A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PARA PERMANÊNCIA DO PROJETO EDUCURSINHO: EDUCAÇÃO E APROVAÇÃO DURANTE O PERIODO DO
ENSINO A DISTÂNCIA
Área temática: Educação Autores (as): Lívia Pereira de Alencar1, Felipe Thomaz Aquino2
Coordenador (a): Daniele Caetano da Silva3 RESUMO: A repentina mudança, proveniente da pandemia do COVID-19, a qual a
sociedade se deparou, levou inúmeros estabelecimentos e áreas a se adaptarem a uma nova realidade, buscando práticas e ferramentas que pudessem suprir a ausência do trabalho presencial. Neste contexto pode-se ressaltar a utilização da internet como uma ferramenta de suporte temporário, principalmente em âmbito educacional. O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância das redes sociais e plataformas adjuntas para a continuação e implementação do projeto Educursinho: Educação e Aprovação no ano de 2020. As principais redes sociais e plataforma utilizadas foram Instagram, Facebook, Youtube e GoogleClassroom. Como metodologia utilizada pode-se enfatizar a averiguação do trabalho do marketing como agente de engajamento e precursor de medidas que incentivem o interesse dos alunos nas aulas virtuais do cursinho, frente a um cenário atípica. Além disso também foram utilizadas referências bibliográficas como forma de complemento da metodologia. Tendo em vista o foco do cursinho serem alunos de baixa-renda, a principal dificuldade encontrada foi garantir que o público alvo se encontrasse disponível nas internets, seja através de computador, smartphone ou tecnologias afins. Por conta disto, diversas práticas mediadoras foram implantadas para contornar tal situação, como a criação de formulários em forma de questionário para indagar o público sobre suas possibilidades financeiras e privilégios tecnológicos. Além disso, destaca-se também a dificuldade de se manter um público nos horários e planejamentos propostos pelo cursinho, bem como o foco e a determinação pessoal de cada aluno, da mesma forma que seria mantido, caso o projeto estivesse sendo ofertado presencialmente. Os resultados obtidos até o momento são baseados em análises de visualizações e apoios de referencial teórico e demonstraram que a maior tendência de interação dos alunos com o cursinho ocorre na rede social Instagram, e, também, revelaram as divergências da rede Youtube durante a tentativa de utilizá-la como mediador de aulas a distância.
Palavras-chave: Ensino à distância. Redes sociais. Professores. 1 INTRODUÇÃO
1 Graduanda do curso de Engenharia Química, Faculdade de Engenharia do campus de Várzea Grande,
UFMT. E-mail: liapa10@hotmail.com
2 Professor Doutor, Faculdade de Engenharia do campus de Várzea Grande, UFMT. E-mail:
thomaz501@gmail.com
3 Professora Doutora, Faculdade de Engenharia do campus de Várzea Grande, UFMT. E-mail:
A interdependência dos países, nomeada globalização, remodelou a forma pelo qual a sociedade se comportava em todos os âmbitos, seja ele político ou econômico. A internet foi uma grande percursora responsável por essa interdependência, ela deixou aos poucos de ser exclusividade apenas de uso militar e de dedicações a fins científicos e começou a ser utilizada por todos. Este crescimento exponencial do uso da internet fez com que tecnologias precisassem ser aprimoradas até chegar ao que se conhece hoje em dia, como uma teia de comunicações mundial. Como consequência, a criação de inúmeros aplicativos e softwares de comunicação denominados redes sociais surgiram (CASTELLS, 2002; SANTOS, PESSÔA, 2000; FONSECA E SÁ, 2016).
Apesar do uso frequente estar atrelado apenas a fins de entretenimento, a recente mudança na estrutura social, proveniente da pandemia do COVID-19, trouxe um novo paradigma na visão da utilização das redes sociais. Em âmbito educacional, novos desafios foram propostos aos docentes, como a procura por suportes e aplicativos que possam aumentar a comunicação e facilitar a passagem de conhecimento, sem diminuir ou desanimar os alunos (RIBAS, 2015 SANTOS, PESSÔA, 2000; FONSECA E SÁ, 2016).
O projeto Educursinho: Educação e Aprovação, apesar de sempre presencial desde o ano de seu início, 2018, encontrou no ano de 2020 uma nova barreira e a atuação do uso das redes sociais e afins tornou-se de suma importância para a continuação do trabalho com a maior eficácia possível.
O projeto já utilizava de algumas redes sociais como forma de propagar o marketing, principalmente durante a fase de inscrições, entretanto nunca havia utilizado para o ensino a distância, haja visto que as aulas aconteciam de maneira presencial
Como forma de solução dos problemas apresentados, foram implementadas redes sociais já utilizadas pelos alunos do cursinho somadas a novas ferramentas, como por exemplo, Instagram, Facebook, Youtube e o Googleclassroom.
. Dessa forma, o trabalho presente possui como objetivo a análise dos
impactos das redes sociais e tecnologias afins como ferramenta de apoio para as aulas online, enfatizando-se a análise quantitativa de público ativo nas redes dispostas, bem como uma análise de qual rede social possui maior interatividade e o porquê.
O Instagram e o Facebook foram sumariamente utilizados como forma de divulgação sobre a nova abordagem de ensino a distância e posteriormente como bases de marketing para a promoção das outras redes sociais, como demonstrada na figura 1.
Figura 1: imagem retirada da rede social Instagram para demonstrar a publicação de marketing para outras redes sociais.
Fonte: https://www.instagram.com/p/B_Sp4iWHD9g/?utm_source=ig_web_copy_link
Além disso, a versatilidade da rede social Instagram também permitiu que além de uma plataforma de marketing, alguns professores do projeto também pudessem utilizar da ferramenta de transmissões ao vivo para ministrar suas aulas.
Além das aulas ao vivo, majoritariamente os professores optaram por vídeo aulas pré gravadas que fossem postadas no canal do Youtube, garantindo maior organização na hora de fazer os vídeos, como mostra a figura 2.
Figura 2: imagem retirada no canal do Youtube demonstrando os vídeos Fonte: https://www.youtube.com/results?search_query=educursinho
A ferramenta Google Classroom, segundo o Google (2014) é uma ferramenta de gerenciamento de conteúdo a qual simplifica a criação, distribuição e correção de
atividades. Por conta desta facilidade, a plataforma foi escolhida para a postagem de material teórico, atividades, exercícios e também link de vídeos para o canal do Youtube, para que os alunos pudessem ser redirecionados de forma mais rápida.
Como o cursinho continuou funcionando de maneira online, o ano de 2020 foi aberto para todos os públicos, sem restrição de idade ou renda, mas a preocupação central foi garantir que pessoas de baixa renda pudessem ter acesso, por isto foi disponibilizado um formulário para assegurar que a escolha das plataformas para o ensino a distância fossem suprir as defasagens como um computador e garantir que todas fossem acessadas facilmente por um smartphone apenas com internet móvel disponível.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tendo em vista o cenário da pandemia atrelada a incerteza da data do ENEM 2020, o número de alunos foi variado, como observado na tabela 1.
Tabela 1- número de contas alcançadas
Fonte: Elaborada pela autora.
A diferença de pessoas alcançadas varia de rede social e da dificuldade de acesso, como exemplo, cita-se o Google Classroom que para ser acessado é necessário fazer login e senha e possuir uma conta Google. O Youtube apesar de não obrigatória a necessidade de uma conta, possui 70 inscritos, mesmo que nem todos acessem o conteúdo dos vídeos.
Como observado na tabela 1, o Instagram demonstrou ser a rede social de maior engajamento e alcance de público alvo, isso pode ser explicado pelo fato do público do cursinho ser predominantemente jovem, obtendo consequentemente maior acesso, haja visto que, como indicado na pesquisa de Lima (2017), cerda de 73% do público do Instagram são jovens na faixa etária de 18 a 24 anos. Além disso, uma pesquisa realizada pelo Rinaldi (2019) demonstrou que o brasileiro gasta aproximadamente 3h30 por dia nas redes sociais, sendo um dos primeiros países em um ranking mundial de consumo das redes sociais.
Rede social Número de contas alcançadas
Instagram 398
Youtube 70
Apesar do Youtube ser a rede social de maior impacto mundial, ficando na frente do Instagram, o qual ocupa o 4° lugar, o número de acesso ainda fica para trás, uma vez que, como demonstrado por Moura e Freitas (2018) as categorias de maior interesse pelos usuários do Youtube são música, beleza e moda e comédia. Dessa forma, ainda que seja uma plataforma de facilidade para o ensino a distância, a distração de entretenimento de fácil acesso, prejudica o foco dos alunos ao utilizar a plataforma Youtube somente para estudos.
Tabela 2- comparações estatísticas de canais no Youtube
Fonte: https://socialblade.com/
A tabela 2, representa uma comparação de visualizações de canais do Youtube de diferentes categorias. Como pode ser observado, o número de visualizações do canal “Descomplica” é menor do que outras categorias de canais, enfatizando-se que ainda há uma barreira na utilização do Youtube, explicando-se o porquê o número de contas alcançadas do canal do cursinho ser menor do que no Instagram.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo da pesquisa presente foi a análise do impacto da utilização de redes sociais durante a realização de aulas a distância. A metodologia baseou-se nos dados de visualizações nas diversas plataformas utilizadas pelo cursinho, baseados também em referências bibliográficas. Como resultado principal, obteve-se a explicação do porquê o Instagram ter maior alcance dentro do nosso público alvo e o porquê do canal do Youtube, mesmo sendo a rede social de maior uso no Brasil e no mundo, ficar com menor propagação entre os usuários do cursinho.
Espera-se, portanto, que este artigo sirva de base para outros projetos embasados no mesmo objetivo para que possam compreender as melhores abordagens as aulas a distância durante a pandemia, ou mesmo após e também para o marketing digital.
Canais Visualizações Categoria
Canal Kondzilla 30,999,380,104 Música Whinderssonnunes 3,459,335,142 Comédia
5 REFERÊNCIAS
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra S/A, 2002.
RIBAS, Cíntia Cargnin Cavalheiros. As redes sociais como ferramentas em EaD: Um estudo sobre a utilização do Facebook. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia das Faculdades OPET, n.9, p.11-18, jun. 2015.
SANTOS, Francisco Sérgio. PESSÔA, Marcelo Schneck de Paula. A internet e as consequências da globalização da informação. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 20, 2000, São Paulo. Anais... Rio de Janeiro, Abepro, 2000.
FONSECA E SÁ, Maria Irene. José Saramago: Um olhar sobre a globalização e a sociedade da informação. Journal Of Information Systems and tecnologiy Management, v. 13, n. 2, p. 301-322, 2016.
LIMA, Roberta. Publipost: A influência do Instagram no comportamento da jovem consumidora. Faculdade de tecnologia e ciências sociais aplicada, 2017, 24f. Trabalho de Conclusão de Curso (Administração de Empresa) – Centro Universitário de Brasília, UniCEUB, Brasília, 2017.
MOURA, Gabriela. FREITAS, Lúcia. O Youtube como ferramenta de aprendizagem – Youtube as a learning tool. Educação, Linguagem e Cultura, v.10, n.3, p. 259-273, 2018.
RINALDI, Camila. Jovem Brasileiro passa 1h30 por dia no Instagram, mas quase não lê. Olhar Digital, 30, Maio, 2020. Disponível em
https://olhardigital.com.br/noticia/jovem-brasileiro-passa-1h30-por-dia-no-instagram-mas-quase-nao-le/86337. Acesso em 22 de julho de 2020.
