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TÍTULO: ANEMIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO ALIMENTAR ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA

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Academic year: 2021

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TÍTULO: ANEMIA EM PACIENTES COM TRANSTORNO ALIMENTAR ANOREXIA E BULIMIA NERVOSA TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: Nutrição SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE DE FRANCA - UNIFRAN INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): TACIANE CINTRA TAVEIRA RODRIGUES AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARINA GARCIA MANOCHIO-PINA ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): JOÃO PAULO PINI SANCHES COLABORADOR(ES):

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1. RESUMO

Transtornos Alimentares são enfermidades psiquiátricas debilitantes, resultantes da interação de distintos fatores caracterizados pela preocupação intensa com hábitos alimentares ou nos comportamentos de controle da massa corporal que resulta em danos importantes na saúde física e no funcionamento psicossocial. Dentre os principais tipos de transtornos alimentares existentes e que têm tido incidência aumentada de forma alarmante, temos Anorexia nervosa (AN) e Bulimia nervosa (BN). A AN e a BN estão relacionadas a significativa morbidade, estando a anemia presente na maioria dos casos. Essas duas patologias tem uma forte correlação com a má absorção de nutrientes principalmente ferro, vitamina B12, ácido fólico e vitamina C, comprometendo a síntese normal dos eritrócitos (glóbulos vermelhos) causando anemia. Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo analisar fatores associados a esta patologia em pacientes com TA atendidas pelo Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares (GRATA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, desde sua criação em 1982 até o mês de dezembro do ano de 2016, independentemente da idade.

PALAVRAS-CHAVE: Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, Anemia. 2. INTRODUÇÃO

Os transtornos ou distúrbios alimentares (anorexia e bulimia) são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação relacionados com fatores socioculturais, psicológicos e comportamentais que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial, mostrando uma associação direta entre a alimentação desordenada e insatisfação corporal, entendida como avaliação negativa do próprio corpo. (9, 3). Os critérios de diagnóstico para identificação de AN e BN estão mais bem descritos no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª edição. DSM-5, American PsychiatricAssociation. (2).

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São descritos critérios diagnósticos para pica, transtorno de ruminação, transtorno alimentar restritivo/laxativo, anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar. (2, 9).

No caso especifico de anorexia nervosa relata-se que é uma patologia bastante comum na puberdade, que tende a se manifestar principalmente no sexo feminino, tendo como principal sintoma a perda de peso em decorrência a redução significativa de ingestão de alimentos, não por falta de apetite, mas devido a resistência a ingestão de alimentos, em virtude da preocupação excessiva com o peso corporal (medo de engordar), mesmo o peso estando abaixo do considerado normal para a altura do indivíduo segundo Índice de Massa Corporal (IMC) – OMS (Organização Mundial da Saúde). Ao passo que a bulimia nervosa caracteriza-se pela presença de episódios de excesso de apetite, seguido de vômito autoinduzido, uso constante de diuréticos e/ou laxantes, exercício físico em excesso, jejuns e dietas restritivas para controlar e/ou reduzir o peso corporal em virtude de medo mórbido de engordar. Assim sendo, tanto na anorexia como na bulimia nervosas a preocupação excessiva com o peso corporal acaba levando o indivíduo à perseguição implacável em busca da magreza extrema. (13, 11).

O paciente com AN apresenta distorções cognitivas tanto em relação à comida, quanto à imagem corporal; além de repetição de ideias inflexíveis em relação à nutrição e alimentação, como não consumir nenhum tipo de gordura, carboidrato ou alimento com densidade calórica maior do que considera adequado. O comportamento rígido pode, muitas vezes, levá-lo a cumprir rituais específicos em relação à alimentação, causando possíveis complicações hematológicas, como a anemia. (4). Outras características dos pacientes com AN incluem obsessão, perfeccionismo e introspecção, além de dificuldade em expressar sentimentos. Sentindo-se impossibilitado de controlar o que acontece ao seu redor, o paciente pode se voltar ao controle obsessivo da alimentação e do corpo – condição que julga ser de seu total domínio e no qual acha que pode exercer seu controle.

Esses pacientes são, muitas vezes, mal compreendidos pela sociedade, e até mesmo por profissionais de saúde que não conhecem a fundo sua complexidade. Muitos referem ser questionados por que “escolhem “não comer quando há pessoas passando fome no mundo, o que ainda lhes causa mais sofrimento.

A BN leva a várias complicações clínicas devido a dificuldade de comer em situações sociais, as crenças inadequadas sobre nutrição, a raiva por sentir fome e o

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uso da comida como forma de lidar com as emoções, abalam a vivência social, emocional e compromete muito as escolhas alimentares. O imediatismo, a desorganização geral, a rigidez de pensamentos e o pensamento dicotômico, com ideias de “tudo ou nada”, “permitido ou proibido”, saudável ou não saudável”, são um desafio. Os pacientes com BN podem ser chamados de “profissionais de dieta”, e precisam ser esclarecidos sobre o fato de elas levarem a compulsões, reganho de peso e insatisfação corporal.(10).

A Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa são 20 vezes mais frequentes em mulheres do que em homens, podendo-se dizer que são raras em homens. Grupos socioeconômicos privilegiados, e profissões como manequins e dançarinas, parecem incluir indivíduos com maior risco. A prevalência de anorexia nervosa entre mulheres jovens é de 0,2 a 0,9%. A incidência anual em mulheres é de 14,1 / 100.000 habitantes. Estes índices têm aumentado anualmente, desde 1950, principalmente entre mulheres na faixa etária de 15 a 24 anos (aumento em torno de 1,03/100.000 pessoas-ano/ano). Em homens a incidência é menor que 0,5 / 100.000 habitantes. A mortalidade de anorexia nervosa está em torno de 10%. (1)

Em geral, sabe-se que muito antes do quadro clinico da anorexia e bulimia nervosas se estabelecer, os anoréxicos e bulímicos já apresentava alguma alteração emocional/comportamental. (13). Porém, com a evolução da patologia a pessoa desenvolve vários distúrbios, como anemia que será estudada no presente trabalho. (6).

A anemia é uma deficiência no tamanho ou número de glóbulos vermelhos ou a quantidade de hemoglobina que eles contêm. Essa deficiência limita a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue e as células dos tecidos. As anemias que resultam da ingestão inadequada de ferro, proteínas e determinadas vitaminas (vitamina B12, ácido fólico, piridoxina e ácido ascórbico), cobre e outros metais pesados são frequentemente denominados anemias nutricionais. (7). Alguns casos de anemia severa e profunda, muitas vezes se desenvolvendo muito repentinamente, podem ser observados em situações de desnutrição extrema com pesos corporais muito baixos e / ou perda de peso muito rápida. O mecanismo implicado é a degeneração gelatinosa da medula óssea que geralmente afeta as três linhas celulares, com um risco de falência de múltiplos órgãos que ameaça a vida em curto prazo. (12).

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Devido ao comportamento alimentar restritivo / laxativo e purgativo dos pacientes com anorexia e bulimia nervosas os mesmos podem apresentar carências de micronutrientes como o ferro (Fe) que é um nutriente essencial à vida, já que participa na síntese da hemoglobina, no transporte de elétrons, para a “respiração celular”, na síntese do DNA e em outras reações enzimáticas vitais. Uma vez que não e produzido pelo organismo, é necessária a ingestão regular e absorção normal desse nutriente para que não se desenvolva carência. Sua atuação como cofator de enzimas envolvida na síntese de DNA torna os tecidos com atividade proliferativa vulneráveis ao estado de deficiência, particularmente aqueles com intensa atividade de divisão celular como o sistema hematopoético (formação e desenvolvimento das células sanguíneas. (8).

3. JUSTIFICATIVA

Embora os temas nutrição e alimentação estejam cada vez mais em pauta, as informações estejam mais acessíveis e a ciência em constante evolução, persiste uma visão restrita e dicotômica do “saudável e não saudável”, dos alimentos categorizados pelos seus nutrientes e como sendo “bons ou ruins”, na qual o prazer em comer é muitas vezes associado à culpa. Esse contexto não promove a mudança de comportamento e não torna as pessoas mais saudáveis – o aumento dos índices de doenças crônicas, transtornos alimentares e obesidade justificam essa afirmação. A alimentação se tornou um foco nos nutrientes de forma isolada sem dar importância ao alimento como um todo. Há um sério problema coma abordagem apenas biológica da alimentação, que considera o comer somente uma decisão racional, ignorando os outros componentes, como os aspectos emocionais, culturais e sociais. A alimentação nessa visão é colocada como um meio para o fim, e os hábitos e preferências são vistos como secundários à função biológica. (10). Devido à restrição da ingesta calórica em relação às necessidades energéticas por comportamentos alimentares restritivos e/ou purgativos levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física, muitos pacientes com T.A são mais suscetíveis a desenvolver anemias nutricionais. (2).

A anemia progressiva não tratada gera alterações cardiovasculares e respiratórias que podem causar, eventualmente, insuficiência cardíaca. (7)

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4. OBJETIVO

Identificar a ocorrência de anemia em pacientes com Anorexia e Bulimia nervosas de um serviço especializado.

5. METODOLOGIA

Esta pesquisa corresponde a um estudo retrospectivo, de caráter, observacional descritivo com delineamento quantitativo. Será realizado junto ao Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (GRATA-HC-FMRP-USP), um serviço especializado no tratamento de TA.

Será realizada análise de prontuário e serão incluídas todos os pacientes com AN e BN, que foram atendidos no GRATA, desde sua criação em 1982 até o mês de dezembro de 2016. Independentemente do sexo, idade e hipótese diagnóstica. Será realizado o levantamento dos prontuários de todos os pacientes atendidos pelo serviço no referido período, por meio do sistema informatizado implantado no HCFMRP-USP junto ao Departamento de Seção de Dados Médicos. Esse setor conta com um extenso acervo físico e virtual nos quais estão contidas todas as informações e registros dos atendimentos aos quais os pacientes se submeteram, seja ele realizado por médicos, enfermeiros e demais profissionais. Serão coletados dados referentes ao primeiro atendimento do paciente no serviço, de natureza sociodemográfica (sexo, idade, estado civil, raça , nível de escolaridade, procedência), clínica (hipótese diagnóstica, presença de comorbidades, tempo de sintomas e de tratamento), antropométrica (peso e estatura) e bioquímica (hemoglobina, albumina, proteínas totais, ferro). Além disso, serão coletadas informações sobre a necessidade de internação durante o tratamento e desfecho do tratamento

6. DESENVOLVIMENTO

Com base no perfil de pacientes com Transtornos Alimentares (TA) e a correlação com a anemia, será realizado uma pesquisa de análise apontando os fatores associados com Anorexia e Bulimia nervosas estabelecendo sua correlação com a

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deficiência nutricional, sendo uma das causas, a anemia. Primeiramente será solicitada autorização do Coordenador do GRATA e diante a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do HC-FMRP, serão incluídos os prontuários de todas as pacientes mulheres com AN e BN que foram atendidas e/ou estão em atendimento no GRATA, desde sua criação em 1982 até o mês de dezembro de 2016. Participarão da pesquisa as pacientes mulheres com anorexia e bulimia nervosa, independente da idade, o subtipo da mesma que estiverem em atendimento no serviço, segundo os critérios mencionados na metodologia, e serão excluídas aquelas pacientes cujos prontuários não tenham os dados necessários. Após análise descrita, será investigado os fatores associados a anemia.

6. RESULTADOS PRELIMINARES

A anorexia e bulimia nervosas estão relacionadas à anemia, por deficiência na ingestão de nutrientes devido ao comportamento restritivo, laxativo/purgativo ou por indução do vomito. Espera-se conseguir resultados significativos e assim contribuir com uma discussão para subsidiar o tratamento desses pacientes.

7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Academia Nacional de Medicina. (2016). Simpósio Sobre Compulsão Alimentar -Como Reconhecer e Tratar. Academia Nacional de Medicina, http://www.anm.org.br/conteudo_view.asp?id=2211.

2. American Psychiatric Association. (2014). MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS.Porto Alegre: Artmed.

3. Anna Mattinson, A. J. (2015). Spontaneous Bacterial Peritonitis in a Patient with Anorexia Nervosa with Profound Zinc and Iron Deficiency. The American Journal of Medicine, 1-2.

4. De Filippo E, M. M. (2016, July 20). Hematological complications in anorexia nervosa. European Journal of Clinical Nutrition, pp. 1305-1308.

5. Erzegovesi, S., & Bellodi, L. (2016). Eating disorders. Portal de Revistas Científicas em Ciências da Saúde, 304-9.

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6. Juncà J, S. M.-H.-P. (2015). Blunted erythropoietic response in the anemia of anorexia nervosa. Facultad de Medicina de Barcelona, 433-5.

7. L. Kathleen Mahan, S. E.-S. (2012). Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Elsevier.

8. Laura Yolanda Chialanza Garcia, A. C. (1998). Anemias Carenciais na Infância. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP - Pediatria, 112-125. 9. Leonardo de Sousa Fortes, J. F. (2015). Disordered eating, body dissatisfaction,

perfectionism, and mood state in female adolescents. Revista de Nutrição, Vol28 nº4.

10. Marle Alvarenga, F. T. (2016). Nutrição Comportamental. São Paulo: Manole. 11. Meczekalski, B. e. (2013, May 21). Long-term consequences of anorexia

nervosa. Maturitas The European Menopause Journal, pp. 215-20.

12. Moro, C. B.-C.-G.-C. (2016). Anorexia nervosa hyperativity-induce ischemic colitis (ANHIC): a new cause of anemia. Eating and Weight Disorders -Studies on Anorexia, Bulimia and Obesity, 507-510.

13. Priscila Melo Coras, A. P. (s.d.). O Papel da Enfermagem no Tratamento dos Transtornos Alimentares do Tipo Anorexia e Bulimia Nervosas.

Referências

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