• Nenhum resultado encontrado

Relatório do Programa NOCTUA Portugal 2009/ /16

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório do Programa NOCTUA Portugal 2009/ /16"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Relatório do

Programa NOCTUA Portugal

2009/10 - 2015/16

GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas

Lisboa, Dezembro, 2016

(2)

Relatório do NOCTUA Portugal

(2009/10 – 2015/16)

Programa NOCTUA Portugal

Monitorização de aves noturnas

Lisboa, Dezembro, 2016

Joana Figueiredo, 2012

GTAN

(3)

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma

organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas ações. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que atua em mais de 100 países e tem como objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

www.spea.pt

www.facebook.com/spea.Birdlife

https://twitter.com/spea_birdlife

Relatório do Programa NOCTUA Portugal

GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2016

Direção Nacional: Maria Clara de Lemos Casanova Ferreira, José Manuel Monteiro, Michael

Armelin, Vítor Paiva, Vanda Santos Coutinho, José Paulo Oliveira Monteiro, Manuel Trindade

Direção Executiva: Domingos Leitão

Coordenação do Programa Terrestre da SPEA: Domingos Leitão Coordenação do projeto: Rui Lourenço, Inês Roque, Ricardo Tomé Gestão e análise de dados: Sara Moreira, Rui Lourenço

Citação: GTAN-SPEA, 2016. Relatório do Programa NOCTUA Portugal (2009/10 - 2015/16).

(4)

1. ENQUADRAMENTO DO NOCTUA PORTUGAL

O NOCTUA Portugal – Programa de Monitorização de Aves Noturnas em Portugal – surgiu no âmbito do GTAN – Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas da SPEA – e tem como principal objetivo realizar censos de aves noturnas em Portugal, de forma a assegurar o estudo (1) da frequência de ocorrência das diferentes espécies no nosso país (presença e número de territórios); (2) da variação espacial da sua distribuição; (3) das tendências populacionais das suas populações; e (4) da relação destas tendências com alterações do habitat. Pretende-se, em última instância, avaliar a utilidade das aves noturnas como indicadoras do estado de conservação dos habitats em Portugal. O programa NOCTUA Portugal teve início em 2009/2010, realizando-se há sete épocas, período que já permite estimar a tendência populacional a curto/médio prazo das aves noturnas em Portugal. A continuidade deste projeto permitirá no futuro estimar tendências populacionais a longo prazo.

2. METODOLOGIA

A amostragem compreende 3 períodos: de 1 dezembro a 31 janeiro, de 1 março a 30 abril e de 1 maio a 15 junho (Tabela 1), incidindo nas seguintes espécies: coruja-das-torres Tyto alba, mocho-d'orelhas Otus scops, bufo-real Bubo bubo, mocho-galego Athene noctua, coruja-do-mato Strix aluco, bufo-pequeno Asio otus, coruja-do-nabal Asio flammeus, noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus, noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis, alcaravão Burhinus oedicnemus.

Em cada quadrícula são definidos 5 pontos de amostragem, tendo em conta a representatividade dos habitats, critérios de acessibilidade e de audibilidade (i.e. locais de acesso público com acesso rápido em viatura, evitando locais com muito ruído como estradas principais e ribeiras com bastante caudal). Os pontos devem distar entre si pelo menos 1,5 km e ser amostrados sempre que possível nas três visitas, e sempre pela mesma ordem.

Cada ponto de censo consiste em 10 minutos de escuta passiva, durante a qual são registados todos os indivíduos escutados ou observados. Em cada ponto, o objetivo é determinar quantos indivíduos de cada espécie estarão presentes, identificando sempre que possível o sexo dos mesmos. Devem ser também considerados os movimentos efetuados pelos indivíduos durante o período de escuta, de forma a não duplicar registos. As escutas devem ser realizadas, preferencialmente, no período compreendido entre os 15 minutos e as 2 horas após o ocaso; e em noites com condições meteorológicas favoráveis, sem chuva ou vento moderado ou forte. Em cada ponto é registada a hora, fase da lua, luminosidade, nebulosidade e intensidade do vento.

Tabela 1. Períodos de realização das três visitas do NOCTUA Portugal, tendo em conta a latitude.

1ª visita 2ª visita 3ª visita Norte de Portugal 15 Dez – 31 Jan 15 Mar – 30 Abr 15 Mai – 15 Jun

(5)

3. RESULTADOS DAS ÉPOCAS 2009/10 a 2015/16

3.1. INFORMAÇÃO GERAL SOBRE A AMOSTRAGEM

O número de quadrículas recebidas nas sete épocas tem-se mantido relativamente estável (Tabela 2). Os resultados do presente relatório baseiam-se na informação de 2469 pontos de escuta realizados em 75 quadrículas diferentes por mais de 130 colaboradores voluntários. Das quadrículas cujos resultados foram recebidos até à data, 3 foram amostradas nas sete épocas, 6 foram amostradas em seis épocas, 6 foram amostradas em cinco épocas, 5 quadrículas foram visitadas em quatro épocas, 10 quadrículas foram visitadas em três épocas, 21 quadrículas foram visitadas em duas épocas e 25 em apenas uma época (Fig. 1). Foram realizadas 184 amostragens no período da 1ª visita, 173 amostragens no período da 2ª visita e 136 amostragens no período da 3ª visita. No total registaram-se 1891 indivíduos pertencentes às espécies de aves noturnas.

Tabela 2. Informação geral relativa às sete épocas de amostragem do NOCTUA Portugal.

2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 Nº de quadrículas com resultados recebidos 23 29 31 29 27 36 29 Nº de quadrículas com 3 visitas 16 20 14 17 13 18 15 Nº de quadrículas com 2 visitas 6 7 8 9 9 14 10 Nº de quadrículas com 1 visita 1 2 9 3 5 4 4

Nº total de visitas 61 76 67 72 62 86 69

Nº total de pontos 307 382 335 360 310 430 345

Figura 1. Localização das quadrículas e número de vezes que foram amostradas nas sete épocas de censo (2009/10 - 2015/16).

(6)

3.2. TENDÊNCIAS POPULACIONAIS 2009/10 – 2015/16

Ao completar sete épocas de amostragem é já possível produzir estimativas da tendência populacional a curto/médio prazo das aves noturnas em Portugal (Tabela 3), que devem contudo, no caso das espécies menos comuns, ser interpretadas com alguma cautela. Só a continuidade deste programa de monitorização permitirá consolidar o conhecimento sobre as tendências populacionais. Para calcular as tendências populacionais determinou-se o número de casais (número de indivíduos no caso dos noitibós e alcaravão) detetados por época em cada quadrícula, tendo em conta as diferentes visitas, a direção, distância e sexo dos indivíduos. A tendência apresentada para cada espécie corresponde ao declive estimado com base em regressões lineares generalizadas (GLM distribuição Poisson).

Tabela 3. Estimativas da tendência populacional das espécies de aves noturnas em Portugal Continental para o período 2009/10 – 2015/16.

Tendência

(declive) Erro padrão

Tendência (qualitativo)

Coruja-das-torres Tyto alba -0,06 0,04 Negativa

Mocho-d'orelhas Otus scops -0,09 0,06 Negativa

Bufo-real Bubo bubo 0,08 0,10 Positiva

Mocho-galego Athene noctua -0,08 0,02 Negativa

Coruja-do-mato Strix aluco 0,01 0,03 Positiva

Bufo-pequeno Asio otus 0,001 0,11 Indeterminada

Coruja-do-nabal Asio flammeus Não disponível Não disponível Não disponível Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus 0,23 0,06 Positiva

Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis 0,05 0,08 Positiva

Alcaravão Burhinus oedicnemus -0,05 0,05 Negativa

Para cada espécie apresenta-se o gráfico da variação anual do número de casais ou indivíduos por quadrícula, informação indicativa da tendência populacional (média e intervalos de confiança 95% superior e inferior). Dado o reduzido número de registos não existe estimativa da tendência populacional para a coruja-do-nabal.

(7)

3.2.1. Coruja-das-torres Tyto alba

Figura 2. Variação anual do número de casais de coruja-das-torres Tyto alba por quadrícula onde a presença foi detetada.

3.2.2. Mocho-d'orelhas Otus scops

Figura 3. Variação anual do número de casais de mocho-d'orelhas Otus scops por quadrícula onde a presença foi detetada.

(8)

3.2.3 Bufo-real Bubo bubo

Figura 4. Variação anual do número de casais de bufo-real Bubo bubo por quadrícula onde a presença foi detetada.

3.2.4. Mocho-galego Athene noctua

Figura 5. Variação anual do número de casais de mocho-galego Athene noctua por quadrícula onde a presença foi detetada.

(9)

3.2.5. Coruja-do-mato Strix aluco

Figura 6. Variação anual do número de casais de coruja-do-mato Strix aluco por quadrícula onde a presença foi detetada.

3.2.6. Bufo-pequeno Asio otus

Figura 7. Variação anual do número de casais de bufo-pequeno Asio otus por quadrícula onde a presença foi detetada.

(10)

3.2.7. Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus

Figura 8. Variação anual do número de machos a cantar de noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus por quadrícula onde a presença foi detetada.

3.2.8. Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis

Figura 9. Variação anual do número de machos a cantar de noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis por quadrícula onde a presença foi detetada.

(11)

3.2.9. Alcaravão Burhinus oedicnemus

Figura 10. Variação anual do número de indivíduos de alcaravão Burhinus oedicnemus por quadrícula onde a presença foi detetada.

(12)

4. CONCLUSÕES

A participação regular dos colaboradores no programa NOCTUA Portugal nestas sete épocas permite estimar a tendência populacional a curto/médio prazo das espécies de aves noturnas. A continuidade do atual esforço de monitorização permitirá no futuro melhorar as estimativas da tendência populacional destas espécies em Portugal e obter informação fiável a longo prazo.

A metodologia de amostragem tem mostrado ser eficiente para as espécies mais comuns ou conspícuas, como é o caso da coruja-das-torres, mocho-d'orelhas, mocho-galego, coruja-do-mato e alcaravão. No entanto, a metodologia utilizada tem garantido também a deteção regular de espécies menos comuns como o bufo-real, o bufo-pequeno e os noitibós, em alguns locais das suas áreas potenciais de ocorrência. A coruja-do-nabal, devido à especificidade do habitat, ocorrência apenas durante o período não reprodutor e atividade vocal muito reduzida, é a espécie para a qual a metodologia não se revela adequada, sendo necessário realizar censos dirigidos nos habitats potenciais.

Embora as tendências populacionais apresentem ainda uma considerável margem de erro, sobretudo para as espécies menos comuns, representam uma possível indicação da situação das aves noturnas para o período 2009/10 – 2015/16. A coruja-das-torres, o mocho-d'orelhas, o mocho-galego e o alcaravão apresentam declives negativos, que podem indicar uma tendência de regressão a longo prazo. Esta possível regressão parece ser mais patente no mocho-galego. Por sua vez, o bufo-real, a coruja-do-mato e as duas espécies de noitibó apresentam declives positivos, embora a tendência pareça ser ligeira no caso da coruja-do-mato. O bufo-pequeno embora pareça estável, tendo em consideração o valor da sua tendência ser próximo de zero, foi considerado com tendência indeterminada.

As espécies menos comuns, e por isso com menos registos, como é o caso do mocho-d'orelhas, bufo-real, bufo-pequeno, os dois noitibós e o alcaravão são propensas a apresentar maiores variações anuais da estimativa de abundância. Por esta razão as estimativas de tendência são menos fiáveis. No entanto, o acumular de mais anos poderá permitir definir com maior segurança a sua tendência populacional.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(13)

6. AGRADECIMENTOS

MUITO OBRIGADO

A TODOS OS COLABORADORES DO NOCTUA PORTUGAL E DO GTAN QUE

VOLUNTARIAMENTE REALIZARAM QUADRÍCULAS E/OU ENVIARAM REGISTOS ADICIONAIS: Agostinho Tomás, Alexandra Fonseca, Alexandre H. Leitão, Ana Cordeiro, Ana Margarida Fonseca, Ana Jones, Ana Laborda, Ana Marques, Ana Meirinho, Ana Teresa Marques, Ana Santos, Ana Silva, André Aguiar, Andreia Dias, António Folgado, Artur Oliveira, Carla Azeda, Carolina Bloise, Carla Ferreira, Carlos Carrapato, Carlos Godinho, Carlos Moreira, Carlos Pacheco, Carolina Bloise, Catarina Gonçalves, Célia Gomes, Catarina Serra Gonçalves, CERVAS/ALDEIA, Clara Silva, Cláudio Luzio Dias, Cristiano Roussado, Daniel Raposo, David Rodrigues, Domingos Francisco, Dyana Reto, Edgar Gomes, Eduardo Barrento, Eduardo Realinho, Elsa Mourão, Fábia Azevedo, Filipa Alves, Filipa Bragança, Filipa Machado, Filipe Canário, Filipe Gomes, Francisco Azevedo, Francisco Morinha, Gil Costa, Gonçalo Almeida, Gonçalo Rosa, Guillaume Réthoré, Hany Alonso, Helena Batalha, Hélia Gonçalves, Hélder Soares, Hugo Laborda Sampaio, Hugo Lousa, Hugo Zina, Inés Alameda, Inês Henriques, Inês Roque, Irina Oliveira, Jaime Sousa, Joana Andrade, Joana Araújo, Joana Domingues, Joana Figueiredo, Joana Pereira, João Adrião, João Guilherme, João Luís Almeida, João Quadrado, João Rabaça, João Rodrigues, João Tiago Marques, João Tiago Tavares, Joaquim Simão, Jorge Henriques, Jorge Vicente, Jose Antonio García-Pérez, José Carlos Morais, José Infante, José Paulo Monteiro, Julieta Costa, Lígia Batalha, Lina Cardoso, Lourenço Marques, Lúcia Lopes, Luís Novo, Luís Primo, Luís Rosa, Luís Rui Custódia, Luís Salvador, Luís Semedo, Luís Venâncio, Luísa Catarino, Magnus Robb, Manuel Matos, Manuel Santos, Marco Nunes Correia, Marco Mirinha, Mariana Marques, Mário Carmo, Mário Estevens, Marisa Arosa, Marta Alexandre, Michal Puchir, Miguel Berkemeier, Miguel Mendes, Nadine Pires, Napoleão Ribeiro, Neide Margarido, Nélia Penteado, Normando Ferreira, Nuno Barros, Nuno Cunha, Nuno Curado, Nuno Faria, Nuno Mota, Nuno Oliveira, Nuno Ramos, Patrícia Jones, Patrícia Jorge, Paula Lopes, Paulo Alves, Paulo Belo, Paulo Cardoso, Paulo Catry, Pedro Grilo, Pedro Lourenço, Pedro Salgueiro, Pedro Costa, Pedro Martins, Pedro Moreira, Pedro Pereira, Perrine Raquez, Rafael Rocha, RIAS, Ricardo Brandão, Ricardo Ceia, Ricardo Correia, Ricardo Martins, Ricardo Monteiro, Ricardo Nabais, Ricardo Tomé, Rita Azedo, Rita Ferreira, Rodrigo Saldanha de Almeida, Roger Holtum, Rui Caratão, Rui Lourenço, Sabrina Carvalho, Sandra Moço, Sara Araújo, Sara Moreira, Sara Santos, Sérgio Correia, Sérgio Fernandes, Sérgio Godinho, Soraia Barbosa, Susana Costa, Tatiana Leal, Thijs Valkenburg, Tiago Rodrigues, Valter Teixeira, Vanessa Oliveira, Vera Novais, Vicente Albuquerque, Vítor Nascimento, VO.U. pela Natureza. E ainda a todos os observadores que enviaram registos para o

Referências

Documentos relacionados

As medidas da PerimIF, PerimEF e PerimTOT fo- ram significativamente menores nos parkinsonianos, caracterizando acentuada diminuição da sua mobi- lidade torácica durante a respiração

Em resumo, aquelas convenções significam o seguinte: os militares que não sejam oficiais ou sargentos de carreira ou que não se candidatem a nenhuma escola militar, e aptos aos

[r]

A escola pública apresentou um índice maior de crianças obesas, sendo que na escola privada apresentou um índice maior de crianças desnutridas.. Esses resultados podem demonstrar a

No caso de mais de uma obra de um mesmo autor, as referências deverão ser dispostas em ordem cronológica de publicação.. 3.8 Título

As diversas dimensões humanas que envolvem a terra, seus elementos e bens, mediadas pelo conhecimento e pelo trabalho.. Os sujeitos do fenômeno produtivo e a

dispõe sobre a organização e o funcionamento da Câmara, a ser mantida por esta ORDEM, resolve dar ciência aos Advogados, que estejam devidamente registrados e

Esse capítulo apresenta resumidamente 5 casos dimensionados alternativamente ao Caso 1.. São explorados 3 casos utilizando o modelo estrutural B, com ligações