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ESTUDO COMPARATIVO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR MATRICULADAS EM ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA DO

MUNICÍPIO DE SANTA MARIA – RS.

MOREIRA, Thaís Rodrigues; PRASS, Francine Sarturi; BLASI, Tereza Cristina.

RESUMO

O crescimento infantil não se restringe ao aumento do peso e da altura, mas caracteriza-se por um processo complexo que envolve a dimensão corporal e a quantidade de células. O período escolar é chamado de momento de latência do crescimento. Desacelera-se a taxa de crescimento, e as mudanças físicas ocorrem gradativamente. No entanto, estão sendo armazenados recursos para o crescimento rápido logo adiante, na adolescência. Objetivou-se comparar o estado nutricional de crianças em idade escolar que freqüentavam escola pública e privada no município de Santa Maria – RS. O trabalho foi desenvolvido em duas escolas, sendo uma privada e outra pública, tendo como público alvo crianças da 1 a 5 série do ensino funsamental. A amostra foi composta por 107 crianças da escola publica e 107 cria nças d escola privada, com idades que variavam entre 6 a 14 anos. A avaliação antropométrica foi realizada por meio da aferição de peso, altura, sexo, idade. Para a análise dos resultados foi utilizada a Tabela dos Percentis de IMC (kg/m2) de Crianças e Adolescentes. Os resultados obtidos na escola pública foram: 4 crianças com percentil <5, 9 crianças com percentil 5-15, 51 crianças com percentil 15-85, 10 crianças com percentil 85-95 e 14 crianças com percentil >85-95. E a escola privada apresentou os seguintes resultados: 12 crianças com percentil <5, 13 crianças com percentil 5-15, 73crianças com percentil 15-85, 11 crianças com percentil 85-95, 18 crianças com percentil >95. Por meio dos resultados obtidos observamos que o estado nutricional das crianças foi predominantemente de eutróficas. A escola pública apresentou um índice maior de crianças obesas, sendo que na escola privada apresentou um índice maior de crianças desnutridas. A alimentação adequada nesse grupo etário é de extrema importância para o estirão da puberdade e solidificação dos hábitos alimentares corretos.

PALAVRAS-CHAVE: escolar – estado nutricional – avaliação antropométrica.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O crescimento infantil não se restringe ao aumento do peso e da altura, mas caracteriza-se por um processo complexo que envolve a dimensão corporal e a quantidade de células, sendo influenciado também por fatores genéticos, ambientais e psicológicos. [1]

Na idade escolar, que é dos 6 aos 12 anos, o crescimento é caracterizado como lento e constante. Este é um grupo etário que tem suas próprias necessidades nutricionais diferindo das outras fases de crescimento, pois nesta fase a criança tem novas funções que requerem maior quantidade energética com aporte vitamínico e mineral adequados. [2]

O período escolar é também chamado de momento de latência e crescimento, onde desacelera-se a taxa de crescimento e as mudanças físicas começam a ocorrer gradativamente. Apesar da menor velocidade de crescimento e do menor risco de

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desnutrição, a criança em idade escolar ainda exige alguns cuidados em termos de alimentação. Pois nesta fase, estão sendo armazenados recursos para o crescimento rápido característico da adolescência. [2,3,4]

Necessidades nutricionais de micronutrientes

Os micronutrientes zinco, ferro, cálcio, magnésio, vitamina A e vitamina C, influenciam na resposta imunológica, no desenvolvimento mental e atuam auxiliando o crescimento e o desenvolvimento adequados de crianças em idade escolar. Para esses benefícios é necessária a ingestão diária recomendada destes nutrientes, sendo sua suplementação desnecessária. [5,6]

Segundo KARR (1997), a criança em idade escolar tem maiores necessidades de micronutrientes e menor prevalência de deficiência nutricionais, do que crianças em idade pré-escolar.

A vitamina A é uma substância lipossolúvel, sendo um dos constituintes dos pigmentos visuais, participando na manutenção dos tecidos da pele, aumentando a resistência a doenças infecciosas além de manter o crescimento ósseo adequado. A RDA desta vitamina para o escolar é de 700 mg/dia e suas principais fontes são: fígado, cenoura, vegetais folhosos escuros, abóbora, pêssego, laranja, dentre outros. [8,9]

A deficiência de vitamina A pode ser causada por dois fatores: uma persistente ingestão inadequada da vitamina e por uma freqüência de episódios infecciosos. Durante esta deficiência, os depósitos de ferro não são mobilizados ocorrendo prejuízos na diferenciação do eritrócito nos tecidos, além da deficiência de imunidade aos processos infecciosos, facilitando assim o aparecimento da anemia. [1,2]

A vitamina C é uma molécula ácida com forte atividade redutora, derivada de açúcares e é um componente essencial da maioria dos tecidos. Atua como um antioxidante, protegendo o organismo contra a ação dos radicais livres, ajudando a manter a estrutura dos ossos e dos vasos sanguíneos, além de reduzir a duração de infecções e viroses. [9,10]

Essa vitamina também atua na redução do ferro férrico e ferroso no trato gastrintestinal, facilitando sua absorção e contribuindo para a prevenção e o tratamento da anemia. Sendo sua recomendação diária adequada de 45 mg/dia e suas fontes mais conhecidas e utilizadas são as frutas cítricas. [11]

O processo de acumulação mineral óssea ocorre durante toda a infância e adolescência, porém esse acúmulo é maior na infâ ncia devido ao crescimento. A recomendação diária adequada de cálcio é de 800mg/dia e suas melhores fontes são o leite,o queijo e o iogurte. O mecanismo de absorção do cálcio depende da vitamina D, se a ingestão desta vitamina é inadequada a absorção do cálcio fica prejudica. A ingestão adequada de cálcio e vitamina D deve ser reforçada com uma alimentação equilibrada e variada. [12,13]

O ferro é um dos elementos mais importantes na nutrição e de importância fundamental para vida, sendo que o seu suprimento adequado é uma das maiores preocupações quando se discutem as práticas alimentares da infância, pois é sabido que a anemia, nesse período, prejudica o crescimento e o desenvolvimento normais [1-13]. A RDA de ferro para o escolar é de 10 mg/dia, e suas principais fontes são alimentos de origem animal que têm sangue, ou seja, as carnes de todos os tipos, além de vísceras e tutano [9].

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O zinco é utilizado para a formação do DNA, divisão celular e formação de proteínas. Algumas centenas de nucleotídeos contam com o zinco para sua formação e provavelmente várias proteínas também necessitam para sua expressão genética. A RDA de zinco para o escolar é de 10 mg/dia, suas fontes mais ricas deste mineral são as ostras, carnes, fígado, especiarias e farelo de trigo [9-14].

O magnésio desempenha papel de grande relevância orgânica, participando de uma série de reações que incluem o metabolismo glicídico, lipídico, protéico e de ácidos nucléicos. A ingestão de quantidades adequadas de cálcio e magnésio em crianças com idade escolar é fundamental, pois esses micronutrientes diminuem o risco de doenças crônicas, como osteoporose e hipertensão arterial na idade adulta [2-15]. A RDA do magnésio para o escolar é de 240mg/dia, suas fontes mais ricas de magnésio são: chocolate, cacau em pó, amendoim, farinha de soja, farinha de trigo integral, farelo de trigo, gérmen de trigo, nozes e leguminosas [9].

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido em duas escolas, no Centro Educacional Pão dos Pobres (privada) e na Escola Municipal José Pains de Oliveira, situadas no município de Santa Maria – RS, tendo como público alvo crianças da 1 a 5 série. Com uma amostra de 214 crianças, com idades que variaram entre 6 a 14 anos.

A avaliação antropométrica foi realizada por meio da aferição de peso, altura, sexo, idade. Para aferição do peso foi utilizada a balança Filizola com capacidade para 150 kg e precisão de 100 g, para aferição da altura utilizou-se antropômetro vertical de 100 cm a 200 cm, acoplado à balança. Para a análise dos resultados foi utilizada a tabela dos Percentis de IMC (kg/m2) de Crianças e Adolescentes, pois é amplamente utilizada para avaliação nutricional destes [16].

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo MAHAN & STUMP (2005), a prevalência crescente da obesidade em crianças é um problema de saúde pública significante e alarmante.

Contudo é essencial que as crianças com prevalência de obesidade sejam seguidamente avaliadas e acompanhadas pela nutricionista, ressaltando a importância da avaliação nutricional.

A pesquisa demonstrou que a escola pública apresentou apenas 4 crianças com o percentil abaixo de 5, um número pouco significante de acordo com a amostra que pegamos, 9 crianças com percentil entre 5-15, 51 crianças com percentil entre 15-85, 10 crianças com percentil entre 85-95 e 14 crianç as com percentil acima de 95, respectivamente no gráfico 1. A partir destes dados podemos constatar que a maioria dos alunos encontram-se eutróficos, porém existem várias crianças ( no total de 9 ) com risco de obesidade e obesas, apontando a necessidade de uma intervenção nutricional direcionada à educação alimentar, o que podemos interpretar como a consolidação de hábitos alimentar inadequados.

A amostra da escola pública apresentou várias crianças ( no total de 7 ) com risco de desnutrição e desnutridas, o que é considerado um grave problema neste grupo estário,

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onde é necessário um estado nutricional adequado e uma reserva de nutrientes, para o estirão puberal, conforme o gráfico 1 a seguir.

Gráfico 1 - Estado nutricional das crianças em idade escolar matriculadas em escola pública do município de Santa Maria-RS.

4,50% 10,40% 57,90% 11,30%10,20% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 1 Percentil Peso/Estatura < 5, desnutrição 5-15, risco de desnutrição 15-85, eutrófico 85-95, sobrepeso >95, obesidade

Na amostra analisada das crianças matriculadas na escola privada, podemos observar os seguintes resultados: com percentil <5 tinham 12 crianças (1), com percentil entre 5-15 haviam 13 crianças (2), com percentil entre 15-85 haviam 73 crianças (3), com percentil entre 85-95 haviam 11 crianças (4) e com percentil >95 tinham 18 crianças (5), respectivamente no gráfico 2.

Gráfico 2- Estado nutricional de crianças em iadde escolar matriculadas em escola privada no município de

Santa Maria-RS. 9,40%10,20% 57,40% 8,60% 14,40% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 1 Percentil Peso/Estatura < 5, desnutrição 5-15, risco de desnutrição 15-85, eutrófico 85-95, sobrepeso >95, obesidade

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Acredita-se que as crianças matriculadas nessa escola têm um status financeiro diferenciado das crianças que freqüentam a escola pública, esse mesmo status que poderia proporcionar uma alimentação mais saudável. Visto que em nosso país o custo alimentar é considerado alto para se ter uma alimentação adequada e, portanto saudável é necessário um aporte financeiro maior. Porém alimentam seus filhos de uma forma inadequada, provavelmente com alimentos inadequados.

CONCLUSÃO

A escola pública apresentou um índice maior de crianças obesas, sendo que na escola privada apresentou um índice maior de crianças desnutridas. Esses resultados podem demonstrar a ausência de uma educação nutricional com os alunos e seus pais, para salientar a importância da ingestão de todos os nutrientes.

A alimentação adequada nesse grupo etário é de extrema importância para a fase de estirão na puberdade e solidificação dos hábitos alimentares corretos. As dietas das crianças em idade escolar devem fornecer energia adequada para promover o crescimento e desenvolvimento ótimo sem causar ganho excessivo de peso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS

[1] VITOLO, Márcia Regina. Nutrição da gestação à adolescência. Rio de Janeiro: Reichamann & Affonzo. 2003.

[2] ACCIOLY, Elizabeth; SAUNDERS, Cláudia; LACERDA, Elisa Maria. Nutrição em

Obstetrícia e Pediatria. 2º ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica. 2004.

[3] GOUVEIA, Enilda Cruz. Nutrição, Saúde e Comunidade. 2º ed. Rio de Janeiro: Revinte. 1999.

[4] WANG, Y.; CHEN, C.; JIA, M. et al. Effect of complementary food supplements on anemia in infant ad Young children. Wei Sheng Yan Jiu, China, v.33, n.3, p.334-336. 2004.

[5] CHANDRA, R.K. Nutrition and the immunesystem from birth to old age. Europe

Journal Clinical Nutrition, England, v.56, n.3, p.73-76. 2002.

[6] SINGH, M. Role of micronutrients for physical growth and mental development.

Indian Journal Pediatric, India, v.71, n.1, p.59-62. 2004.

[7] KARR, M.; MIRA, M.; CAUSER, J. et al. Plasma and serum micronutrient concentrations in preschool children. Acta. Pediatric, Norway, v.86, n.7, p.677-682. 1997. [8] CARRAZA, Francisco R.; MARCONDES, Eduardo. Nutrição Clínica em Pediatria. São Paulo: Sarvier. 1991.

[9] CTENAS, Maria Luiza de Brito. Crescendo com saúde 2. São Paulo: C2 Editora. 2003.

[10] PENTEADO, Marilene Camargo. Vitaminas – Aspectos nutricionais, bioquímicos,

clínicos e analíticos. São Paulo: Manole. 2003.

[11] POBOCIK, R.S.; RICHER, J.J. Estimated intake and food sources of vitamin A, folate, vitamin C, vitamin E, calcium, iron, and zinc for Guamanian children ages 9 to 12.

Pac. Health Dialo., United States, v.9, n.2, p.193-202. 2002.

[12] MORA, Stefano; BARERA, Graziano. Boné mass and bone metabolism in Pediatric Gastrointestinal Disorders. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, Philadelphia, v.39, p.129-140. 2004.

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[14] PRASAD, A.S. Zinc deficiency in women, infants and children. Journal American

Coll. Nutrition, United States, vol.15, no.2, p.113-120. 1996.

[15] CASHMAN, K.D.; FLYNN, A. Optimal nutrition: calcium, magnesium and phosphorus. Proc. Nutrition Soc., England, vol.58, no.2, p.477-487. 1999.

[16] MUST, A.; DALLAS, G.E.; DETZ, W.A. Reference data for obesity: 85th anda 95th percentiles of body mass index (wt/ht2). Am. J. clin. Nutr., vol. 53, p. 839-846. 1991. [17] MAHAN, L. Kathleen; STUMP, Sylvia Escott. Krause: alimentos, nutrição &

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