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29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul

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Academic year: 2021

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29º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul

INSTRUMENTO DE ENFERMAGEM COMO BASE PARA ASSISTÊNCIA À PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM UM SETOR DE HEMODIÁLISE

Área temática: Saúde

Maricy Morbin Torres (Coordenadora da Ação de Extensão) Maricy Morbin Torres1, Ana Carolina Campesato2, Jussara Simone Lenzi Pupulim3, Laura Priscila Navarrete de Toledo4, Roberta

Tognollo Borotta4, Thamires Suellen Alves Pereira5

Palavras-chave: Unidade de Terapia Renal Substituta, Insuficiência Renal Crônica

Resumo

Este estudo teve como propósito avaliar a qualidade do instrumento proposto para a coleta de dados em pacientes de uma unidade de terapia renal substituta (hemodiálise) e identificar os problemas de enfermagem. Este instrumento teve como base para a assistência de enfermagem à pacientes renais crônicos de um hospital privado. Utilizou-se instrumentos que teve por objetivo identificar e refletir,a atuação do enfermeiro nesse processo e a complexidade do cuidado ao paciente crônico. Introdução

No Brasil, a prevalência de pacientes em programas de diálise dobrou nos últimos anos. A incidência da insuficiência renal crônica cresce cerca de 8% ao ano. A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e irreversível das funções renais, resultando em uremia, que é o

1

Professora Mestre em Enfermagem. Coordenadora do Projeto de Extensão. Departamento de Enfermagem. Universidade Estadual de Maringá. maricymorbin@uol.com.br

2

Acadêmica de graduação do 3° ano de Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá.

3

Professora Doutora em Enfermagem. Docente do departamento de Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá.

4

Acadêmica de graduação do 4° ano de Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá.

5

Acadêmica de graduação do 3° ano de Enfermagem, Departamento de Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá.

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acúmulo de toxinas urêmicas no organismo. É uma doença de difícil tratamento com vários efeitos na vida do paciente, com sérias implicações físicas,psicológicas e socioeconômicas não apenas para o indivíduo, mas também para a família e a comunidade.

Atualmente, a IRC constitui um importante problema de saúde pública que apresenta etiologia multifatorial, comumente relacionada ao diabetes, hipertensão, processos renais obstrutivos e glomerulonefrite (Carmo et al., 2003).

Com a progressão da lesão irreversível do rim, a homeostasia do organismo é rompida, ocorrendo o acúmulo de solutos urêmicos, excesso de água e de eletrólitos que precisam ser removidos pela hemodiálise ou diálise peritoneal, que passam a ser empregadas como modalidades de tratamento até a possibilidade de um transplante renal (Cuppari et al., 2002; Romão Júnior, 2004).

A hemodiálise apesar de garantir a vida dos pacientes também está associada a algumas complicações agudas à sua aplicação, como, hipotensão arterial, cãibras, prurido, arritmias cardíacas, hipoxemia, reações alérgicas, entre outras. Além disso, o doente renal crônico submetido à hemodiálise passa, em média, 40 horas mensais na unidade de Terapia Renal Substitutiva, o que pode comprometer a sua condição física e psicológica e causar problemas pessoais, familiares e sociais.

A hemodiálise permite a correção rápida e eficaz da uremia e dos desequilíbrios ácido-base de fluidos e eletrólitos. Neste processo a circulação é extracorpórea e o sangue, com a ajuda de uma bomba, passa por dentro de um dialisador – membrana artificial que em contato com a solução dialisante preparada na máquina promovera afiltração do sangue este após remoção das substâncias tóxicas vai retornar ao doente purificado.

Com isso, observamos a necessidade de uma assistência de enfermagem qualificada neste setor, identificando e monitorando os efeitos adversos do tratamento e as complicações decorrentes da própria doença de base, desenvolvendo ações educativas de promoção e prevenção. Devido à grande demanda de atendimentos nem sempre essa assistência consegue abranger de forma significativa todas as questões de saúde desses indivíduos, dessa forma, houve interesse em iniciar o processo de enfermagem nesse local. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) favorece a identificação de estratégias para elevar a qualidade no atendimento ao paciente, melhorando a qualidade de vida e as atividades cotidianas, comprometidas com o tempo, dos portadores de insuficiência renal crônica. O trabalho tem então, por objetivo, avaliar a qualidade do instrumento proposto para a coleta de dados em pacientes de uma unidade de terapia renal substituta (hemodiálise) e identificar os problemas de enfermagem.

Metodologia

Para alcançar os objetivos propostos nesta pesquisa, foi desenvolvido um estudo de natureza qualitativa com características descritivo-exploratórias. O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Renal Substituta de um Hospital Filantrópico do município de Maringá –Paraná.

A população do estudo foi constituída por pacientes que fazem hemodiálise, nesse hospital. Para esta coleta, utilizou-se o instrumento formulado com base na literatura sobre histórico de enfermagem em unidade de hemodiálise, com pacientes nefropatas.

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As maiorias dos pacientes permanecem em hemodiálise quatro horas por dia, sendo realizada três vezes por semana. Portanto este instrumento tem a proposta de aplicabilidade semanal, devido a rotatividade ocasionada pela pouca permanência do paciente na unidade e a dinâmica do setor. Após o consentimento da equipe multidisciplinar, e avaliação das professoras, o instrumento foi aplicado em 10 pacientes.

O instrumento provisório continha os dados de identificação do paciente, informações sobre a doença (diagnóstico médico, queixa principal, antecedentes familiares, medicamentos em uso); avaliação das necessidades psicobiológicas; avaliação das necessidades psicossociais e psicoespirituais e o exame físico, além do espaço para levantamento de problemas e as sugestões de intervenções de enfermagem. No preenchimento do instrumento, foi realizado o levantamento dos dados por meio do exame físico e consulta do prontuário, a fim de coletar informações que facilitassem a identificação dos diagnósticos de enfermagem.

Conclusões

A ICR além de ser um problema médico, é também um problema de saúde pública sendo que há um número crescente (incidência/prevalência), morbidade elevada, incapacidade funcional e custos elevadíssimos. De acordo com Junior, a prevalência de pacientes mantidos em programa crônico de diálise mais que dobrou nos últimos oito anos. De 24.000 pacientes mantidos em programa dialítico em1994, alcançamos 59.153 pacientes em 2004. A incidência de novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano, tendo sido 18.000 pacientes em 2001. O gasto com o programa de diálise e transplante renal no Brasil situa-se ao redor de 1,4bilhões de reais ao ano.

A detecção precoce da doença renal e condutas terapêuticas apropriadas para o retardamento de sua progressão pode reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros associados à Doença Renal Crônica. Como as duas principais causas de IRC são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, são os médicos clínicos gerais que trabalham na área de atenção básica à saúde que cuidam destes pacientes, assim também como a equipe de enfermagem. Sendo essas as principais causas de IRC, cabe ao enfermeiro atuar na prevenção e acompanhamento do tratamento dessas enfermidades, em nível de atendimento primário. Além dos medicamentos usados para o controle dessas doenças, há também medidas não farmacológicas a serem tomadas tendo um estilo de vida saudável, como alimentação adequada e prática regular de exercícios físicos. O diagnóstico precoce, medidas preventivas adotadas, melhoria da expectativa de vida geral da população, tecnologia empregada nos procedimentos dialíticos, qualificação dos recursos humanos que atendem estes pacientes, melhoria das condições estruturais e de equipamentos de Terapia Renal Substitutiva, enfim, um conjunto de fatores têm contribuído para a qualidade do tratamento, implicando no aumento da sobrevida destes pacientes. A utilização da SAE é um dos meios que a enfermeira dispõe para aplicar seus conhecimentos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional. Além disso, a SAE facilita tanto o registro como a recuperação de dados, qualificando a assistência de enfermagem e o controle de custos e auditorias. Com a utilização desse rico instrumento, podem-se identificar diagnósticos de enfermagem, o que possibilita uma melhor intervenção. Segundo Lata, um cuidado de qualidade, respaldado no processo de enfermagem, é de competência exclusiva do enfermeiro. Dessa forma,

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contribui-se para o desenvolvimento da profissão e,conseqüentemente, para melhor relacionamento com o paciente.

Referências

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