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Programa Áreas Protegidas da Amazônia Um novo caminho para a conservação da Amazônia

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Academic year: 2021

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I

nstituído pelo Decreto Presidencial nº 4.326, em agosto de 2002, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) foi apresentado pelo Brasil à comunidade internacional em setembro do mesmo ano, durante a cúpula ambiental conhecida como

“Rio+10”, realizada em Johanesburgo, na África do Sul. Nos primeiros nove anos de existência, de 2003 a 2012, o Arpa demonstrou que cumpre sua missão e inclusive

supera suas metas. O Arpa apoia a criação e a consolidação de um conjunto de unidades de conservação em áreas prioritárias da Amazônia brasileira. Seu

objetivo é conservar uma parcela relevante e ecologicamente representativa da biodiversidade da Amazônia brasileira, com seus ecossistemas, sua

biodiversidade, suas paisagens e, ainda, sua interação com as comuni-dades locais. Os benefícios ecológicos, sociais e econômicos do

pro-grama ocorrem no âmbito local, regional, nacional e mundial. A iniciativa de criar um programa para proteger melhor uma parcela importante da Amazônia brasileira surgiu num contexto

nacional de maior preocupação e interesse com a conservação da região e o desenvolvimento sustentável. Essa preocupação

refletiu-se em ações de planejamento de políticas públicas para a região e no reconhecimento internacional do papel da Ama-zônia e suas florestas tropicais para o meio ambiente global.

Em 1995, a Rede WWF lançou um programa para promo-ver a proteção de no mínimo 10% das florestas do planeta, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Em 1998, formou-se uma aliança entre a Rede WWF e o Banco Mundial em prol da conservação e do uso sustentável das áreas florestais que incluía, entre suas metas, a pro-moção da implementação de unidades de conservação (

uc

s). Nesse mesmo ano, o Governo Brasileiro comprometeu-se com a proteção de 10% do bioma Amazônia em

uc

s de proteção integral.

Essa convergência favorável resultou, em 2002, na criação do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), com o objetivo

de promover, em 10 anos, a expansão e consolidação do sistema de unidades de conservação na Amazônia brasileira, por meio da criação e consolidação de 50 milhões de hectares em áreas protegidas. Uma meta que, ao fim da primeira fase de execu-ção do programa, aumentou para 60 milhões de hectares de

uc

s, num prazo de 15 anos.

WWF-Brasil/Clóvis Miranda Ju an P ra tgines tos/WWF-Cano n

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(GEF), por meio do Banco Mundial, e do WWF-Brasil, parceiro técnico e doador do programa (representando a Rede WWF mundial). O Arpa passou a contar tam-bém com o apoio significativo da República Federal da Alemanha, por meio do seu Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ) e, posterior-mente, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU), sempre por meio do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW) e da Agência de Cooperação Técnica Internacional da Alemanha (GIZ, anteriormente conhe-cida como GTZ).

Concebido no formato de um consórcio multi--institucional, o Arpa é coordenado pelo governo brasi-leiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente, e tem seus recursos administrados e executados por uma ins-tituição não-governamental, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), que garante agilidade e trans-parência à gestão financeira e operacional do programa. Ainda integram o Arpa como executores os órgãos gestores das unidades de conservação no Brasil: no âmbito federal, foi inicialmente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama) e hoje é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMB io); e no âmbito estadual, os órgãos ambientais do Acre, Amapá, Amazo-nas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins.

Um conjunto de representantes da sociedade civil organizada também contribui com o Arpa por meio de orientação a seu comitê diretor (“Comitê de Pro-grama”). Além disso, especialistas contribuem com outro mecanismo de participação: o Painel Científico de Acompanhamento

O Arpa apoia a criação e implementação de

uc

s de proteção integral e de uso sustentável, tanto no âmbito federal como estadual. No primeiro grupo, as catego-rias contempladas são os parques, estações ecológicas

nal da UICN). No segundo grupo, somente as reservas extrativistas e reservas de desenvolvi-mento sustentável (categoria VI da UICN).

O programa inovou ao considerar a gestão das áreas protegidas em escala regional, incluindo o planejamento de prioridades de criação a partir de critérios científicos, a sustentabilidade financeira em longo prazo, o trabalho com múltiplas institui-ções e o gerenciamento dos recursos

finan-ceiros fora do sistema do orçamento governamental. Outra inovação primordial foi a criação de um fundo fiduciário de capitalização permanente para garantir, em longo prazo, a sustentabilidade financeira das

uc

s beneficiadas. O Fundo de Áreas Protegidas (FAP) é administrado pelo Funbio e utiliza apenas os rendimentos gerados pelas aplicações, mantendo a parte principal do seu capital, de forma a garantir que o investimento feito pelo programa seja duradouro. Na 1ª. fase, o FAP capitalizou 24.3 milhões de dólares (EUA) e no início da segunda fase recebeu mais 20 milhões de euros do KfW.

Na 1ª fase do Arpa, encerrada em setem-bro de 2010, foram criadas 46 novas

uc

s – que abrangem uma área de 23.4 milhões de hectares. No mesmo período, o Arpa apoiou outras 18

uc

s pré-exis-tentes, com 8.5 milhões de hectares. O investimento direto em unidades de conservação foi de aproximada-mente 46 milhões de dólares, sem contabilizar a con-trapartida dos governos federal e estaduais.

Outros destaques dessa fase foram a formação de recursos humanos, para fazer frente ao tão espetacular aumento de áreas protegidas, e o estabelecimento de colegiados e mecanismos de gestão que faci-litaram a tomada de decisão e permitiram a expressão de interesses dos atores sociais, inclu-sive locais, na gestão do programa.

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Programa de Áreas Protegidas da Amazônia

O Arpa é o maior programa de conservação da

biodiversidade em florestas tropicais do mundo

e tem um grande impacto positivo para a vida,

o meio ambiente e o clima do planeta.

wwf-b ra sil/cl óvis mir and a (1) wwf-b rasil/ad riano gamb arini (2) ed w ard p arke vr/wwf-cano n (3) j uan p ratgines tos/wwf-cano n 1 2 3

(5)

desmatamento: as unidades de conservação apoiadas pelo Programa apresentam índices bem menores de destruição florestal do que as que estão fora dele. O Arpa tornou-se, assim, um dos fatores fundamentais para que o Brasil possa cumprir suas metas de redução de emissões. O sucesso do pro grama, aliado ao resultado de outras ações para redução do desmatamento na Amazônia, já contri-buiu significativamente para a possibilidade de o Brasil receber recursos internacionais para a Redu-ção de Emissões oriundas do Desmatamento e da Degradação Florestal (REDD) e também para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas (adaptação).

A 2ª fase do Arpa iniciou em outubro de 2010 e tem duração prevista até 2015. Até o momento, o programa já aumentou sua abrangência consideravelmente: são 95 unidades de conservação em 52 milhões de hecta-res na Amazônia. Além disso, estão em curso outros 17 processos de criação de unidades de conservação em uma área de seis milhões de hectares. Isto representa um total de 58 milhões de hectares protegidos – quase os 60 milhões de hectares da meta do Arpa, que até 2015, acredita-se já ter sido superada.

O orçamento previsto para esses cinco anos é de 121 milhões de dólares – incluindo a contrapartida governa-mental para os investimentos diretos nas unidades de con-servação apoiadas. A meta mais desafiadora dessa fase será capitalizar o FAP em mais 46 milhões de dólares, alcançando em total de 70 milhões de dólares em doação, e iniciar a operação do fundo para que cumpra seu papel de fonte complementar de recursos financeiros e garanta a estabilidade financeira e a sustentabili-dade em longo prazo das unisustentabili-dades de conservação.

Na 3ª e última fase do Arpa, serão criados mais 6.5 milhões de hectares em novas unidades de conservação, que serão consolidados junto com os 6.5 milhões de hectares criados durante a 2ª fase. Nesta etapa, a prioridade do Programa será a con-solidação e a sustentabilidade das

uc

s.

Para conhecer mais sobre o Arpa, seu funcionamento e seu impacto, consulte a publica-ção digital em anexo.

WWF-B ra sil/M arise te Ca tap an Ju an P ra tgines tos/WWF-Cano n

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Gestão financeira e

operacional do Arpa

Com novos instrumentos e padrões, Arpa melhorou a gestão em conjunto de unidades de conservação na Amazônia

O

s recursos financeiros chegaram efetiva-mente às unidades de conservação (

uc

s) da Ama-zônia e mudaram a realidade e perspectivas de um futuro sustentável das áreas onde estão localizadas: esta foi uma das maiores conquistas do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) em sua 1ª fase. A gestão financeira e operacional de um programa tão complexo e ambicioso como o Arpa foi um enorme desafio. Das dificuldades nasceram as soluções: o programa introduziu diversas inovações, criou padrões, adotou critérios para avaliação das áreas protegidas e alcançou vários resultados positivos com relação a suas metas. Esta publicação digital

apresenta, no capítulo sobre a gestão operacional e financeira do Arpa pelo Funbio, todos os detalhes da execução da 1ª fase do programa, concluída em setembro de 2010. São tam-bém apresentados os planos e metas da 2ª fase, iniciada em outubro de 2010 e com duração prevista até 2015, bem como as prioridades da 3ª e última fase.

Alguns dos instrumentos desen-volvidos para o Arpa influenciaram positivamente o trabalho de conservação da biodiversidade no Brasil. O Fundo de Áreas Protegidas (FAP) mostrou que é viá-vel garantir a sustentabilidade financeira em longo prazo. As contas vinculadas, criadas para facilitar o acesso aos recursos do Arpa pelos gestores das unidades de conservação, inspiraram iniciativas como o cartão combustível, adotado pelo ICMB io (órgão gestor das unidades de conservação federais). Outros pontos positivos incluem a capacitação dos gestores de unidades de conservação; o avanço nas metodologias para definição de prioridades; a integração da gestão por meio de sis-temas e a participação social no programa. O Arpa con-tribuiu, ainda, para fixar padrões e critérios importantes para a gestão de

uc

s no Brasil.

A introdução de uma associação civil – o Fundo Bra-sileiro para a Biodiversidade (Funbio) – para a execução financeira e operacional do Programa foi um dos acertos fundamentais do Arpa. Isso agilizou e descentralizou a execução, propiciou a regularidade de recursos e ainda permitiu o aporte direto dos recursos às unidades de conservação – fator que alavancou a percepção, pelas comunidades locais, de que a presença de uma unidade de

conservação pode lhes trazer vários benefícios, inclusive econômicos. Alguns aspectos ainda devem ser aperfeiçoa-dos. Falta, por exemplo, integrar os instrumentos adotados pelo programa e melhorar a articulação entre os parceiros.

O número de unidades de conservação apoiadas pelo Arpa na sua 1ª fase foi mais do que o dobro do ini-cialmente previsto. O Programa atinge 63 unidades de conservação, com uma área de 32 milhões de hectares efe-tivamente protegidos e em implementação (31 de proteção integral e 32 de uso sustentável). Com o apoio do Arpa foram criadas 46 novas unidades de conservação, abran-gendo uma área de 23.4 milhões de hectares, enquanto outras 18 unidades de conservação pré-existentes (total de 8.5 milhões de hectares) tiveram sua implementação e consolidação apoiadas. Ao final da 1ª fase, o programa apoiava cerca de um terço do total das unidades de con-servação da Amazônia pertencentes às categorias às quais

se propôs a dar suporte, o que corresponde a um quinto de toda a área protegidas em unidades

de conservação na Amazônia.

A aplicação dos recursos do Arpa, na 1ª Fase, foi concentrada principal-mente na criação e implementação das

uc

s, totalizando um

investi-mento direto de 46 milhões de dólares (EUA), fora a contrapartida dos governos estaduais e federal e a cooperação direta de parceiros. Do total gasto pelo Funbio, 72% foi destinado à criação e estabeleci-mento de novas

uc

s e à consolidação das unidades de proteção integral já existentes, enquanto outros 28% foram consumidos pela gestão do Programa, capa-citação e desenvolvimento de nova metodologia para definição de prioridades de conservação. Do valor disponível, pouco foi aplicado no monitoramento da bio-diversidade e na sustentabilidade financeira.

Em sua 1ª Fase, o Arpa destinou cerca de 2.8 milhões reais para projetos de geração de renda e desenvolvimento socioeconômico sustentável em benefício das comunidades vizinhas às

uc

s apoiadas. Construiu, assim, um ambiente favorável no entorno das UC para a sua consolidação.

Para a 2ª. fase, iniciada em outubro de 2010 e com previsão de durar até 2015, o orçamento do Arpa foi esti-mado em 121 milhões de dólares, incluindo a contrapar-tida governamental (federal e estadual). A previsão inicial é de 59,5 milhões de dólares para investimento direto nas unidades de conservação, via Funbio.

Leia mais no capítulo sobre Gestão Financeira e Ope-racional (CD).

juan pratginestos/ wwf-canon

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biodiversidade da Amazônia

A

Amazônia ocupa lugar de destaque no cenário mundial, abrigando uma em cada dez espécies que ocorrem no mundo. Além disso, a Ama-zônia apresenta 53 grandes ecossistemas, dos quais 34 são florestais e ocupam 78% de sua área. A região abriga mais de 600 tipos diferentes de habitat e a bio-diversidade estimada é de 45 mil espécies de plantas e animais vertebrados. O Brasil abriga 60% da área da Amazônia (4,1 milhões de km2) e o bioma ocupa 49% do território brasileiro.

Nesses anos de existência, o Programa Áreas Pro-tegidas da Amazônia (Arpa) deu uma contribuição relevante para conhecer e conservar a flora e a fauna da região. As unidades de conservação (

uc

s) apoiadas pelo Arpa conservam, ainda que parcialmente, 16 dos 19 ecossistemas florestais e cinco dos seis ecossistemas de várzea da Amazônia brasileira. O Arpa apoiou a criação de unidades de conservação em áreas de alta prioridade para a conservação da biodiversidade, colaborando de forma significativa para o aumento da representativi-dade do sistema de áreas protegidas da Amazônia.

Inventários preliminares realizados em 39 das 63 unidades de conservação apoiadas pelo Arpa na 1ª fase registraram

mais de 8.800 espécies, das quais 107 estão ameaçadas de extinção e outras 35 são espécies recém-descritas. Os registros de flora nas

uc

s do Arpa representam

nas

uc

s do Arpa também atingem percentuais signi-ficativos, principalmente no caso de aves, mamíferos e répteis quando comparados com a diversidade total estimada para a Amazônia (ver quadro abaixo).

A grande maioria das espécies registradas nas unidades de conservação apoiadas pelo Arpa é distri-buída em um número pequeno de áreas. Isso sugere que cada UC comporta um segmento específico da diversidade total e que todas as

uc

s são importantes e complementares para que o número total de espécies seja conservado; e também que a parcela do sistema de unidades de conservação apoiada pelo Arpa é bastante representativa da biodiversidade da Amazônia. Veja mais detalhes no capítulo sobre biodiversidade na publicação digital. Grupo Riqueza de espécies em 39

uc

s apoiadas pelo Arpa Riqueza estimada (Rylands, 2002) Proporção entre riqueza das

uc

s do Arpa e riqueza estimada Flora 4.181 40.000 10,45% Mamíferos 294 427 68,85% Répteis 209 378 55,29% Anfíbios 189 427 44,26% Aves 1.144 1.294 88,48% Peixes 975 3.000 32,50%

Na 2ª fase do Arpa, a ênfase é viabilizar a manuten-ção das unidades de conservamanuten-ção em longo prazo. Isso inclui descobrir, estudar e proteger a biodiversidade. O desafio é ampliar e melhorar a coleta e a identificação das espécies, fazer um banco de dados e monitorar as populações de fauna e flora.

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Efetividade de gestão

Arpa aumenta efetividade da gestão das unidades de conservação

O

apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) teve um efeito positivo na gestão das unidades de conservação (

uc

s). Essa cons-tatação decorre da aplicação da metodologia Rappam (sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão das Áreas Protegidas) nas unidades de conser-vação do Arpa. Essa avaliação foi feita em dois momen-tos diferentes e foi também comparada com os dados da avaliação Rappam nas demais

uc

s na Amazônia brasi-leira que não integram o Programa Arpa.

O método Rappam é uma ferramenta desenvolvida pela Rede WWF e utilizada em cerca de 40 países, apli-cado em mais de mil áreas protegidas em vários con-tinentes. O Rappam avalia cinco elementos de gestão definidos pela UICN: contexto, planejamento, insumos, processos e resultados. A aplicação da metodologia foi feita nas unidades de conservação do Arpa em dois momentos diferentes: entre 2005 e 2006, na fase inicial da implementação do Programa; e entre 2008 e 2010, ao final da 1ª Fase do Programa. Com os dados do Rappam nas

uc

s da Amazônia brasileira foram feitas três análises comparativas para identificar a evolução da efetividade de gestão propiciada pelo apoio do Arpa. A primeira análise levou em conta só as

uc

s do Arpa ava-liadas nos dois períodos; a segunda comparou as

uc

s do Arpa com as não-Arpa na Amazônia, no mesmo perí-odo; e a terceira comparou

uc

s da mesma categoria.

A conclusão é de que os investimentos realizados pelo Arpa geraram resultados bastante positivos na efetividade de gestão das unidades de conservação apoiadas pelo Programa, que saíram de um patamar considerado baixo para um patamar médio de gestão. Os principais avanços se deram no elemento “resulta-dos”, ou seja, nas ações desenvolvidas pelas unidades nos últimos dois anos. Isso indica que o Arpa investiu para estruturar melhor as unidades de conservação e melho-rar seus processos de gestão; e que esses investimentos

geraram resultados práticos para o alcance dos objetivos das

uc

s, principalmente a conservação da biodiversi-dade da Amazônia.

Ficou evidente, ainda, que quanto mais longo o apoio do Arpa, mais elevada é a média de efetividade de gestão das

uc

s apoiadas, com evolução positiva na grande maio-ria dos aspectos analisados.O Programa Arpa apoiou durante a primeira fase 63 unidades de conservação, dentre as quais 56 unidades estaduais e federais foram avaliadas por meio do método Rappam, entre 2008 e 2010, sendo 33 de proteção integral e 23 de uso sustentá-vel. Em 2005-2006 eram apenas 32

uc

s, das quais 16 de proteção integral e 16 de uso sustentável, todas de âmbito federal. Nessas 32

uc

s com apoio do Arpa, a efetividade de gestão evoluiu de 39% para 56% entre os dois perí-odos, segundo os dados da aplicação do Rappam. Os maiores avanços foram nos módulos de Planejamento da

gestão, Resultados, Infraestrutura e Objetivos; mas todos

os itens, exceto o módulo Amparo legal, mostraram uma evolução positiva. Na comparação entre

uc

s de proteção integral, o valor médio da efetividade de gestão evoluiu de 46% para 59%; nas

uc

s de uso sustentável o aumento foi ainda mais expressivo: de 32% para 53%.

Na comparação entre Arpa e não-Arpa na Ama-zônia, foram analisadas 117

uc

s, das quais 76 não têm o apoio do Arpa. Todos os módulos, sem exceção, mostra-ram melhores resultados nas

uc

s do Arpa, com desta-que ainda maior no módulo de

Recursos financeiros.

A média de efeti-vidade de gestão das

uc

s apoiadas pelo Arpa foi de 55%, enquanto a média das demais

uc

s da Amazônia foi de 43%. Leia mais detalhes no capítulo sobre efetividade de gestão nesta

(9)

Staffan Widstrand/WWF

mudanças climáticas

Arpa aumenta eficácia das unidades de conservação em deter o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa

M

anter em pé suas florestas é a contribui-ção mais importante que o Brasil pode dar para o equilíbrio climático do planeta. E o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) tem um papel de destaque para garantir essa contribuição, porque aumenta a eficácia das unidades de conservação contra o desmatamento e na redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a criação e a implemen-tação de unidades de conservação (

uc

s)

são a alternativa mais rápida, eficiente e de menor custo para combater as mudanças climáticas no Brasil.

No Brasil, cerca de 70% do total de emissões de gases de efeito estufa são oriundos do desmatamento e da degradação florestal. Até 2050, as

uc

s na Amazônia brasileira podem repre-sentar a não-emissão de 8 bilhões de toneladas de carbono. Só as emissões evitadas pelas

uc

s do Arpa até 2050 são 16% do total mundial de emissões em 2009 –

ou 70% da meta prevista no primeiro período de com-promisso do Protocolo de Quioto. A recente expansão das áreas protegidas na Amazônia brasileira, com a qual o Arpa contribuiu consideravelmente, foi res-ponsável por 37% da redução total do desmatamento obtida na região entre 2004 e 2006. Além de evitar as emissões de

CO

2, a conservação das florestas é

impor-tante para o equilíbrio climático devido às funções que elas desempenham na regulação do ciclo das águas e da temperatura, entre outros serviços ambientais.

A manutenção da floresta em pé nas unidades de conservação, a criação e a boa gestão das

uc

s geram um efeito “sombra” positivo que se estende também para as áreas do entorno. O custo de criação,

imple-potencial do carbono retido por elas até 2050 (fora outros bens e serviços). Outro dado importante é que o Brasil já tem a experiência e a estrutura necessárias para aplicar bem os recursos de incentivos econômicos e investimentos globais destinados ao combate do aquecimento global, garantindo inclusive o apoio a sistemas de áreas protegidas e a solidariedade entre as comunidades locais. Uma das principais vantagens do país é contar com o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que melhora a gestão das

uc

s e aumenta sua resiliência contra as ameaças do desma-tamento e degradação dos ecossistemas.

Uma análise comparativa em 198

uc

s, com base na extensão e no percentual da área

desmatada, revela que o índice de des-matamento é, de fato, menor nas 63 unidades apoiadas pelo Arpa do que

nas 135 unidades fora do Programa. O estudo comprovou, ainda, que o desmatamento evitado pelas

uc

s

não é transferido para outras regi-ões (ou seja, não há vazamento). A diferença do desempenho contra o desmatamento entre as

uc

s dentro e fora do Arpa se acentua ainda mais em regiões onde a cobertura florestal está mais ameaçada: no Arco do desmatamento. A quase totalidade (97%) das

uc

s beneficiadas pelo Arpa manteve o desmatamento abaixo do nível conside-rado perigoso, ou seja, não ultrapassou o limiar de 10% da área da unidade. A grande maioria delas (92%) conse-guiu limitar a perda florestal a 5% ou menos da área. No grupo fora do Arpa, só 64% das

uc

s tiveram desmata-mento igual ou menor do que 5% e 84% se mantiveram no limiar de 10%%. Apenas 3% das

uc

s do Arpa perde-ram mais de 10% de sua área (contra 16% no grupo fora do Arpa). O percentual médio de desmatamento nas

uc

s do Arpa é de 1% da área, um valor bem inferior ao percentual médio desmatado nas

uc

s fora do Arpa, que é de 1,7% da área. Leia mais detalhes do capítulo Desma-tamento e Mudanças Climáticas na publicação digital.

wwf-b ra sil/ m arise te ca tap an

(10)

d esign: M ar cio D uar te – m10.c o m.b r fo to d a cap a: Ju an P ra tgines tos/WWF-Cano n

Referências

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