SUBVENÇÕES ECONÔMICAS
Representação Patrimonial e
Repercussões Tributárias
Sumário
• Definição Jurídica e Referencial Teórico • Critérios de Distinção das Subvenções • Modalidades de Subvenção
• Subvenções no âmbito do Padrão IFRS • Tratamento Fiscal em função da Natureza
• Particularidades fiscais no tocante às subvenções de custeio • Interpretação das subvenções na visão do CARF
• Posicionamento na esfera judicial • Apuração do lucro da exploração
De acordo com Taveira (2009), as SAGs são
programas delineados, gerenciados e concedidos
pelos governos (União, Estados, D± e Municípios)
com o intuito de incrementar operações, atrair
investimentos para determinadas regiões menos
desenvolvidas e financiar a promoção de atividades
de interesse público.
Referencial Teórico
A subvenção governamental é um tipo de
assistência governamental geralmente na forma
de contribuição de natureza pecuniária, mas não
só restrita a ela, concedida a uma entidade
normalmente em troca de certas condições
relacionadas às suas atividades operacionais
(Pronunciamento Técnico CPC 07 – R1).
Alguns estudos realizados no meio acadêmico
sugerem haver correlação entre o resultado das
empresas e a fruição de subvenções econômicas.
Ex.: No setor elétrico, há evidências de que o recebimento
de subvenções tem relação estatisticamente significativa¹
com a lucratividade
Correlação: Subvenção x Lucro
¹Grau de significância de 5%, adotado na pesquisa
Verificadas no âmbito Federal, Estadual e Municipal,
assumem
diversas
formas,
caracterizadas
pela
transferência direta ou indireta de recursos, cujas
modalidades básicas são:
•
Custeio
•
Investimento
Modalidades de Subvenção Econômica
•
Custeio: Em regra, não possui finalidade específica,
sendo destinada a prover recursos para gastos
correntes, vinculados à operação.
Exemplos:
Créditos Presumido de ICMS (PE/ES etc.) Lei da Moda (RJ)
Uso de recursos do AFRMM para conserto e reparos*
Modalidades: Características
* Finalidade específica
•
Investimento:
Ordinariamente,
condicionados
à
aplicação específica em bens que resultem no
desenvolvimento de empreendimentos econômicos
Exemplos:
Construção e continuidade de planta industrial Geração/Manutenção de postos de trabalho AFRMM utilizado na modernização/construção
• Finalidade
a) Designada em programa específico
b) Presunção legal, normalmente por força do
atendimento de alguma condição
• Contrapartida
a) Ônus determinado pela lei*
Características das Subvenções
* Vide art. 178, do CTN
• Cenário Anterior à Convergência
Contrapartida diretamente em PL¹ (reserva de
capital)
Sem efeito no resultado do período
Subvenções – no Âmbito do IFRS
• Cenário Pós Convergência
Contrapartida diretamente em resultado
Constituição de reserva de lucros (fundamento no art.
195-A, LSA)
Subvenções – no Âmbito do IFRS
•
Desoneração Fiscal
Exclusão das bases do IRPJ/CSLL
Exclusão das bases do PIS/COFINS
CPRB: ausência de disciplina
•
Manutenção da Reserva de lucros (195-A)¹, restrita à:
Absorção de prejuízos
Aumento de capital social²
Em qualquer cenário, a distribuição de valores baseados no vlr. da reserva é vedada.
Tratamento Fiscal - Condição
¹ Regra geral. Exceções: incentivos da Lei do bem.
² Restituição posterior e partilha de acervo com lastro no valor da reserva incorporada são hipóteses de destinação diversa.
•
Cômputo na determinação das bases do IRPJ/CSLL
Subvenções que afetam o IRPJ/CSLL – Sem impactos
Demais – Computadas nas bases fiscais¹
Subvenções Para Custeio - Particularidades
“Ementa: COFINS. (...) BASE DE CÁLCULO. VALORES DE INCENTIVOS FISCAIS CONCEDIDOS PELO GOVERNO DO ESTADO. O valor do incentivo fiscal concedido pelo Estado do Ceará, em cumprimento ao Programa PROVIN, caracteriza-se como subvenção para custeio e deve ser registrado contabilmente como receita integrante da base de cálculo da contribuição para financiamento da seguridade social. Recurso negado.”
Subvenções Para Custeio - CARF
D.O.U. de 01/03/2007, Seção 1, pág. 54
“TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE ICMS. NÃO INCLUSÃO. NATUREZA JURÍDICA QUE NÃO SE CONFUNDE COM RECEITA OU FATURAMENTO. PRECEDENTES. 1. O crédito presumido de ICMS configura incentivo voltado à redução de custos, com vistas a proporcionar maior competitividade no mercado para as empresas de um determinado estado-membro, não assumindo natureza de receita ou faturamento, motivo por que não compõe a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. 2. Agravo regimental não provido”.
Subvenções Para Custeio – Âmbito Judicial
(AgRg no REsp 1319102 / RS - 2012/0076002-4 - SEGUNDA TURMA - Ministro CASTRO MEIRA - Data da Publicação: 12/03/2013)
“TRIBUTÁRIO - CRÉDITOS PRESUMIDOS DE ICMS - EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/PASEP E DA COFINS. 1. Créditos presumidos de ICMS, por se tratarem de mero ressarcimento, não representam ingresso de valores aos caixas da empresa e, portanto, não são tributáveis. Precedentes: AgRg no REsp 1329781/RS (...) AgRg no REsp 1171492/RS (...) AgRg no REsp 1214684/PR (...) AgRg no REsp 1282211/PR (...) Recurso especial não provido.”.
Subvenções Para Custeio – Âmbito Judicial
(REsp 1061160/PR - 2008/0113446-2 - SEGUNDA TURMA - Ministra DIVA MALERBI - Data da Publicação: 11/03/2013)
“Subvenção para investimentos
Processo 13401.000483/2006-75
Terphane X Fazenda Nacional
Por seis votos a dois os conselheiros decidiram não incluir os incentivos fiscais do Prodepe, por meio do qual foi disponibilizado crédito presumido de ICMS à companhia, na base de cálculo do PIS e da Cofins. A maioria dos julgadores seguiu o voto da conselheira Tatiana Midori, que considerou que “subvenção para
investimento não tem caráter de receita”. Ficaram vencidos os
conselheiros Andrada Marcio Canuto Natal e Rodrigo da Costa Pôssas.
Contraprestações sob regime de PPP´s. • Natureza de Subvenção?
• Disciplina da L. 12.766/12: Diferimento da tributação para o momento da realização econômica
• Tratamento fiscal similar às demais concessões de serv. públicos.
• Possível discussão sobre isonomia
Parceria Público Privada (PPP)
• Subvenção Estabelecida pela L. 10.604/02 • Financiamento da Subvenção
• Posição do STJ 2º Turma
• Criação da CDE (Lei 12.212): Financiamento via encargo do setor
• Posição da Adm. Fazendária: Ex. Sol. Cons. nº 4/17 COSIT
• infra-estrutura • turismo • agroindústria
• agricultura irrigada, da fruticultura * • indústria extrativa de minerais metálicos • indústria de transformação *
• eletro-eletrônica, mecatrônica, informática, biotecnologia, veículos, componentes e autopeças;
• indústria de componentes (microeletrônica).
Atividades Prioritárias – Área da SUDENE
Descrições genéricas. Vide o conteúdo no Decreto 4.213/02.
• Infra-estrutura • Turismo • Agroindústria • agricultura irrigada
• Indústria extrativa de minerais metálicos • indústria de transformação
• Eletro-eletrônica, mecatrônica ...
• Indústria de componentes (microeletrônica); • Embalagem e acondicionamentos
• Produtos farmacêuticos • Indústria de brinquedos; • Produtos óticos
• fabricação de relógios.
Atividades Prioritárias – Área da SUDAM
lucro líquido antes do IRPJ, ajustado pela exclusão dos seguintes valores:
• Parcela das rec. financeiras excedente às despesas (financeiras) • Rendimentos e resultado de participações societárias
• Outras receitas e despesas*
• Subvenções computadas no resultado • Contrapartidas de valor justo
Lucro da Exploração – Conceito
• Baixas de Mais Valia e Menos Valia: Impactos?
• Contrapartidas do Ajuste a Valor Presente: Receita financeira ou despesa financeira para fins do LE?
Lucro da Exploração – Metodologia
Receita Líquida por Atividade
Receita Líquida da Atividade com redução (75% ilustrativo) 800
Receita Líquida das demais atividades 200
Receita líquida total 1.000 % da receita incentivada 80% Lucro Líquido antes do IRPJ e da CSL 400
Adições (+) Resultados Negativos de Participações 15
(-) Perdas por valor justo (+) Outras Perdas* 10
Total das Adições 25
Exclusões (-) rendimentos e resultados de participações societárias 10
(-) Ganhos por valor justo (-) Outras subvenções para investimento 20
(-) Outros Ganhos* 10
Total das Exclusões 40
Lucro da Exploração (Base de Cálculo) 385
Distribuição por Atividade Parcela correspondente à atividade com redução de (75%) 308
Parcela correspondente às demais atividades 77
Lucro da Exploração – Metodologia
Cálculo das Deduções Lucro real ≥ ao Lucro da Exploração Lucro da Exploração - Redução de 75% 308Lucro Real 600
Relação Percentual 51,33% Adicional com base no lucro da exploração 31
Adicional Proporcional 16
Deduções Alíquota básica 46
Lucro real ≥ ao Lucro da Exploração 31
Total 77
Deduções Alíquota básica 46
Lucro real ≤ ao Lucro da Exploração 16
• MARTINS MENDES DE LUCA, Márcia. Subvenções e assistências TAVEIRA, J. H. P. S. Conformidade do disclosure das subvenções governamentais nas empresas de capital aberto. 2009. 78 Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Administração) – Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração e Economia, Faculdade de Economia e Finanças IBMEC, Rio de Janeiro, 2009, Apud de QUEIROZ LOUREIRO, Débora;
VASCONCELOS GALLON, Alessandra; governamentais (SAG): evidenciação e
rentabilidade das maiores empresas brasileiras. Revista de contabilidade e
organizações, v. 5, n. 13, 2011.
• DE MENDONÇA JULIÃO, Clayton et al. Um estudo sobre a correlação entre o recebimento de subvenções governamentais e o lucro das empresas nacionais, e das maiores internacionais, do setor elétrico. Revista Uniabeu, v. 6, n. 14, p. 173-189, 2013. • Pronunciamento CPC nº 07. Comitê de Pronunciamentos Contábeis