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PLURALIDADE DOS GÊNEROS E SINGULARIDADE DOS TEXTOS : TENSÕES CONSTITUTIVAS DO ENSINO DAS LÍNGUAS

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PLURALIDADE DOS

GÊNEROS E

SINGULARIDADE DOS

TEXTOS :

TENSÕES CONSTITUTIVAS

DO ENSINO DAS LÍNGUAS

JOAQUIM DOLZ

UNIVERSIDADE DE GENEBRA EQUIPE GRAFE-FORENDIF

(2)

PRIMEIRA TAREFA

Leitura de Chester de Melanie Watt

CHESTER

O conto fala de um gato

egocêntrico que quer estar no centro da historia : uma batalha entre a autora que tenta contar a historia de uma rata, e

(3)

SEGUNDA TAREFA

Escrever uma apresentação autobiográfica para a página

web de sua escola ou de sua universidade.

Grupo 1: Uso do EU

Grupo 2: Uso unicamente do nome do autor e da terceira

pessoa

(4)

TERCEIRA TAREFA

Avaliação de textos de alunos

- CARTA

- ANUNCIO

(5)

TRÊS QUESTÕES

-

Bronckart (1996)

-

Schneuwly (1994)

-

Schneuwyl & Dolz (1998)

1.

Qual é o interesse do trabalho com os gêneros em

situação escolar?

2.

Como organizar o ensino sobre a diversidade dos textos

e do funcionamento discursivo ?

3.

Como gerir a tensão entre os gêneros diversos e os

textos singulares que se produzem na escola ?

(6)

PLANO

1. Uma didática da expressão centrada no gênero 2. O gênero textual, sim. Mas no plural

3. Reagrupar os gêneros para organizar o currículo pensando em aprendizagens específicas

4. Avaliar o texto do aluno

4.1. A recepção das produções singulares

4.2. Regular, corrigir et anotar as produções do aluno : os gestos do professor

4.3. A transferência sobre outros textos do mesmo gênero

5. Intervir sobre o texto ou sobre o gênero ?

5.1. O trabalho sobre a textualidade transversal e singular

5.2. Elementarização das dimensões genéricas 5.3. Articulação gênero / texto

(7)

PROBLEMAS DAS PRÁTICAS

OBSERVADAS

1. Tendência a trabalhar o TEXTO SINGULAR

2. Objetivos e dificuldades da perspectiva dos GÊNEROS NA ESCOLA

- Cada sujeito único (a escola se adapta às individualidades)

- Cada texto é diferente. Mas trabalham-se as dimensões transversais

- Confusões entre o SINGULAR e o GENÉRICO

- Construção de uma comunidade discursiva (a escola desenvolve uma cultura geral para todos) - Centrado nas variações e as

aprendizagens específicas - PLURAL e GENÉRICO :

regularidades e transferência técnicas

- Confusões entre TIPOS e GÊNEROS, derivas

- Objetivos : criatividade e estilo - Objetivos : desenvolvimento das capacidades de ação,

(8)

UMA DIALÉTICA ENTRE

TEXTO-GÊNERO

- Para melhorar o ensino da oralidade e da escrita

- Uma articulação entre texto/gênero nas sequências didáticas

- Uma identificação das ZPD entre o texto e o gênero

- Uma reflexão as intervenções do professor

- planejamento (PDG, Guimarães, 2013 e 2015)

- implementação das tarefas e das atividades

- memória didática

- regulação

(9)

UMA DIDÁTICA DA EXPRESSÃO

CENTRADA NO GÊNERO

“Quem tem medo das folhas não deve se aproximar do bosque” Jaques Amiot Argumentos:

1. Nível das representações.

Representação das convenções de uma família de textos.

Exemplo o cordel. Horizonte de espera (Jauss, 1978). Exemplo o conto.

2. Nível pragmático

Manifestação da comunicação.

Exemplo a entrevista radiofônica.

3. Nível sociocultural

Ferramentas semióticas que permitem a apropriação das experiências do passado.

Exemplo : a descrição de um itinerário.

4. Nível de integração

(10)

PROBLEMAS DO ENSINO DA

ESCRITA PARA O PROFESSOR E

PARA O ALUNO

Professor Aluno

1. Dúvidas sobre as dimensões da escrita (afetivas, cognitivas, linguageiras, metacognitivas) e do gênero (textualidade). MODELOS DIDATICOS DO G (Stutz, 2015)

1. Tempo longo da escrita e das correções (impossível com

muitos alunos e excessivas turmas) 2. Ausência de ensino a aprendizagem canônica PDG (Guimarães e Kersch, 2015) 1. Motivação TRABALHO EM PROJETO

1. Falta de ensino explicito e poucas regulações

(sistematizações, hipóteses e pesquisa de Buzen)

1. Ausência de atividades para aprender as diferentes

(11)

O GÊNERO

1. Conteúdos temáticos Artigo de divulgação científica

2. Estrutura comunicativa e semiótica Entrevista radiofônica PLANEJAMENTO

ADAM (2004) BRONCKART (1998)

3. Configuração de unidades linguísticas : TEXTUALIZAÇÃO trabalho sobre a língua portuguesa

Confessional [234]

Amar, amei. Não sei se fui amado,


pois declarei amor a quem odiara
 e a quem amei jamais mostrei a cara,
 de medo de me ver posto de lado.

Ainda odeio quem me tem odiado:


devolvo agora aquilo que declara.
 Mas quem amei não volta, e a dor não sara.
 Não sobra nem a crença no passado.

Palavra voa, escrito permanece,


garante o adágio vindo do latim.
 Escrito é que nem ódio, só envelhece.

Se serve de consolo, seja assim:
 amor nunca se esquece, é que nem prece.


Tomara, pois, que alguém reze por mim…

Glauco Mattoso

(12)

AS CAPACIDADES

Capacidades de significação (Cristovão, 2013) Capacidades de ação Capacidades discursivas Capacidades linguístico-discursivas Capacidades multi-semióticas

(13)

O GÊNERO

Resultados positivos sobre as pesquisas experimentais sobre as sequências didáticas

Reiterados por diferentes trabalhos com gêneros diferentes Progresso MUITO RELEVANTE para os bons alunos e para os alunos com dificuldades escolares

Problemas (pesquisas do grupo DORE): - qualidade dos dispositivos

- modelização didática dos gêneros incompleta (Chartrand, 50 gêneros)

- derivações tecnicistas - problemas de avaliação

- dificuldade dos professores para seguir um trabalho seriado e articulado

(14)

2. GÊNERO TEXTUAL, SIM. MAS NO PLURAL

« SEJA PLURAL COMO O UNIVERSO"

FERNANDO PESSOA

• O ensino perpetua as formas canônicas clássicas

• Gêneros literários, práticos (como a correspondência) e

escolares como a dissertação são privilegiados

• A nossa modelização didática é diferente: MEGAFERRAMENTA da

comunicação e do ensino :

• Adam, (2004), Mainguenau (1998), Jauss (1978), Bronckart (1986)

• Articular as formas linguísticas ao funcionamento discursivo

• Mobilização das convenções pragmáticas e das unidades linguísticas

• Desenvolvimento das capacidades dos alunos : importância das aprendizagens específicas

• Didática variacionista que tem como objetivo o domínio de diferentes práticas discursivas trabalhando o contraste e a

(15)

REAGRUPAR OS GÊNEROS PARA

ORGANIZAR O CURRICULO PENSANDO

NAS APRENDIZAGENS ESPECÍFICAS

Onipresença de certos gêneros na escola

Necessidade de um currículo preciso e de estabelecer as

prioridades com CRITÉRIOS DIDÁTICOS

Escolher os gêneros permitindo aprendizagens (Marton &

Tsui, 2004)

-

Cultura literária de ficção : FÁBULA, NOVELA, CONTO

-

Documentação e memória : RELATO HISTÓRICO,

-

Discussão de problemas sociais: EDITORIAL, DEBATE

-

Transmissão de saberes : ARTIGO de DIVULGAÇÃO

(16)

4. AVALIAR O TEXTO EM UMA

PERSPECTIVA GENÉRICA

« OS DOIS OVOS QUE NÓS COMEMOS NO CAFÉ DA MANHÃ

PARECEM GÊMEOS E NÃO SÃO NEM PRIMOS DISTANTES »

GOMEZ DE LA SERNA

A primeira tensão que nos identificamos é de focar nos

aspetos singulares ou transversais

Os gestos de correção e os de anotação (comentários)

mostram uma escolha difícil por parte do professor

(17)

4.1. AS RECEPÇÕES DAS

PRODUÇÕES SINGULARES

« Um gênero de larga tradição

recomeça a sua infância em cada nova produção” J.D.

Vários perfis:

• O professor que corrige e não lê • O professor que lê e não regula

• O professor que só ve os problemas ortográficos, lexicais,

conjugação e estilo Duas pesrpectivas:

• O professor centrado na criatividade

• O professor centrado nas dimensões genéricas em

(18)

4.1. AS RECEPÇÕES DAS

PRODUÇÕES SINGULARES

1.

Importância do diálogo com os alunos. O SENTIDO do

texto singular é fundamental

2.

Retorno reflexivo sobre o texto

2.

Implicação da comunidade discursiva (os outros alunos

na releitura)

3.

Atividades METAVERBAIS e METACOGNITIVAS.

Explicitação dos problemas O ENSINO EXPLÍCITO É

FUNDAMENTAL

4.

O Trabalho por etapas é mais produtivo

5.

Sem um trabalho sobre as dimensões genéricas a

transferência não é possível (ver a tese de Colognesi,

2015)

(19)

4.1. AS RECEPÇÕES DAS

PRODUÇÕES SINGULARES

Vuillet, Tobola, Mabillard & Dolz (2012)

Exemplo 1 (FICCIONALIZAÇÃO das situações de

comunicação) : carta do leitor do jornal “Meu filho vai fazer

10 anos e eu não sei que presente lhe oferecer para o seu

aniversário. Ele quer um videogame e eu gostaria de lhe

comprar um skate. Vocês acham que eu tenho razão?

Exemplo 2 (mistura de gêneros no manual/ ausência de

referências para o trabalho ) : Notícia de uma erupção.

“Redija um texto sobre o que você sabe das erupções

vulcânicas”. Realizar uma bricolagem.

(20)

4.2. REGULAR, CORRIGIR,

ANOTAR : UM GESTO DO

PROFESSOR

“ Temos muitas coisas em favor das exceções a condição que elas não queiram se converter em uma regra.”

REGULAR : dialogo diante do obstáculo no processo da escrita Formas diversas : repetir, reformular, questionar, validar, explorar, ...

Objetos locais e objetos gerais : o sentido do texto em processo de construção é muito importante

A implicação no diálogo dos pares aporta benefícios CORRIGIR O TEXTO é uma etapa da avaliação

Dimensões como a ortografia, o léxico etc. Não tem nada a ver com o gênero

ANOTAR

(21)

EXEMPLO DE

REESCRITA

(22)

4.3. TRANSFERÊNCIA

“Somente no vocabulário das costureiras o padrão

(molde) é sinônimo de modelo”

Qual é a finalidade do trabalho? Escrever um texto singular ou aprender a transferir a outros textos as aprendizagens?

A avaliação (gesto fundamental do professor que mobiliza diferentes formas de regulação).

As tabelas de observação e de memória didática podem projetar-se para um trabalho futuro com outros textos do mesmo gênero:

- contextualização - planificação

- uso das unidades linguísticas

Objetivo: buscar as dimensões que podem se transferir a outros textos. Combinar o olhar direto sobre o texto e o respeito às convenções do gênero.

A avaliação exige um duplo olhar. Padrão para uma escrita que se transfere mas que deixa espaço para a liberdade.

(23)

5. INTERVENIR SOBRE O

GÊNERO OU SOBRE O

TEXTO

“Os pensamentos sem conteúdos são vazios, as intuições sem conceitos são cegas” Kant

- Não existe uma única maneira de ensinar a escrita.

- Contribuímos para mostrar as vantagens de trabalhar em :

- PROJETOS COMUNICATIVOS SOBRE UM GÊNERO – PRODUÇÕES INICIAIS AVALIADAS PARA ANALISAR AS NECESSIDADES DOS ALUNOS – MÓDULOS E ATIVIDADES – ESCRITA INTERMEDIÁRIA - RELEITURA / REVISÃO / REESCRITA PROGRESSIVA DOS TEXTOS - Podemos assegurar os benefícios da proposta mas existem muitas possiblidades (Barré de Miniac, 2000): TRABALHO SOBRE O

CÓDIGO, OFICINAS E TAREFAS DE ESCRITA LIVRE E INVENTIVA, INTERAÇÕES LEITURA-ESCRITA

- As diferentes entradas do trabalho da escrita podem se entrecruzar. A perspectiva dos gêneros é uma perspectiva integradora.

(24)

5.1. O TRABALHO LINGUISTICO

SOBRE A TEXTUALIDADE

• Trabalho sobre a textualidade implica a língua e é transversal e

genérico.

• A ortografia, a sintaxe, o léxico têm que se integrar no texto e

isso exige aprendizagens explícitas dos procedimentos

• Os exercícios isolados não são suficientes.

• Os fenômenos de textualidade específicos a um gênero são

muito importantes para a aprendizagem.

Exemplo das anáforas, dos organizadores e do uso dos tempos

verbais

(25)

5.2. ELEMENTARIZAÇÃO

• A iniciativa de trabalho com os gêneros propõe focalizar passo a

passo uma dimensão específica do texto para dominar pouco a pouco os diferentes mecanismos da textualidade

• Os exercícios e as atividades devem superar a lógica da repetição

mecânica e reunir uma série de condições para que funcionem como espaço das aprendizagens (Dolz & Abouzaid, 2015):

• Relação com o texto

• Zona de desenvolvimento proximal

• Aprendizagem explícita

O movimento de integração e de articulação é importante para o tratamento dos obstáculos ligados ao gênero, os obstáculos

(26)

5.3. ARTICULAÇÃO

TEXTO-GÊNERO

Um problema fundamental do ensino da escrita é saber articular os textos singulares dos alunos às convenções genéricas.

- As convenções genéricas mais abstratas podem ser de difícil compreensão para os alunos mais novos. Nesse caso, a

antecipação de formas singulares pode ajudá-los a criar uma relação com outros textos do mesmo gênero.

- Mas, pouco a pouco, é sempre produtivo a projeção sobre as aprendizagens que podem se transferir de um texto a outro (do mesmo gênero).

- A criatividade do texto singular pode ser trabalhada durante todo o ensino e nós sabemos que o trabalho sobre os gêneros constitui um apoio.

- Ao final do sistema educativo, os alunos que dominam as

regularidades do gênero podem trabalhar sobre a criatividade e a singularidade de forma distinta.

(27)

CONCLUSÃO

1. A perspectiva de trabalhar a partir de gêneros não é exclusiva. Mas ela é central para as perspectivas comunicativas.

2. As tensões observadas nas tarefas de ensino e de avaliação dos professores mostram que eles têm dificuldades para avaliar as capacidades iniciais dos alunos, que corrigem principalmente os erros ortográficos e gramaticais e que não dialogam suficientemente sobre os conteúdos temáticos e o sentido do texto singular (Cristovão, 2013).

3. A formação dos professores é muito importante para perceber e explicitar as dimensões genéricas. Os aspectos singulares do texto e o estilo é trabalhado de maneira muito mais sistemática mas os critérios são muito intuitivos e difíceis de explicar (Gomes-Santos, 2009; Carnin, 2011; Leurquin, 2013).

4. A articulação do trabalho com base no gênero com base no texto singular tem efeitos positivos recíprocos. As tensões observadas nas práticas do ensino merecem ser analisadas nas práticas para melhorar as competências

profissionais dos professores.

Entre a tese do texto singular e antítese do gênero como ferramenta cultural

indispensável às aprendizagens, a dialética do ensino exige uma síntese que articule melhor TEXTO EMPIRICO para iniciar o trabalho, DIMENSOES DO GÈNERO para

transferir a outros textos e busca de criatividade no ESTILO do TEXTO SINGULAR dos alunos.

Referências

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