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[Ano] Origem e Evolução Histórica da Contabilidade. Campus Virtual Cruzeiro do Sul

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Origem e Evolução Histórica da Contabilidade

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade

Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade

MATERIAL TEÓRICO

Responsável pelo Conteúdo:

Prof. Ms. João Paulo Cavalcante Lima

Revisão Textual:

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade 1. O Surgimento da Contabilidade

Para se tratar dos fundamentos históricos que marcam o surgimento da Contabilidade há cerca de 4.000 a.C., é conveniente entender que buscar na história antiga da Suméria, da Mesopotâmia e do Antigo Reino Egípcio processos rudimentares de controle de bens, tal qual se verifica nos objetos encontrados nas escavações realizadas nas regiões do Oriente, não significa que possamos qualificá-los como sistemas contábeis, no sentido estrito do conceito de sistema, como algo organizado que obedece a um processo controlado, principalmente no que se refere à Contabilidade. As espécies de controles encontrados naquelas regiões da antiguidade, pelo nível de evolução de sua agricultura e das trocas (comércio) existentes, demonstram mais serem simples formas de inventariar mercadorias, identificar o seu proprietário e definir o seu valor de troca.

Foi a obra Líber Abaci (Livro do Ábaco), que chegou a Europa em sua segunda edição datada de 1228, do matemático Leonardo Pisano ou Leonardo Fibonacci, e lá introduziu os algarismos arábicos que havia aprendido com os hindus, e ainda com a representação do zero no sistema de quantificação numérica. Fibonacci aplicou esses novos conceitos nas atividades de cálculos comerciais. Ele também desenvolveu o sistema de contagem que ficou conhecido como O Número de Fibonacci ou A Sequência de Fibonacci, que foi aplicado para descrever o crescimento de uma população de coelhos depois de n meses, determinando sua quantidade, sob certas condições. A sequência de de Fibonacci está fundamentada na representação de que sempre o terceiro número da sequencia é o resultado da soma dos dois números anteriores (exemplo: 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34 etc.). O livro Líber Abaci, apesar de se referir ao ábaco, não tratava dele, mas de aritmética, cálculos comerciais e da álgebra; nele Fibonacci estuda os números que recomenda sua aplicação para demonstração de dívidas e de prejuízos nos cálculos comerciais. O conceito dos números negativos com essa aplicação

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Fibonacci havia aprendido a partir dos estudos desenvolvidos por

Bhramagrupta, filósofo indiano que viveu no século VI d.C.

É claro que em razão dessa estreita relação da origem da Contabilidade com a aritmética, como instrumento de contagem, é razoável que façamos analogia com o status contábil atual, em sua essência: controle patrimonial, para identificá-lo nas mais longínquas formas de registros utilizados pelas civilizações passadas.

Buscando identificar um período histórico de sistematização da Contabilidade, como um instrumento de apoio à gestão, Hendriksen e Van

Breda (1999)1, ao estudarem a trajetória histórica da Contabilidade,

afirmam que esta é um produto do renascimento italiano. Observe-se que tal assertiva vai ao encontro de uma estrutura comercial organizada em que a representação da contagem por formas abstratas já estava sistematizada, inclusive com a noção dos processos de subtração numérica. Parece ser este o momento em que se iniciou um marco para a Contabilidade como modelo de controle sistematizado, permitindo, inclusive, a avaliação do estado do patrimônio dos empreendimentos.

É no renascimento que surge e toma corpo a base filosófica do empirismo, que se fundamenta no conhecimento advindo das experiências, negando a existência inata do conhecimento nos indivíduos. Francis Bacon dá início à afirmação do empirismo no campo filosófico, que é seguido por John Locke dando os contornos da sistematização da experiência como fatores externos e internos que criam e moldam os conhecimentos a serem adquiridos. John Locke afirma que ao nascer os indivíduos são tabula rasa, ou seja, são despidos de qualquer conhecimento anterior e o vão adquirindo a partir do contato contínuo com o mundo exterior. É fato que a Contabilidade, por ser formada em sua essência de conhecimentos factuais, ou seja, de ocorrências vivenciadas no mundo do comércio, que é sua base de aplicação, teve naquele tempo espaço para o desenvolvimento de suas técnicas que perduram até os dias atuais, a exemplo do método das partidas dobradas, do livro razão para registros dos fatos econômicos e financeiros, entre outras técnicas,

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade de forma sistematizada. Nesse mesmo período é que se encontram as

primeiras tentativas de estabelecer uma base científica ao conhecimento contábil, tal qual se verifica nas obras de Hippolito Vanier e de Degrange, que, tomando os fundamentos da obra do Frei Luca Pacciolo, apresentam proposições de sistematização contábil baseadas nas ideias empíricas científicas.

Nessa linha de raciocínio, abordar-se-á nesta unidade uma visão do surgimento da Contabilidade, sua evolução no campo das conhecidas “escolas do pensamento contábil”, e instituições de Contabilidade no tempo que contribuíram com o desenvolvimento do conhecimento

contábil, fazendo uma abordagem da Contabilidade enquanto

conhecimento científico na área das Ciências Sociais Aplicadas.

2. Evolução Histórica da Contabilidade em Nível Internacional e

no Brasil

2.1. A Escola Contista

A escola contista surgiu no século XV, especialmente com a obra de Pacioli, e foi impulsionada pelos primeiros livros impressos de Contabilidade. Muitos estudiosos não a consideram efetivamente como

uma corrente científica, mas de acordo com Schimdt (2000)2 foi o primeiro

movimento que reuniu contadores sob o manto de uma linha de pensamento.

Suas teorias permaneceram praticamente inalteradas até o século XVIII. Eis a razão pela qual na literatura corrente se costuma associar esse longo período a uma era de estagnação contábil.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade A preocupação primordial dessa linha de pensamento era com o

funcionamento das contas. Para o contismo, as contas eram objeto de estudo da Contabilidade. Essa corrente de pensamento teve grande influência em contadores italianos e franceses.

A corrente contista ganhou grande impulso teórico a partir da proposição da teoria das cinco contas proposta por Edmundo Degranges em 1795.

Em resumo, a ideia central versava sobre o fato de se imaginar que o comércio, segundo essa teoria, teria cinco objetivos principais, que continuamente lhe servem de meio de troca:

a) mercadorias; b) dinheiro;

c) efeitos a receber; d) efeitos a pagar; e) lucros e perdas.

A partir dessas cinco contas, ter-se-ia o resumo de todos os lançamentos contábeis. Mesmo que a empresa tivesse a receber valores de, por exemplo, dez pessoas distintas, todas estariam contempladas na conta efeitos a receber. O mesmo acontece com cada uma das outras contas.

Segundo essa escola, essas contas representam o negociante, para o qual os livros são escriturados, sendo necessário compreender que debitar ou creditar uma destas contas é o mesmo que debitar ou creditar o próprio negociante.

Resulta daí a ideia de que ao abrir uma conta em nome da pessoa com quem se mantêm transações a prazo, devem-se abrir cinco contas para si mesmo, a de Mercadorias Gerais, a de Caixa, a de Efeitos a Receber, a de Efeitos a Pagar e a de Lucros e Perdas.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade A escola contista perdeu influência entre os estudiosos da ciência

contábil devido à falta de suporte de sua enunciação. Em suma, a conta não é a causa, mas o efeito que expressa o fenômeno patrimonial. Logo, uma ciência não se dedica ao estudo do efeito, mas da causa como objeto de observação, elaboração, exposição e análise.

Mesmo assim, essa corrente de pensamento tentou sobreviver com as novas tendências de observação produzidas por um importante estudioso italiano chamado Fábio Besta, mas não conseguiu evitar o desenvolvimento da corrente personalista que a iria substituir entre os intelectuais da época.

2.2. Escola Personalista

Essa corrente ou escola do pensamento contábil é também conhecida como escola Toscana, e surgiu em reação aos conceitos e propostas da escola contista.

A escola personalista, como o próprio nome assim o sugere, adere ao princípio da personificação das contas objetivando explicar as relações de direitos e de obrigações.

Francesco Marchi, estudioso italiano, propôs uma teoria de contas que identificavam pessoas, que eram divididas em quatro grupos:

(1) contas de proprietário;

(2) contas dos gerentes ou administradores; (3) contas dos agentes consignatários; e

(4) contas dos agentes correspondentes, que se resumiam em: (a) contas patronais;

(b) contas dos gerentes; e

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Tal proposição tinha a clara intenção de tornar fácil o entendimento

das ideias do personalismo aos ingressantes nos estudos das Ciências Contábeis, para que estes pudessem ter uma referência de que a escola de certa forma transformava a conta em pessoa. As proposições da escola personalista estão pautadas na responsabilidade pessoal entre os gestores e colaboradores e também com a substância patrimonial da entidade.

Os defensores dessa escola de pensamento contábil que vieram depois de Marchi e procuraram difundir os conceitos dessa escola, de modo geral, partiam do raciocínio de que as relações que motivam os direitos e as obrigações nos negócios empresariais são tão importantes objetos de estudo para a Contabilidade que mereciam destaque na análise de qualquer empreendimento.

2.3. Escola Administrativa ou Lombarda

Vários nomes são apresentados para nomear essa escola de pensamento contábil. Escola Administrativa, Lombarda, Materialista ou ainda Materialista Substancial. Seja como for, a concordância entre os estudiosos é que tal escola originou-se no norte da Itália, no século XIX, fortemente influenciada, na época pelo domínio político da Áustria.

Um de seus principais expoentes foi o estudioso Francesco Villa, por meio da sua obra intitulada La contabilitá applicata alle

amministrazione private e publiche.

Nesse período, a administração das entidades passou a ser o alvo central dos estudiosos de Contabilidade. A partir desse foco, essa corrente de pensamento entendia que a implantação de qualquer empreendimento deveria ser precedida de um estudo de viabilidade econômica, que é atualmente um pressuposto básico para o início de qualquer negócio.

Previa, ainda, a necessidade de se realizarem ações ainda hoje altamente relevantes, como por exemplo, estimar uma projeção de retorno

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade sobre o capital investido (preocupação financeira) e estabelecer um tempo

estimado de permanência do produto novo no mercado (preocupação de marketing).

Com base nesses pressupostos, a Contabilidade deveria então ser uma disciplina destinada a interpretar a dinâmica das empresas e, portanto, deveria estar voltada ao efetivo controle de gestão.

A base doutrinária enuncia que a Contabilidade não é uma técnica de informação, mas algo maior que se preocupa em conhecer o que é efetivamente substancial e que se encontra muito além do mero registro.

Essa escola entendia ser a riqueza da azienda3 a substância de estudo da

Contabilidade.

2.4. Escola Controlista ou Veneziana

Essa corrente de pensamento contábil que teve em Fábio Besta um de seus mais proeminentes defensores entendia a Contabilidade como a ciência do controle econômico.

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De acordo com Neves e Viceconti (2000) aziendas representam:

a) “entidades econômico-administrativas, assim chamadas aquelas que, para atingirem seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão administrativo, que pratica atos de natureza econômica necessários a seus fins”; ou

b) “complexo de obrigações, bens materiais e direitos, representados em valores ou suscetíveis de apreciação econômica, constitutivos de um patrimônio, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que sobre ele tem poderes de administração e disponibilidade.”

Para os referidos autores o conceito de azienda é mais amplo que o conceito de empresa. Esta última tem como objetivo vender bens e serviços com a finalidade de lucro. Será eficiente se obtiver lucro (redito positivo) nas suas atividades. No conceito de azienda se incluem, além das empresas, as entidades cujo objetivo não é obter lucros, mas simplesmente prestar serviços à comunidade, tais como as entidades de assistência social, os clubes desportivos, as fundações de caráter cultural, etc. Estas entidades também usam a Contabilidade porque precisam controlar a evolução do seu patrimônio.

O Governo (seja ele Federal, Estadual ou Municipal) também é uma azienda cujo objetivo é fornecer bens e serviços à coletividade, sendo que o respectivo custeio é financiado por meio da tributação ao invés de ser cobrado um preço, como seria o caso de uma empresa. O Governo não objetiva ter lucros. Devido às suas peculiaridades, o ramo da Contabilidade que controla e registra o patrimônio do Governo denomina-se Contabilidade Pública.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade Básica e Estrutura das Demonstrações Financeiras. 8º. ed. São Paulo: Frase, 2000.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Uma análise mais acurada das bases de fundamentação dessa

linha de pensamento nos leva a identificar a preocupação com o usuário interno e a distinção entre administração geral e administração econômica. Para os defensores dessa corrente, o patrimônio é a soma de valores positivos (ativos) e negativos (passivos). Na proposta elaborada por essa escola, a administração econômica era dividida em:

 Gestão: que visa à administração do patrimônio.

 Direção: que busca a harmonia entre administração

econômica e as relações internas e externas da entidade.

 Controle: que visa impedir o desperdício, antes, durante e

depois (papel da Contabilidade).

O controle, por sua vez, compreendia as funções da Contabilidade e era entendido sobre três aspectos:

Controle antecedente: forma de controle já previamente

estabelecido ou delimitado e que se expressa por meio de estatutos, contratos, notas, apólices, ordens escritas, inventários, prospectos e demonstrações.

Controle concomitante: o processo pelo qual se controla a

vigilância por parte de quem exerce o comando. É expresso por meio das decisões próprias do gerenciamento de um negócio, da divisão do trabalho que resulta em documentos, fichas, aparelhos mecânicos de contagem, medida e controle.

Controle subsequente: exame dos fatos contábeis ocorridos

durante a gestão, em seus aspectos jurídicos e econômicos, compreendendo a escrituração sistemática dos fatos contábeis, os balanços e as prestações de contas.

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2.5. Escola Reditualista

Era a corrente do pensamento contábil que enunciava ser o resultado (lucro ou prejuízo) o objeto de estudo da Contabilidade, ou seja, o reconhecimento da perda ou do lucro como fonte principal da continuidade da atividade empresarial era o objetivo da Contabilidade.

O fato é que os defensores dessa corrente de pensamento contábil preocupavam-se em estudar a dinâmica da riqueza patrimonial; no entanto, desprezavam a estrutura dos elementos desse mesmo patrimônio, gerando assim certa inconsistência nas suas propostas.

No entanto, o estudo dos reditualistas, como eram denominados, trouxe grande contribuição à Contabilidade, pois visualizava a dinâmica dos fenômenos que movimentavam a riqueza patrimonial associada ao ciclo operacional e não ao ano calendário.

O que se percebia nesse caso é que se deveria medir o lucro de um produto considerando o período em que se inicia o seu processo de criação até o momento do recebimento da venda do produto pronto, cujo recurso daria início a um novo ciclo.

Como se observa, essa escola teve como propriedade o reconhecimento do valor dos fluxos em Contabilidade, ou seja, a elaboração de estudos sobre a dinâmica patrimonial, sobre a relatividade do lucro, e, ainda, da realidade de funcionamento e organização da própria empresa.

Essa linha de pensamento, porém, não ganhou força como escola, pois diversos apreciadores das enunciações emanadas pelos estudiosos reditualistas criticavam seu objeto de estudo argumentando que o redito (resultado) é o efeito da dinâmica patrimonial e não a sua causa.

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2.6. Escola Matemática

Esta escola surgiu praticamente em 1901, através de um estudioso italiano chamado Giovanni Rossi.

Para esse autor, a Contabilidade era uma ciência matemática na sua essência. As contas contábeis, tão analisadas e classificadas por outras escolas de pensamento, eram na verdade tão somente os elementos fundamentais para evidenciar uma equação matemática: uma deve e a outra tem em haver (em relação aos conceitos de débito e crédito), ou seja, os valores são iguais, as somas e subtrações também.

Para Rossi, era possível somar contas (elementos quantitativos) e não veículos, máquinas e dinheiro (elementos qualitativos).

Partindo desse proposto, entendia-se a Contabilidade não como o estudo da gestão ou do fenômeno patrimonial, como preconizavam algumas outras correntes do pensamento contábil, mas ela estava centrada fundamentalmente no registro contábil.

Essa escola não foi avante por muitas razões, mas principalmente porque associava a Contabilidade com outras áreas afins, como administração e economia, que estavam em grande evidência por aqueles tempos tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

2.7. Escola Norte-americana

A escola norte-americana desenvolveu todo o seu arcabouço de teoria contábil baseado no trabalho em equipe. Isso pode ser verificado pelo seu histórico de criação das entidades de classe que comumente debatiam e discutiam questões práticas a fim de se chegar a um consenso. Em 1887, é criada a American Association of Public

Accountants (AAPA), que centrou suas ações na melhora da qualidade da

informação contábil, na padronização dos processos contábeis e na divisão da Contabilidade em duas vertentes: a financeira e a gerencial.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Diferentemente dos demais países, o desenvolvimento da

Contabilidade nos Estados Unidos ocorreu por meio das associações profissionais.

Os norte-americanos, desde o princípio, sempre tiveram grande preocupação com o usuário da informação contábil e pautavam todas as suas ações na perspectiva de tornar as informações da Contabilidade efetivamente úteis para a tomada de decisões.

Por essa razão é que sempre procuravam criar metodologias que permitissem uma clara visão dos relatórios contábeis e dos lançamentos que lhe deram origem a fim de facilitar o entendimento dos conceitos e teorias contábeis.

No decorrer do século XX, várias cisões, fusões e mudanças nas estruturas das entidades contábeis aconteceram. Mas o fato é que os profissionais norte-americanos sempre procuraram a praticidade na hora de decidir questões que afligiam o mercado, os contadores e demais usuários da Contabilidade na época, e com essa proposta de trabalho alcançaram grande êxito no desenvolvimento da Ciência Contábil.

2.8. Escola Neocontista ou Materialista (Moderna Escola Francesa)

Essa escola de pensamento que surgiu no início do século XX teve grande êxito na Europa, principalmente na França.

Procurou restituir o verdadeiro objeto da Contabilidade, a saber: a riqueza patrimonial.

Na verdade, as proposições dessa escola referem-se a uma evolução das ideias disseminadas pela Escola Contista, difundindo a teoria da valorização das contas patrimoniais, abordando-as como instrumento importante na mensuração e na quantificação da riqueza patrimonial.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Para o estudioso francês Jean Dumarchey, por exemplo, uma

conta pode ser definida como uma unidade de valor e as classes de unidade de valor representavam a ciência das contas, ou Contabilidade. Para os neocontistas, a Contabilidade visa acompanhar a evolução do patrimônio a fim de conhecer não só a composição, mas também o valor desse patrimônio.

Essa escola de pensamento, assim como a que a precedeu (escola contista), procurou classificar as contas que, dessa vez, passaram a se subdividir em dois grupos:

as contas elementares: bens patrimoniais;

as contas derivadas: patrimônio líquido e as suas variações.

2.9. Escola Alemã

A Alemanha também foi um país que desenvolveu uma forte estrutura contábil. No início do século XX, principalmente a partir do ano de 1919, concentrando-se basicamente no estudo de duas disciplinas – a teoria econômica das empresas (economia da empresa) e a Contabilidade (sistema de cálculo), realizou uma série de proposições teóricas que, como as demais correntes de pensamento até então apresentadas, também trouxeram subsídios para a evolução da estrutura contábil tal como a conhecemos atualmente.

Essa escola procurou fundir conhecimentos da área econômica com a Contabilidade, visto que a Economia da Empresa estudava a constituição e a vida das organizações e determinava seus princípios e processos de gestão das unidades de produção. A Contabilidade, por sua vez, era considerada como o conjunto de registros para fornecer elementos de gestão.

A Contabilidade, ou Sistema de Cálculo, como era conhecido, dividia-se basicamente em: escrituração, cálculo de custos, orçamentos e estatísticas da exploração.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade As teorias abrangidas por essa disciplina tinham relação direta com

o balanço e demais relatórios tanto no que diz respeito a sua estática (confronto inicial e final do balanço), quanto a sua dinâmica (fornecimento da apuração do resultado do exercício).

2.10. Moderna Escola Italiana (Escola Aziendalista)

Corrente de pensamento contábil que surgiu em 1922, após a proposição da chamada economia aziendal, realizada pelo estudioso italiano Gino Zappa.

Nessa proposição, a Contabilidade é considerada a ciência da administração econômica das entidades e estuda não só os resultados de uma gestão, mas também seus princípios e constituição harmônica das pessoas daquela organização.

A definição de aziendas como complexo orgânico de pessoas e de bens foi importante na sedimentação dos conceitos teóricos propostos por essa escola.

Na sua concepção, as aziendas se constituem de dois elementos fundamentais: as pessoas (elemento humano) e a riqueza (patrimônio).

Essa escola não teve tanta preocupação em classificar contas, como fizeram outras escolas de pensamento contábil. No entanto, classificou as variações patrimoniais em três grupos:

a) variações permutativas: fatos contábeis que mudam o patrimônio da empresa somente na composição de sua estrutura (qualitativamente) sem, contudo, alterar o valor de sua situação líquida.

b) variações modificativas: fatos contábeis que alteram o patrimônio em quantidade, ou seja, aumentando ou reduzindo a sua situação líquida.

c) variações mistas: fatos contábeis que alteram o patrimônio tanto na qualidade de seus bens quanto na alteração da situação líquida da empresa. É, na verdade, uma mistura de ambos os fatos anteriores.

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2.11. A Escola Patrimonialista

Por mais estranho que possa parecer, a ideia central proposta pela escola patrimonialista não obteve muito êxito na Itália, país de origem de seu principal divulgador (Vicenzo Masi); ganhando notoriedade e amplitude fora dela.

Há, no entanto, uma explicação razoável para tal situação. É que o contexto italiano da época ainda respirava as ideias preconizadas pela corrente aziendalista e, como Masi na sua proposta adotava uma posição contrária aos preceitos aziendalistas, já que era firme em apontar que o objeto de estudo da Contabilidade residia na essência dos fatos e não na sua forma de apresentação, divergia fortemente com essa ideia fundamental que as demais escolas de pensamento defendiam.

Vicenzo Masi, no entanto, enunciava que o aspecto qualitativo do patrimônio é tão importante quanto o aspecto quantitativo, pois permite extrair informações consistentes sobre o estado patrimonial.

Os principais fundamentos dessa escola que suplantou todas as demais, tornando-se referência da Contabilidade mundial, são os seguintes:

A Contabilidade é uma ciência social aplicada.

1. O objeto da Contabilidade é o patrimônio aziendal.

2. Os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis e podem ser divididos em: Estática Patrimonial, Dinâmica Patrimonial e Levantamento Patrimonial.

3. O patrimônio deve ser observado em seus aspectos qualitativos e quantitativos.

4. O fenômeno patrimonial conceitua-se como todo acontecimento que se verifica no patrimônio.

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2.12. A Escola Neopatrimonialista

Pode-se dizer que é a primeira escola de pensamento contábil originada no Brasil. Seu início ocorreu em 1978, a partir de estudos do Prof. Antonio Lopes de Sá, que foram expostos pela primeira vez em 1987 na Universidade de Sevilha, na Espanha.

É, na verdade, um novo enfoque à teoria patrimonialista, com claro objetivo de torná-la mais atual face às mudanças tecnológicas e científicas de nosso mundo.

A pressuposição básica dessa escola reside na ideia de que no patrimônio tudo se transforma, tudo se relaciona, tudo se organiza em sistemas e que o seu fim precípuo é a busca da eficácia.

Nesse sentindo, nada pode estar alheio ao patrimônio e é preciso estabelecer um processo lógico de construção de uma teoria geral que se sobreponha às demais.

Essa teoria está fundamentada basicamente em cinco axiomas:

1. Axioma da Transformação: o patrimônio sempre se movimenta e sempre se modifica. A modificação do patrimônio é uma vocação natural.

2. Axioma da Eficácia: quando os meios patrimoniais satisfazem à necessidade, a eficácia se opera.

3. Axioma das Relações Lógicas Estruturais: existem grupos de fenômenos característicos que ocorrem de forma simultânea e em regime de interação, gerando as relações lógicas estruturais do fato patrimonial. Tais grupos são: o da essência dos fatos, os das dimensões dos fatos e dos ambientes que envolvem o patrimônio.

4. Axioma dos Sistemas Definidos: sendo as funções do patrimônio que promovem a eficácia, tais funções se organizam em sistemas definidos de utilidades.

5. Axioma da Eficácia das Células Sociais e da Eficácia da Sociedade: sendo a Contabilidade a ciência da riqueza e tendo o conhecimento contábil a finalidade de obtenção da eficácia, quando todas as células sociais forem eficazes, a sociedade, por decorrência natural, também o será.

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Anotações

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Unidade: Origem e Evolução Histórica da Contabilidade Referências

COELHO, Cláudio Ulysses Ferreira; LINS, Luiz dos Santos. Teoria da Contabilidade: Abordagem Contextual, Histórica e Gerencial. São Paulo: Atlas, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilidade para o Nível de Graduação. São Paulo: Atlas, 2008.

RIBEIRO FILHO, José Francisco; LOPES, Jorge; PEDERNEIRAS, Marcleide. Estudando Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.

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