBICE À RÁPIDA SOLUÇÃO DO LITÍGIO. PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE E DA ECONOMIA QUE REGEM O
PROCESSO. NÃO COMPROVAÇÃO DE
LITISPENDÊNCIA, CONTINÊNCIA OU CONEXÃO.
COISA JULGADA QUE, IGUALMENTE, NÃO SE VERIFICA. NÃO EXTENSÃO AOS ATUALMENTE INATIVOS DO REAJUSTE. PERDA DO PODER
AQUISITIVO DE FORMA GERAL. DIREITO AO
REAJUSTE QUE DECORRE DA LEI Nº 1.206/87. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. ART. 37, X
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DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REJEIÇÃO DAS PRELIMINARES E CONCESSÃO DA ORDEM. Vencida a Des. Elisabete Filizzola.
0029542-75.2011.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO - 1ª Ementa - DES. REGINA LUCIA PASSOS - Julgamento: 03/07/2012 - NONA CAMARA CIVEL
Apelação Cível. Ação de Obrigação de Fazer. Servidor do Poder Judiciário. Pretensão de reconhecimento do Direito ao reajuste dos vencimentos em 24%. Implementação dos valores devidos de uma única vez e o pagamento das parcelas vencidas. Declaração de Inconstitucionalidade já reconhecida pelo Eg. Órgão Especial do TJRJ e confirmada pelo E. STF. Art. 5º da Lei Estadual nº 1.206/87 que, ao conceder reajustes aos servidores do Estado, excluiu aqueles pertencentes ao Poder Judiciário. Trânsito em julgado da sentença de procedência, proferida nos autos da ação proposta, à época, por grupo de servidores. Posterior decisão administrativa da Presidência deste Tribunal de Justiça concedendo a extensão do reajuste a toda categoria, porém, de forma parcelada e ad futurum. Sentença de procedência que reconheceu o direito do autor ao implemento do reajuste, de uma única vez, bem como ao pagamento das parcelas pretéritas. Irresignação do Estado réu que não se sustenta. Inocorrência da Prescrição do fundo de Direito. Relação de trato sucessivo. Aplicação da Súmula nº 85 do STJ. Afronta ao Princípio Constitucional da Isonomia. Alegação de atuação do Poder Judiciário como legislador
positivo. Inocorrência. Simples implementação de
reajuste, que não significa concessão de aumento. Procedência do pedido que deve ser mantida. Fixação dias a quo para implemento do reajuste no percentual faltante (11,04%). Prazo razoável ao Estado. Fixação dos honorários que deve ser realizada com base no art. 20, § 4º, do CPC. Correção da sentença nesse pormenor
apenas. Precedentes citados: AgRg no REsp
1224083/CE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/12/2011, DJe 10/02/2012; 0202410-59.2011.8.19.0001 - APELAÇÃO DES. MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento: 29/02/2012 - QUARTA CÂMARA CÍVEL; 0010249-25.2011.8.19.0000 MANDADO DE SEGURANÇA DES.
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VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento: 28/11/2011 -
ÓRGAO ESPECIAL; 0036980-58.2011.8.19.0000 -
AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. ADEMIR PIMENTEL - Julgamento: 29/02/2012 DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL; 0286707-96.2011.8.19.0001 - APELAÇÃO DES.
REINALDO P. ALBERTO FILHO - Julgamento:
13/06/2012 - QUARTA CÂMARA CÍVEL; 0052729-18.2011.8.19.0000 - MANDADO DE SEGURANÇA DES. NILZA BITAR - Julgamento: 16/04/2012 - ORGÃO ESPECIAL; Sexta Turma Especializada, Apelação 199751010742228 RJ, Relatora: Juíza Federal convocada CARMEN SILVIA DE ARRUDA TORRES, 27/07/2009, DJU de 05/08/2009); AgRg no REsp 947.368/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 27/09/2010; AR 3.182/MG, Rel. Ministro PAULO MEDINA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/03/2007, DJ 30/04/2007, p. 279;RE-AgR 546981, CÁRMEN LÚCIA, STF;RE-AgR 549031, EROS GRAU, STF. 0000331-64.2006.8.19.0002 - Apelação/Reeexame Necessário - Des. Luisa Bottrel Souza - Julgamento: 16/09/2009 - DÉCIMA SÉTIMA
CÂMARA CÍVEL PARCIAL PROVIMENTO DO
RECURSO
Registre-se, ainda, precedente de minha relatoria, confirmado por
unanimidade por este Órgão Julgador, em julgamento de 06/11/2012.
APELAÇÃO CIVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. PEDIDO DE RECEBIMENTO DE
ATRASADOS. REAJUSTE SALARIAL DOS
SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO RIO DE JANEIRO EXCLUÍDO PELA LEI Nº 1206/87 E CONCEDIDO A TODOS OS DEMAIS SERVIDORES DO
ESTADO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.
INCONFORMISMO DO ENTE ESTATAL. Rejeição da alegação de prescrição de fundo de direito quando se analisa obrigação de trato sucessivo –vencimentos e proventos de servidor -. Aplicação da Súmula 85 do STJ. Artigo 5º da Lei 1206/87 julgado insconstitucional pelo Órgão Especial deste Tribunal de Justiça. Ação coletiva ordinária ajuizada por inúmeros serventuários, julgada procedente, para determinar a imediata implantação na folha do Tribunal do reajuste de 24% aos autores. Não
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infringência do princípio maior da separação dos poderes e nem afronta ao disposto na Súmula 339 do STF já que não se esta está concedendo aumento salarial mas analisando recomposição de perdas salariais, que inclusive foi reconhecida por sentença judicial e estendida
a todos os servidores do Poder Judiciário,
administrativamente pela Presidência deste Tribunal. Agravo de Instrumento da Relatoria do Des. José Carlos Figueiredo, no Órgão Especial, estendendo aos inativos o reajuste. Aplicação do princípio da isonomia, pois apesar de ainda não vigente o artigo 37, X, da Constituição Federal de 1988, era previsto de forma genérica nos artigos 150 da Constituição de 1967 e na EC 01/1969. Leis de concessão de aumentos aos serventuários, posteriores à de concessão do reajuste pleiteado, que não fazem qualquer menção á compensação de perdas salariais excluídas pela Lei 1206/87. Sentença mantida. Improvimento do recurso. Precedentes do STJ e STF.
Por fim, no tocante à implantação do reajuste aos servidores inativos cujo
interesse de agir remanesce, quais sejam, aqueles aposentados após a Emenda
Constitucional 41/03 e Lei 10.887/04, ressalte-se que não fez o Órgão Especial deste
Sodalício a distinção contida na decisão proferida no processo administrativo, ao
julgar o mandado de segurança de nº 0010249-25.2011.8.19.0000, cuja ementa
segue abaixo:
0010249-25.2011.8.19.0000 - MANDADO DE
SEGURANCA - 1ª Ementa - DES. VALMIR DE OLIVEIRA SILVA - Julgamento: 28/11/2011 - ORGAO ESPECIAL
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA.
CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E
PREVIDENCIÁRIO - DIREITO INTERTEMPORAL - ATO DO EXMO. SR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUE ESTENDEU A TODOS OS SERVIDORES ATIVOS DO PODER JUDICIÁRIO O REAJUSTE DE 24% (VINTE E QUATRO POR CENTO) CONCEDIDO POR SENTENÇA AOS SERVIDORES ATIVOS E INATIVOS, AUTORES DO
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PROCESSO Nº 0024210-36.1988.8.19.0001,
IMPLEMENTANDO-O EM QUATRO PARCELAS
ANUAIS. AUSÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO
NECESSÁRIO COM RIOPREVIDÊNCIA. AUTARQUIA ESTADUAL QUE SOMENTE TEM A OBRIGAÇÃO DE EFETUAR O PAGAMENTO DOS PROVENTOS. ART. 1º, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 5.206/08. WRIT QUE SE CINGE À EXTENSÃO DO DIREITO AO REAJUSTE ESTABELECIDO NA LEI Nº 1.206/1987. INCLUSÃO NOS PROVENTOS QUE CONSTITUI MERA PROJEÇÃO DO REFERIDO REAJUSTE. INCIDÊNCIA DA TEORIA DA ENCAMPAÇÃO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES - INOCORRÊNCIA DE COISA JULGADA. PERDA DO PODER AQUISITIVO DE FORMA GERAL. DIREITO AO REAJUSTE QUE DECORRE DA LEI Nº 1.206/87. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA ISONOMIA, ART. 37, X, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, E DO ART. 7º, PARTE FINAL, DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003. Se na ocasião da vigência da lei nº 1.206/87 vigorava a paridade entre os servidores do serviço público, ativos e inativos, e se foi com base no aludido diploma normativo que os ativos reajustaram seus vencimentos, os inativos também deveriam ser beneficiados com o mesmo índice, pouco importando que o ato administrativo atacado tenha sido expedido no ano de 2010, porque o direito preexistia à Emenda Constitucional nº 41/2003, que, aliás, ficou garantido no art. 7º, sendo irrelevante a data da aposentação. Rejeição das preliminares. Concessão da ordem.
Assim, a reforma da sentença a fim de que se julgue procedente o pedido
de implantação do reajuste de 24% (vinte e quatro por cento) também aos servidores
aposentados após a Emenda Constitucional 41/03 e a Lei 10.887/04, considerados
sem paridade, em observância aos princípios da isonomia e da segurança jurídica,
deve ser garantido.
Ressalte-se o julgamento do Incidente de Uniformização de Jurisprudência
nº 0064836-60.2012.8.19.0000 realizado pelo Órgão Especial deste Tribunal de
Justiça foi aprovado verbete sumular nos seguintes termos:
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“Em respeito ao princípio constitucional da isonomia, os serventuários que não integraram o polo ativo da Ação Ordi-nária nº. 002420-36.1988.8.19.0000, fazem jus, a exemplo dos autores da referida ação, ao reajuste de 24% em seus ven-cimentos, bem como à percepção das diferenças, a serem pagas de uma única vez, devidamente corrigidas desde a data do pagamento efetuado àqueles, compensando-se os valores já quitados, por força do Processo Administrativo nº. 2010.259214, observada a prescrição quinquenal, a contar da propositura de cada demanda, bem como as condições pessoais e funcionais de cada serventuário, incidente Imposto de Renda e verbas previdenciárias por se tratarem de diferenças vencimentais”.