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MINIMIZAÇÃO DO DESGASTE EROSIVO E CORROSIVO EM TROCADORES DE CALOR DE USINAS TERMOELÉTRICAS A CARVÃO

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MINIMIZAÇÃO DO DESGASTE EROSIVO E

CORROSIVO EM TROCADORES DE

CALOR DE USINAS TERMOELÉTRICAS A

CARVÃO

L.C. Zanini (IC)

1

, R. Miranda (IC)

2

, C. C. Zanelatto (IC)

1

, , R. Furlan (IC)

1

, E. Angioletto (PQ)

1

, L.

Felippe (PQ)

3

, M. R. da Rocha (PQ)

1

, A. B. C. Arnt (PQ)

1

, M. M. da S. Paula (PQ)

1,4

Departamento de Engenharia de Materiais1, Departamento de Engenharia Química2, Tractebel Energia S.A3, Laboratório de Síntese de Complexos Multifuncionais – LASICOM4, Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

RESUMO

Os equipamentos utilizados em termoelétricas que utilizam carvão como combustível sofrem rotineiramente desgastes. O carvão mineral utilizado na usina termoelétrica (UTE) Jorge Lacerda possui 42% de cinzas. Essa condição aliada a outros parâmetros operacionais, tais como, velocidade dos gases e temperatura, motiva desgastes intensos e localizados. O carvão catarinense possui ainda grande quantidade de enxofre, que após a queima gera SOx. Este gás nas regiões mais frias dos trocadores de calor reage

com moléculas de água presentes no ambiente, formando H2SO4 e

causa intensa corrosão. A corrosão e erosão, associadas a fatores mecânicos têm sido apontadas como as principais causas de falhas em trocadores de calor ar/gases em UTE`s. Estudou-se a substituição do aço ASTM 178, empregado originalmente na UTE, pelos aços ASTM 106 e CORTEN-A, bem como a nitretação e aspersão térmica por HVOF dos substratos, empregando revestimentos a base de WC-12Co e Cr3C2-NiCr.

PALAVRAS-CHAVES

Aspersão Térmica, Corrosão, Erosão, Nitretação, Trocadores de Calor.

I. INTRODUÇÃO

A rede elétrica do Brasil é interligada e desta forma eventuais falhas em trocadores de calor podem comprometer a geração de energia em Usinas Termoelétricas (UTE`s), resultando1 em parada na produção e eventualmente comprometendo todo o sistema elétrico de uma região.

O carvão mineral é utilizado em UTE`s como combustível na geração de energia elétrica. Além da energia, a queima do carvão mineral gera uma grande quantidade de cinzas, que são responsáveis por problemas de desgaste intensos e localizados, sendo o desgaste erosivo mais freqüente, devido

AGRADECIMENTOS 1

Os autores agradecem a Tractebel Energia S.A. pelo suporte financeiro.

à agressão de partículas sólidas presentes em um fluido. [1]. As falhas por desgastes em UTE`s são verificadas freqüentemente nos tubos metálicos dos bancos de trocadores de calor.

Para elucidar os mecanismos de erosão, deve-se antes entender como pequenas partículas sólidas removem material da superfície. Bem como a influência da natureza e/ou a magnitude das forças que agem entre as partículas e o substrato. Outros fatores que influenciam o processo de erosão são o ângulo de impacto das partículas, a resiliência final da superfície, a velocidade das partículas, temperatura e a energia de ligação metálica da superfície [2]. Para metais dúcteis e sólidos frágeis, diferentes curvas de erosão em função do ângulo de ataque são obtidas [3].

Outro ponto a ser considerado é que nos trocadores de calor, os gases de combustão ao atingirem a temperatura do ponto de orvalho da água propiciam a formação de ácido sulfúrico. O H2SO4 é formado a partir da reação entre o SOx

contido nos gases de combustão e moléculas de água presentes no ambiente. Isto causa intensa corrosão nos tubos localizados nas regiões mais frias dos trocadores (região inferior). A Figura 1 apresenta a fotografia de um trocador de calor da UTE Jorge Lacerda, instalada em Capivari de Baixo-SC.

A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, em uma certa área, durante um certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A taxa de

(2)

corrosão pode ser representada pela massa desgastada por unidade de área na unidade de tempo [4].

FIGURA 1: Trocador de calor da UTE Jorge Lacerda. A corrosão-erosão é o aumento na velocidade de ataque do metal devido ao movimento relativo entre um fluido corrosivo e a superfície metálica. Na corrosão-erosão, os produtos sólidos que formam sobre a superfície são arrastados e/ou o metal é removido como íons. Freqüentemente, a película sobre a superfície metálica é removida devido à ação abrasiva de fluidos (ou gases) movendo-se rapidamente, tal ação pode facilmente levar ao aparecimento de pequenas regiões anódicas em contato com grandes regiões catódicas, o que constitui uma situação especialmente perigosa. [5]. Na Figura 2, é ilustrado o desgaste erosivo-corrosivo de tubos dos trocadores de calor da UTE Jorge Lacerda.

FIGURA 2: Perfuração devido ao desgaste erosivo-corrosivo de tubos dos trocadores de calor.

A erosão é considerada um fenômeno puramente mecânico, em que o metal é removido ou destruído mecanicamente, sofrendo alterações físicas. Na corrosão-erosão ocorrem fenômenos físicos e químicos, sendo caracterizada morfologicamente por sulcos, superfície ondulada, buracos arredondados e valas que mostram um padrão direcional. [6]. A Figura 3 mostra esquematicamente os danos causados por corrosão-erosão na parede de um tubo. A natureza e propriedades da película passiva influenciam até certo ponto a velocidade de ataque. Uma película compacta, densa, aderente e contínua fornece melhor proteção do que uma facilmente removida por meios mecânicos. Por exemplo, a corrosão do alumínio aumenta com a velocidade de escoamento do ácido nítrico fumegante a 42 oC, mas a velocidade de corrosão do aço AISI 347 diminui. Isto foi atribuído à remoção da película de nitrato de alumínio a velocidades intermediárias e remoção da película de Al2O3 a velocidades altas. [7]

FIGURA 3: Danos causados por corrosão-erosão na parede de um tubo. [5]

No sentido de solucionar o problema de desgaste erosivo-corrosivo dos tubos trocadores de calor da UTE Jorge Lacerda estudou-se a substituição do aço ASTM 178, atualmente empregado na UTE por outros materiais, como os aços ASTM 106 e CORTEN-A. Outra estratégia adotada foi o emprego de técnicas de tratamento superficial dos substratos, escolheu-se dois métodos distintos: nitretação por plasma e aspersão térmica com revestimentos a base de WC-12Co e Cr3C2-NiCr. Foram realizados ensaios de

determinação da taxa de erosão dos aços acima descritos, bem como dos revestimentos por nitretação gasosa e aspersão térmica nas amostras de acordo com a norma ASTM G76; medidas de polarização dos aços ASTM 178, ASTM 106 e CORTEN-A; e ensaios de imersão por perda de massa em diferentes meios.

(3)

II. MÉTODO EXPERIMENTAL

A. Substratos

Os seguintes materiais de base foram estudados com relação à resistência ao desgaste e a corrosão: ASTM 178, ASTM 106, revestimentos termicamente aspergidos a base de Cr2C3-25NiCr e WC-12Co e carbonitretados por

plasma. Amostras de aço ASTM 178 foram preparadas a partir de tubos removidos da própria UTE. Os demais, adquiridos junto a fornecedores diversos. Nitretação por plasma foi efetuada em reator industrial, junto à empresa Nitrion do Brasil, durante 3 horas. Aspersão térmica por HVOF foi realizado na Metalúrgica Rijeza (São Leopoldo, RS) em um equipamento HVOF-JP 5000. Carbeto de cromo (7202, granulometria de 45µm ± 15µm) foi mantido em estufa a 60°C para retirar toda a umidade. A pressão de O2

utilizada no processo foi 14,5kg/mm², e a pressão de querosene (combustível), 12kg/mm². A tocha de deposição foi mantida a 40cm de distancia da peça, e todo o processo controlado por CNC (comando numérico computadorizado). Condições similares foram empregadas na deposição do revestimento de WC-12Co.

B. Determinação da Taxa de Erosão

Para a avaliação da resistência ao desgaste erosivo em temperaturas elevadas, foi realizado um ensaio de desgaste erosivo nas amostras de acordo com a norma ASTM G76, com equipamento disponível no laboratório de materiais cerâmicos da UFRGS (Figura 4). Foram extraídas dos tubos amostras com 30 mm de diâmetro, cortadas e arredondadas. Como agente erodente, empregou-se sílica. Todas as medidas foram conduzidas à temperatura de 450 ºC.

Para avaliação do efeito do ângulo de colisão do agente erodente em relação à superfície das amostras, foram utilizados dois ângulos de incidência, a saber 30º e 45º. Estes ângulos foram selecionados por serem críticos na degradação do substrato.

Também foram realizados ensaios acelerados de desgaste erosivo, de acordo com a norma ASTM G76, em substratos

revestidos com ligas à base de WC-12Co e Cr3C2-NiCr pela

técnica HVOF (High Velocity Oxygen Fuel).

Em virtude dos trocadores de calor operarem a temperaturas em torno de 400 ºC a 450 ºC, os materiais revestidos foram submetidos a ensaios laboratoriais nesta faixa de temperatura. Partículas de sílica foram utilizadas como agente erodente. Foram utilizados ângulos de impacto iguais a 30º e 45º. Estes erodentes e ângulos de incidência foram escolhidos por simularem uma condição de erosão mais drástica do que aquela verificada nas condições reais de operação dos tubos. O ensaio de desgaste foi efetuado em um equipamento desenvolvido e baseado na norma ASTM G76, como mostra a Figura 4.

FIGURA 4: Equipamento para ensaios de desgaste erosivo indicando as partes principais: (1) sistema de pré-aquecimento do ar, (2) sistema de alimentação de partículas erodentes; (3) Sistema venturi-acelerador de partículas e (4) Forno para os ensaios.

C. Medidas de Polarização

As experiências de polarização foram realizadas em uma célula convencional de três eletrodos. Como eletrodo de referência, empregou-se um Eletrodo Saturado de Calomelano (SCE); uma placa de platina como contra-eletrodo; finalmente, como eletrodo de trabalho, amostras dos diversos substratos e diferentes revestimentos. A Figura 5 ilustra o sistema empregado nas medidas de corrosão aceleradas. Os substratos foram embutidos em resina de poliéster, de modo que a área de superfície plana fosse a única em contato com o meio corrosivo. No ensaio potenciodinâmico utilizou-se substratos produzidos com os aços ASTM 178, ASTM 106 e CORTEN-A, nos seguintes

(4)

meios: H2SO4 0,5 mol.dm-3, NaCl 3%, HCl 0,5 mol.dm-3 e

HNO3 0,5 mol.dm-3.

Antes de cada medida, o eletrodo de trabalho (substrato) foi mantido imerso na solução teste no potencial natural por 1 hora, isto é, até atingir um equilíbrio na interface

metal-solução. As medidas foram realizadas num

Potenciostato/Galvanostato da Princeton Applied Research

(PARC), modelo 273A, interfaceado a um

microcomputador. A aquisição dos dados foi efetuada com o auxílio do programa computacional 352 SoftCor III

Corrosion Mensuarement Software for Windows, também da

EG&G PAR. Distorções oriundas da resistência não-compensada (Ru) da solução foram atenuadas

empregando-se capilar de Lugin, bem como o compensador automático existente no Potenciostato/Galvanostato. Distorções de queda ôhmica (Ru) são causadas pela resistência ôhmica

existente entre o eletrodo de trabalho e o eletrodo de referência, podendo levar a interpretações errôneas na análise dos resultados. A velocidade de variação de potencial foi de 0,2 mV.s-1, iniciando em potencial de -0,25 V vs. Ecorr a +1,6 V vs. SCE.

FIGURA 5: Esquema ilustrando uma célula convencional de três eletrodos.

D. Ensaios de Imersão

Ensaios de imersão por perda de massa foram realizados em diferentes meios corrosivos, empregando-se cinco amostras retangulares, com área geométrica de aproximadamente 3,5 cm2. Os substratos foram previamente

decapados com HCl 50% e em seguida, lavados com água destilada. A seguir, secados, pesados e imersos nos

seguintes meios: H2SO4 0,5 mol.dm-3, NaCl 3%, HCl 0,5

mol.dm-3 e HNO3 0,5 mol.dm-3. Periodicamente, as peças

foram removidas, limpadas cuidadosamente, secas e pesadas. A seguir, imersas novamente em meio corrosivo.

III. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir são apresentados resultados dos testes realizados com as amostras de diversos aços e ligas, em relação ao aço ASTM 178, empregado atualmente na UTE em estudo.

A. Determinação da Taxa de Erosão

A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos para a taxa média de erosão por perda de massa de acordo com a norma ASTM G76, para os materiais investigados, a saber: ASTM A178, ASTM A106, CORTEN-A e ASTM 178 nitretado. Os valores apresentados na tabela abaixo, são a média obtida de três amostras.

TABELA 1: Taxa de desgaste erosivo a 450ºC, seguindo a norma ASTM G76.

Taxa Média De Erosão (Galvo / Gerodente *10-4) Substrato/Revestimento 30º 45º ASTM 178 1,68 1,35 ASTM 106 1,48 1,26 CORTEN-A 1,72 1,48 ASTM 178 Nitretado 1,37 1,34

A baixa resistência apresentada pelo aço ASTM A178 no processo de erosão deve-se em parte a baixa quantidade de perlita em sua microestrutura. Como o processo de degradação na erosão ocorre por arrancamento de material metálico na superfície, o material por apresentar um limite de escoamento baixo oferece baixa resistência à deformação plástica. Esta sendo continuamente promovida pelo impacto das partículas de cinzas (rica em silicatos) sobre a superfície dos tubos. Assim, o material em pontos localizados de sua superfície acaba atingindo o seu limite de resistência e, por conseqüência, culminando com o desgaste do aço pelo arrancamento de pequenas “partículas” encruadas. Já o aço

(5)

ASTM A106, pelo fato de apresentar um limite de escoamento superior, apresentou desempenho levemente superior ao do aço ASTM 178 nas mesmas condições de teste.

A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos para microdureza Vickers, utilizando um microdurômetro da marca Buehler, modelo micromet 2001. Utilizou-se identadores Vickers e carga de 1000 g. Cada valor apresentado na tabela corresponde à média de dez medidas.

TABELA 2: Microdureza Vickers para os diversos substratos, a temperatura de 450ºC e ângulo de impacto de 45º.

Microdureza Vickers Média (HV)

Substrato/Revestimento

Antes da erosão Após a erosão

ASTM 178 119,02 182,18

ASTM 106 171,91 200,72

CORTEN-A 139,42 231,86

ASTM 178 Nitretado 216,46 270,43

Cr3C2-NiCr 663,27 134,81

Como pode ser observado, as amostras metálicas apresentaram um aumento na sua microdureza após o processo erosivo. Isto decorre do encruamento causado pela deformação sobre as superfícies expostas. Ponto que deve ser destacado é que, embora o processo de desgaste ocorra em alta temperatura, ela não é suficiente para que ocorra a recuperação do material (redução de sua densidade de discordâncias) e, por este motivo, resultando em maior nível de resistência naquela região. Este endurecimento pode vir a contribuir, de certa forma com o aumento da resistência ao arrancamento de partículas da superfície, desde que apresente uma maior dificuldade para o início do seu escoamento. Caso o limite de escoamento seja baixo, poderia ocorrer uma grande deformação inicial, esgotando, já no início do processo erosivo, a ductilidade disponível no material e por conseqüência, culminando com a fratura da partícula. Como o aço ASTM 106 apresenta um limite de escoamento maior que o aço ASTM 178, isto pode ter contribuído para o leve aumento da sua resistência a erosão.

Outro ponto observado a partir dos dados apresentados na Tabela 2, é que o substrato revestido com Cr3C2-NiCr

apresenta maior microdureza que os demais, e principalmente o aço ASTM 178, utilizado na UTE.

A ordem de grandeza do desgaste erosivo é função também de algumas características do abrasivo empregado. Desta forma, partículas graúdas, com constituintes mineralógicos de alta dureza e formas angulares, promovem um elevado desgaste erosivo [8]. O mecanismo de desgaste responsável pela perda de material pode ser avaliado analisando-se a microestrutura do material alvo. O desgaste erosivo, remoção de material de uma superfície pelo impacto de partículas abrasivas, causa um dano no material que depende principalmente da tensão de escoamento deste [9].

A Tabela 3 e a Figura 6 apresentam os resultados obtidos da taxa do desgaste erosivo em volume para os revestimentos termicamente aspergidos a base de Cr3C2

-NiCr e WC-12Co. Para tanto se determinou a porosidade e posterior densidade dos revestimentos.

Os experimentos mostram que o desempenho apresentado pelos revestimentos à base de Cr3C2-NiCr e WC-12Co é

superior àquele apresentado pelo aço sem revestimento, sendo que o revestimento à base de WC-12Co revela o melhor desempenho frente ao desgaste erosivo. Porém, levando-se em conta o custo do WC-12Co, revestimento a base de Cr3C2-NiCr é preferível.

B. Polarização

Pode ser observado a partir do perfil potenciodinâmico para o aço ASTM 178 em H2SO4 0,5 mol.dm-3 (Figura 7),

que a densidade de corrente apresenta um crescimento significativo para potenciais ligeiramente superiores ao Ecorr

(Ecorr = -500 mV). A densidade de corrente cresce até

potencial próximo a 400 mV vs. SCE. Acima deste potencial, observa-se acentuada queda na densidade de corrente, sugerindo o início de formação de filme passivante. Entretanto, logo a corrente torna a aumentar, indicando que o filme formado não é estável, isto é, com o aumento do potencial, não se verifica passivação suficiente para proteger o metal, que continua ativo. A densidade de

(6)

0,38 0,44 0,39 0,48 0,74 0,85 0,79 0,86 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 400-30 400-45 450-30 450-45 Temperatura (ºC), Ângulo (º) E ro o v o lu m e (c m 3 /g *1 0 -5 ) WC12Co Cr3C2-25NiCr

corrente cresce novamente à medida que o potencial torna-se mais positivo, até dissolução do substrato.

A Figura 8 apresenta o perfil potenciodinâmico para o revestimento a base de Cr3C2-NiCr aspergido termicamente

sobre substrato de aço ASTM 178 em H2SO4 0,5 mol.dm -3

. Como se pode observar a corrente acima do Ecorr apresenta

uma região bem definida de passivação até o potencial de

340 mV vs. SCE. Acima desse potencial, observa-se um crescimento da corrente até a dissolução do substrato. Finalmente, as taxas de corrosão, calculadas a partir das inclinações de Tafel apresentaram valor de 13,13 mpy para o aço ASTM 178 e 14,01 mpy para o aço ASTM 106. As taxas foram determinadas em H2SO4 0,5 mol.dm

-3

.

TABELA 3: Desgaste erosivo em volume para WC-12Co e Cr3C2-NiCr.

Revestimento Condição do Teste Taxa Média de erosão (g/cm3 *10-5) Porosidade (%) Densidade (g/cm3)

WC-12Co 400 ºC - 30º 450 ºC - 30º 400 ºC - 45º 450 ºC – 45º 0,38 0,39 0,44 0,48 4,98% 14,159 Cr3C2-NiCr 400 ºC - 30º 450 ºC - 30º 400 ºC - 45º 450 ºC – 45º 0,74 0,79 0,85 0,86 0,70% 6,867

FIGURA 6: Variação da taxa de erosão, em perda de volume por massa de erodente impactada, em função do ângulo de incidência do erodente (30° ou 45º) e da temperatura de ensaio (400 °C ou 450 °C).

(7)

E (m V ) log(I)(log(A)) -200 -400 -600 -800 -1000 -1200 -1400 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -1 E (m V ) log(I)(log(A)) -100 -200 -300 -400 -500 -600 0 100 200 300 400 500 -1 -2 -3 -4 -5 0

FIGURA 7: Perfil potenciodinâmico para corpo-de-prova em aço ASTM 178 em H2SO4 0,5 mol.dm-3. Partindo de -0,25 V vs. Ecorr até 1,6 V e registradas a uma velocidade de 0,2 mV.s-1

FIGURA 8: Perfil potenciodinâmico para corpo-de-prova em aço ASTM 178 aspergido termicamente por revestimento a base de Cr3C2-NiCr em H2SO4 0,5 mol.dm

-3

. Partindo de -0,25 V vs. Ecorr até 1,6 V e registradas a uma velocidade de 0,2

(8)

C. Perda de massa

Os traçados gráficos da variação de massa em função do tempo são lineares, sugerindo a não formação de filme de óxido protetor. Estes resultados estão de acordo com os obtidos nos ensaios potenciodinâmicos. Resultados apontam que o H2SO4 0,5 mol.dm-3 foi o meio mais agressivo,

apresentando perda de massa de aproximadamente 85% da massa inicial em 469 horas de ensaio. Para o meio NaCl 3%, a perda foi quase desprezível, ou seja, de 0,37%, num tempo

aproximado de 448 horas. Para o meio HCl 0,5 mol.dm-3, teve-se uma perda intermediária, de aproximadamente 16%, num tempo de 776 horas. Para o meio HNO3 0,5 mol.dm-3 a

perda de massa foi em média de 0,97%, em aproximadamente 241 horas. A Tabela 4 apresenta os percentuais de perda de massa e os valores médios de massa inicial e final dos substratos em cada meio.

A Figura 8 ilustra amostras de aço ASTM 178 imersas em (a) H2SO4 0,5 mol.dm-3, (b) NaCl 3% e (c) HCl 0,5

mol.dm-3.

TABELA 4: Valores médios de massa final e inicial e percentual de perda de massa.

Reagente Massa inicial média (g) Massa final média (g) Percentual de Perda de Massa (%)

H2SO4 0,5M 10,293 1,692 85

NaCl 3% 10,441 10,403 0,37

HCl 0,5M 9,847 8,291 16

HNO3 0,5M 9,802 9,707 0,97

A

B

C

FIGURA 8: (A) corpo-de-prova imerso em H2SO4 0,5 mol.dm-3, (B) prova imerso em NaCl 3%, (C)

corpo-de-prova imerso em HCl 0,5 mol.dm-3. As amostras possuíam as dimensões de 25x15x2mm.

As Figuras de 9, 10 e 11 apresentam os traçados gráficos de perda de massa em função do tempo para os diversos substratos imersos nos meios citados acima.

(9)

FIGURA 9: Perda de massa em função tempo do corpo-de-prova imerso em HCl 0,5 mol.dm-3.

FIGURA 10: Perda de massa em função tempo do corpo-de-prova imerso em NaCl 3%.

FIGURA 11: Perda de massa em função tempo do corpo-de-prova imerso em H2SO4 0,5 mol.dm

-3

.

D. Análise micrográfica

A Figura 11 corresponde a uma micrografia por MEV de uma camada de termoaspergida. Pode-se observar claramente a sobreposição de camadas do material, característica de um processo de deposição por HVOF. Os pontos mais claros observados na microestrutura representam precipitados constituídos de elementos da liga.

FIGURA 11: Micrografia registrada por microscopia eletrônica de varredura de uma camada de Cr3C2-NiCr

termoaspergida por HVOF. Aumento: 1500X.

IV. CONCLUSÃO

Da análise dos resultados obtidos, chegou-se às seguintes conclusões.

1. O revestimento que apresentou melhor desempenho frente às condições testadas foi o Cr3C2-NiCr.

2. O melhor desempenho frente ao desgaste erosivo e de menor custo foi obtido pelos tubos nitretados, porém bem inferior àquele apresentado pelos tubos aspergidos termicamente com revestimento à base de WC-12Co.

3. O aço ASTM 106 apresentou comportamento pouco superior ao ASTM 178, comumente utilizado na UTE Jorge Lacerda, isto se deve ao maior limite de escoamento que este material apresenta, o que contribui para uma menor perda de massa.

4. O H2SO4 0,5M foi o meio mais agressivo,

apresentando perda de massa de aproximadamente 85% da massa inicial em 469 horas de ensaio.

(10)

5. Os traços gráficos da variação de massa em função do tempo são lineares, sugerindo a não formação de filme de óxido protetor.

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Vicenzi, J. Villanova, D. Lima, L. M. D. Takimi, A. S. Marques, C. M. Bergmann, C. P. “Avaliação do Desgaste Erosivo à Quente (~300°C) por Cinzas de Carvão Mineral em Revestimentos Obtidos por Aspersão Térmica”. LACER –UFRGS.

[2] Bushan, Bharat; Gupta,B.K. ; Tribology ; ed. Krieger, 1997.

[3] Suckling, M. E Allen, C. – “Critical variables in high temperature erosive wear”, Wear 203-204 (1997), p. 528-536.

[4] Abraco – Associação Brasileira de Corrosão. Rio de

Janeiro – Brasil. Disponível em

http://www.abraco.org.br/corros15.htm

[5] RAMANATHAN, Lalgudi V. “Corrosão e seu Controle”. São Paulo: Hemus, [19--]. 339 p.

[6] Gentil, V. “Corrosão”. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 3a Ed. 1996. [7] Shreir, L. L. (Ed.) “Corrosion, metal-environment

reactions”, Londres, Newnes Buterworths 1976, vol. 1. [8] Wang, B. Q. E Verstak, A. - "Elevated temperature

erosion of HVOF Cr3C2/TiC-NiCrMo cermet coating", Wear 233-235 (1999), p. 342-351.

[9] Hutchings, I. M. - "Mechanisms of the erosion of metals by solid particles - Erosion: prevention an useful aplications" ASTM STP 664 (1979a).

Referências

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