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Sistema de Visualização Gráfica Tridimensional de Avaliação de Desgaste do Desgaste do Refratário de Cadinho do Alto-Forno

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Academic year: 2021

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Resumo – A integridade do refratário do cadinho de alto-forno é primordial para a continuidade de sua campanha, ou seja, sem interrupções de longo prazo, como por exemplo, a troca de refratário do cadinho. Neste trabalho, relata-se o desenvolvimento e a implementação de um software de visualização gráfica tridimensional baseado em um modelo computacional de elementos finitos. Software este, que avalie e monitore o desgaste do refratário do cadinho e possibilite tomada de decisão a respeito da programação da reforma do mesmo, de forma a evitar a interrupção prematura da sua campanha ou estendê-la até um limite seguro de sua operação. Utilizou-se de técnicas de elementos finitos para construir um modelo computacional que representa o modelo matemático de transferência de calor do cadinho, que por sua vez é baseado na avaliação da isoterma de 1150°C, que é a temperatura de solidificação do ferro gusa. Para a implementação do sistema utilizou-se o software Borland C++ Builder 6.0 como plataforma de desenvolvimento e, para os desenhos tridimensionais, fez-se uso da biblioteca gráfica OpenGL. O grande diferencial deste projeto é a visualização gráfica tridimensional on-line da avaliação do desgaste do refratário do cadinho, assim como consultas de dados históricos.

Palavras chave — Alto-Forno, Desgaste do Cadinho, Transferência de Calor, Modelo Computacional, Método de Elementos Finitos.

I. INTRODUÇÃO

integridade do refratário do cadinho de alto-forno é primordial para a continuidade de sua campanha, ou seja, sem interrupções de longo prazo. Vários mecanismos que causam desgaste do refratário do cadinho são identificados em Laar et al (2003), por exemplo, ataque termomecânico pela penetração de ferro-gusa nos poros do tijolo refratário. Adotou-se um modelo de desgaste do cadinho, que tem como objetivo identificar o perfil de erosão baseado na posição da isoterma de solidificação do ferro-gusa (temperatura de 1150°C), obtido a partir da transferência de calor nos refratários do cadinho. A isoterma de 1150°C representa um

limite potencial da penetração do ferro-gusa dentro da parede do cadinho pela porosidade dos refratários. Este modelo supõe uma boa resistência do refratário, ou seja, materiais de pouca porosidade e boa resistência à penetração do ferro-gusa, e considera que as propriedades do refratário não são significativamente modificadas. Desta forma o modelo a ser desenvolvido permite não somente ter a informação da posição atual da isoterma 1150°C, mas também saber a situação histórica do desgaste do cadinho, identificando assim qual período de maior desgaste do mesmo.

Assim para permitir a monitoração do desgaste do refratário do cadinho, e desta forma evitar a interrupção prematura da sua campanha ou estendê-la até um limite seguro de sua operação, propõe-se, neste trabalho, o desenvolvimento e a implementação de um software de visualização gráfica tridimensional (3D), baseado em um modelo computacional bidimensional (2D) de elementos finitos. Software este que realize a avaliação do desgaste do refratário do cadinho a partir do modelo de desgaste proposto acima, e possibilite tomada de decisões, como por exemplo, a programação da reforma do refratário do cadinho.

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O modelo matemático 2D, a ser utilizado para resolver o problema de desgaste do refratário do cadinho, é baseado na equação diferencial parcial de transferência de calor de uma secção do cadinho, veja a Equação 1, onde r e z são os eixos de referencia (raio e altura, respectivamente), T é a variável, temperatura neste caso, e k é a condutividade térmica para pontos pertencentes ao domínio Ω, ilustrado na Figura 1, que no caso se refere ao material refratário. Este modelo assume estado estacionário, ou seja, não há variação no tempo da grandeza T, e simetria rotacional, ou seja, o sólido 3D, que é o cadinho, é gerado por uma revolução completa do domínio Ω em torno do eixo z. 1 0 T T T T kr k r r r z z ∂  ∂ +∂  ∂ =     ∂  ∂  ∂  ∂  (1)

Sistema de Visualização Gráfica Tridimensional

de Avaliação de Desgaste do Desgaste do

Refratário de Cadinho do Alto-Forno

Thiago A. S. Vitorino

(2)

Fig. 1: Domínio do problema.

Fig. 2:Domínio e condição de contorno para o problema inverso.

A solução deste modelo pode ser obtida, atacando o problema de duas formas distintas, direta e inversa. Na primeira, calcula-se a distribuição de temperatura do domínio do problema a partir das condições de contorno impostas. Na segunda, o calculo é realizado assim como na primeira, só que diversas vezes, pois dispositivos de medida de temperatura irregularmente distribuídos sobre a base e parede do cadinho são utilizados para minimizar o erro correspondente à diferença entre o valor de temperatura calculado e o valor medido, enquanto a temperatura da condição de contorno Tisoterma é variada. A Figura 2 ilustra o domínio do problema e

as condições de contorno para o problema inverso, cujo detalhamento segue abaixo:

i.No contorno 1, considera-se que não há trocas de calor, pelo fato do mesmo surgir da simetria do problema, ou seja, a variação de T em relação à r é nula (Equação 2);

ii.No contorno 2, a temperatura é imposta, portanto conhecida (Equação 3);

iii.No contorno 3, considera-se que não há trocas de calor, pois a superfície é totalmente isolada, ou seja, a variação de T em relação à z é nula (Equação 4); iv.No contorno 4, considera-se que há trocas de calor por

convecção (Equação 5) na qual h é o coeficiente de transferência de calor por convecção entre o contorno 4 e o meio externo, que se encontra a uma temperatura

T

∞;

v.No contorno 5, considera-se que há trocas de calor por convecção, Equação 6, na qual h é o coeficiente de transferência de calor por convecção entre o contorno 4 e o meio externo, que se encontra a uma temperatura

T

∞; 0 T k r ∂ = ∂ (2) isoterma

T

=

T

(3)

0

T

k

z

∂ =

(4)

(

)

T

k

h T

T

r

=

(5)

(

)

T

k

h T

T

z

=

(6)

Métodos numéricos como Métodos de Elementos Finitos (FEM), Método de Volumes Finitos (FVM) e o Método dos Elementos Contorno (BEM), são utilizados para modelar diferentes fenômenos tais como deformação mecânica, transferência de calor, vazão de fluidos, propagação de ondas eletromagnéticas, e mecânica quântica. Estes métodos aproximam numericamente a solução de uma Equação Diferencial Parcial (PDE) linear ou não-linear, substituindo um sistema continuo por um número finito de equações algébricas, lineares ou não-lineares, acopladas. Este problema de discretização associa cada variável a um dos pontos no domínio do problema. Por exemplo, para simular a condução do calor através de um componente elétrico, a temperatura é determinada em um numero de pontos, chamados nós, na superfície e no interior do componente.

Liu (2007), utiliza técnicas de FVM para resolver o problema de desgaste do cadinho, descrito anteriormente, e assim implementar um sistema de monitoramento do desgaste do refratário do cadinho. Neste trabalho pretende-se construir um sistema de monitoramento similar, mas utilizando a técnica de FEM.

Na técnica FEM, o domínio do problema deve ser particionado em pedaços pequenos de forma simples, normalmente triângulos ou quadriláteros (em 2D), ou tetraedros (em 3D), que são chamados elementos. Um nó é atribuído para cada vértice do elemento e cada nó é tipicamente comum a vários outros elementos. Uma coleção de elementos é chamada de malha de elementos finitos.

(3)

Umas das principais dificuldades no uso de FEM está na geração de malhas. O refinamento de Delaunay é uma técnica de geração de malha, baseada na Triangulação de Delaunay, Shewchuck (1999). Malhas de elementos finitos de duas e três dimensões são ilustradas na Figura 3. Se os elementos têm forma simples é fácil aproximar o comportamento de uma PDE, tal como a equação de calor, em cada elemento. Por acumulação destes efeitos em todos os elementos, chega-se a um sistema de equações cuja solução aproxima um conjunto de grandezas físicas como a temperatura em cada nó.

Fig. 3:Malha de elementos finitos, bidimensional e tridimensional. Fonte: Shewchuk.

III. METODOLOGIA

A solução do modelo de avaliação do desgaste para uma secção do cadinho será obtida através do método numérico FEM, atacando o problema pela forma indireta, como mostrado em Radmoser (1998). O fluxograma da Figura 4 ilustra, de forma simples, as etapas envolvidas para resolver o problema pela forma indireta, cujo detalhamento, segue abaixo:

(1) Para o desenvolvimento do modelo de FEM são necessárias informações da geometria do cadinho, para se poder gerar a malha de elementos finitos da condutividade térmica de todos os materiais que formam o refratário e das informações sobre as condições de contorno;

(2) Obtenção dos valores de temperaturas dos nós que possuem medida de temperatura;

(3) Atribui-se Tisoterma = 1150°C para todos os pontos pertencentes ao contorno 2 da Figura 2;

(4) Resolve-se o sistema de equações do modelo FEM, obtido no passo 1, para se obter o valor de temperatura para os n nós do domínio. Esta etapa é a que requer maior custo computacional, pois necessita-se resolver um sistema de equações de ordem nxn;

(5) Verifica-se para cada nó que possui medida de temperatura, se o erro da solução obtida pelo modelo que corresponde à diferença entre a temperatura calculada pelo modelo e a temperatura medida pelo termopar (obtida no passo 2), está dentro de um

limite aceitável;

(6) Ajusta-se o valor de Tisoterma para todos os pontos pertencente ao contorno 2 da Figura 2, se o erro não é aceitável. O ajuste de Tisoterma pode ser feito utilizando-se o método do gradiente descendente (Luenberger, 1984);

(7) Gera-se a visualização do perfil de distribuição de temperatura do cadinho e do desgaste (se houver), se o erro é aceitável, segundo uma legenda de cores previamente definida;

Fig. 4:Fluxograma com as etapas da avaliação do desgaste.

A metodologia representada pelo fluxograma da Figura 4 considera que a condutibilidade térmica k e o coeficiente de transferência de calor por convecção h são não-lineares, ou seja, variam com a temperatura. Mas segundo Bejan (1996), a condutividade térmica k dos tijolos refratários variam muito pouco com a temperatura, podendo ser considerado constante para simplificar os cálculos. O valor de h, é exclusivamente dependente da forma como é feita a troca de calor por convecção (externa, interna, forçada, natural ...), desta forma pode-se calibrar um valor de h constante, que seja condizente a realidade do processo.

Considerando então que k e h são constantes, a Equação 1 se reduz a Equação 7 e o fluxograma da Figura 4 se reduz ao fluxograma da Figura 5, cujo detalhamento segue abaixo.

2 2 2 2 0 k T T k r r z+= ∂ ∂ (7)

(4)

Fig. 5:Fluxograma modificado com as etapas da avaliação do desgaste.

(1) Para o desenvolvimento do modelo FEM são necessárias informações da geometria do cadinho, para se poder gerar a malha de elementos finitos da condutividade térmica de todos os materiais que formam o refratário das informações sobre as condições de contorno;

(2) Resolve-se o sistema de equações do modelo FEM, obtido no passo 1, duas vezes, para se obter o valor de temperatura para os n nós do domínio, uma para Tisoterma = R1 e outra para Tisoterma = R2. Esta etapa é a

que requer maior custo computacional, pois precisa resolver um sistema de equações de ordem nxn;

(3) Com os dados de temperatura de todos os n nós do domínio, para Tisoterma = R1 e para Tisoterma = R2,

aproxima-se o valor de temperatura para cada um dos n nós, pela reta da Equação 3, ou seja, o modelo de FEM é substituído por um modelo linear, na qual Tn é

a temperatura do enésimo ponto que se deseja obter, R é a temperatura de referência Tisoterma da condição

de contorno 2, An e Bn são os coeficientes de primeira

e zero ordem, respectivamente, para este ponto;

n n n

T

=

A R

+

B

(8)

(4) Obtenção dos valores de temperaturas dos nós que possuem medida de temperatura;

(5) Para os pontos que possuem medida de temperatura,

calcula-se a função inversa da Equação 3, ou seja, obtém-se para cada ponto o valor R, dado o valor de Tn. Desta forma um Rm médio é calculado

(6) Atribui-se Tisoterma = Rm para todos os pontos

pertencentes ao contorno 2 da Figura 2, e através da Equação 3, calcula-se o valor da temperatura Tn para

os n pontos do domínio Ω;

(7) Gera-se a visualização do perfil de distribuição de temperatura do cadinho e do desgaste (se houver), segundo uma legenda de cores previamente definida; Os passos do fluxograma da Figura 5 referem-se ao cálculo da distribuição de temperatura do domínio do problema, para uma seção do cadinho em 2D, ou seja, para um ângulo θ específico. A proposta deste trabalho é desenvolver um sistema de visualização gráfica 3D. Para tanto será necessário seguir os passos do fluxograma da Figura 5 para vários ângulos diferentes, de acordo com um ∆θ (incremento angular) escolhido.

É importante ressaltar que as simplificações consideradas para transformar a metodologia do fluxograma da Figura 4 para a metodologia encontrada no fluxograma da Figura 5, em termos de custo computacional, possui uma diferença bastante significativa. Na primeira metodologia, tem-se um laço iterativo envolvendo os passos 4, 5 e 6, que depende do erro calculado (método do gradiente descendente, por exemplo). Observe-se que a cada iteração será necessário resolver o sistema de equações nxn do modelo de FEM, onde n

é o número de nós do domínio. Já na segunda metodologia, é necessário resolver o sistema de equações apenas duas vezes (passo 2) para obter os dados que serão utilizados para o calculo da reta que irá modelar uma reta para cada ponto do domínio em função de Tisoterma, passo 3.

IV. RESULTADOS

A partir dos dados da geometria do cadinho, definiu-se uma resolução alta para gerar a malha a ser utilizada na pela técnica de FEM (passo 1 do fluxograma da Figura 5). É importante ressaltar que a resolução da malha está diretamente ligada ao numero de nós e conseqüentemente ao tamanho dos elementos utilizados, e influencia diretamente no custo computacional envolvido e na precisão da resposta obtida. A malha para o domínio do problema (Figura 1), que foi gerada pelo refinamento de Delaunay, pode ser visualizada na Figura 6.

Com o domínio do problema modelado e discretizado, realizou-se o cálculo de elementos finitos duas vezes, uma para Tisoterma = 1100°C e outra para Tisoterma = 1600°C (passo 2

do fluxograma da Figura 5) gerando os dados necessários para calcular o modelo linear (passo 3 do fluxograma da Figura 5) obtendo assim um modelo linear que mapeia, para cada ponto domínio, o cálculo equivalente do FEM. Para o cálculo de FEM adotou-se k = 1,0 W/mK e h = 5000,0 W/m2K (valores tabelados em Bejan, 1996).

(5)

Fig. 6:Malha de elementos finitos para o domínio do problema.

Através do modelo linear obtido, realizou-se uma simulação para Tisoterma = 1500°C, obtendo a resposta do

modelo linear (passo 6 do fluxograma da Figura 5), ou seja, a distribuição de temperatura para o domínio do problema (para cada nó do domínio em questão).

De posse dos valores de temperatura em cada nó do domínio, gerou-se uma imagem do perfil de temperatura em cores, conforme ilustrado na Figura 8. Para gerar esta imagem, foi feito um mapeamento térmico em cores, de forma similar à feita em Vitorino et al (2006), definindo uma escala de conversão que depende de quatro cores bases, conforme a Tabela 1, resultando na escala de mapeamento ou legenda, ilustrada na Figura 7. Ressalta-se que as temperaturas fora do intervalo desta escala de mapeamento foram mapeadas para a cor cinza.

Tab. 1: Temperaturas das cores de

referência para as cores bases do mapeamento. Cor Temperatura °C Azul 30 Verde 400 Amarelo 800 Vermelho 1150 Fig. 7:. Escala de mapeamento.

Analisando a Figura 7, infere-se que a posição da isoterma de 1150°C, região de solidificação do ferro-gusa, corresponde ao contorno vermelho e a região cinza corresponde a região desgastada do refratário do cadinho. A Figura 9 ilustra a curva (formada pelos pontos pretos) da isoterma de 1150°C mapeada na malha de elementos finitos, que é a região de interface entre o ferro-gusa e o refratário correspondente ao perfil de temperatura da Figura 8.

Gerada a imagem para uma secção do cadinho, definiu-se um ∆θ = 10°, para gerar a imagem 3D correspondente a todo cadinho, o que implica em gerar 36 imagens correspondentes as Figura 8 e mapear seus contornos para um objeto 3D que representa o cadinho, conforme a Figura 10. Os pontos desta figura foram gerados pela rotação dos pontos pertencentes ao contorno da Figura 9 de acordo com o ∆θ definido, e nestes pontos aplicou-se o refinamento de Dalaunay, para se obter a malha que forma a superfície do objeto 3D, conforme ilustrado também na Figura 10.

Com o objeto 3D construído e o perfil calculado para as 36 secções 2D do cadinho, foi necessário fazer um mapeamento de cada ponto do contorno da secção 2D para os correspondentes pontos do objeto 3D, para que a informação da temperatura calculada no primeiro pudesse ser repassada para o segundo. A Figura 11 ilustra este mapeamento para Tisoterma = 1500°C.

Uma dificuldade encontrada durante o desenvolvimento, reside na visualização 3D da região do refratário desgastado, ou seja, a capacidade de visualizar a região na qual realmente se encontra a interface do refratário com o ferro-gusa, que é correspondente a isoterma de 1150°C. Verifique que esta região não aparece na Figura 11, pois os pontos pertencentes as curvas da isoterma de 1150°C não existem no objeto 3D, e se existissem seriam internos ao objeto 3D, não podendo ser visualizados a principio. Estes pontos não existem porque não foram criados e nem mapeados, já que os pontos mapeados de 2D para o 3D foram os pontos do contorno do domínio, e também só podem ser calculados dinamicamente, pois dependem do valor da condição de contorno Tisoterma.

Para contornar a dificuldade da inexistência dos pontos, os pontos pertencentes à isoterma de cada secção foram criados e mapeados dinamicamente, ou seja, conforme o cálculo de cada secção, cada um com seu respectivo ângulo, resultando no objeto 3D correspondente à isoterma de 1150°C, conforme a Figura 12. Para contornar a dificuldade de visualização, utilizou-se o recurso de transparência da OpenGL (biblioteca gráfica utilizada para a visualização 3D), possibilitando a integração dos objetos das Figuras 11 e 12, conforme ilustrado na Figura 13.

(6)

Fig. 8 Perfil de temperatura do domínio do problema para

Tisoterma = 1500°C.

Fig. 9 Isoterma de 1150°C correspondente a Tisoterma =

1500°C.

Fig. 10 Objeto 3D que representa o cadinho.

Fig. 11 Objeto 3D mapeado para Tisoterma = 1500°C.

(7)

Fig. 13. Objeto 3D mapeado para Tisoterma = 1500°C, com a

visualização da isoterma de 1150°C.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos resultados obtidos, pode-se concluir que o sistema implementado através da técnica de FEM se mostrou capaz de avaliar o desgaste do refratário do cadinho, tanto para dados on-line como para dados históricos máximos de temperatura, pois ambos são dados de temperatura, que é o requisito de entrada do sistema.

Um ponto crucial para que a informação fornecida pelo sistema seja válida é a calibração do sistema, ou seja, o ajuste dos valores de k (condutividade térmica do refratário) e h (constante de troca de calor por convecção), de forma que as temperaturas estimadas nos pontos que possuem medidas e o desgaste calculado, sejam os mais próximos da real condição de operação do cadinho. Por este motivo, atualmente o sistema encontra-se em fase de implantação e testes para sua validação.

Pelos testes realizados até então, o sistema demonstrou ser de grande utilidade para a equipe de operação do AF1 da Gerdau Açominas, permitindo à tomada de decisões, como por exemplo, a programação da reforma do refratário do cadinho, de forma a evitar a interrupção prematura do forno, tornando possível estendê-la até um limite seguro de operação.

VI. AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os colegas da Gerdau Açominas que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento deste trabalho e aos professores e colegas do Mestrado em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais, pelo apoio e ensinamentos.

REFERÊNCIAS

[1] BEJAN, Adrian. Transferência de calor. São Paulo: E. Blucher, c1996 540p,

[2] LAAR , R. V., CALLENFELS, E. S. V., GEERDS, M. Blast Furnace Hearth Management for Safe and Long Campaigns. ISSTech 2003 Conference Proceedings, pp 1079-1090

[3] LIU, Kekian Ken. New Blast Furnace Hearth Erosion Model Development and Application at U. S. Steel, AISTech 2007 Conference

[4] LUENBERGER, David G. Linear and nonlinear programming. 2. ed. Reading, Mass.: Addison-Wesley, c1984. 491p.

[5] OPENGL ARB. OpenGL - The Industry Standard for High Performance Graphics. [Disponível em http://www.opengl.org]

[6] RADMOSER, Esther. Security-Related Parts of a Blast Furnace Model.

ECMI 1998 Newsletter 23 pp. 12–15 [Disponivel:

http://www.it.lut.fi/mat/EcmiNL/ecmi23/node5.html]

[7] SHEWCHUK, J. R., Lecture Notes on Delaunay Mesh Generation, 1999, p.1-10, 109 p [Disponível em http://www.cs.berkeley.edu/~jrs/mesh/] [8] VITORINO, T. A. S., FIGUEIREDO, E. S., ROCHA, D. M., MESQUITA, R. C., CAMINHAS, W. M., Sistema de visualização gráfica tridimensional da temperatura dos Staves do alto-forno da Gerdau Açominas. In: Seminário de Automação de Processos, 2006, Belo Horizonte/MG. Anais do X Seminário de Automação de Processos, 2006. v. 1. p. 1-6.

BIBLIOGRAFIA

[1] ARAUJO, L. A., Manual de siderurgia. São Paulo: Arte & Ciência, c.1997. 2v.

[2] BASTOS, João P. A. Eletromagnetismo e calculo de campos. Florianopolis: Ed. da UFSC, 1989. 452p.

[3] HUGHES, Thomas J. R. The finite element method: linear static and dynamic finite element analysis. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, c1987. 803p.

[4] JIN, Jianming. The Finite element method in electromagnetics. J. Wiley & Sons, New York, 1993, 464 p.

[5] LEWIS, R. W. The finite element method in heat transfer analysis. Chichester: John Wiley, c.1996. 279p.

(8)

ANEXO –FORMULAÇÃO DE ELEMENTOS FINITOS

I. FORMA FORTE

A forma forte para um problema de elementos finitos consiste em descrever as equações que regem o problema, junto com as condições de contorno correspondentes, para um determinado domínio. A Figura 1 ilustra o domínio do problema em questão, que é regido pela Equação 01, na qual as condições de contorno são dados pelas Equações 02, 03, 04 e 05. A Equação 01 modela o problema de transferência de calor em coordenadas cilíndricas, já que o problema em questão é assimétrico.

Fig. 1. Domínio do problema.

1

0

T

T

T

T

kr

k

r

r

r

z

z

+

=

(1)

0

T

k

r

∂ =

(2) isoterma

T

=

T

(3)

0

T

k

z

∂ =

(4)

(

)

T

k

h T

T

r

=

(5)

(

)

T

k

h T

T

z

=

(6)

A Equação 03 é um tipo de condições de contorno de Dirichlet, que é aplicado ao contorno 2 da Figura 1, e as Equações 02, 04, 05, 06 são tipos de condições de contorno de Robin (condição mista), que são aplicadas aos contornos 1, 3, 4 e 5 da Figura 1. O primeiro tipo de condição, impõe um

valor de temperatura enquanto a outra define os campos normais e tangentes.

II. FORMA FRACA APLICANDO O MÉTODO DE GALERKIN

O método de Galerkin utiliza a equação que define o problema, ao invés de um funcional energético – como feito no método variacional – de forma a obter a formulação numérica para a sua resolução. Este método define um resíduo R, sendo este definido pela seguinte equação:

( ) ( )

R

=

f v

f u

(7)

Sendo que a função a solução exata v é substituída por uma aproximada u e o resíduo é obtido da diferença entre estas soluções. No caso do método Galerkin, aplicado a elementos finitos, esta condição para a convergência do método consiste em escreve N equações tais que:

0

w R d

⋅ ⋅ Ω =

(8)

Sendo w uma função de ponderação, que ainda será definida. O resíduo para o problema de transferência de calor bidimensional, em coordenadas cilíndricas, é definido como:

1

R

kr

k

r r

r

z

z

φ

φ

φ

φ

=

+

(9)

A discretização do domínio em elementos é o primeiro passo na resolução do problema utilizando o método de elementos finitos. O domínio Ω é dividido em pequenos subdomínios denominados Ωe, nos quais as propriedades são

supostas constantes e o grandeza que se deseja calcular varia linearmente. O problema é, subseqüentemente, formulado tal que a função desconhecida

φ

é associada a cada nó dos elementos. Para o caso bidimensional, normalmente elementos triangulares de primeira ordem são utilizados, como definida abaixo:

( )

,

e e e e

r z

a

b r

c z

φ

=

+

+

(10)

Definindo uma função com a mesma propriedade vista anteriormente, esta possui um valor unitário no nó em que está é definida e um valor nulo para os nós vizinhos, a Equação 10 pode ser reescrita da seguinte forma:

( )

,

1 1 2 2 3 3

e e e e e e e

r z

N

N

N

φ

=

φ

+

φ

+

φ

(11)

onde as funções de custo são definidas a partir simplesmente das coordenadas dos nós do triângulo, nos quais a grandeza em questão, e 1

φ

, e 2

φ

e e 3

φ

, estão determinados.

(9)

( )

1

(

)

,

2

e e e e i e i i i

N

r z

=

a

+

b r

+

c z

(12) onde ai = rjzk – rkzj, bi = zj – zk e ci = rk – rj, sendo i ≠ j ≠

k, e i, j e k permutam em ordem natural, para formarem N1, N2

e N3, respectivamente, e ∆e é a área do triângulo, dada por:

(

)

1 1 2 2 1 2 2 1 3 3

1

1

1

1

2

2

1

e e e e e e e e e e e

r

z

r

z

b c

b c

r

z

∆ =

=

(13)

A formulação pelo método de Galerkin, toma a forma descrita pela Equação 14:

1 2 e e e i i R N k k rdrdz r r r z z φ φ π Ω   = ⋅ ⋅ + ⋅      

∫∫

(14)

Integrando por partes os termos com a derivada em segundo grau e utilizando o teorema da divergência, obtêm-se:

3 1 2 2 ˆ e e e e e e j j e e i i e i j i e j N N N N R k k rdrdz N k d r r z z n φ π φ π = Ω Γ  = ⋅  +  − ⋅ Γ  

∑ ∫∫

∫

(15)

onde

eé o vetor normal à superfície do elemento e e a temperatura

( )

,

e

r z

φ

foi substituída pela Equação 11. Novamente, para o domínio contendo M elementos, o sistema matricial é obtido somando a contribuição de cada um destes, sendo

{ }

{ }

{ } { }

{ }

1 1

0

M M e e e e e e

R

R

K

φ

g

= =

=

=

=

(16)

onde os índices das matrizes deverão ser observados de modo a colocar a contribuição dos elementos em sua devida posição. O restante da matriz será preenchido com zeros criando uma matriz simétrica e esparsa. Assim:

[ ]{ } { }

K

φ

=

g

(17)

III. CÁLCULO DAS INTEGRAIS

Em problemas eletromagnéticos, uma condição de contorno geral, para o caso do campo normal é comumente descrita da forma descrita na Equação 06, onde Ф é a grandeza em questão.

q

n

φ

α

∂ = −

γφ

(18)

As Equações 2 e 4 são derivações da Equação 18, fazendo α = k e q = γ = 0 – conhecida como condição de Neumann - e as Equações 5 e 6 são derivações da Equação 18, fazendo α = k e q = hToo γ = h. Assim daqui em diante será

utilizada esta notação.

A integral que aparece no primeiro termo, da Equação 15, ou seja, a contribuição de um elemento na matriz K, é resolvida analiticamente, considerando que o elemento em questão é suficientemente pequeno para supor que o raio não possui variação significativa. Assim é r constante, possuindo o valor correspondente à média dos raios dos vértices do elemento rm, sendo a solução da integral dada por,

(

)

4

m ij i j i j e

r k

K

=

π

b b

+

c c

(19)

A condição de contorno mista terá sua contribuição na matriz g. No caso em que o as propriedades são homogêneas ao longo do domínio essa contribuição será determinada, para um nó geral i, por: 1

ˆ

ˆ

S S e e i j e j e

g

N

k

d

N

k

d

n

n

φ

φ

+ Γ Γ

=

Γ +

Γ

(20)

onde Γ

s

é a fronteira à direita do elemento e Γ

s

+

1

é o segmento à esquerda deste. Os índices e e j são índices locais e estão relacionados com i de acordo com o mapeamento destes para os índices globais. No caso da condição de contorno de Robin, a equação subseqüente será:

(

)

(

)

+ Γ Γ

Γ

+

Γ

=

1 S S

d

q

N

d

q

N

g

ej e j i

γφ

γφ

(21)

+ = + + + =         ⋅ − +         ⋅ − = 1 0 1 2 1 1 1 1 1 1 0 2 1 2 q γ N φ l dξ N q γ N φ l dξ N g s j s j s j s s j s j s j s i (22)

onde ls é o comprimento do segmento Γ

s

e l

s

+

1

é o

comprimento do segmento Γ

s

+

1

e ξ é a distância normalizada entre os nós 1 e 2, possuindo valor unitário no nó 2 e valor nulo no nó 1. A Figura 2 ilustra o caso para o qual esta formulação está sendo feita, na qual os números dentro dos elementos representam os índices locais dos nós.

A integral dada na Equação 21 resulta em:

2 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1 s s s s s s i j j j j j j

g

g

K

φ

g

+

K

+

φ

+ = =

=

+

(26)

(10)

Fig. 2 Elementos da fronteira e seu nós.

Os termos terão contribuição na matriz b e K. Isso será feito somando-se s

b

2e 1 1 + s

b

em bi,

K

2jsem

K

i,ns(j,s) e 1 1 + s j

K

em

K

i,ns(j,s+1). O sub-índice ns(j,s) é um vetor que relaciona o índice local j, local ao segmento s, ao seu índice global. Para o elemento linear, as seguintes contribuições serão feitas:

2

s s s i

l

q

b

=

e



=

=

j

i

p

l

j

i

p

l

K

s s s s s ij

/

,

3

/

,

6

γ

γ

(24)

A resolução destas integrais é baseada nos elementos de referência como demonstrado no item 3 abaixo.

IV. ELEMENTOS DE REFERÊNCIA

Os problemas matriciais podem ser realizados sem dificuldades particulares caso o sistema referencial seja alterado para um normalizado. Como no caso de um segmento, ilustrado na Figura 3.

O segmento que era descrito pelos eixos x e y passa a ser descrito pelo eixo normalizado ξ. Assim, as integrais ficam definidas entre 0 e 1 e as funções de ponderação passam a ser:

ξ

=

1

1 s

N

& s

=

ξ

N

2 (25)

A resolução da integral será direta e um exemplo de resultado já está descrito na formulação 2D para o cálculo das condições de contorno.

Para o elemento triangular de primeira ordem, ao o eixo de referência será (ξ,η), como mostra a Figura 4.

Fig. 3: Triangulo de Referencia.

A relação entre os triângulos e feita por intermédio de uma “função de transferência geométrica”, N(ξ,η) que, para o elemento de primeira ordem é definida como:

[

ξ

η

ξ

η

]

=

1

N

(26)

Assim, um ponto definido na abscissa será descrito como:

[

]

=

3 2 1

1

x

x

x

x

ξ

η

ξ

η

(27)

De maneira análoga defini-se os pontos na ordenada:

[

]

=

3 2 1

1

y

y

y

y

ξ

η

ξ

η

(28)

Como no caso do segmento normalizado, a função de transformação geométrica será utilizada como função de interpolação dos potenciais

φ

definidos nos nós dos triângulos:

[

]

=

3 2 1

1

φ

φ

φ

η

ξ

η

ξ

φ

(29)

Assim o segundo termo da Equação 15 pode ser reescrito, na forma matricial, como:

(11)

∫∫

∫∫

=

R S R T S s e

d

d

J

N

dxdy

N

φ

γ

φ

ξ

η

γ

(30)

onde a matriz jacobiana, JR, é relativa à transformação de variáveis, e é dada por:

=

=

1 3 1 3 1 2 1 2

y

y

x

x

y

y

x

x

x

x

y

x

J

R

η

η

ξ

ξ

(31)

O determinante desta é o dobro da área do triângulo. A integral da Equação 30 fica da seguinte forma, após a expansão dos termos:

[ ]                       ∆ =           ⋅ − − ⋅          − − ∆ ⋅ ⋅ ∫ ∫− 3 2 1 3 2 1 1 0 1 0 6 1 12 1 12 1 12 1 6 1 12 1 12 1 12 1 6 1 1 1 2 φ φ φ γ φ φ φ η ξ η ξ η ξ η ξ η ξ γ s η s d d (32)

Este resultado pode ser simplificado para o que já foi exposto na Equação 24:



=

=

j

i

p

j

i

p

K

s s s s s ij

/

,

6

/

,

12

γ

γ

(33)

Referências

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