• Nenhum resultado encontrado

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE QUINOA. Marianna Dias da Costa 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 RESUMO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE QUINOA. Marianna Dias da Costa 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 RESUMO"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE QUINOA Marianna Dias da Costa 1; Ivano Alessandro Devilla2

1

Bolsista PBIC/UEG, graduando do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET - UEG.

2

Orientador, docente do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET - UEG. RESUMO

Neste trabalho foram determinados o tamanho, a forma, as massas específicas real e aparente e a porosidade dos grãos de Quinoa em diferentes teores de água. Os teores de água avaliados foram: 11,9; 14,2; 15,9; 17,4 e 20,3% b.u. O tamanho foi determinado medindo-se o comprimento, a largura e a espessura dos grãos. Já para a forma, dos grãos de Quinoa, estimou-se a esfericidade e a circularidade. As massas específicas aparente e real foram determinadas conforme descrito na literatura. A porosidade foi determinada utilizando-se o método direto de complementação de volume. Com os resultados obtidos, podê-se concluir: (a) ocorreu um aumento dos eixos axiais ( a, b, c) com o aumento do teor de água; (b) a esfericidade é diretamente proporcional ao teor de água dos grãos; (c) A circularidade mantém-se constante para diferentes teores de água; (d) a massa específica aparente é inversamente proporcional ao teor de água diferindo da massa específica unitária; (e) a porosidade dos grãos de quinoa é diretamente proporcional ao teor de água.

Palavras-chave: propriedades físicas, quinoa.

Introdução

A Quinoa (Chenopodium Quinoa Willd) é uma planta proeminente na Bolívia, planta que produz um grão indispensável à alimentação e a vida do homem no altiplano. Originaria das alturas dos Andes e conservada por quéchuas e aymarás, com suas 3.120 variedades, a quinoa pinta o arco-íris nas áreas de cultivo e sua colheita tem convertido a Bolívia no primeiro produtor mundial do grão (WIKIPÉDIA, 2007).

O conhecimento das propriedades físicas dos grãos é essencial no que se refere às pesquisas com produtos alimentícios, pois auxilia na estimativa da velocidade de secagem para alimentos de variada composição e forma geométricas, quando submetidos a diferentes condições de secagem, aquecimento e resfriamento (RIBEIRO et al., 2002). Além disso, é fundamental em projetos de engenharia envolvendo dimensionamento de máquinas e

(2)

aeração.Também é útil em problemas relacionados com fenômenos de transferência de calor e massa durante a secagem e armazenamento de produtos com alto nível de umidade (BENEDETTI,1987).

O presente trabalho visou determinar as propriedades físicas de grãos de Quinoa em função do teor de água.

Material e Métodos

A determinação das propriedades físicas dos grãos de quinoa foram realizadas no Laboratório de Secagem e Armazenagem de Produtos Vegetais do curso de Engenharia Agrícola da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas (UNUCET) da Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Os grãos de quinoa foram adquiridos no comércio de produtos naturais da cidade de Anápolis. A determinação do teor de água foi realizada utilizando-se uma estufa regulada a 105 ± 3°C por 24 h , em três repetições (BRASIL, 1992).

Foram umidificadas amostras de 1,435 Kg utilizando-se papel germitest até atingirem os teores de água de aproximadamente 14, 16, 18, 20% b.u. Após a umidificação os produtos foram homogeneizados e acondicionados em sacos plásticos transparentes vedados e guardados no freezer. Posteriormente foi determinado o teor de água de cada amostra.

Para a determinação da forma e do tamanho dos grãos de quinoa utilizou-se amostras de 50 grãos em três repetições para cada umidade.

Na determinação do tamanho dos grãos, a altura e largura (eixos a e b) dos grãos foram realizadas com um paquímetro de precisão 0,01mm e a espessura (eixo c) foi realizada com um micrômetro de precisão 0,01mm.

A forma foi determinada calculando-se a esfericidade (S) e a circularidade (C) dos grãos, sendo que a esfericidade foi determinada pela seguinte fórmula:

1/3

S=(a.b.c) a em que:

S: é a esfericidade, (adm);

(3)

c: é a medida do eixo normal aos eixos a e b, (mm).

A circularidade foi determinada de acordo com a equação

C= Ap Ac em que:

C: é a circularidade, (adimensional);

Ap: é o diâmetro da maior circunferência inscrita na projeção do objeto em repouso; e Ac: é o diâmetro da menor circunferência circunscrita na projeção do objeto em repouso.

A porosidade foi determinada pelo método direto (MOHSENIN,1986) onde a mesma é obtida acrescentando-se um volume líquido conhecido e necessário para complementação dos espaços da massa granular. Foi utilizado um beker de 30 mL e uma bureta de 50 mL e o líquido utilizado foi óleo de soja.

A determinação da massa específica aparente foi realizada em seis repetições utilizando um cilindro de volume conhecido. Retirou-se o excesso dos grãos e a amostra foi pesada em uma balança de precisão 0,01g. A massa específica aparente foi estimada pela seguinte equação:

ρap = m V em que:

ρap : é a massa específica aparente do produto, (Kg.m-3); m: é a massa do produto, (Kg); e

V : é o volume, (m³).

A massa especifica unitária ou real (ρu ) foi estimada, em função da porosidade (ξ) e da massa especifica aparente ρap da massa de grãos de acordo com a seguinte relação (MOHSENIN, 1986):

ρu= - ρap ξ - 1 em que:

ρu: Massa especifica unitária, (Kg.m-3); ρap : Massa especifica aparente, (Kg.m-3); e ξ : Porosidade, (decimal).

(4)

Resultados e Discussão

Na Tabela 1 estão apresentados os teores de água dos grãos de quinoa estudados neste trabalho.

TABELA 1 – Teor de água dos grãos de quinoa após reumidecimento

Amostras Teor de água (% bu)

1 2 3 4 5 11,90± 0,02 14,22 ± 0,01 15,91 ± 0,02 17,42 ± 0,01 20,31 ± 0,01

A Tabela 2 mostra os valores médios dos eixos axiais para os grãos de quinoa nos teores de água estudados nota-se um aumento dos eixos a, b e c a medida que o teor de água elevou-se. Além disso, pode-se notar que a espessura foi o que apresentou menor variação, o que já era esperado pois este é o menor eixo.

TABELA 2: Valores médios dos eixos axiais em função do teor de água dos grãos de quinoa Umidade Tamanho

a b c (%b.u) Comprimento(mm) Largura(mm) Espessura(mm) 11,90 2,25±0,02 2,12±0,02 1,28±0,02 14,22 2,28±0,01 2,17 ±0,01 1,29±0,01 15,91 2,31±0,02 2,20±0,02 1,32±0,02 17,42 2,34±0,01 2,22±0,01 1,34±0,01 20,31 2,35±0,01 2,25±0,01 1,35±0,01

Na Tabela 3 observa-se os valores médios da esfericidade e circularidade dos grãos em função do teor de água dos grãos de quinoa. A esfericidade apresenta valores diretamente proporcionais ao teor de água dos grãos , portanto, ocorre uma tendência no aumento desta propriedade física, aproximando as medidas dos grãos a um elipsóide, no qual o comprimento (eixo a) aumenta. Este comportamento foi verificado, também, por NEVES et al. (2004) em estudos com sementes de algodão. Observa-se que a circularidade permaneceu constante apesar dos diferentes teores de água , o que pode ser explicado pelo diâmetro da maior circunferência inscrita na projeção dos grãos de quinoa ser igual ao diâmetro da maior circunferência circunscrita.

(5)

TABELA 3- Valores médios da esfericidade em função dos teores de água dos grãos de quinoa

Teor de água (% b.u.) Esfericidade * Circularidade 11,90 14,22 15,91 17,42 20,31 0,812±0,02 0,813 ±0,01 0,816 ±0,02 0,818 ±0,01 0,819 ±0,01 1 1 1 1 1 * Valores médios de 150 repetições

A Tabela 4 mostra os valores médios das massas especificas aparente, e unitária e a porosidade dos grãos de quinoa observa-se que houve redução da massa especifica aparente com o aumento do teor de água. RUFFATO et al.(1999) e ANDRADE et al. (2004) observaram o mesmo fenômeno para grãos de milho pipoca e milho, respectivamente. Esse fenômeno pode ser explicado pela grande concentração do volume da amostra de grãos em relação à redução de massa durante o processo de secagem. A massa especifica unitária portanto é inversamente proporcional ao teor de água.

Nota-se, na Tabela 4, que a porosidade dos grãos de quinoa e diretamente proporcional ao teor de água, RUFFATO et.al. (1999), constatou esta mesma relação entre porosidade e o teor de água dos grãos em estudos com milho pipoca.

TABELA 4 - Medidas obtidas para a Massa Especifica Aparente, Massa Especifica Unitária e porosidade dos grãos de quinoa em função do teor de água

Teor de água Massa Especifica Massa Espedifica Porosidade (%b.u.) Aparente (Kgm-3) Unitária (Kgm-3) (%) 11,90 751,22 1107,67 32,18 14,22 752,33 1139,89 34,00 15,91 748,62 1181,53 36,64 17,42 745,60 1263,73 41,00 20,31 743,79 1322,29 43,75 Conclusões

Nas condições em que foi desenvolvido o experimento pode-se concluir:

- Ocorreu um aumento dos eixos axiais ( a, b, c) com o aumento do teor de água. - A esfericidade é diretamente proporcional ao teor de água dos grãos.

(6)

- A massa específica aparente é inversamente proporcional ao teor de água diferindo da Massa Específica Unitária.

- A porosidade dos grãos de quinoa é diretamente proporcional ao teor de água.

Referências Bibliográficas

ANDRADE,E.T.; COUTO,S.M.; QUEIROZ,D.M.; PEIXOTO,A.B. Determianção de Propriedades Térmicas de Grãos de Milho. Revista Ciência Agrotécnica, Vol.8, n.3. Lavras. Mai/Jun,2004. p.488-498.

BENEDETTI,B. C. Influência do teor de água sobre propriedades físicas de vários grãos. 1987.125f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola). UNICAMP, Campinas-SP.

BRASIL.Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Departamento Nacional de Defesa Vegetal.Regras para análise de sementes. 365 p.1992.

MOHSENIN,N.N.;Physical properties of plant and animal materials. New York; Gordon and Breach scienc puclishers Inc.,1986.734p .

NEVES,E.;ALBUQUERQUE,M.C.F.;RODRIGUES,L.C.M.; Variação da Morfologia

Geométrica em Sementes de Soja e Algodão. Revista Agricultura Tropical, Cuiabá-MT , v.8 , Artigos científicos ,2004.139p.

RIBEIRO,V.S.; SOBRAL,M.C.;SILVA,G.F. Propriedades físicas de produtos agrícolas. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.4, n.1, p.1-6, 2002.

RUFFATO,S.;CORRÊA , P.C.; MARTINS ,J.H.; MANTOVANI,B.H.M.;SILVA,J.N.; Influência do Processo de secagem sobre a Massa Específica Aparente , Massa Específica Unitária e Porosidade de milho-pipoca. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.3 , n.1. Campina Grande.1999, p.45-48.

Wikipédia, A Enciclopédia Livre. Aproveitamento alimentar de espécies nativas dos cerrados: araticum, baru, cagaita e jatobá. Disponível em : http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinoa. Acessado em 06 julho de 2007.

Referências

Documentos relacionados

hospitalizados, ou de lactantes que queiram solicitar tratamento especial deverão enviar a solicitação pelo Fale Conosco, no site da FACINE , até 72 horas antes da realização

As repetições de curta duração I podem servir de base para a solicitação de qualquer uma das zonas de intensidade, dependendo a sua eficácia da relação trebalho:pausa e do volume

5) Cálculo: NUMERADOR: Nº de gestantes a partir da 28ª semana de gestação agendadas para visita a maternidade / DENOMINADOR: Nº total de gestantes a partir da 28ª semana de

Novamente as medidas adotadas pelos governos de diversos países, inclusive no Brasil, para enfrentamento da crise foram o aumento do gasto público através de

A tela do aplicativo do iPod pode ser exibida neste produto e os arquivos de música e arquivos de vídeo no iPod podem ser reproduzidos com este produto.. p Enquanto essa

Diante dos resultados encontrados é possível concluir que: os modelos de Page, Aproximação da Difusão e Dois Termos, são adequados para a representação da cinética de secagem

Para avaliar o efeito da temperatura, amostras de grãos de soja com teor inicial de água de 0,244 (b.s.) foram secadas numa estufa com circulação forçada de ar nas temperaturas de

Considerando que as variáveis da análise química apresentam diferenças não significativas conforme zonas de coleta, o que pode ter ocorrido em função da variabilidade das