HISTÓRIA DE UM MENINO DE RUA
AUTORES:
ANA JÚLIA VIEIRA DE MELO AZEVEDO ARLIAN DAVID DA SILVA
DEYVISON FABIO VIANA DA SILVA DIEGO RIDSON SOUSA DE OLIVEIRA
JAKELLINY VIEIRA DA CRUZ LIRYEL IASMIN DA SILVA MARQUES
MARIA ALICE DA SILVA SOARES MARIA LUIZA MACEDO TEIXEIRA RIKELMY CAMARA DE SOUZA
THALISON KALLIAN DE OLIVEIRA RESENDE
ORGANIZAÇÃO:
NICARLA DE SANTANA MOURA
APRESENTAÇÃO
Esse livro é uma produção coletiva da turminha do 3º ano fundamental da Escola Estadual Professora Mariluza Almeida Florentino, localizada no município do Macaíba/RN.
Essa história foi pensada dentro da proposta de incentivo à criatividade e imaginação das crianças como elemento que faz parte do processo de aprendizagem dos sujeitos.
A turma foi responsável pela escolha dos mínimos detalhes dessa história, de modo que cada um deles pudesse sugerir, opinar e fazer escolhas para fazer dessa tarefa algo prazeroso e instigante.
Agradeço a cada um e cada uma pela oportunidade de desenvolver esse trabalho com caráter de projeto piloto.
Nicarla de S. Moura Professora do 3º ano
CAPÍTULO I
Havia um menino chamado Bruno que não tinha casa, comida e nem família. Bruno vivia na rua. Todos os dias ele pedia dinheiro nas ruas, nas avenidas, no ponto de ônibus... Às vezes ele trabalhava limpando os vidros dos carros para ganhar dinheiro.
Bruno não tinha lugar para tomar banho, mas quando encontrava uma torneira ou um rio, lagoa ou uma praia ele aproveitava e era o que mais adorava.
Ele tinha uma bicicleta um pouco velha, mas que ainda dava pra utilizar. Dava pra ir até o lixão onde ele procurava coisas para vender e às vezes encontrava algo para comer.
Quando passava em frente de lojas de comidas deliciosas sempre ficava comendo com os olhos, observando as pessoas saboreando deliciosos doces, sopas, biscoitos, lasanhas, bolos... Nesse momento, Bruno ia procurar um lugar para descansar, mas continuava com a barriga roncando e triste. No dia seguinte começava tudo novamente.
CAPÍTULO II
Bruno sempre acordava muito cedo com o sol esquentando seu corpo e com os carros e pessoas fazendo barulho.
Com seu estômago roncando de tanta fome, pegou sua bicicleta e foi à procura de comida. Foi quando ele viu uma mulher caminhando e comendo uma maçã.
Bruno ficou de olho grande e a maçã caiu no chão e a mulher foi embora. Ai Bruno pegou a fruta, limpou a areia, comeu e saiu andando de bicicleta.
Ali perto havia algumas crianças brincando de bicicleta. Bruno foi chegando e se sentou na calçada olhando os meninos brincando. Um menino foi até Bruno e o chamou para participar da brincadeira. A mãe de um dos meninos percebeu que Bruno estava com cara de fome e ofereceu um copo de suco e um pão com manteiga.
Outra criança perguntou sobre a vida dele. Foi quando Bruno disse que sua vida era boa e ruim. Tem hora que é boa: quando ele estava com amigos e tinha hora que era ruim: quando se sentia com fome e solitário, sem companhia, sem ter lugar para morar e dormir com conforto e também por não ter família.
Os meninos pararam de brincar para ouvir a história de Bruno e ficaram muito tristes. A mãe que estava por
perto ouviu essa história e resolveu ajudá-lo doando roupas, dando comida de vez em quando e tentando encontrar a família de Bruno.
Bruno contou que sua família era pobre e que seus pais não podiam criá-lo porque eram muito pobres e ai mandaram o menino para o orfanato quando ele tinha 4 anos, mas ele não gostava de lá porque as pessoas maltravam ele. Quando ele cresceu mais um pouco, já com 7 anos, ele fugiu de lá...
CAPÍTULO III
Bruno contou que nesses dois anos que viveu na rua, conheceu várias pessoas. Uma dessas pessoas se chamava Duda, um menino pobre como ele e que era seu melhor amigo. Ele tinha 16 anos e sempre acompanhava Bruno quando ele ia pedir comida na rua. Duda mal comia e um dia foi ficando fraco de fome, sem cor e muito magro. Num domingo de manhã ele morreu. Bruno ficou muito triste, mas também ficou feliz porque o amigo estava num lugar melhor.
Bruno também era amigo de uma menina chamada Mariana, que tinha 8 anos e morava com a mãe num barraco perto do lixão. Foi lá que eles se conheceram quando estavam catando coisas para reciclar e começaram a conversar sobre a vida deles, se era triste ou boa.
Mariana disse que seu pai foi para São Paulo em
busca de emprego e nunca mais
voltou. Sua mãe não trabalhava e ai tiveram que se mudar para um barraco porque não tinham dinheiro para sustentar uma casa.
Os dois ficaram amigos, pois todos os dias iam juntar material para vender e Bruno sempre dizia para ela não ficar triste, porque um dia o pai dela iria voltar. Ai ela acreditava e ficava feliz novamente, mas ele nunca voltou.
CAPÍTULO IV
Eles conversavam bastante sobre as diferenças entre eles. Bruno era um garoto de pele morena, olhos castanhos, cabelos pretos e cacheados. Era magrinho e tinha mais ou menos 1 metro e 30 centímetros. Sua camisa era preta e rasgada e usava um calção azul sempre sujo e tinha um boné branco amarelado porque nunca lavava.
E já Mariana tinha cabelo crespo, loiro, sua pele era branca, olhos azuis, era um pouquinho gordinha e era mais alta do que Bruno poucos centímetros. Usava um shortinho e uma blusa bem folgada.
Bruno gostava de jogar bola e de andar de bicicleta; Mariana gostava das bonecas que encontrava todo dia no lixão. Mas os dois gostavam mesmo era de brincar de esconde-esconde, de tica-fruta e de escolinha
com os cadernos que encontravam no lixo.
Quem sempre era a professora, que era muito chata, era Mariana e ficava implicando e se exibindo para Bruno, fingindo ser muito brava e dizia o tempo todo: Você vai fazer o dever senão vai ficar de castigo, mocinho!!!! E ele dizia que não, ai ela botava Bruno de castigo e ele fingia que estava chorando para sair do castigo.
Acabava a
brincadeira e já ia
anoitecendo. Bruno ia
procurar um lugar para dormir e Mariana voltava para o barraco da sua mãe. A mãe dela vendo que Bruno não tinha pra onde ir o chamou para morar com elas.
Mas Bruno disse que não queria incomodar e ela respondeu que seria um prazer se ele fosse viver lá e então ela se tornou mãe adotiva de Bruno.
FINAL
Um dia Bruno se acordou e se lembrou que faltavam alguns dias para o aniversário dele e então se lembrou da família. Quando ele estava andando pela rua viu um carrão vermelho e dentro tinha um garoto.
Bruno ficou imaginando como seria se ele fosse aquele menino. Se ele tivesse dinheiro ele ajudaria as pessoas pobres e seria mais feliz. Ele pensou em ajudar a família de Mariana.
Um dia um homem e uma mulher se aproximaram e perguntaram seu nome e ele respondeu que era Bruno. As pessoas também perguntaram que dia ele nasceu. Bruno respondeu que aquele dia era seu aniversário. Foi ai que os pais deram um abraço e disseram Parabéns, filho.
Finalmente nós te encontramos. Bruno ficou surpreso, sem acreditar que eles eram seus pais, pois aquelas pessoas eram muito ricas. Então, ele correu para contar para Mariana e a mãe dela.
Os pais de Bruno ficaram ricos porque ganharam na
loteria. Foi ai que eles foram procurar o menino no orfanato e disseram que ele tinha fugido.
Sua mãe começou a chorar e chorava todos os dias, dizendo que queria seu filho de volta e saia todos os dias pelas ruas procurando por ele.
Os pais de Bruno deram uma casa e um em emprego para a mãe de Mariana e os dois foram estudar na mesma escola, se tornando amigos para sempre, passando as férias juntos na praia, na fazenda, o tempo todo brincando.
Mas o que Bruno mais gostava na casa nova dele, na casa de praia, na fazenda ou em qualquer lugar era do chuveiro. Passava horas e horas tomando banho...