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O PROTESTANTISMO NO BAIXO AMAZONAS ATRAVÉS DE FONTES ORAIS: a trajetória do missionário Clinton Thomas e a Igreja de Cristo em Urucará

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Academic year: 2021

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CÉSAR AQUINO BEZERRA*

RESUMO: Nosso trabalho investiga a inserção do protestantismo na região do Baixo

Amazonas, através da trajetória do missionário Clinton Thomas, dos Estados Unidos ao interior do Amazonas. Esta pesquisa ancora-se na metodologia da História Oral, que, através de entrevistas, possibilita o registro do processo de construção de memórias ou memórias compartilhadas sobre eventos históricos ocorridos no chamado tempo presente. O missionário Clinton Benjamin Thomas (1930-2007), natural de Williamsport, Pensilvânia, serviu na região Norte do Brasil, enviado pela Igreja de Cristo, movimento evangélico norte-americano nascido no século XIX. Em 1965, a família Thomas chega em Urucará, Amazonas, para fundar a primeira igreja protestante da cidade, momento em que a presença da Igreja Católica e do próprio Estado, eram frágeis na região. Este artigo registra e analisa memórias sobre as ações dos missionários norte-americanos em Urucará, seu pioneirismo na área religiosa e as relações com o catolicismo, desenvolvidas naquela cidade por três décadas.

PALAVRAS-CHAVE: protestantismo na Amazônia; história oral; Igreja de Cristo; Urucará. INTRODUÇÃO

Apesar das tentativas de incursão das potências coloniais protestantes na América Portuguesa, é no século XIX que o Brasil vê chegar oficialmente o protestantismo. Dois tipos de protestantismos entraram no país nesse período: o primeiro, identificado como de imigração ou de colonização, tinha origem nos colonos ingleses, alemães e sulistas norte-americanos, sem interesse em fazer proselitismo entre os brasileiros; o segundo, identificado como de missão, era de procedência norte-americana, com missionários especificamente dedicados à converter almas fora dos grupos étnicos (MENDONÇA, 2005). Até o final do século XIX, as principais denominações protestantes tradicionais já estavam estabelecidas no Brasil.

Na Amazônia, conquanto o protestantismo norte-americano tenha seu primeiro representante no final da década de 1830, é na segunda metade do século que vêm a firmar-se (CARVALHO, 2015; LARANJEIRA, 2017; OLIVEIRA; PINTO, 2017). Este período é marcado pelo crescimento da economia gomífera, pelo aumento demográfico e pelo desenvolvimento de Belém e Manaus. Os relatos dos primeiros missionários deixam revelar suas estratégias de evangelização associadas ao projeto de civilização, orientados pelos ideais

* Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Amazonas (PPGH-UFAM).

Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM). E-mail: cesaraquinobezerra@gmail.com

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de progresso norte-americano. Nesse cenário, a hierarquia católica percebia a expansão do novo movimento religioso como ameaça à consolidação da sua hegemonia e até mesmo como um perigo geopolítico, alertando que a presença dos estrangeiros e sua outra forma de cristianismo eram uma ameaça à integridade do território nacional e, por isso, precisavam ser combatidas (LOPES, 2010; MACIEL, 2014; LARANJEIRA, 2017).

Segundo Oliveira e Pinto (2017:106), “os primeiros missionários protestantes que fizeram parte do projeto de propaganda protestante na Amazônia prepararam as bases para o estabelecimento das primeiras igrejas evangélicas na região”. Dentre esses estiveram metodistas, anglicanos, batistas, presbiterianos, adventistas e pentecostais (PANTOJA, 2011; CARVALHO, 2015; LARANJEIRA, 2017; OLIVEIRA; PINTO, 2017; TORRES NETO, 2019), todos estabelecidos na Amazônia até as primeiras décadas do século XX. Concomitantemente, a Igreja Católica, desde o começo da República, procurou garantir junto aos fiéis amazônidas a hegemonia das doutrinas do cristianismo romano (LOPES, 2010; MACIEL, 2014), como também parece o caso da região do Baixo Amazonas na segunda metade do século XX (SILVA, 2018).

Nessa conjuntura de possíveis tensões e de tentativa de controle da Igreja Católica sobre os seus fiéis, e amparados nas décadas de entrada de missionários protestantes norte-americanos na região, a família de Clinton Benjamin Thomas chega a Urucará, em 1965, instalando uma missão religiosa fundadora da primeira igreja protestante daquela cidade amazonense, a Igreja de Cristo. A partir de sua trajetória, lançamo-nos ao desafio de construir uma pesquisa histórica no interior do Amazonas e escrever parte de sua história.

A HISTÓRIA ORAL PARA ESCREVER A HISTÓRIA NO INTERIOR DO AMAZONAS

Na Amazônia, nem sempre é possível ao historiador interessado em escrever a história local encontrar as tradicionais fontes históricas para investigar seu objeto de interesse. Essas fontes podem estar armazenadas em instituições de guarda de documentos, as quais muitas vezes estão distantes fisicamente. Além disso, a região apresenta inúmeras possibilidades de pesquisa, que as fontes oficiais podem não alcançar. Tendo como recorte o protestantismo em uma cidade do baixo Amazonas, e amparados na noção ampliada de documento histórico (BLOCH, 2001; KARNAL; TATSCH, 2013), procuramos construir uma pesquisa histórica no interior do Amazonas, a partir da trajetória de Clinton Benjamin Thomas.

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como acervos familiares e documentos da Igreja de Cristo (BEZERRA; SILVA, 2020). Contudo, desde os primeiros momentos, ao tomarmos conhecimento de Clinton Thomas e de sua trajetória em Urucará, entendemos que estávamos nos inserindo na seara da história do tempo presente (MOTTA, 2012); logo, precisávamos pensar a relação entre memória e história, bem como percebemos a importância da história oral para esta pesquisa, por permitir “a democracia de vozes” (GATTAZ; MEIHY; SEAWRIGHT, 2019) e ser uma metodologia constituidora de suas próprias fontes (ALBERTI, 2014).

As discussões historiográficas do século XX inseriram a memória, e consequentemente o tempo presente, no território do historiador. Motta (2012:34) delimita a história do tempo presente como “o lugar autorizado para se construir uma narrativa científica acerca do que vivemos, do que estamos consagrando como memória e, por contraste, do que estamos esquecendo”. Huff Júnior (2008) aponta que o campo religioso brasileiro, tema mais privilegiado em outras ciências do que na historiografia, também pode ser pensado a partir da história do tempo presente.

A memória, em uma investigação do tempo presente, aponta-se como essencial para as discussões. Segundo Pollak (1992), a memória é seletiva, e constrói-se social e individualmente; por isso, é concebida como elemento que constitui o sentimento de identidade, individual e coletivo, contribuindo para o sentido de continuidade e coerência tanto da pessoa quanto do grupo. Entretanto, memória e identidade estão em constantes negociações e disputas, em confrontos sociais e intergrupais. Esse caráter conflitivo se faz presente em memórias familiares, de grupos menos formais, de grupos políticos ou ideológicos, onde se embatem objetivos e conflitos, como aliás, pode ser a trajetória de Clinton Thomas. O mesmo aplica-se ao campo religioso: “Memórias e identidades religiosas são, por isso, também disputadas em meio a conflitos sociais entre grupos políticos diversos” (HUFF JÚNIOR, 2008:60).

A História Oral é uma metodologia propícia para os estudos na história do tempo presente e a memória, pois permite, conforme Alberti (2014:155), “o registro de testemunhos e o acesso a ‘histórias dentro da história’, expandindo as possibilidades de interpretação sobre o passado”. Imprescindível para esta metodologia é a realização de entrevistas “com indivíduos que participaram de, ou testemunharam, acontecimentos e conjunturas do passado e do presente” (ibidem). A entrevista pode ampliar a percepção histórica, e permitir uma nova perspectiva, ouvindo vozes antes não privilegiadas pela historiografia.

Pela narração, o entrevistado transmite o acontecimento que viveu, ou seja, “ele se constitui (no sentido de tornar-se algo) no momento mesmo da entrevista” (ALBERTI, 2014:171). Assim, quando conta suas experiências, transforma-as em linguagem, e dá forma ao

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que tomaremos como uma fonte oral. Para Portelli (2010:19), “a narração oral da história só toma forma em um encontro pessoal causado pela pesquisa de campo”. É apenas quando o historiador vai à sua fonte, e abre-se ao diálogo, que aquilo que está guardado na memória será relembrado, organizado e narrado. Com as provocações do entrevistador, o narrador pode explorar setores e aspectos da sua experiência antes mantidos longe.

Para não cairmos na escrita de um texto laudatório sobre um missionário estrangeiro, Motta (2012) alerta do equívoco de considerar memória e história como sinônimas; desse modo, persiste a necessidade de uma reconstrução crítica e não somente restaurar memórias, compreendendo que estas tanto são fontes históricas quanto fenômenos históricos. Ou seja, a memória “é o passado que se projeta no presente” (MONTYSUMA, 2019:60). Portanto, é necessário atenção ao papel do historiador.

Alberti (2014:158) igualmente reitera que não podemos considerar o relato como a própria “História”, ou seja, tomarmos a entrevista como uma “revelação do real”. Como fonte, a entrevista precisa ser interpretada e analisada. Nas palavras de Montysuma (2019:48), é imperativo o confronto da pesquisa com a memória, e da crítica passarmos à “escrita da história”. Deste modo, ainda que sejamos devedores da mediação da história oral, definida por Gattaz, Meihy e Seawright (2019:13) como “gesto empático”, esta “não prescinde, é claro, da análise, dos questionamentos”.

Considerando a teoria historiográfica sobre a história do tempo presente e a história oral, e tendo nos lançado ao trabalho em campo, realizamos entrevistas com contemporâneos de Clinton Thomas, as quais nos permitirão identificar as memórias sobre as atividades da família Thomas no Amazonas (BEZERRA; SILVA, 2020).1 A pesquisa pode levantar outras questões, a partir do diálogo com moradores de Urucará e em outras regiões, e para isso a história oral nos permite acessar essas memórias, as histórias dentro da história (ALBERTI, 2014).

Como registra Silva (2016), a História Oral tem se consolidado no estudo de questões da história recente da Amazônia, produzindo conhecimento acadêmico como contribuição para o desenvolvimento do interior do país, considerando que pessoas como os colaboradores deste artigo não encontraram espaço em produções oficiais. Portanto, nossa proposta nasceu para apreender os processos históricos, sociais e culturais envolvidos na trajetória de Clinton

1 Na tessitura desse artigo, estaremos em diálogo com as memórias de: Thomas “Tomé” Joel Thomas, nascido em

11 de janeiro de 1964. Norte-americano, casado, aposentado, terceiro filho de Clinton Thomas.

Maria Auxiliadora da Costa Vieira, nascida em 24 de janeiro de 1935. Brasileira, viúva, aposentada. Foi apresentada pelos primeiros contatos como a fiel viva mais antiga da Igreja de Cristo em Urucará.

Renato Braga Vieira, nascido em 06 de janeiro de 1948. Brasileiro, casado, aposentado. Trabalhou com a família Thomas, como marceneiro e outros serviços manuais.

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Thomas, como uma das possibilidades que procuram ouvir as vozes das comunidades amazônicas e estudar suas próprias narrativas.

CLINTON BENJAMIN THOMAS E A IGREJA DE CRISTO NO BRASIL

O missionário norte-americano Clinton Benjamin Thomas nasceu em 28 de setembro de 1930, em Williamsport, no estado da Pensilvânia, e faleceu em 21 de abril de 2007, em Knoxville, Tennessee. Sua esposa, Phyllis Eleanor Thomas, nasceu em Williamsport, em 26 de dezembro de 1934. A trajetória religiosa da família desenvolveu-se a partir das experiências dentro da Igreja de Cristo, do seu estado natal ao Norte do Brasil. O casal teve três filhos: Timothy Benjamin Thomas (em 1956), Theodore Andres Thomas (em 1959) e Thomas Joel Thomas (em 1964).2

Esse grupo religioso, a Igreja de Cristo, originou-se de movimentos de despertamento ou reavivamento norte-americanos no começo do século XIX. Dois desses movimentos, um liderado por Barton Stone (1772-1844), e o outro liderado por Thomas Campbell (1763-1851) e seu filho Alexander Campbell (1788-1866), os quais ansiavam por um retorno ao cristianismo primitivo, pela unidade dos cristãos e pela valorização da Bíblia, uniram-se em 1832, formando o que chamavam de Movimento de Restauração, também conhecido como Movimento Stone-Campbell. Suas congregações recebem o nome de Igrejas de Cristo ou Igrejas Cristãs (Church

of Christ/Christian Church). A expansão do Movimento de Restauração pelos Estados Unidos

e para outros países, resultou na presença de igrejas em praticamente todo o planeta.3

Sua característica de permissão de teologia e práticas plurais acarretou no surgimento de três correntes dentro das Igrejas de Cristo/Cristãs nos Estados Unidos. A primeira nasceu oficialmente em 1906, constituída por um grupo radical, conhecido como Igrejas de Cristo A

Capella. Dois novos grupos surgiram entre a década de 1920 e 1968. O mais liberal e ecumênico

deu lugar à corrente das Igrejas Cristãs Discípulos de Cristo. Um terceiro grupo formou a comunhão conhecida como Igrejas de Cristo/Cristãs Discípulos independentes. Contudo, apesar de suas diferenças, as congregações dos três grupos continuam a apresentar-se como Igrejas de Cristo/Cristãs, referindo-se às correntes apenas quando necessário.4

2 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

3 AGOSTINHO JÚNIOR, Pedro. Introdução à História do Movimento de Restauração de Stone e Campbell.

Movimento de Restauração. Publicado em: 26 maio 2008. Disponível em

http://movimentoderestauracao.com/2008/05/26/introducao-a-historia-do-movimento-de-restauracao-de-stone-e-campbell/. Acesso e cópia salva em: 21 ago. 2017.

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Os primeiros missionários do Movimento de Restauração ao Brasil foram enviados pela corrente A Capella, no final da década de 1920, fundando igrejas na região Nordeste. Contudo, devido à falta de apoio, as primeiras igrejas terminaram sendo fechadas ou tornando-se pentecostais.Em 1948, a iniciativa missionária dos Discípulos independentes, ao enviar o casal David e Ruth Sanders para o Brasil, resultou na fundação da primeira Igreja de Cristo no Brasil, em Goiânia, Goiás, em 7 de setembro de 1948.5

O pioneirismo dos Sanders e das igrejas no Centro-Oeste trouxe recursos pessoais e financeiros para o Brasil, proporcionando o surgimento de centenas de igrejas. Atualmente, a igreja brasileira desempenha um papel de proeminência diante do crescimento mundial do Movimento de Restauração. Nas estimativas da World Convention of Churches of Christ6, sediada em Nashville, Tennessee, a Igreja de Cristo no Brasil, com todos os ramos presentes no país, totalizava, em 2017, 620 congregações e 117 mil pessoas. A nível mundial, são mais de 104 mil igrejas e de 10 milhões de fiéis.7

Os registros da Igreja de Cristo indicam que 87 famílias de missionários foram enviadas ao Brasil entre 1948-19988, entre os quais Clinton Thomas e sua família. Assim, em 1956, Clinton e Phyllis Thomas se estabeleceram primeiramente em Belém do Pará e depois em Macapá, Amapá. Foi nesse primeiro momento de serviço missionário que dois filhos nasceram. Em 1960, retornaram ao seu país, onde nasceu o terceiro filho, até serem convocados a voltar ao Brasil. É nesse momento que a família de missionários procurou uma cidade sem igrejas evangélicas para iniciar um novo trabalho.9

O MISSIONÁRIO EM URUCARÁ

Senhoras, Santos e Cruz (2016:143) apontam que a Amazônia Legal, ainda que seja uma região de baixa densidade populacional, é palco capital da concentração protestante no Brasil, chegando a um percentual acima de 30% da população total em estados como o Amazonas.

5 AGOSTINHO JÚNIOR, Pedro. Esboço da presença dos três principais ramos do Movimento de Restauração no

Brasil. Movimento de Restauração. Publicado em: 14 abr. 2008. Disponível em

http://movimentoderestauracao.com/2008/04/14/esboco-da-presenca-dos-tres-principais-ramos-do-movimento-de-restauracao-no-brasil/. Acesso e cópia salva em: 29 maio 2018.

6 A World Convention (Convenção Mundial) reúne a cada quatro anos igrejas e membros das três correntes. 7 NUMBER of Stone-Campbell Churches and Adherents Worldwide 2017 (alphabetically by country). World Convention. Disponível em:

https://www.worldconvention.org/resources/profiles/59-countries-nations-and- dependencies-with-no-s-c-presence-out-of-254-in-the-world/number-of-churches-and-adherents-worldwide-alphabetically-by-country/. Acesso e cópia salva em: 16 out. 2018.

8 O MENSAGEIRO DAS IGREJAS DE CRISTO, abril a julho/1998. Acervo pessoal/GEHA.

9 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

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Para que isso acontecesse, os atores-chaves, segundo os autores, são o missionário, o fiel e o pastor-evangelista. Um desses missionários foi Clinton Thomas.

Chamado de volta ao Brasil, Clinton Thomas “veio pra essa área de Urucará”. A viagem de Belém até Urucará se deu via fluvial; seria a primeira vez que a família viajaria naquela direção. Tomé Thomas não recupera nenhuma justificava em especial para a escolha de Urucará: “ele queria uma área nova onde não tinha igreja [...] Tinha cinco assim [...] então, aqui era uma, então ele ficou”.10 Vale sublinhar que o nosso colaborador era uma criança de colo no

momento da chegada dos seus pais a Urucará. Seus relatos remetem ao processo de construção das memórias compartilhadas pela família, cuja força o fez vivenciar quase “por tabela” (POLLAK, 1992) os fatos marcantes da trajetória dos Thomas.11

O município de Urucará, na região do Baixo Amazonas, possui uma população de 17.094 habitantes.12 A região foi habitada por indígenas de diferentes etnias, que legaram o nome “Urucará”, derivado das palavras “uru”, que significa cesto de palha, e “cará”, inhame.13

Na data de 26 de julho de 1814 foi fundado o núcleo originário da cidade, por Crispim Lobo de Macedo, que instalou uma capela em honra a Nossa Senhora de Sant’Ana. Torna-se freguesia em 1880, e foi elevada à vila de Sant’Ana de Urucará em 12 de maio de 1887. Em 7 de setembro de 1887, é instalado o município bem como a paróquia de Urucará. Em 1892 o nome do município se torna Urucará e o papa Leão XIII erige a Diocese do Amazonas, nova territorialidade católica, à qual Urucará é integrada (SILVA, 2018). No decorrer dos anos, diversas configurações, até a atual, entrelaçam o território de Urucará com outros municípios.

Silva (2018) apresenta a região do Baixo Amazonas como um espaço marcado pela hegemonia do catolicismo. Assim, Urucará e o Amazonas atravessaram a década de 1960 com transformações importantes para a Igreja Católica. Primeiramente, a carência de sacerdotes, que marcava as paróquias da região, foi suprida quando a missão canadense Scarboro Foreign

Mission Society assume a Paróquia de Itacoatiara e os municípios limítrofes, inclusive Urucará.

Os cinco primeiros padres de Scarboro chegaram em julho de 1962.

Nesse ínterim, acontecia no Vaticano um evento de significado global para o cristianismo. Aberto em 1962 e encerrado em 1965, o Concílio Vaticano II trouxe significativas

10 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

11 Outros colaboradores, indicam a influência do Pastor Eduardo Lessa, da Primeira Igreja Batista de Parintins, na

escolha de Urucará por Clinton Thomas, indicando uma rede de contatos ampla do missionário.

12 IBGE. Urucará. Censo Demográfico do Brasil de 2010. Disponível em

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/urucara/panorama. Acesso em 17/09/2017.

13 CÂMARA MUNICIPAL DE URUCARÁ. Disponível em

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transformações litúrgicas e doutrinais para a Igreja Católica, revelando uma Igreja mais aberta ao mundo. Dentre suas mudanças expressivas, implantadas a partir de então, estavam novas direções para o ecumenismo e a pastoral católica (SILVA, 2018).

Outro acontecimento importante é o estabelecimento da Prelazia de Itacoatiara, criada em 13 de julho de 1963 pelo papa Paulo VI. Seu primeiro bispo viria a ser um daqueles missionários de Scarboro. A Prelazia, além da sede Itacoatiara, é composta pelos municípios de Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Urucará e Urucurituba (SILVA, 2018).

É nessa conjuntura, de transformações no campo religioso na região, que Clinton, Phyllis, Timothy, Theodore e Thomas desembarcaram em Urucará. Sua chegada se deu no dia 8 de abril de 1965, e a primeira reunião da Igreja de Cristo em Urucará ocorreu dias depois. Tomé Thomas afirma que Clinton Thomas não conhecia ninguém da cidade, mas várias pessoas estavam observando sua chegada, já que “o pessoal ficava lá na frente da cidade, quando a embarcação chegava... pra ver quem chegava, quem ia embora [...] todos estavam esperando ele lá, quando ele subiu...” Além do costume popular, haveria outra causa, despertando a curiosidade da população: “Ele era branco né, ninguém sabia o que ele tava procurando”.14 Nas

memórias de dona Maria Auxiliadora, registra-se o barco que trouxe a família Thomas e parte da reação da população diante dos norte-americanos:

Num navio que chamava Barão de Cametá, fazia a linha [...] eles trouxeram muito camburão, material, essas coisas... contavam né, porque eu não vi, pessoal falavam até que a gente devia era para guerrear por aqui [risos]. Porque os Estados Unidos é um país que aqui, ali, tá se metendo em guerra, né. [...] o pessoal falava, ignorância.15

Emblemático nesse processo de construção de memória é o morador Arthur Libório, que nos leva a perceber a expressão de um messianismo nas representações do missionário Clinton Thomas. O sr. Libório era uma das muitas pessoas presentes na chegada da embarcação. Ele recebeu o pastor e “disse que tava esperando um homem como ele”. Segundo nosso colaborador, Arthur Libório estava esperando não este missionário especificamente: “Porque o pai dele disse que um dia vinha um homem branco, que vinha trazer um evangelho... e ele achou que aquele era o momento.” Libório ouvira isso de seu pai em Manaus: “o pai dele disse que um dia viria um homem com ensinamentos da escritura e pra abraçar a fé”. Esse acontecimento torna-se importante na trajetória de Clinton Thomas, sendo recontado inúmeras vezes: “quando

14 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

15 Maria Auxiliadora da Costa Vieira, entrevista realizada em 20 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César

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o papai visitava as igrejas ele contava as histórias”. Ou seja, esse episódio configura-se como vital na legitimação de sua ação religiosa no interior do Amazonas.16

Tomé Thomas confirma a falta de sacerdotes no município e a dinâmica religiosa local: “o padre só vinha uma vez por ano, durante a festa [da padroeira]” Porém, “depois que ele chegou, aí mandaram o padre, pra ficar aqui, permanente”. Apesar da provável influência da chegada de um pastor protestante na cidade, cabe destacar que este era também o momento de transformações na Igreja Católica, o que reflete-se no maior cuidado e atendimento a seus fiéis, bem como as relações com as outras religiões, pois não obstante as animosidades possíveis entre as duas igrejas, havia amizade entre os religiosos, “porque a maioria era canadense, então eles conversavam em inglês”, e inclusive “os padres vinham visitar ele”.17 Dona Maria

Auxiliadora reafirma o mesmo: “não tinha implicância com os padres. Eles faziam lá o trabalho deles, e ele fazia o dele também.”18

O processo de construção da memória de seu Renato Vieira, colaborador próximo do pastor Clinton durante quase três décadas, também identifica essa proximidade entre as igrejas e seus representantes: “nós ia na [igreja] dele quando era, vinha pessoal, visitantes né do Estados Unidos, aí ele convidava nós e nós ia lá quando era casamento, aniversário... a gente ia lá na dele né”. Contudo, revela que o missionário protestante tinha ações semelhantes: “E aí ele vinha aqui na nossa também [Igreja Matriz de Sant’Ana], fazia a mesma coisa. A mesma oração que a gente fazia, ele fazia lá na dele, ele fazia aí na nossa também”. O colaborador também afirma que Clinton “era chegado com o padre, não era assim uma pessoa que ficava implicando com ele né, padre com pastor”, sustentando a narrativa das relações amistosas entre os religiosos.19

Entretanto, as reconfigurações do catolicismo podem ter alterado essas relações, pois segundo Tomé Thomas, depois, com a mudança dos sacerdotes, “os mexicanos não se deram tanto com o meu pai”20, desvelando tensões a partir das mudanças articuladas por Roma no

território de Urucará.

Uma especificidade da primeira igreja protestante de Urucará é sua proximidade com a Igreja Católica: “porque a igreja já fica na praça, é bem próximo”. O terreno de Clinton Thomas,

16 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

17 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

18 Maria Auxiliadora da Costa Vieira, entrevista realizada em 20 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César

Aquino Bezerra.

19 Renato Braga Vieira, entrevista realizada em 19 de dezembro de 2018, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

20 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

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onde foi construído o prédio da Igreja de Cristo, é “no mesmo quarteirão” da Igreja Matriz, indicando uma possível disputa pelo centro da cidade. A partir das memórias familiares compartilhadas, Tomé assegura que essa localização não teve algum motivo especial, acredita “que era um local que tinha pra comprar né”, pois Urucará “era bem pequena nos anos 60”, sua população “era menos de cinco mil eu acho”. É categórico em afirmar que não ocorriam tensões entre os fiéis, se encontrando na direção de suas reuniões religiosas: “Não! Não! Não! Nessa parte...”, entretanto, “só barulho de festa quando tinha alto-falante.” Como a Igreja Matriz usava um alto-falante, isso atrapalhava os cultos evangélicos, “porque o programa de um era diferente que do outro né”,21 dando a conhecer, portanto, um conflito no campo religioso local.

Sem entrar em detalhes, Tomé atesta que havia diferenças: “Sempre tem, a diferença de quem está certo ou errado [...] Mas se você precisa ajuda de alguém, você não vai brigar com aquela pessoa”. Dessa forma, o missionário “era aceito... porque ele ajudava em outras áreas, além da igreja”. Essas áreas eram a atuação social do pastor, já que Clinton Thomas assegurou sua legitimidade junto à população por seu auxílio na área médica, além de serviços mecânicos, e educacionais, por parte de sua esposa. Portanto, seu trabalho alcançava “a comunidade em geral, tanto faz católico ou da Igreja de Cristo”. Com isso, reitera o papel fundamental do missionário na cidade: “O papai era a única pessoa, naquele tempo, que podia correr pra ele”.22

Dona Maria Auxiliadora Vieira é a fiel mais antiga da Igreja de Cristo em Urucará, que ainda estava viva e congregando na igreja. Ela não começou a congregar nos primeiros cultos da Igreja de Cristo, mas narra:

meu marido, que foi primeiro, convidaram lá, alguém, ou ele mesmo, e aí ele foi. Aí, ele chegou, e aí, “é bom, fala em Deus, não fala em outras coisas, não agrada a gente, é Deus”, aí foi, foi [...] eles convidaram de novo, e aí eu fui com ele. Se eu não me engano, nessa noite eu já aceitei Jesus, também não tô bem lembrada. Nós se batizamos juntos. E desde lá, eu sigo ali.23

Sobre sua experiência de convertida ao protestantismo em um ambiente católico, dona Maria Auxiliadora, em seu processo de construção de memória, registra a reação familiar: “o meu pai, ‘não minha filha, você escolheu, é sua decisão’. Depois, eu convidava ele, ele ia, mas ele nunca aceitou, era muito católico. Nós éramos católicos. Carlos [seu esposo] era, a gente

21 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

22 Thomas “Tomé” Joel Thomas, entrevista realizada em 19 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César Aquino

Bezerra.

23 Maria Auxiliadora da Costa Vieira, entrevista realizada em 20 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César

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era membro de um apostolado”.24 Sua narrativa confirma Mendonça (2005), reafirmando que

a conversão protestante implica ao indivíduo não apenas uma vida devota, mas também um reajuste a um outro padrão moral, ético e ideológico. Nas palavras de Laranjeira (2017:61), “Quem escolhia se converter a uma nova vida, se tornar um cristão exemplar, precisava se comportar como tal.” Segundo o relato de D. Maria Auxiliadora:

Faziam crítica da gente, que agora não vão mais dançar, não vão mais pra festa, [...] Naquela época, né, tinha aquelas festinha, a gente ia se divertir, mas depois a gente deixou também. Muita violência, né, matavam por aí, mesmo ia se afastando. Mas, xingavam a gente, ‘olha, são crente’, falavam imoralidade pra gente, ‘ah, vão ficando por aí’, então, ‘vão, lá, pra vocês verem como é bom a palavra de Deus, a gente aprender’. A gente vive cego mesmo, né, agora não, a gente não conhecia nem a cor de uma Bíblia. Eu vim conhecer depois de eu aceitar a Jesus, pastor deu a Bíblia para nós, mas antes disso, não conhecia a cor de uma Bíblia não. Mas graças a Deus, ele esteve por aqui, e tirou a gente, chamou pra Jesus.25

O pioneirismo da família Thomas e da Igreja de Cristo em Urucará, bem como o crescimento das igrejas evangélicas no município, refletem-se nos números oficiais. Segundo o Censo IBGE de 2010, 4.052 pessoas em Urucará se declaravam como evangélicos, ou seja, a cidade possui um quarto de população evangélica26. Se o crescimento das denominações evangélicas coincide com a expansão demográfica no Amazonas (SENHORAS; SANTOS; CRUZ, 2016; OLIVEIRA; PINTO, 2019), a realidade das populações locais e evangélicas em Urucará parece confirmar essa tese.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao investigar a trajetória de Clinton Benjamin Thomas e da Igreja de Cristo, procuramos inserir-nos no universo de pesquisas sobre as narrativas protestantes na Amazônia, bem como instigar pesquisadores para analisar a trajetória da Igreja de Cristo no Brasil, movimento septuagenário que parece não ter despertado ainda interesse científico. Nossa pesquisa não se propõe a ser laudatória de um personagem histórico estrangeiro, em uma recuperação de antigos discursos construídos sobre a Amazônia, mas tomar sua trajetória em uma perspectiva histórica, religiosa e social, para compreender parte dos processos históricos da Amazônia no século XX.

24 Maria Auxiliadora da Costa Vieira, entrevista realizada em 20 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César

Aquino Bezerra.

25 Maria Auxiliadora da Costa Vieira, entrevista realizada em 20 de agosto de 2017, em Urucará/AM, por César

Aquino Bezerra.

26 IBGE. Urucará. Censo Demográfico do Brasil de 2010. Disponível em

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A atividade missionária da família Thomas na região Norte enquadra-se em um movimento mais amplo de crescimento do protestantismo no Brasil e do papel das missões estrangeiras nessa conjuntura, especialmente no Baixo Amazonas. A análise desse caso nos permite entender parte de suas estratégias nesses processos de estabelecimento e relações com o catolicismo dominante. Entretanto, igualmente é necessário considerar a imersão dos religiosos norte-americanos em uma realidade social pautada pela fragilidade da presença do Estado, e como os missionários procuram suprir essas carências. Não fez parte dos nossos objetivos nesse texto destacar a atuação social da família Thomas, mas esta desvela como essas ações legitimaram sua presença na cidade aos olhos dos moradores.

Considerando a relação entre história e memória, a metodologia da história oral apresenta-se como eficaz para conhecer e analisar a história da Amazônia e dos grupos sociais que a compõem. A investigação sobre o protestantismo amazônico, um dos eixos da nossa pesquisa, não tem ainda se apropriado da história oral como método para compreender a inserção religiosa e social das igrejas estrangeiras, estando ainda nos seus primeiros passos. A religiosidade católica e a pentecostal parecem atrair maior investigação, mas o protestantismo missionário estrangeiro, cuja ação social é ao mesmo tempo legitimadora do proselitismo, apresenta-se como um campo amplo com diversas lacunas, cuja riqueza histórica as lembranças dos narradores podem alcançar e ajudar a compreender.

Ao nos encontrarmos com Thomas Joel Thomas, Renato Braga Vieira e Maria Auxiliadora da Costa Vieira, foi possível acessar suas memórias sobre a história de um personagem singular da/na história amazonense. Suas memórias imbricam-se com a história do protestantismo na Amazônia, tendo pessoas do interior do Amazonas como sujeitos nesse processo histórico, e cujas narrativas nos permitem compreender um pouco mais sobre a conjuntura que nos propomos investigar.

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