RADIOTERAPIA EM
MELANOMA
Erlon Gil
Introdução
• CIRURGIA com margens adequadas – tratamento padrão
• Recidiva local: margem +, subtipo desmoplasico, neurotropismo, Breslow > 4mm, ulceração, satélitose e IAL
• Radioterapia pode ser efetiva em situações específicas
• Importante papel na paliação (40-50%) dos pacientes com doença irressecável/metastática.
Radioresistência
• Subpopulações clonogências com diferentes sensibilidades • Capacidade intrínseca do reparo subletal
- Níveis aumentados de glutationa • Apoptose anormal
• Relação alpha/beta baixa (0,6-2.5Gy)
• Aumento da sensibilidade com doses maiores por /dia (Hipofracionamento)
“ in vitro”
Dose/Resposta
Espenel S eta al ; Critical reivews in Oncology/Hematology 2017
• 126 pacientes (primário + metástatico)
Sause et al ; IJROBP, 1991
RTOG 8305
Ann. Ny Acad. Sci 1963 • Impossibilidade de resssecção
• 60 Gy - fração de 6 Gy – lesão primária
• 40 a 50 Gy - fração de 2,5 Gy com elétrons ( área de risco, linfonodos)
Bonnen MD et al ; Cancer 2004 • 157 pacientes – ressecção da lesão primária; > pacientes com Breslow 2.01 – 4 e > 4mm
• Sem linfonodo sentinela ou esvaziamento cervical
RDT – Drenagem Eletiva
Breslow ≥ 2 Prognóstico RDT leito primário e drenagem com 30 Gy em 5 frações• Lentigo maligno (epiderme) e Melanoma Lentigo maligno (derme) • Idosos - crescimento indolente com baixo potencial metástatico • Tratamento cirúrgico
• Doses de 50 Gy/20fx; 54Gy (3 x 4 Gy/sem) – controle 80 a 90%
• Série com 64 pacientes - Dermopan 10 x 10 Gy: 2 recidivas/23 meses
Pré-RDT Pós-RDT 21 meses
Tsang RW et al Arch Dermatol 1994 J Am Acad Dermatol. 2000
• 1 a 4% dos melanomas, > em Cabeça e Pescoço • Neurotropismo : falha local
• 20 a 50 % de falha após ressecção cirúrgica • Estudo retrospectivo :
- 54 cirurgia x 71 cirurgia + RDT - 30 Gy/ 5 frações
- Controle local 24% x 7% (p=0.009)
• Margens comprometidas ou exíguas, IPN + invasão em profundidade > 4mm
RDT e Melanoma Desmoplásico
• 1.3% de todos os Melanomas
• Mais comum em CP; Ano-retal e Trato Genital Feminimo
• Taxa de recorrência alta 40% a 70%; Sobrevida em 5 anos de 20% • Sem benefício de ressecções amplas (morbidade x sobrevida) • Controle loco-regional com Radioterapia
Melanoma de Mucosa
•
82 pacientes – cirurgia x 78 cirurgia + RDT
•
Sem impacto em SG
GETTEC Study 2010
Melanoma de Mucosa
Ressecção local + RDT ABP
84% 74%
Ano-Retal
Melanoma de Uvea
• Cobalto 60, Rutênio 106 ou Iodo 125 • 80 a 120 Gy prescrito no ápice da lesão • 8 mm de profundidade
• 16 mm de diâmetro
• 3 a 5mm da retina e nervo óptico • Tratamento padrão
Melanoma de Uvea
LC 85% SG 5a 85 % Catarata Glaucoma RetinopatiaFort M. et al Critical Reviews in Oncology/Hemtology 2016
Melanoma de Uvea
Lesões maiores – ressecção local seguido de braquiterapia adjuvante
44 anos
A - Melanoma de coroide infero nasal OE
B - USG – 11.2 mm de profundidade C - Resecção local e placa de Ru
adjuvante
D – 6 meses após com manutenção
da acuidade visual British Journal of Cancer 2017
Melanoma de Uvea
60 Gy: 4 X 15 Gy
Dieckmann et al; Radiotherapy and Oncology 2003
Radioterapia extereotáctica
Adequado controle local ( 90%)
Protonterapia – lesões recorrentes
RDT adjuvante - Linfonodos
• Acometimento linfonodal é um fator prognóstico desfavorável para controle locoregional e sobrevida
• Linfadenectomia é o tratamento curativo com altas taxas de controle local • Sobrevida em 10 anos - 25 a 40%, com risco de recorrência de 30%-50% • Alto risco: LNDs > 3 cm , 4 ou + , intraparotídeo, EEC
• 250 pacientes
• LND + (pescoço, axila, inguinal)
• Alto risco : EEC, múltiplos linfonodos, linfonodos > 3 cm
• 48 Gy/20 frações x observação
OR 0,52 21% x 36 %
Sem diferença em SLR ou SG
15% x 7,7%
10,5% x 7 %
• 23/26 pacientes no grupo observação que recidivaram foram resgatados, sem comprometimento de sobrevida
• Sobrevida de pacientes com metástase linfonodal
• Relevância na prevenção de recorrência na era de tratamento sistêmico efetivo
• Tratamento deve ser exceção e não a regra – metástase cervical
RDT Paliativa- EC IV
• Metástases (trânsito e viscerais) melhor resposta com doses ≥ 4 Gy/dia - controle de 80%
• Metástase óssea : controle de 50 a 86 %, independente da dose • Metástase SNC: irradiação de todo o crânio não recomendada • Oligometástases: Radiocirurgia e Radioterapia extereotáctica
Konefal JB et al; Cancer 1988 Rate WR et al; IJROBP 1988
Dougherty Kjet al ; Cancer Treat Res 1993
• 17 pacientes com melanoma metástatico/ 28 lesões (pulmão e fígado) • Dose de 40-50Gy/4-5 fx ; 42-60 Gy/3 fx
Metade SUV – 3,8 meses Platô – SUV 3 : 7 meses
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor do BRAF - Radiosensibilidade
Sambade MJ et al Radiotherapy and Oncology 2011
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor do BRAF - Toxicidade
• Vemurafenib > Dabrafenib • Relação com dose de RDT
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor do BRAF – “Recall"
Metástase em pele RDT 30 Gy/5 fx PD out field Vemurafenib 7 d Vemurafenib 6 sem pós RDT 21 d Vemurafenib Conen K: Dermatology 2015
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor do BRAF/MEK – outras toxicidades
Baixa toxicidade pulmonar, hepatica e em SNC • Perfuraçao intestinal
• Trametinib/Dabrafenib • 10 d após 20 Gy/5fx
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor do BRAF – Recomendações (ECOG)
RDT e Tratamento Sistêmico (EC IV)
Inibidor “Check Points"
Salama AK et al. Cancer 2016
• Anti-CTL4 (Ipilimumab) e Anti-PD1/PDL-1 (Nivolumab e Pembrolizumab) • Exacerbação de resposta e Efeito Abscopal
Efeito da radiação que é manifestada em sítio distante do que foi diretamente irradiado
AB = away from e SCOPUS = target (“distante do alvo”)
*Mole 1953
Efeito Abscopal
Efeito Abscopal
3 x 9,5 Gy
0 Gy+PBS 0 Gy+9H10 20 Gyx1+PBS 20 Gyx1+9H10 8 Gyx3+PBS 8 Gyx3+9H10 6 Gyx5+PBS 6 Gyx5+9H10 Tu mo r v ol ume (mm 3 ) ± SEM
Tumor primário Tumor secundário
Dewan MZ et al. Clin Cancer Res 2009
• Análise retrospectiva de 23 pacientes com melanoma metastático tratados com inibidores de check point (anti-CTLA-4 ou anti-PD1) + RT hipofracionada
• Cinco receberam RT junto com o início das drogas
• 18 pacientes receberam RT após progressão (análise de efeito abscopal)
• Dose por fração de RT: 3,5 – 18 Gy em 1-10 fractions (3 x 8 Gy in 72%)
• Nivolumab: 12; Pembrolizumab: 2; Ipilimumab: 2; Ipi + Pembro: 1
• Seguimento mediano: seis meses
• 6 pacientes (33,3%) tiveram resposta parcial ou completa da área irradiada e dos outros sítios (efeito abscopal)
• 8 pacientes (44,4%) obtiveram controle do local irradiado e sem resposta sistêmica
• Exacerbação do efeito local: 14/18 (77,8%) • 4 pacientes (22,2 %) não responderam
• Não houve toxicidade graus II/III da RT
15/03/2015
3 x 10 Gy
20/03/2015
Exacerbação do controle local com RDT + Nivolumab
Conclusões
• Melanoma apresenta melhores resultados com doses altas de RDT
• Radioterapia apresenta bom resultados em alguns subtipos de melanoma: Lentigo Maligno, Desmoplasico e Melanoma de Uvea
• Radioterapia apresenta melhora no controle local em Melanomas de Mucosa com ciurgias conservadora ( preservação de orgão)
• Apesar de demonstrar melhora do controle local com radioterapia na adjuvância em pacientes com linfonodos positivos de alto risco, deve-se avaliar quem realmente se benficia de tal estratégia frente a toxicidade do tratamento
Conclusões
• A Radioterapia é efetiva para paliação de sintomas em pacientes metástaticos (exclusão de Radioterapia de todo o crânio)
• A associação de Inibidores de BRAF com Radioterapia , exacerba a resposta, assim como a toxicidade.
• Levar em consideração as recomendações do ECOG • A associação com inibidores de Check points exacerba
acentuadamente a resposta local e permite a possibilidade do efeito abscopal em pacientes metástaticos