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GEORGES
BERNAN
O S' '\.'
il
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DATRADUçÃO
DEEd.gard G, d,a
Mata
Mqchadollâc.
i
noit,,
1951
-â".".;o
/IGIR
€/,lo
"u
RIO DE JÀNEIRO
GRANDE PRÊMIOACADEMIA ARANCXSA
\
Coqjright da
^Il1r1'S
OR^I1CÂ,S INDܧTRIA§ II,EUNIDÀS
6. À.
(ÂGIR)
Titulo do original Irâncês:
"JÔIIRNAI, D'TIN CUII'É DE CÀMPÁGNE"
MINIIA
PÀRóQUIAé uma
paróquia comoas
outtas,Tôdâs as paróquias se parecem. As paróquias de hoje,
na-tumlhente,
Ontem,eu dizia
âovigário
de Noreniontes: .obem e
o mâl
devem equiliblar-senumâ
pêróquia. só que o ceníro de gmvidadeó
colocâdo em bâixo,muito
em bâixo.Ou, se se prcfere,
üm
eoutro
se sobrepõem, sem misturar--se, corno dois liquidos de densidadediÍerente.
O padrêdu
em
minha
cam.
Éum
bom cum,muito
benevolente, muitopâtemal e
que passâ mesmo,no
Àrcebispado,por um
espí-lito
Íorte,
um tanto
perigoso. Suas troqas fazema
alegriados prêsbitérios
e
êie as apoia comum
olh
que desejaria vivo, mas que eu acho, no fundo, táo gasto, tão cânsado, que mê dá vontade de chorar.Minha
paróquiaé
devoradapelo
tédia,eis
a
pâlavr4. Cor4o lantas oulras paróqLliasI
O Gdio as devom sob nossasvistâs e nada podeúos
fazer.
úm
dia, talvez,o
coniágioto-mârá
contâ de nós, descobriremos em nós êssecâncer.
Po-de-se vivermuito
tempo com isso.A
idéia me
veio, onteÍn,na
estrada.
Câíaumâ
de§§âschuvas finâs qu€ nos peneimm os pulmões inteLos e de§ceú
até
o
aenhe. Do lado
deSâi
t-Waast,a
aldeia surgiu-me bruscamente,táo
coníusâ,tão
miserável sobo
horrível
céu de novembro!
vapôres d'água subiam, como fumo, dê tôdas aspaltes e
ela parecia ter-se deitado, â.1i,na
relva úmida,corno
um
pobreanimal
cansâdo. Que coisa pequenÊ, umaaldeia
!
E
essâ aldeia eraminha
paróquia.Era
min]1aparó-quia
e
eu nada podia fazerpor
ela; via-a idstementemer-gulhar lra noite,
desâpaxecer...Mais
alguns momentos, ejá
não enxergava minl1a pâxóquia. Nunca havia sentido táocruelmente sua solidão
e'a
mlnha.
Peu§âvano
Sado que ouviamugir
emmeio
à
cerraçáoe
queo
vaqueidnho, deyolta da escola, malet8. debaixo do braço, ia conduzindo,
âtrâ-vés do pasto úmido,
paÍs o
estâbulo quente, chetuoso.,.Il
ela,
a
pequena aldeh..parecia agurúdar lamb{:m
-
sem grande espemnça-
depois de tantds noites passadas na 1ama,,,1
I
í,i
Litrorid
AGÍP"..
..
Rio dc Janeiro-
Iiua N{éxico, 08-B-
Caixa Postàl 3201rirL' r,rnlo
-
nuâ Eráulio Gomes, 125, loiâ 2-
caixâ Postal 6040Ihlo
lli)lizontc
Avcnida ÁfoDso Penâ, 919-
Caix4 Portât ?33ii
t\
{
1 Ií
rNoxsÊço rELEaniFrco "ÁcrRsÀ'GEORGES AEENANdS
urlr (loro qrtr a conLiuzissc parâ algum implovávcl, algum
ini-ntllgillrivcl
:lsilo.()lr
!
bI.tn
sci qüe
tudo
isso são idóiês loucas. quc não lx)sso lonrÍriits inlcilamcnte
â
sério, sonhos apenâsI...
As nl(l(irs
x:i() sc k.vaotam, à voz deunt
àluno degIulo
cscolâr, corJx) osbois.
Não importaI
Na
târ'dc de ontem, âcho queulrl
sr1)10â
tinhà
châmâdo.Diziâ a mim mcsmo que o mundo ó devolado pelo téc1io.
Nàtulrrlmente, é precisc
refletir um
pouco para dâr'se contadisso; n,,.o é íal.o que se apreenda àssim, de relence.
É
umar.l
,r' il(
pó.
À
gFnl^
\..i
ê
volll
s'm
o
vcr. l'.cpirr.o,
«)me
o,
bcbc-o;é lão
lênue,tão
flno,
quenem ao
menos r-âIlce sob os dentcs. Mas sea
gente pár:rum
segundo, ei-ioquc
(iobr'c Dossolosto,
nossâmáo.
Temosde
nos sacudi!_,s0r11 cassal, p:i]'a libe]ta1-nos dessa chuva dc cinza. DÂi
por-quc o
nundo tanlo
se âgi1a.DiI s$á
talvcz quc,há muito, o
muúdo se ÍamiliarizouÍ{rm o la{lio, que o tédio é a verdadeira conclição do homem.
lir lx)sslvrl
qur â
scmente, cspalhadâpor tôda a partc,
ger-nrirrLss(.. aqLli cali,
em telr'eno favol'ável. Pergunto. porém,ii,
os lroDl(,ns conhccelalr âlgumdiâ
ôsse contágio do tódio,r,:lir
L,l)rl
I
Ur,r d.sospôl'o melog-r'ado,uma lorma torpe
do rl(.ii.rlx,ro (tucc, ri(tn
(lir!id.,
como quea
íermeníação dellIr
cri:ilillliriIro
í1.|lirtrrr,i)do.I
vrl, rrIr.rrr,.rrIi, rri)o irli,ills qtlc ou gualdo paramim.
Eü-lr,lrril,, r ,'
rir,
(.r)vr,ri,(,rlro(lclas.
Achoaté
que podelia,\t,rrrl
Irr
rrIrl0 l!,rr,
lr.rrrrlr llrir
1alvc7, pâra rneusossê-lt"
rlr|.rI
rlr,rI
I,irir
:x)rir r,j!){l'
llrinltr
con5c;ência.o
otj-rrl'r!,
,1,, Irrtr.r
or,r
llr,rr,
Lr ,1) rl)l( lxrn(in1,o. Os que ainda,, I'r,'1,.,..rrr,
lxrr
lril)i10,
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u(jr.cCital ltôle.^
rif
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t,lr(.;llrrrr'
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rí)ü i]ir)s sillnilicâtivos;'ri,.,.,
lfll, r,
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r,r,.rr
olrrrrlirs.
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t)udr'cs vclhostr,
l
,,L.
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(lxs rl)rl'ôncjírs,.
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iÍ).aliás
imutá-\,
L'
Ii rr, ,.r
,l,nlllr,r(.rir
i'lr(,irLllliro
rriroos
nlcsmos;r,'.
o,
IIrIIr.|,iI|IIiIIlt'jilll(' ()i
I ( I 1 ) I I I I ( \ ' I , I II
tlritiS. Outlor'â, pofi\,
llrlrl(,,
r.,(ullr
lrir(L,ilo
li ltlt
rr)rllo ifiscntado que
ümDIÁnÍo DE
úM
P,(!oco DE Á!,DErÀdiscurso episcopal hÀveda de terminar, invaliàvelmente, com
pludente
alusáo-
convicta,ó
ver'dadc, mas pluclente-
à
perseguição plóxiina e ao sangue dos máItir'es. Tais prediçõestolnâm-se cada Íez mais Laras, hoje erl1
dia.
Provàvelmente,porque sua realizaqão pârece menos incerta.
Oh
!
há
uma p:rlavra que começaa
correr ospresbité-rios,
uma
dessosi
alâvrashoníveis
â
que
chamamos de"poilus"
que,não
sei como,nem
poi_ que, pareceraminte-ressantes âos nossos ântecessores,
mas
queos
râpâzes deminha
idadeacham tão
dcsagradáveis,tão
tristes|
(Sur-pre"ndê. 3liác,..mo
:.
Biria das 1r'inchriras conscÊuirlê\nri-mir
tântas idéias sór'cliclascm
imâgens lúgubres; mas serárealmente
a
Siriâ das trinchejras ?) Repcte,se, pois, nâtural-mente, quc"é
inirtit
tentar compreendel'.
Meu Deus!
Masse é disso justamcntc que se
trata
I
Sei que há os supcl.iores.Quem informa, porém, aos superiores ?
Nós.
Então, quândoexclÍFm a obodiinl.ril F a
j'r'plicidcdc
do" mongê".pí
.a tnim,Iazem.no.m \ão: o
i,'g-m!nto
nromc imlllrs.Íond,..
Todos somos c:ipazes de clescascar. batstas
ou
cuidar deporcos! desde que
um
mestre de noviço§ no-to Dande Íazer.Mas,
umâ
pâróquiaráo
é tão
fácil
de regalar com atos devirtudc
como uma simplcs com-,-rnidâde!
Tanto
mais que ospaloqlrienos
o
hão de ignor-a} sempre; aliás nuncao
have,liam
dc compreender.O Árcipreste cle Bailloeil, depois que se âpresentou, fre-qiientâ cíjm assiduidcdc os
RR. PP.
Cartuxos de Verchocq."O
qucvi
em Verchoq" éo título
de uma de surs palcshrsiL qu:rt o deão quâsc nos obrjgou a âssistir. Ouvimos 1á coisâs iDl,a],cssantíssimas, cDocionantes m€smo,
polque
êssc velhoirrrlalct
coLSCIvou âs inoccn'Les maniasdo antigo
l)tolirssol(k.
Iil.râtur'a, e
cuidada
diÍr(.io, como dasunhrs.
I)ir
se iârlr,, i.
ri^rlfL
.. l,rr.,
,rJ rnr.:m., 1rrnlo,
il
lrfc ,.nr'.. llr,lrôv.i.ví'l (k)
Sr.
^úâtole
Fr'àncê,Í:lrtlc
sl.rs olrvilrl,r's d(, sotaina, e{luc
lhc
lx.dia dcsculpc, cm nornc dcÍ)cl|i
o (lo lrumânismo, (()Dl olhâlcs suiis, sorrjsos cLirnl)1j«'sc
Io(lrrios arn'iculâIes.I:nlrnr,
pirrcciaquc.ssâ
csp,icjc Llc roquolisnlo eclesiásticoaco-{
GEORCES EIRNÀNOS DI.4xIo DE ÚM PÁnoco DE ÁLDEIA
lhimcnto
àqn.laspalavras.
(Sou provàvelmente de naturczâmuito }u(lc,
nuilo
grosseila, mas confesso queo
pâdreie-lilrlo
s|rnpr'orlrc
inspir'âhorror,
Flcqiicntar os
"bcloses-piril{rs"
ó Como quejantar na
cidade-
c não sevai jantâl
Docklr(k,
tl'ndo sob as vistâs gente que rnorre de Jome.)I4nr r'csumo,
o
Sr.
ÁJcipteste contou-Dosmuitas
ânedo-tâs quc chama, segundoa
modâ,dc "Ílechadas".
Creio tercoml)r'ocndido.
Infelizmente
não
me
sentia
tão
comovido quanlo crâ de de§ejar. Os frades são incomparáveis mestrcsda vida interior, ninguém duvida;
nraspelâ maior
parte,essas "flcchadas", como o bom vinho da terra, devem ser sâ-boleadas no
lugaÍ
de origem. Àltetanr se duranteâ
viagcm.Tâlvez
ainda...
devo dizer?
talvez que
êsse pequenonúmero de
homcns reunidos, vivendo 1âdoâ
lado,
dia
ênoite, cricm,
scm queo
saibam,
certa
atmosfcra
favorá-vel...
Tambémeu
conheÇo alguns coâventos.Vi
religiososrcccb€rem humiidemente, rosto em
te[a,
e
sem murmurar. â repreensão injusta de um supêr'ior empenhâdo em lhesque-bral
oorgulho.
Mas, ncssas casas a que nenhüm eco de forapertruba,
o
silêncioâtinge umâ
quâiidade,uma
perfeicáovcldadeirâmente extrâordinárias; o rnenor borborinho é cap-tâdo,
ali, por
oüvidos de sensibitidadeesquisita,..
E
há
si-lêncios de umâ saia de capitulos que valempor'um
estrépito dc aplausos.(Enquanto que
um
sermão episcopal. . .)Reli sem prazer essas pdmeiras páginas do meu diário.
Certamcnte, r'efleti
muito,
antes demc
decidira
escrevê-lo. Isso, por'ém. não me sossega o espír'ito. Pâra qualquer pessoÍrhâbituada à prece,
ã
reflexão é, as mais das vêzes,um
áIibi,uúa
sorrateirâ Íorma de nosconfirmar
cmum
designio, OIaciocínio deixe Iàcilmente na sombla
o
que desejamos con-scrvâroculto.
O homem do mundo que refiete, calculaper-Iritanlcnte
suas possibilidâdes!
Mas,
que
poderiam
vâlcrn{)sjrâs lx)ssibilidades, a nós, que aceitâmos, umâ vez para sefi-l)r(,,
ilhrrivel
pre§ençâ;a
presençadc
Deus ern cadains-lil.lrl.(,rl( nt)ssâ ])obre vicla ? Sob pena dc pcr'{ler a 1ó
-
e quo llro r'orl.rüá, cnlão, visto quc não pode pcrd0-la scm ncgar qsi mesmo ?
-
um
padre jamais poderiater
de seus próprios interêssesa clarâ
visãotão dirctâ
-
gostariade
dizer tào ingêr'ruâ, tão simples-
dos filhos do século. Câlculâr nossas possibilidades, pÂra quô ? Não se jogâ contrâ Dcus.Recebi
a
respostada
minha
tia
Filomena,com
duas notas dê cem tL'dncus.juslam,nl"
o
n,ce\rá_:o nJg o
l.:1i.urgcntê. O dinheiro
desliza entre meus dedos, como ârcia;é espantoso I
É preciso confessar qr:Le sou de umâ idiôtice
!
Assim, por exemplo, o forneccdor de Heuchin,o Sr,
Pân1vre, quc é umhomem honrado (dois de seus filhos são Dedres), Lecebcrr_rre
logo com
muita
amizade. Todos os meus colegas sáo, aliás,seüs fi'egueses.
Insistià
scmpre comigo, nos fuDdos cle suavendâ,
pâra âceitar vinho
quinâdoc
sequilhos. Câvâqueá-varnosunl
bomtempo.
Ê1c passapor uina situaqio difícil:
uma
de suasfilhas
está desen, .Dre[lada,e os dois
rapazes,que
estudâmna
Jaculdâdecatólica, comcrnlhc nruito
cli-nheir.o. Dm lesumo, cêrto dla, depois dc leceber minhas
et1-comenclas, disse-me g{rntilmcntc:
*
Vou âcrescantâr tr'ôsgarrâfas de quinado;
ser-vea pare the dâ? mâis cór !Eu
acreditei, tôlamente, que
o
Sr.
Pâmyic me
pro-senteava,
Um pobre coitado que, aos doze àncal, pass:r do Lln]x casa
miscrável para
o
seminário, nuncâ poder'á sabcro
Í:rlor
dodjnhcilo.
^credito
mesmo quc nos é
diiicil
scr t','.it|ilirlD.'l'rchonesl,os el1r negócios. É nê1hor
rão
Í[exer',rindr]
cllrc lno-{,('nt(mcntc, corno
qucâ
meior
pallc
doslciÍlolj
collsidcr-a nàolrnl
meio, mâsun] Íim.
Mcu colegâ de Verchin, que nÍio ar s(Dl)rrr (1,,s
nl:lis
dis-cr(,lírs, âchou quc devin fâ2, r. / r'r íi)i r (l!'
l,
,jr, r'.riL.fâ, alusáo :ll)rllll
cnLcndido,com
o
l)r'óI)rjosr.
P:Lü1yro. Ês1e {icou iriDcri'umcntc contrar'1âclo.i(
10 GEOÊCES BERNÂIiÍOS Dr.ÁÀro DE
uM
PÁloco DEArDErÀ
11-
Quc oSr.
Vigário venha quântas vêzes quiser, disse, têrcmos prozer cü1tomâr uns
golezinhosjuntos. O
vinhonão cstá âssim tão pela hora da morte, grâçâs a Deus
!
Mâsncgôclo ó Degócio, não posso dar
minhâ
mercadoria de mãobeilodo.
E
a
sra.
Pamyre parece que acrescentou:*
Nós, comerciantes, temos também nos§o§ deveres de estado.Decidi esta manhã
continu
a
expedência, mas só atecompletar doze meses. No dia 25 de novembro prórimo, porei
no
Íogo êsses papéis etlatarei
de esquecê-los. EssâÍesolu-ção, tomada depois
da
missa, sossegou-meo
espírito, ma§só por um momento.
Não é
um
escrúpulo,no
sentido exato dapalawa.
Não creio Íazermal
âtgum, anotando,dia
a
diâ,
com âbsolutaJranqueza, os humílimos, os insignificantes segredos de umâ
vida, aliás, sem ryústédo. O qüe vou
fixar
no papel não en-sinará grande coisâ aoúnico
amigo como qual falo
aindâ de corâçáo abeúo; e,no Jinâl
das contas,sinto
claramenteque nunca terei coragem de escrever o que eu confio a Deus, quase tôda manhã, sem constrangimeníos. Não, isso nâo se
par.ece com
o
escrúpulo; é antes uma espécie de mêdoirra-cional, como que
uma
âdvertênciâ doinstinto.
Quando me scntei pelaprilneirâ
vezdlante
dêste caderno escolar,pro-culel
tirar
minha
atenção, r'ecolher-me, como paraum
exâ-me de consciência. Mas nãofoi
minha
consciência quevi
com êsse
olhar intedor ordinàdahentê tão
calmo,tão
pe-Dotrontc, que não se detém no pormenor, que
vai direitô
âoc^lscncial
Parecia escorlegarna
superÍíciede
uma
outra(r,rrs(iiôncia
âté
então
desconhecidade
mim,
um
e§pelhol,urvo
(lo qual temiâ ver surgil, de
repente,um
semblânte-"
qrto r('mblante ?o
meu tâIvez?...
Um
semblante e§que-cklo, Dovomcntc cnconhado.Seria
necessário ÍaLarde
si coú um
inflexivel tigor.
E ao Drimeiro esÍór(o para se
agarrrr
a si mêsmo donde!ém
essa lliedade, essalernura,
êssc relaxamentode
tldas
asfibras da âlma, essa voniade de chorar ?
fui.
ontem,ver'o vigário
deTorcy.
É
um
bom pâdre,hujto
pontual,
quoeu
aahoordinàrjamcnle um lânto
!u[-EaÍ,
ur;
filho
de camponeses ricos que sabco
valor
dodi-iiheiro
e quetem
p.rande ascÊnclência sóbremim
por causa de sua exipriência"domundo
Os colegas dizem quê éle será deâo delieuchin.
..
suas maneilas comigo me decepcionâm baslânte. Doroue êle nào gosta de confidê$ciase
saberidi-cularizá-ta; com um lârgo riso bonacheirào
muito
mais fino, aliás, do que me parece. Meu Deus, como eu gostâria de te1 sua saúde_, sua cõragem, seu equilÍbrio!
MâscÍeio
que -êletem certa
indulgêncú
parao
qúe chamaminha
sensibilice,Dois sabe oue issó n.io é para mim umâ ionto dê raidadel
th
!'hào
I
ltá
ir".mo
bastâite
lempojá,
quenão
procuro con-funalir coma
verdadefua piedade dos santos-
iorte e
doce-
êssetemor
infantil
que em
mun
produz
o
sofrimento alheio.-
Naala excelentesua
fisionomia,]neu
pequeno !É
preciso dizer que aindame
sentiâ tmnstornado pelâ alescompostura queúe
passou, poucas horas antes,na
sa_c
stia,_o velhobumonchel.
Deus sabe queeu náo
queriâperder' tempo, nem me abouecer com os tapêtes de algodão,
ãs
vestesúídas
de traças,e
as velâsde
sebo pagas muitocaro ao lornecedor de
S. Excia.,
mes quê sP deslazem lo8o dêDois de âce.âs, comum
bârulhinho detligideirâ no
Íogo' Dá las-ia, gratuitamenl,e, e commuito
góslo. Só que ospre-ços são os pr€ços; que
hei
de fazer ?-
O
senhor aleviabotar
êsse homempara fora de
sua casa.E
como eu Protestâsse:*
Sim senhor,parâ fora,
pedeitamente!
Áliás, eu co' nheco éssetal
Dumonchel: o ve)ho tem com queviver.. .
SuadeÍulnta
mulher
era dlras vezes majsricâ
que êIeba§-12
cEoncls
BEENANoStanto
pâr'âscl
cr,terlaaladece[temcnte,
Vocês,os
padrcs moços. . .Ficou
lodo
vlr'melho e olhoü-n1c clcalto â
baixo.-
l:lr
lnr.ll1'o
o qu.
os sênhot1- lômn-s
veias, hoje. vorr's,f:Ilrrs
,n.,-osI
No
m'il
lômt,J lir..t.t1cm.se
hOm(:rS daIgreiâ
-
não.idianta
f1-anzira
tcstâ.sinto
vontade deesbofeteá
]o.
Sim, homens cla Igrejâ, tolüca
palavta nosen-tido cm
que quiser, cheics cle paróqrlias, senhor.ese
donos;afinâ],
homens câpâzes de goveular'. Essa gente domlnâvauma
reg_iãointaira.
semoutlo
gcs1.o queo
de levântâr.im-p,rrti\dm^n:e o
,'oçlo. OhI
iá sci oq't
vocêvai Ciz:r:
êlêscom;1m b ,nr. bêb'am m. 'hna
.
n:o
'r^.I)rêzâvâmo
b.rrclho,De
acôrdoI
Quando seÍaz
corlveni.r'lic_menteum
trâballlo,ôle ânrla depressâ
e
bel,,
sobrânCotcul]lo pârâ
descanso, oqu
e bom p|rra 1ódic g.n
,.
AEo"ir.o.
sê.ninát.ioc nos nan-d.m
co"oinhr..
uobr..coit.rlo5
qrt.
ifldqinam
lrrb".hoa
mp"is que ninguém, polque nãocheljâm:o fim
de coisaàlgu-rÍla.
Êssestipos choramingrm.
cÁ
yez alemandar.
Lê-cm n1ultidões de lir'ros, mns n'.lnca chagama
compleenaler-
a ccmpleendcr, está oüvindo?
-
a
plrábola do
Espôsoe
alaEspôsa. Que é umâ espôsâ,
tal
como dcsejaliâ encontrar umhon-c-n. sê Á
bJ"'xrll^
id:.la
p:,â
r.., ".;l.ir
o
^ons.r,ro doSio Prulo:'
I,,l;or'
.noh
r.
;ô.quc
irâ ;:rFr toli..q.
po :, nnliito bem, éuma
criâtur:a {ol.tee íI.me no
tr.abelho. mâsqüe se submete ao ritr'l1o inexorável das coisâs, sâbcndo que
tudo
delc
ser reconteccdo, aLóo
fim.
Por.mais
que se ês-Ior.cc,a
SântaIgrcjà não
consegurr'átrilnsiolmar
ê!1rct)c-brc
munclo emum
ostenijór;o de CaIIro c1e DeusI
Tive
om ôulr'o.iem0cs
. tclo donr,-'.J enli.j
(frroq.'ic
-
umcr'nl-l)legada" surprcendenlê, rü1]e boa
iünã
dê
Bl'uges,sccull]ri-zâda
cm
1908,um
grandc coraçaic. l{osoito púmriroÍj
(lins, lustr'a que lüstrâ,a
{tasa de l)aus se pôsâ leluzir
corno ullr IftrLr1ório í'leconlento;
rrãoa
rccoqheciamâis,
pitlirvl
rl(.honra
!
Itstá!'àll]osno
tempo
da
colheila; qücr (liz(\.
{llrorliio âptfi{iia
emnlinhâ
casti namum
gato, c l1 lnrlíttll(I
vl,lllilllrjI
i,:.,
qu.
'u li
',...,
o.
..f
.iós. rLn.njr
,t't'
l,.rlr,,
holror'a
clliDrlos!
Plnso qric ela chrgoua
l)rLgú los rloÍrll
DrÁlro DE
uM
P/iRoco DEÁr,DEra
13bôlso. Tôdâ rnaDhã, bem cnten.lido, encontravâ
uma
nova camada depó
ncs l):rncos,um ou
dois cogumelos novinhosno tâpête de cordo, e
tlias
dc aranha-
Eil, mcu pequeno !-
teias de ar'anha lailiar'ue para fazer un1 enxoval de noiva."Eu
cllriâ a mirn rllesl1lo:lustlc minhâ lilha,
você verâ,domúgo.
Eo
doirlrtij-o cl1c3.u. Oh!
ul1.l domingo como osoutros, nâdà dc Íc,LNii eorlr r:cpiques de sino;
a
clientela ordi-nár-ia, qual!
L/lisÚl;l:I lll
rr-l,à
meia-noitc,clâ
elcerava eesir.egàva aindâ, (lc vcl:i
na mã0. E
aigum{is scmanas mais lalde, no dia dc Todo:j oa §iântcs, ürna missão de ânâ§ar,pre-gadâ
por
dois padrcs -iedentoiistâs, doistipos
enormcs!
Â,Lerrz
Dass.rvâ\u....r\i,
t'-1:rrl'.rsInlrr
s.u
bald'c
r, u e..óvJo-
r rotl.rq
r'1o'1.!r-
d!
lrl
tnodo qLe o mu.go,r,m, aavd
a
subir n
.j
,oluna
i..i
'ri.
e
ir..
s
n3\c'am
nrsjur1t,üas dos ladr-ilhos.
l{ao
heÍja jcito
de fazera
boairmá
raciocinat.
Se eu Íôsae o.ivi-l4, ninguém trânsporia a nTinha por-ta, para queo próplio
Dcus não sujasse os seus pésÍa
lÊ-.ia;
im3Si.r,I D'/i..li,c: '^
senhors r.losrruirra.:
coln a colnpla de rêmédio!"-
porquêrciâ 'úo!siâ. pobrevclha,
AÍi-rlill,
caiu de cal]la, cornnina
crise de rcrimâtismoârticulal,
o
corâqão frâqueiou,c piuf
!
eisuma
boairmã
diânte
deSaú) i,odlo
!
Dm cerio scntido, ó u,a mári,ir, não se podc sus_tonlâr'
o
cont!ário.
Scu
êr1onão
loi
combâterÂ
imun_(11(iir', ó calto, mas
tcl
qitelido acelJal co11l ela, como se fôssetar
.i!,1.
Um,
1rcr,,1-',
i
lr.,'o..rr.crr!, suj.r.
L
4,
cris-i:,url..,lc
i
liuilx
nr..i, \u
a.
rspcl'co ftandc
di,
(lo
JuiToÍ'irrl,
vocô hir de ver o Liue os ânjostel'to
de rotirar'dos con-vr,rrlor; rnLlis sâ11',os, às ira,s,-
quclixc
I
Pois .ntaú), menino,lir()
Pü)vir quL'a!lgrcjâ
deve scrilma
boll dorlà dc cas3,§ó-lllli I
riLz{riv{q.Àilirhl
l)oailnrã
niro cro uma vcld!1(l('irâdo[a
(ll, r'iLlir: uDr! vfr'(lâdcilo (bnír (lc (irsx
s[br
íllr('§llr
(rüianío
i.
lrr
rrli(liiljo.
Mir:;, issoIr(k)
rrirí) i(l(iiirsrl{
lxxliI
l"
l,lrrln,riLvoqor.ilc(lrlt:rri
( iri.
I' i I I Í I r I r r r r t i )
rnrhia
de nolorx,ll
r'IIlrirrlx), lltrloi,
rr('ro (ll'irtr
iI|',LrIrr('rrI(', c(»Iv.ncê-lo dert
,.o
r rr,rl)lr)
)lrL()l(r'll
li
lvr'2 lxrr
rrí!)llri(lo:
qr]o cssa14 CEORCES EERNÀNOS
coroinhas, os pobres diabos .,que
choEmingarn em vez
dedar ordens".
-
Desengane-se, disse-me êle sêcamcnte,A
ilusãoé
amesma. Só que os pobres diabos náo têm
a
perseverança deminba
boa lrrúà. eistudo. À primeiÍa
tcnta'liva. sobo
pre-tcxl,o ch quê
a
exll]eriéncia do_minisle.io nào confirrna iuas idêiazinhas, desistem de tualo. Só servem parâ comer doces !f
uma cristandade, como um homem, não se pode alimentardê confeltos.
Nosso Senhornáo
escreveoue
somoso
melda terra. menino. mas
o õal.
Ora. nosso poüre mundo se pa-rece com o velho pai Jó,nâ
sua esterqueira, cheio de chagâsede
úIceras. Sa1,na
châgâ vivâ, queima. Mas impede tâm-bém de apodrecer. Com a idéiâ deexteminar
o diábo,outla
mânia de vocês é a de serem âmados por câusâ de vocês mês-mos, entenda-se.
Um verdadeiro
padre nunca
é
am-aalo;guarde isso. E quer que the diga ?
À
I$eja
pouco se lhe dáquc vocês sejam amados, meniDo. Sejam
pÍimeirc
respeita-dos, obedecidos. ÁIgreia
precisa de ordem.Tmte
de ordene! aa coisasdurante
o dla.
Ponhâas
coisasem
ordem,pen-§ando que
a
desordem prevâleceráno dia
sêguinte, porque, ai de nós, é jusiâmente na ordem das coisas que anoib
Aes-barata seu habâlho da véspera
*
â
noite pertenee ao diabo.-
À
noile. disse (sabia queo
ia pór
turioso), náoper-tcnce aos Ír'âdes ?
-
Sim,
respondeu,hefriameÍrte.
ÊIes tocam música.tr'iErgi escandalizar-me,
-
Nadâ tenhocontla
seüs contemplativos, cada macacono seu
galho.
Músicâà
parte, são também Ítoristas.-
Floristas ?-
PerleitamÊnte. Quando atrumamosa
casa, lavâ.Ílosr
louçâ, dcscascolnosas
batatase
colocamosa
toalha
narn(,ir[. {,ndlcmos de
llores
frescaso jarro; é natural.
NoteíIrÍ, D)lrlxr
pcqucna compalação só pode escandalizar osim-lx1
l,lx,r'rlu,.ó
r.luroquc
CxisLeuma
ccjlo ditcrcnçâ...
Ollrftr
rtrlHlll,,r rrrron o
litio
rlos círmpos. E, alómtlisio,
sc olÍ)Ín'Ir
lr1,li,r(,llnt
l1lóâ um
Ícixodc
pclvincos,ó
quo trôol,ltlru
(1(,llll
bnll,(),uÍl
ÍilutãoI
Um
losumo, Bcu6óol.ltern-DrÁRto DE
uM
!ÁEoco DEAr.DErÂ
15plativos estâo muito bêrr prepâxados para nos Jornecer flores, verdadeiras
flores.
Infelizmentê, há, às vêzes, sabotagem nos dâushos-
como alguresa
miúdo nos enganam com ÍIoresde papel.
Olhava-me
de
esguelha, sem parecer queo
estava fa-zendo e, nesses momentos, creioter
percebidono fundo
de scus olhosmúta
telnura
-
e
como dizer ?-
umâ
espéciede inquletação, de ansiedade. Tenho
minhâs
provações, êIetem
âs suas. Masa mim
me custa calá-lâs. E, se não falo,é. pobre de mim. menoc por heroismo. do que por êsse pudor
que. segundo dizem, os médicos também conhecem,
lá
a
seumodo
e nâ
ordem de lreocupações quelhes é própria.
i{o passo que êie calará suas mágoâs. aconteçao
quê aaontecer:.
sob sua exl,ravagante sinceridade serámâis
impenelrávêl que êsses Cartuxos que uma \,ez cruaaram comigd, noscor-redores de
2..,,
brancos como cêras.Bruscamente colocou
m|nha mão
soba
sua,Íúo
in-chada pelo diabete, mas que aperta ràpidamenter sem vacilar,
dum, imperiosa .
-
Você di-rá tâlvez que nâdâ entendo demisticos.
Sim,você
dirá
isso; nâo se Íaça de bóbo.Muito
bem, meu caro, hâvia no meu tempo,no
seminário maior,um
professor dedireito
canônico que se julgava poeta. ÉIe fabdaava osver-sos mais incríveis. com os pés que Íôssem necessários, rimas, cesu!âs
e tudo,
pobre homem!
Seria capaz depfu
seu di-reito canônico em versos. Só lhe Íaltava ümacoià,
chame-acomo quiseÍ,
a
inspiração, O gênio-
ingeniunl
-
sei 7á,. Deminha parte,
não tenho gênio. Seo
Espírito
Santo me chamar algum dia pam o convento, deixarei por aquirllinha
vassoura ê meu esftegáo
-
que pensa você ?*
e
irel
dâr uma volta pelo céu, afiÍn
deaprend$
música com osse!â-Íins,
soba
condiçáo de poder desentoa!um
pouco,no
co-mêço. Mas hão depermitir
que, antes que Dcus levante abatuta, eu
possa estourarde
rir
na
câla
dosque
cantamno córo !
Refletiu
uÍr
momellto e seu rostor erhbota volíado pâra â ranela, pareceu-me, de repente, sotnbrlo. ,q.É os tmços de16 (}EORêES BERNANOS
su|r
Íisronom'âs.
cndurFcerom.co'llo
ceóle
csperasê
di
i;;r"';';;;"-,it;nrio
lalv'z
do\ux
'ons''iência-
uml
ãti..-o.
,,,
,1,'ri
ni:.to.
nâos^i
o
qrrc
Àliás
quase na,.orr'. -
L"ir,"
ii-;oiÀm'ú'
i
e'e
ur.'. r'.lPdz detolt.lo
nJoi,.:.t ii,;-,
--.
ti,d,,n
"u,
mú''i'r
n-'
o
l.teservou dopê-#a; ;.;*;,h ú"í.rr,
"'nubrcs
c.r''Loresb'm
lensantesà",1"i,üii""rn
v.r'
clns:'r'ri'"
prIJ c\pulrâcio
imasinam".i'.
lli
nr,ri;
"àii;0"
n
t.r
muiruâ
\unl3de no ôxtâse qLre ar"';,,;;;i,"
que:rLirrlro'
a'';Lr'ô
'r.'mon^"'iode
Àb'â'io
se-",,,'"1...
ôd:
ncluri,lm'rrlc nir(lr
m'is
làcil'
às^vôzP'' que'.ll.tt
; ;.;.
allur.s:
ô
IJr u-; qucnt noslerir'
o
'a'o
e â,;;,.
"";r.;i
;;-;"
,í
(.
schou!,I
uh
hzcr"so
sab'r
des-:;i:"..'ü;;'
nor.,"l'
q,"
oc "crrtos'is
verüdeicos se
mos-l;;; *;ii; ";,;
",.l,to'.
r',
rro''c Lr^ 'rêscPr'uma
vezcur-;;;l'ild;:
,pi
s^u
, .iiolroc
cl^ôquil'brio
com( câvam pori. ':---
^,,-.,,.^nt.r..cm
a
nr,rquim:
-\áo
lrle
a
nin_i'"iilii;1i,'"
''';,i.",1.
:-ii'ni-
uõr:
e"nécicdr
1erír'onhâ':;;,;i;?
v'
igonn,
'r"
r''r
m'1:n'*
inrmâdos pero Pai'^l
''",
*
r.l^"
n.rt;c.
ocb'lr-a\(nlul_nça
anles dos oulros !ÊlJli
Ii,iI"á",
lâ:Lirg-,*"r
Pori'rvor!
Es as sracases-i,
11.,"'ln-
nr'..n",
1...
o
prim'Iro
movimentoda
âlna
éfl::
ii'"J,i;'
.'";,";
:l"
, n,,noi'
.r,
vd,dc
rnan,ira",
vá rá'
a":i;,r;;r-
Eült;,:
u
rerLi'et
cai'
entre
as máos do. Dcusí:"'J,
:e;
ãi$-i
r,rt"
.'(us braço'. sóbre seucorr'ão'
no,
n.r"aol;
l"
i.,.:
Vocô terá"ur pa'te
no concêrto vocô tocoiãr.inrro.
or-"i-trt"\.
pênso eu-.e
eis quete
pLdemlclc
.i];i',uã
;rà;;,;"ori
um
viotino
e-ordcnem:
'vcmosil;;i,;:.; ;;:ü,;
si:rI...
venha vPr meuorâtório
mrsi;Áp",
i"re'.
oc pes.lor
causrdo lapête"'
L, lônrln mrrito Dour o de
mobili;rjoq
massrutlt11r[''.p3_-
.
_-^'-,,"i
1,"i
umleito
dc acalumac:!o' tlm
J"m:rrro:i: ,;.'.'r.;,:;:,';;,,"
r,\rado. po.rlonrs
cob'rli's
rr.
r" rucra:: ..;.,,..,,.,,,
ô,in,l ulno.normF
Joâna d Arn rlôL'rrr)7"
M'rsll,;
''
,i.
I
,',
i'-ii;
q;f
ãvigr,io
a'
rorcv
m''rrucru
'lo:ll1i
rr,lrr r,r r,r,l
l,:,rr
üma outr'a sala. qua"c vitzl'r' nroDIlIauzL suDIÂXIÔ DE UM PAROCO DT Á'-DEIA
,1),11
uma
mesae um
genüflexório.Na
par'êde,um
quadiorLrLrlo jnesÍótico,
I
ecido com os quc se vêem nas salas del,).rprtal, r'eplescntarldo um Menino Jesus muito bochechudo, rrrul'Lo rosado,
cntlc
o bullo
e
o
boi.-
Está
vendo ôssc quadro?
dissc-mê.É um
presenterlL,
ürinha madrinho,
Tenho meiospala
adquirir
coisaüe-llLor', mâis
altística; no
entântopreliro ôstc.
Ácho-oicio
ei',,
ur4lan'o
,diol.r;,'
.o mr consola. Nós, mêni,Lo, nós 5omosrlt
lllandr'es,país dc
gr'àndcs bebedores,de
grândes come-rlt)lr,s--
Licos...
Vocôs, pobrcs morcninhos dc Bolonhâ, nos ri.u.i (ochicholos ciettipll,
não podem calcuiar o que seja âri-(tll(
zr
LlcIlandrcs,
dsstclras
negr'âs!
Inútil
pcdir"nos belaslr,rlllvrxs que Iaçam as (laiicias dc piedosas matronas; mas â
ltrri('sabc
dizôlâs
tâmbémê não de todo
mal;
temos cárrrr
ll
rȒstica, lapazI
e nada
de místicas tísicas, não!
Ar,Llir
lo
nos Jazmôdo:
um
bom
sanquefo!íe,
bemver-r1r llLo, l)cin dênso, que f.rlsrâ em nosses lontes, âinda quando
i.l,llfos
chciús dc gencbra âté o pescoÇot ou quando a cóler.ar,r
i()b(,à
cirbeçâ, uma cólerâ llamenga, capaz de botar um1,,
,
l(,Il,lrdono
chão-
â
gcnletcm um lorte
sanguever-rL
llrr.
(,{xn u]napontinha
de sangueazul
espânhol,o
bâs-l[rli
lrlllr
pe!]orIogo.
Vanios, pararcsumir:
você tem seus'
r, rl'
lr,rr,r'ir
(,r
rr)los,
cu cá
tive
os nTeus-
não
sãoprovàvel-rIr.snlos. Vocô
pod.rá
ser obrigado,algum dia,
a'|
rl, rr|
n()riylrâis,
lnas eü del coices, e mais de umâ vez; t,tr|,.r, r(llilrrr'.
Sc culhc
dissessê... Mâs eu lhe direi outrorl.r rir
r()r)rclll,(r auo
cstou âchândo comuma
cara muitorrrrr
r r,lr)lr v( nrlo âhcra
em que vocêvai cail
de Jtâqüeza,lúr
\{,ll:Úr{k)l()
ML.nino Jcsus, imagineque
o
vigátio
dcIt,t
,rr,|lr',
rlir
rnilrhalcliâ,
clc acôr'.lo corno
!igário-gor'â1,lr '
lr,,r |irlnr.ir!
r'('solvcrr,nandat mcâ
Siint
Sulpicc.
Pararr,,,r
0llilllll,(lvr(loclc],orro(o.Smrmür'
ouoEscoia
,1, r l,r,
rir
l,l, (l(,lx)is,o
Sr.
McLrI'xi
((\rl,Ic
l)irr['r]lcscs: at,,r,,
iL,, ti,r,,
r illr(,al. crjlrtvi
l)riní'iur(l(), rrrrrs prIlc('c que o'rl
,
r,,'lr
'liiri.V llUll(il sr roli'r(
lr ]n,1r l)iri (l(nrl,r'alormâ:
co§-l,',1i!
,',rl,ri ), o
tir.
M(,u
I'ri
l.i1rlürrí.
(,Dohidode
di
r1
,
,,, r,Lrr jtr,rr
urltÍn,n,r
sc julltrrvx 1ro clcvc! dchonla!
a18 GEOROEg BERNÁNOS
dioccsc. Só que, orâ essa
!...
Quandovi
aquelâ velhacasêr-na
lcprosa, com cheirode
caldo de sebo,bü
1,..
E
todos aquôlcs bons rapazes táo magros, pobres diâbos que mesmovhtos dc lrcnte
par€ciam estar sempre depelfil...
Enfim,com tr'ôs ou quatrc bons camaradas, não mâis, a gente
haziâ
os prolessôresnum
cortado; caçoavâ-seum
pouco, qual, bo-bagens!
Os primeirosno trabalho
ena
comida,por
exem-plo, mâs,fom
daí,
uns
verdadeiros demônios.Uma
noite_ qLrândo Lodos dormiam, subimosao
têlroe
foi
um
lâI
demiar.
..
que, por pouco, não acordamos o quarteilãointeto.
Nosso mestrc de noviços peNignava-se ao pé
da
câmâ, poiso
inÍeliz
petsava qüe todos os gatosda
realonaleza tinhammârcado encontro na santa casâ, par,a contar uns aos outros
coisas horriveisi
-
ur)ra farsa idiola, nào digo que náoI
Nofim
do trimestre, aquéles senhores memandúani
voltar paracâsa e com câda nota
!
Nada burro. rapaz honesto. boain-dole,
e tatatá
e
telete...
Em
resumo. servid mesmo paragualdar
vacâs!
qu
quevivia
sonhânalo serpadre.
Serpa-dre, ou morrer ! O coração sangtava tanto que Deus
pemiiiu
tivesse
eu
a
tentaçãode matar-me
-
peúeitamente.
OSr.
Meu Pai eraum
homemjusto.
Levoume âosI.
Bispo,nâ sua cauuagem, com uma recomendaÇão de minha tiâ-avó.
superiorâ das
lrmas da
Visitaçâo emNâmur. O
Sr.
Bispdera também
um
homemiusto.
Mandou-meentrd
logo pàm seu gabinele, Lancei-me em seus joelhos, falei-lhedt
tentâ-ção que me âssaltara e. na semana seguinte, êle mandou-tne parê §eu semináxio maiorj câsa bastante ântiquada, ma§só-lida.
Não importa!
Posso dizer quevi
a molte
de pêrto, eque
morteI
Entáo,
resolvi, desde êsse momento, prevenir--me, fazer-me deingênuo.
tr,om do seNiço, como alizeln osmilitares, nadâ de complicações. Meú Menüto Jesus é
clian-ça demais
para
se inteÍessar bastante pela músicaou
pelalitcraturâ.
E ate fada provàvelmente caretas a quem secon-tcntasse
em revirar os
olhospara cima, em vêz de
levârllolhar Írescâ para seu boi,
oú
cuidar de seubulro.
. .^Ilâstou-me
pâIa fora do quarto,
segumndo-me pelosomblos, c o amável tapa de uma de suas grandeg mãos quase
DrÁlro
D! uM
P.ÁRoco Dx ÁúDElame fêz
caiÍ
de joelhos. Depois, bebemosjuntos um
copo degcnebm. E,
sübitamente, olhou-medireito
nos olhos, comum
ar
de
seguraDçae
de
comando.Eta
comoum
outrohomem, ulr1 homem que náo presta contas
a
ninguém,um
-
Os ftâdes são os fradês, disse; eu não sôuum
frade.Não sou
um
superior de convento. Tenhoum
rebanho, um ver'dâdeiro rebanho;não
posso dançardiante da arca
commeu rebanho
-
simples gado; seo
fizesse, com qüe mepa-rcceria, quer você dizer ? Gado, nem
muito
bom nem muitotnau;
bois, asnos,animais para
atrelaÍ ou patâ
lavrar
atcrla.
E
tenho bodestâmbém.
Quehei
de fazer
de meusbodes
?
Nãohá
jcito
de matá{os ou de
veudê-los,Â
um
abade mitrado basta dâr uma ordem ao irmão
porteiro.
Em casode êúo,
li\,aâ-se dos bodes,num minuto.
Quânto
anim,
não posso fazê-lo,a
gentetem
dedar jeito
em tudo,n1esmo bodes. Bodes ou ovclhas,
o
Mestre quer quelhe
dê-volvâmos cadaânimal
em bom estado. Não vá meter-se nacabeça
a
idéi,a de que se deveimpedir
queum
bode cheirca bode; peÍderá seu
temlo,
ariiscar-se-áa
câfu no desespêro.Os veihos colegâs
me tomam por
um
otimista,
um
RogerRontemps; os moços de sna espécie,
por um
papão; âcham:-me duro demais com meus paroquianos, excessivâmente
mi-litar,
excessivamentg codáceo.Uns e
outrosme
censuram,porque não tenho
um planozinlo de
reforma comotôdâ
agcnte, ou porque
o
deixo no Jundo do bôlso. Tradição!
res-mungam os
velhos.
Evolução!
cantam os moços. De mim,.rejo
que o homêm é o homem. não vaLe mais queno
Lcmpo(los pagáos. Aliás. a quesláo nào é a dc saber
o
que ôle vaie,\mas quem
o dirige.
Ah!
se deixassem os homens da IgrejaI
agir
!
Note quenão
me
refiro
aos confeiteiros da
IdadeMódia: os homens do século treze não passavâm
por sant!
|hos
e
se os frades eram menos idiotâs, bebiammâis
quehoie, não se pode dizer
o contrário,
Mas nós estávâmos em viasde
fund
um
império, menino,um império
junto
do (lual o dos Césares não passariâ deum
excremenío-
umapt\z,
à
Paz Romana,a
verdadeira,Um
povo cristáo, ejs o2o GEORCES BERNÀNOS
,
íluc ll.rÍl,nlos [ollllodo
iodosjunlos.
Um
povode clist:.o.
ltir(,
(
rll» tn'vo,lc
b'5lo{.
À
lgreja tcm
os ner?os sólidos; o lx\ril(k) Duo lhc melje mêdo; âocontrário.
Olha-o de frente,/tr'rul,lrilljllrr
r1\',
nl..
a
es.mpio deNo.\o S.nhor.
toma-o â/
sl,
Írssllrrl, -rrrr r.s!Írnsab:liclêüe. Q,isndoum
bom operàrio'r lr'nbillhiL ,,onvcnienlemente
durânle
os scjs diasda
semlna./
t
r(l(:''-llr,
dar
um trago. no sábado.a
ta,drnha...
Veja. eu'
vurr d,iini[
u]n
po\o cristdo pelo seuconlrátio. O
contrárioI
tle
un
povo cristãoó um
pcvotriste,
urA povode
velhos.\
v(,ci
djr;
que a detiniçào nào'1
b.s{xnly l,ológicc.
Dcocôr-I
doI
Mas tem por oedo Jazerrclletir
os senhores qucflsiâm
I
rr miss, dc dorningoa tlo.?jJf. É
nrlurâl
que bocejern, Você/
ndo trá do quererqur
e
i
t,mnirsisni.icanie
meia-hora porI
s,mcnc.â Igrcja
lr"s.r cn.:nii-lh(s
d clegrir
!
E. âinda queJ
soubesspmdc cor
o
c::1.:
,iÍo
úo
Concir;ode
TtenLo, nào1
scrjâm prolavelmenteúrâii
âlcgr'.s.'
Por que será queo
tFmpo Ll.no".r
inlância nos parece tão radiante, tãô doee ? O galôto sofre, como tôdaa
gente; e,aliás, é tão desâmado côníra
a
dor,a
doença!
A
infância ea
extrema velhice deveriam ser as duas grandes plovaçõesdo homem. Mas é do
sertiiranto
de ouâpróplia
impotênciaquc a cdanqa
tira,
humiidelneate, o princípio de sua alegria. Confia em sua mãe, coúlpleei,de ? Paêlente, passado, Juturo,tôda
a
sua vida, a vida iaLeira,fica
suêpensaâ um olhar,
eêstc olhar é um, sorriso, Pois b3111, meninc, se noa deixassem
âgir, a
nós,a Igrejâ teda
dâdo aos homens essa espécie ale scg,rlança suplema. Nenl por isso, eDtletanto, cadaum
dei-xâr'iâ de
ter
suaparte
de abouecimento.A
fomê,a
sêde, â pobrêza,â
inveja...
Nunca
seremosbastante foÍtês
paÍa botar o diabo em nosso bô1so. você sabe!
Mas o homem tei-ia o ccrtezâ de que élilho
de Deus; eis o milagre! l'eria
vivido;rloflcria
com essa idéia na câchola-
e não uma idéjâadqui-lkls
sú nos iivros, nãoI
Porque elateria
inspirado, graçaso
lrós, os usos, os costumes, as dlstrações, os ptazeres e âteus
illois
hutni]des n€cessidades.Isso não impedida que
o ol)c!lill() ci,grav:rtassea teua,
que o sâbio esgruvinhasse sua túbuo dc logàritmos, nem mesmo que os engenheiroscons-DrÁRro DE
uM
PÁloco DE AúDEIAtluíssem seus brinquedos
parâ
gentegrande. só
que têría-mos abolido, teríâtêría-mos at!âncado do colação de Adãoo
sen_timento de suâ so1edaCe. Com suâ enfiada de dcuses, os pa_
gãos não eram táo idiotâs: consêguiram, âpesar de iudo, dar Jos pobres ,nrorlDi"
a
ilu(ào de uma
g'r'osseira convivência como
invisível.
IÍâs
agora, ês§eiruque não vâleda
umapipocâ.
tr'oradâ lgreja, um
povo se!á sempreum
povo de bâstardos, umr povo de enjeitados. Evidentemente, rcsta-lhe ainda a esperânta de ser reconhecido por sâtá!
Babau!
Eles podem pspirar, pornluilo
tempo. sêu NaÍalzinhonegro.
Po_ ãem pôrio
fogáo seLr'$pato§.
o
diabojá
se cânsou de co-locar nêles uma ouantidade de bdnquedos que caem da-modâ no mesmo instante em que §ão inventados; êgora êle põe nos sâDatos aDenas um n'inúsculo pacofe dê coccína.d.
heroína dêmorljnâ,
umà sujpira depó
quatquer que nàolhe
custa caro. Pobrestipos.
C'.nsxm-se â1é de pêcar. Nem íodos quequeÍem
dictrrii.sê
çcdistraPm. A menor
bonêra dê quâtrotostões
Íaz
a
felicidade deuma
garôtâ, durante me§es, en-quânLo que urn pobrê diabo adullo állorrêcê_se com um mjmo/(r.
quinhentosÍran.os. Por
quê? P-gIju_apgg+
o- SPjlilO\
de
jnlànciâ.
Pois bem,mell
caro,â
]greiâ
foi
encarriegâdâ'
iõi-Nos§õSenhor
rlemanter no
mundo êsse espírito dein-iância, essa ingenuidade, êsse frescor.
o
paganismo não era inimigo dâ nstureza, mas sóo
cristianismoa
engrandecê, ectâltt.
âdâDlando-a à medida.lo
homêm,à
medida de seLrssonhos. Góstario
de agsrrcr um
desses sabichões. que me âcusam de obscurantista,pam
dizer-lhe:"Eu
náo souculpa-do por
Llsâr essaroupâ
Íúnebre.Vejâ
queo
Papâ se vêstê rlc üranco e os cardeãisde verm'lho. Eu teria o direito
depâssear por aí vestido como a Râinha de Sabá, porque tenho
Acntlo de mim a
aleg
a.
Po! um nâdatha
daria se você mapealisse.
Á
Igrejâ
dispõeda al€g a,
detôda
a
provisáo deilegria
reservadaa
êstetriste mundo.
o
que §e faz contraela. faz-se contra â
alegda.
Será que eu impeco o senhor decalaulâr
os
movimentos equinoxiais,ou de
desintegrar osátomos ? Mas de que
lhe adiântalia fabdcar a
própria vidâ,G]]]ONOES BXIINÀNOS
olltla
c{}isitir lizcr
quc cstour'âr os mioios,diante de
seusaplt'clhos
(Luírrrico:!
Fabrique
a
vidâ, conio
entenderI
A;n)irlí\D {lx lror'[c, quc o
senhor propaga, envenena, poucoc
lxlr.rlt),o
|(
sxnlcnío dos misefáveis, cnchede
sombras, ürsvrrlror(',lcntilm.ntc,
suas últimâs âkrgrias. Tudoirá
bem.r'rqrirlrld
\lli.
',dL.lrin
cs.Lr
.xpllx:s
lhêpF-milirl rn
ia/errli'
Ir,ur,lo
lrr,t-
ie.11, comrn..ânis.ir,s 'luo gitdm c-n
vclo-ckladcvcltigi{ose, no írâgor da maq[inaria
c
na
explcsãodos logos de
altifício.
Mas espclc, csi:rcre opdmeiro
quarto dehora
dc silêncio. Então,hão
cleoulir
a pelàvrâ
-
Dáo;lqucla quc recusalam
ouvjr
c qu€ diziâtranqüilamente:
Eu souo
Câliinho, a
VerCiti.lec a Vida
-
mâsâ
pâlavra quesob.- do abisn1ot êu so.-L â
potla
para semple lcchadg, ocâmi
nho scr'!1 sâÍda, â ]ncntir.a e â pclCição,,.
Plonuncioü
essasÍtltimas
palàvrascom
11m9voz
táosomblia
qlre devotcr
ficado pálido
-
ou,
ântes, amârelo,o
que ó, pollre de ndm!
desdemuito. â minha
maneira deflcar
páliclo; cncheudc
nor/oo mou
copode
genobrae
co-mcçarnos afâlar
Cc oull.a coisa. Sua alegria não nle pâreceu Ialsa n€rn mesmo aÍeteda. Dois âcho que suâpróp
à
natu-t-cza! suaalma é alcgre.
IÍÍas seuolhâr não
conseguiu, nomcsmo ins'i,onte, colÍrpor-se con1 sua alcgria
intelior.
Ao sair, como me inclinâsse pâra dcspeíiil-m-â dêle, Íêz com o polegaruma
pequcnacruz
n:r_ninha
testa
e introduziu.
delicâd3-flr'nl^,
un-anolc
de cem.-rnr^.
no
"neubôisc--
Âposto que você está semum níquel;
os pdmeirosI'rnl\o\...ô
durJ.:
vocc ,-lcp.'g?r;. dolois.
quanoo pudcr.Vi
lrllLa.hxnuo en,rd*
diÊ-: aosrrrljlcjs.
a respcito de nós."IÍrvar
paiha fresca pala o boi, cuidar doburro";
essaspa-latvlns rnc voltaram
à
mcnte, pela manhã, enquantodescÀs-c:lvir
nrinhls
betatâspara a
sopa.O auxiliar
da pr,efeitur[ (lll(,Íl()u, (l(,surDr'êsa, e eu levantei-me bruscamcnte da cadci(t,scnr lcr' [i(lo lc]npo aie sacudfu as câscâs; sentia-me ridÍculo.
DIíRIo DE UM P,(RoCo DE ALDEIA
'llrzia-me.
âIiás,umâ
boa notíciâ:
a
municipalidade vai ll lndar-abrir uma
cisterna cmminha
casa,o
queme
eco-ll rrrrizârá os
vintc
tostõespor
semana quê dou ao coroinha,'i rN buscâr'água à
fonte,
Mâs eu gosiaria cleihe
drzer umaJrrrlr\,r,a sôbr-e seu caberé, pois resolveu âgor'â
dar um
bailc,l,rlir
qüintâ-feirâ e torio clomingo. Châmà ao dc quinta-feira",,
l)rilc
dasÍamÍlias'';
âtrai, parâ
êle,ât€
as mocinhas dal;rl)r l( a, e os rapazcs sc (iivei'tem, fazcndo as bebef.
Náo
tive
coragcrn. Tem,rl11jeito
demc olhar
comum
r0lli!ir), no
Iunclobâstrnte
âÍávc]; issome
levaâ
conversarrr,|r
i,lo con,]o sc, noliDal
das contas, quâ1quer coisâ que eu,lt,r
nro
tciha
inrpodânciaâtgllmâ.
Â1iás, setia mâiscon-!,lri,,rÍ.
ir' à
stla câsa.Há unl
Dr_ctcxto parâminha
visita:r
ilr,nhor'â
cstá grâvemente €niêrma, não sai do quârto, há\,
I
r:rj(ntrnâs. I)izcm
que não é má pessoa; e parece que, r'r'lr|rrroDtcr
-lreqüenLavacom
assiduidedeas
cerimônias''t(!NI
palha lrescapara
o boi, cuidar doburo",
§eja.l\4
L,:
(11\,cl1,s simples não são os mais fáceis, peloconhá-rtír
í)i:
linlris
íêm
poucâs neccssidâdes,âo
passo que os1,,'r'!
rr
| ..
sl.i
muito
bem que todosfâlâm da
simplicidâ-.l',,l,i. lri)rrrrs
do campo. Eu, que soufilho
de rocciros.con-,,t,1,,,,
,,r. ;llltcs, horrivchnerlte
complicados.Em
Béthune,r,,
l,rrlr,
(lli
,lrou pl.imeil'o vicariâto, os jovêns operários de'r,,
,,
I i I I I I i ) I I I I I ( ),
rrmâ VCZ paSSAdO O nAtUIâI âCAnhAmento,rl',r,1,,,\:rr rr,Ír)rn
sucs conÍidênciâs, procurâvam tôdafor-Ir,,
rl'
rI
l
ri|
r( ll
si nrcsnros: sentiâ se que transbor.lâvam,l'
lr,l,,,lr:r ln,r'
sluls plóplias
pessoas.Um
homem dor,i'rl
,"Lfrr r ri
llx.snlo Iaramentee,
somostla uma
indi
nr,,,, I |rr{l
t)ir)t
qücmo
amâ,não
ó
porquc düvida rl'r ,'1,r,,'r
rlll(
iri, l(,,11l! ôlc:
scfia, irnl,cs, l)orqucII
(lcspr.ez&.Itr
r,r
,lurrl,r
rilr)
ríi
l)rrocul)lr
1,ânioam c(»)illit
sc.
Mâsrt.,i,
' , r'l
,1,. (1ll,.«
ilr(lo
sôl)r'Í' os (t( nilos
c os vicios que!,,t,11,L,",rr
t,r,r(rl(iir
ll
virLrinl]irr,
(l('ríL
(llli'os
iulgourr'l!
LIr'
,r,,r1,.,,1,,rrr,,l()rnrívr.[,
t)11{x rr])r(k)só
.m
manter,'
',
,i,rr
|,i
rrrlr.irr
(
r.IIrrI1,)i,r|.r',r
rlirir{,UlaL k)s com o24 GEORqES BEBNANOS
§empre secretas, as tendências mon§truosas crescem
demâ-siâdamênte:
o
roceiro envelhecido custaa
suportar_set;i
Ilesmo,c
lódaa
simpatiao
exaspera. poissuipejta
que ela scJauma
especro de cumplicidadê comoo
inimjgo inlerior
que devora, aos poucos, suas [ôrÇas, seu lraba_Iho. súâ riouezâ
Que dizer
a
êsscs miseráveis?
Enconlranr-senos leitôs
dêmorte certos velhos devassos,
cuja
atareza nao terafàiiaJã
d-e- uma aspera desforra.
um
câ§ligo volLlnLário.impólto a
simesmos. durânte anos. com
um
rigor inflexível. É
atéo
li_mrar
da âgonia..umâ pâtavra, quea
angüstiâ Jazjllomper,
leslemunha âindaum
ódio de si mesmo: parao
qualtaivel
não haja perdão .
_
Áclo
quê interpretarammuito Inal
a decisão oue tolnet_ hâ-uIls quinze dias. de dispensâr os sêrüCos de uma"mprej
gâtla.
o
que complica muil,oa
coisaé
qLleo marido
dessairtim-a. o
Sr.
Pegriol, acaba deentrsr
pãrao
castelo, como glr_arda-car"a. Prestou mesthojuramcntô.
ontem,em
Saini_-ryaast. [;
eu que pênsci agir com {inura. cornprando de sua mao"um pequeno.bârrit devinho:
câstej.
assim, os duzen_lo_s Írancos-da
minhâ
tia
f.ilomena. sem npnhum proveitô,por§
o
§r-
Pregriol,-nãovai
majs vjâjaT pâra aquela'casa deljoldêus
à quai, todavia. passou a encomenda. Supontro queljy
:yges.g irá lirar-todo
o proveito de mintra pe{uenalibe-ralidâde,
Que estupidez I._^,!r]Ítr.ql"
estupidez!
Espêrava que ési,ediário mê
aÍu_91ji9
1ITu,
meu pensamento que se escapara. sempre, ãr.r_ranÉ
os raros momenÍósem
que possorelletir
um
Douco-Qurcera que éle fósseumâ
conversãçãoentre
Nosso Senhor e eu,um
prolongamenÍo da prcce, uroalofina
cte contornarDlÁato DE
uM
PÁBoco DEAr,DErá
25as dificuldâdes da omção, que me parecem, âinda, com
Íjâs-tante
freqüênciâ, insuperáveis, talvezpor
causade
minhasdolorosas cótlcas de estômago. E eis que meu diário revelâ o enorme, o desmesurado
lugar
que ocupam, em minha pobreI,ida, essas
mil
pequeninas preocupações de todo diâ, de queüe
julgâvâliberto.
Sei bem qüe Nosso Senhorparticipâ
dênossas contrariedades, mesmo
fúteis,
e
que Êle nâda
des-preza,
Maspor
quefix
no
pâpelo
que deveriâ, âocon-trário,
eslorqâr-mcpor
ir.
aos poucos. esquecendo1
O
p.ora quê encontro. ncssas conÍidônciâs, uma
doçurr
lÀo gL.andcque deveria bastar pâra me prcvenir contra
elas.
Enquanto Iabisco, sob a, lâmpada, estas páginas que ninguémhá
deler', er.pe mento
â
sensaÇão deuma
pr.esençainvisível
quenão é seguramente
a
de Deus-
ante! a
deum
amigo fejto à minhâ imagem, se bem que alistinto de mim, de umáoutla
.sséncia. Ontem
à
lârde.tal
pre§enna se to"nou. de súbito,lco
sensivPl. cUê mc sltrpreendia inclinar
A CAbeçA não seipara que interlocutor imaginár'io, com uma vontade de
cho-rar
queme
enchiade
vergonhâ.Mais vale, âliás,
lev
a
ex?eriência atéo
fim
-
querodizer, pelo menos durante algumas semanas. Esforçar-úe-ei
até por escrever sem distinqão o que me passax pe1à cabeaa
(acontece-me também hesitar
na
escolha de umêpiteto,
eincorrigiÍ-me):
depois esconderei essa papetâdano
fundo
detr
TIVE, ESTÀ MANHÃ, depois da missa,
uma
longâ con'vclsa com
â Srta. Luísâ. Áté
agom, rarâs vêzes nos encon-l,rxmos nos ato§ religiososda
semana, poi§ sua situaçáo deI»'ccepíorâ no castelo impõe-no§
a
âmbos uma grande resêÍ-v1r. Á senhora condêssa têm-Ihe muita estima. Ela devia,pa'
r'cce,
entrar
para âs C]ârissâs, mas consâglou-se à suâ velbânrãe-enfêrmá, que só
mo
eu o âno passadoos
dois garotos :r âdorâm. InfóUzmente.a
filhâ
mais velha,a Sríâ.
Chan-lil,
náolhe
mânitestasimpitia
atgumáê até
parececom-I'râl.r.sp
êmhumilhála.
emtrâláJa
comouma
simplecdo-inóstica. criancice
talvez,mas que
cruelmente abonece a Inrísa, pois, segunalo meinformou
â
condêssa, ela pertenceo
umalamília
ótlma e recebeq educaqãosupe
or.Creio
ter
pêtcebido queâ
genledo
castelo aprovaml-trha re"olu(âo àp dispênsar a emprpeada. Conludo. achariam
pleferível que eu pagâsse
umâ
emplegâdâ defora, uma
ou(luas vêzes
pol
semana, ao menos por uma questão de prin-cípio. Evidénteheüte, é umâ questão depdncípio.
Moro elnum
presbitérjomuito
confoltávet.a melhor
casado
lugâr,rl'pos
do essfplo.ê
pua lâvar minha roupa?:
Todos have_I
icn
dê pensâr quêo lâriâ
dêfropósito.
Corn certeza acham tâmbém que não tenho
o
direlto de úrcdistinguir
dos colegas que não ganhâmmais
queeu
e,no entantô, aprcveitam methor os seus modestôs recursos
Cleio sinceramente que poum me importa ser rlco ou poblê;
Í1ostâria âpenas que nossos superiores decidissem o câso, uma vcz por tôdas. Cónvém táo pouco à no§sa miséria o ambiente (lc Íclicidade burguesa dentro do qual nos obdgam
â
viver...A
oxtrerra pobreza não exigemuito pam
manter-§e digna. l'or'â queta[tâs
âparênciâs?
Para que fazerde
nós umas(lr irrturas que precisam
disto
e
daquilo ?Esperavâ