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ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL, CRESCIMENTO FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DE XANXERÊ (SC)

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Recebido em: 28/02/2009 Emitido parece em: 17/03/2009 Artigo original

ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL, CRESCIMENTO

FÍSICO E ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DE XANXERÊ (SC)

Vânia Gonsalves Lins1, Cristiane dos Anjos1, Anderson Andres2, Luciéle Guerra Minuzzi3.

RESUMO

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1995) vem enfatizando há al gum tempo, a necessidade da realização de estudos sobre os níveis de crescimento e estado nutricional em populações pertencentes a países em desenvolvimento e subdesenvolvimento. O presente estudo vem abordar quais são as características de composição corporal, crescimento físico e estado nutricional de escolares do município de Xanxerê (SC). A amostra deste estudo foi composta por 502 crianças e adolescentes com idade entre 6 à 16 anos matriculados em 6 escolas públicas do município de Xanxerê (SC). Com a coleta dos dados antropométricos as crianças foram classificadas quanto ao IMC em obesos, com sobrepeso e com peso normal, de acordo com o nível de desnutrição como desnutridos e não desnutridos; de acordo com o nível de crescimento físico como abaixo e no rmal. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 16.0. Nossos resultados foram similares para meninos e meninas quanto à composição corporal. As meninas estão em maior número dentro do peso normal (71,6% comparado a 56,6% dos meninos), já os meninos apresentam números maiores em relação ao sobrepeso (19,5% versus 15,3%) e a obesidade (23,9% versus 13,1%). Com relação ao estado de desnutrição as meninas estão em maior número (22,6% versus 16,9%). Dentro dos padrões de crescimento físico, mais de 80% dos escolares apresentaram crescimento normal. Conclui-se que, em sua maioria, os escolares estão dentro do parâmetro da normalidade quanto as variáveis analisadas.

Palavras chave: Crianças, adolescentes, composição corporal, crescimento físico, estado nutricional.

ABSTRACT

The World Health Organization (OMS, 1995) has been emphasizing for some time, the need for studies on the levels of growth and nutritional status of populations from developing and underdevelopment countries. This study has addressed the characteristics of body composition, physical growth and nutritional status of schoolchildren of Xanxerê (SC). The sample for this study consisted of 502 children and adolescents aged 6 to 16 years. With the collection of anthropometric data children were classified according to BMI in obese, overweight and normal weight, according to the level of malnutrition as malnourished and not malnourished, according to the level of physical growth, normal and below. Data were analyzed with SPSS 16.0 statistical program. Our results were similar for boys and girls regarding body composition. The girls are in greater numbers within the normal weight (71.6% compared to 56.6% of boys), now the boys have larger numbers in the overweight (19,5% versus 15,3%) and obesity (23,9% versus 13,1%). Regarding the state of malnutrition, girls have a higher number (22,6% versus 16,9%). Within the patterns of physical growth, over 80% of children had normal growth. It is concluded that in most of the schools are within the parameters of normality in the variables.

Key words: Children, adolescents, body composition, growth physical, nutritional status.

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais o sobrepeso e a obesidade são assuntos grandemente enaltecidos em pesquisas e discussões. Em crianças e adolescentes, dados mostram que 50 % das crianças obesas aos 6 meses de vida e 80% daquelas aos 5 anos, serão sempre obesas. Um adolescente obeso tem mais de 70% de chance de vir a ser um adulto obeso. (VIUNISKI, 2000).

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Segundo o Ministério da Saúde (2008), padrões mostram que a nutrição, o ambiente e os cuidados de saúde são fatores mais fortes na determinação do crescimento e desenvolvimento do que o sexo ou as características étnicas. Desnutrição, sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e a nutrição podem ser detectadas e encaminhadas precocemente na criança. Sabe -se que a obesidade é uma doença grave, que vem sendo considerada como um problema de saúde pública, haja vista ocasionar inúmeros danos à saúde, desencadeando problemas cardio vasculares, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes mellitus e patologias crônicas que elevam a mortalidade no país. Assim como a obesidade, a inatividade física é um importante fator de risco de doenças crônicas não transmissíveis e, juntas, acarretam maiores complicações ao indivíduo, consequentemente ao Sistema de Saúde. (GUEDES e GUEDES, 1998). Tendo em vista que crianças e adolescentes obesos possuem maiores riscos de se tornarem adultos obesos, a intervenção terapêutica, incluindo terapias alternativas como é o caso do exercício físico, nessa faixa etária é de grande valia, pois ela dar-se-ia de uma forma primária, atuando de forma preventiva.

A nutrição adequada é um dos fatores de maior impacto na saúde infantil, principalmente pela influência decisiva que o estado nutricional exerce sobre os riscos de morbimortalidade e sobre o crescimento e desenvolvimento. Segundo relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde em 2000 nos países em desenvolvimento, cerca de 35% das crianças abaix o dos cinco anos de idade apresentam déficit de estatura, sendo que, na América do Sul, a prevalência deste déficit era de 9,3%. (ONIS; BLÖSSER, 2000).

Os estudos do sobrepeso e da obesidade fornecem subsídios para a prevenção das doenças arteroscleróticas e a redução das elevadas taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório. As investigações epidemiológicas sobre as dislipidemias, particularmente em jovens, merecem maior atenção à medida que as evidências da associação com a asterosclerose e a instalação precoce de suas lesões tornam-se mais consistentes. (MANCINI, 2001). Através da identificação da população de crianças e adolescentes obesos, programas de atividade física e de reeducação alimentar podem ser implantados e direcionados a essa população com o objetivo de prevenir as complicações do sobrepeso, da obesidade e da inatividade física. Dessa foram este estudo visa investigar quais são as características de composição corporal, crescimento físico e estado nutricional de escolares reside ntes no município de Xanxerê (SC).

DESCRIÇÃO METODOLÓGICA

Fizeram parte do estudo 502 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, o equivalente a 11,7% da população de escolares de Xanxerê (SC). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unoesc e Hust sob protocolo no 030/2008. Para participação no estudo, os diretores das escolas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a realização das avaliações dos respectivos alunos. Somente após a assinatura dos termos, foi iniciado o protocolo de coleta de dados, considerando as determinações que seguem.

As medidas de peso e estatura, dobras cutâneas (tricipital e subescapular) e perímetro do braço foram realizadas conforme os procedimentos adotados por Heyward e Stolarczyk (2000). O Índice de Massa Corporal foi calculado dividindo-se o valor do peso corporal em kg pela estatura em m2. As crianças e adolescentes foram classificados em três subgrupos, de acordo com o IMC: peso normal (IMC < p85), sobrepeso (IMC entre p85 e p90) e obesidade (IMC > p90). (COLE, 2000). As características associadas ao crescimento físico foram analisadas utilizando o programa Sapaf versão 4.0, que forneceu o cálculo do peso ideal para a estatura, tendo como resultado uma porcentagem que tinha como referência valores superiores ao percentil 90. Estimativas quanto ao estado nutricional foram realizadas por intermédio da utilização da técnica antropométrica. Assim, além das medidas de estatura, peso corporal e espessura da dobra cutânea tricipital foram com piladas informações quanto à circunferência do braço. Os avaliados foram classificados de acordo com o nível de desnutrição como desnutridos e não desnutridos. Para realizar essa análise foi feito um cálculo de Antropometria Nutricional no SAPAF, onde se utilizava as medidas de estatura, peso, circunferência do braço e a dobra cutânea tricipital. Após isso se obtinha o resultado que caracterizava o avaliado como apresentando estado de desnutrição e/ou estado de nutrição adequado.

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Para análise do crescimento físico foi utilizado o SAPAF, onde se calculou o peso ideal para a estatura, resultando em uma porcentagem que tinha como referência valores superiores ao percentil 90 como ideais. Para comparação das variáveis entre meninos e meninas foi utilizado o test e t de

student para dados não-pareados. Para a análise de correlação, nós utilizamos a correlação de

Pearson com intervalo de confiança de 95%. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa SPSS 16.0.

RESULTADOS

Na Tabela 1 estão representados os valores referentes à distribuição, em diferentes faixas etárias, de 272 meninos e 230 meninas com faixa etária de 6 a 16 anos, avaliados neste estudo. Em ambos os sexos a porcentagem maior ficou entre os 10 – 13 anos.

Tabela 1. Valores referentes à faixa etária de 272 meninos e 230 meninas totalizando 502 escolares. As classes foram: 6 – 9, 10 – 13 e 14 – 16 anos. Os dados estão sendo apresentados como frequência absoluta (N) e porcentagem (%).

IDADE MENINOS MENINAS

N % N %

6 – 9 53 19,56 63 27,4

10 – 13 201 73,8 143 62,2

14 – 16 18 6,6 24 10,4

TOTAL 272 100 230 100

A tabela 2 apresenta os valores referentes à Composição Corporal dos avaliados neste estudo. A idade média das crianças analisadas ficou em torno do 10 anos (10, 89 ± 1,889 anos para os meninos e 10,75 ± 1,986 anos para as meninas). As crianças pesavam em média 39 kg (39,40 ± 11,340 kg e 39,05 ± 11,800 kg, meninos e meninas, respectivamente) e os valores médios de estatura foram de 142,11 ± 11,963 cm para os meninos e 143,00 ± 11,585 cm para as meninas. Quando analisamos a porcentagem de gordura corporal, os meninos apresentaram um percentual de gordura de 16,62 ± 6,899 % enquanto as meninas um valor ligeiramente maior, 18,69 ± 5,218 %. Na massa magra, meninos apresentaram 32,47kg ± 8,087 e meninas 31,35 kg ± 8,274. Como bem padronizado na literatura, meninas apresentam percentuais de gordura maior que meninos, enquanto o inverso é encontrado para a massa magra. (NAHAS, 1999). Quanto os valores médios de IMC, os dados dos meninos foram 19,23 ± 3,504 kg/m2 e das meninas 18,68 ±3,712 kg/m2. Ao compararmos meninos e meninas não percebemos diferenças estatisticamente significativas (P>0.05) entre os parâmetros analisados (Tabela 2).

Conforme Anjos et al. (1998), em seu estudo de distribuição dos valores de IMC de crianças e jovens brasileiros de ambos os sexos, de 0 a 25 anos, os valores de IMC decrescem de 1 a 6 anos, mantêm-se estáveis até cerca dos 8 anos, voltam a aumentar até o fim da faixa etária estudada e se estabilizam em torno dos 19 ou 20 anos para mulheres e dos 20 ou 21 anos para homens. Até os 11 anos, aproximadamente, os valores medianos de IMC são semelhantes entre meninos e meninas; até os 8 anos esses valores são ligeiramente inferiores para meninas. Dos 10 aos 19 ,9 anos, as meninas sistematicamente apresentam valores mais altos. Em nossa amostra, embora não tenhamos dividido os valores de IMC entre essas faixas etárias, os resultados de meninos e meninas foram similares, considerando a média de idade de 10 anos.

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Tabela 2: Valores referentes à composição corporal de 272 meninos e 230 meninas escolares do município de Xanxerê – SC. Os dados estão sendo apresentados como frequência absoluta (N) e porcentagem (%).

VARIÁVEIS MENINOS

N = (272)

MENINAS N = (230)

Idade (em anos) 10,89 ± 1,889 10,75 ± 1,986

Peso (kg) 39,40 ± 11,340 39,05 ± 11,800

Estatura (cm) 142,11 ± 11,963 143,00 ± 11,585

% De gordura (%) 16,62 ± 6,899 18,69 ± 5,218

Massa magra (kg) 32,47 ± 8,087 31,35 ± 8,274

IMC (kg/m2) 19,23 ± 3,504 18,68 ± 3,712

Quanto a obesidade, o grupo analisado foi divido em 3 classificações com base no IMC: normal, sobrepeso e obesidade, sendo que normal corresponde a um percentil de até 84,9, o sobrepeso corresponde a um percentil de 85 a 94,9, e a obesidade correspond e a um percentil de 95 para cima. Foram 154 meninos (56,6%) e 165 meninas (71,6%) classificados como normal; com sobrepeso foram 53 meninos (19.5%) e 35 meninas (15,3%) e com obesidade foram 65 meninos (23,9%) e 30 meninas (13,1%). Ao compararmos os gêneros percebemos que as meninas apresentam uma porcentagem maior na classificação “normal” em relação aos meninos, já o grupo de meninos mostrou-se com maior presença de sobrepeso e obesidade em relação às meninas (Gráfico 1).

Moraes (2005), realizaram um estudo sobre o índice de massa corporal em escolares na faixa etária de 4 a 8 anos do município de Mogi-Mirim – SP, a prevalência de sobrepeso mais obesidade foi de 27,09% nas crianças, sendo mais elevada nas meninas em relação aos meninos (16,68 e 10,41%, respectivamente). No nosso estudo, tivemos 43,4% dos meninos acima do peso (sobrepeso mais obesidade), enquanto para as meninas o observado foi 28,4%, valor consideravelmente menor. Independente dessa variabilidade, a prevalência de obesidade infantil aumentou acentuadamente nas duas últimas décadas em todo o mundo e em todas as faixas etárias, tantos nos países industrializados como também naqueles em desenvolvimento. (MARTINEZ, 2000). Aliado a esse importante problema de saúde pública da humanidade, o aumento de fatores de risco cardiovasculares associados a sobrepeso e obesidade foi demonstrado em crianças australianas de 8 anos de idade, que já apresentavam pressão sanguínea elevada e perfil lipídico alterado, além de síndrome metabólica. (BURKE et al., 1987).

Conforme Leão e seus colaboradores (2003), é de suma importância ter o interesse na prevenção da obesidade infantil, pois o aumento de sua prevalência tem permanência na vida adulta, tem potencialidade enquanto fator de risco para as doenças crônico-degenerativas, bem como também para o Diabetes Mellitus tipo 2 em adolescentes obesos, antes predominante em adultos. Além disso, frequentes intervenções em crianças, principalmente antes dos 10 anos de idade ou na adolescência, reduzem mais a severidade da doença do que as mesmas intervenções na idade adulta, por que mudanças na dieta e na atividade física podem ser influenciadas pelos pais e poucas modificações no balanço calórico são necessárias para causar alterações substanciais no grau de obesidade.

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Gráfico 1. Classificação do nível de obesidade de 272 meninos e 230 meninas com base no percentil.

O estado nutricional desempenha um papel fundamental no padrão de atividade física de crianças e adolescentes. Alguns autores têm verificado pior desemp enho em testes de aptidão física em crianças com algum grau de desnutrição, quando comparadas com crianças bem nutridas, além de apresentarem manutenção destas diferenças ao longo do processo de crescimento. (MALINA e BOUCHARD, 2002; MATSUDO et al., 2002).

Nos resultados do nosso estudo (gráfico 2), 46 meninos (16,9%) e 52 meninas (22,6%) apresentaram estado de desnutrição, já em estado de nutrição adequado foram 226 meninos (83,1%) e 178 meninas (77,4%). Os achados do estudo são elevados em relação a estat ísticas nacionais que indicam, nas últimas décadas entre os anos 1974/75 e 1989, uma redução da prevalência da desnutrição infantil (de 19,8% para 7,6%) e um aumento na prevalência de obesidade em adultos (de 5,7% para 9,6%).

Gráfico 2. Valores referentes à classificação do estado nutricional de 272 meninos e 230 meninas .

A nutrição adequada é um dos fatores de maior impacto na saúde infantil, principalmente pela influência decisiva que o estado nutricional exerce sobre os riscos de morbimortalidade e sobre o crescimento e o desenvolvimento. Aliada à atividade física, a nutrição também apresenta notável

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desenvolvimento, construindo um alicerce para o desempenho físico e sendo muito importante para a saúde geral do praticante de exercício físico, em qualquer faixa-etária (RAYA et al., 2007). Hábitos alimentares saudáveis na infância também ajudam a prevenir desnutrição crônica e retardo no crescimento, assim como problemas nutricionais agudos, como anemia ferropriva (deficiência de ferro) e cáries dentais. (ADA, 2004).

A classificação do Crescimento Físico dos escolares está apresentada no gráfico 3. Nessa amostra constatou-se que 14 (5,1%) meninos e 32 (14%) meninas estão abaixo do crescimento físico ideal, e 258 (94,9%) meninos e 198 (86%) meninas estão com o crescimento físico normal.

Gráfico 3. Classificação quanto ao Crescimento Físico de 272 meninos e 230 meninas escolares.

No estudo de Santos (1996), com escolares com ascendência japonesas nascidas no Brasil, numa faixa etária de 7 a 10 anos, do total de 124 crianças estudadas, apenas 4,0% (6,1% dos meninos e 1,7% das meninas) apresentam valores de estatura para a idade fora do padrão normal. O nosso estudo mostrou uma porcentagem um pouco acima, como mencionado anteriormente.

Autores como Malina e Bouchard (2002), Haywood e Getchell (2004), Rogal et al. (2002) enfatizam que as meninas apresentam o surto de crescimento em média 2 a 3 anos antes que os meninos, proporcionando desta forma alcançar estaturas maiores que os meninos e que posteriormente com a diminuição do ganho estatural das meninas, os meninos voltam a superar as meninas por volta dos 14 - 15 anos de idade. Nesta fase a variabilidade é maior também devido ação do sistema hormonal que atua na liberação dos hormônios sexuais e de crescimento, caracterizando a puberdade como um período dinâmico de mudanças rápidas caracterizando o dimorfismo sexual entre meninos e meninas.

Em outro estudo exploratório, realizado a partir de uma amostra de 8607 escolares, sendo 4329 do sexo masculino e 4278 do sexo feminino, oriundos da rede estadual de ensino do estado de Santa Catarina, observou-se que diferenças estatisticamente significativas são encontradas entre os gêneros aos 7, 11, 12, 14, 15, 16 anos. As meninas apresentaram estaturas superiores em relação aos meninos nas idades de 10, 11, 12 anos e os meninos apresentaram média de estatura superior às meninas nas idades de 7, 8, 9, 14, 15, 16 anos. (FAGUNDES e KREBS, 2005). As maiores variabilidades em relação aos meninos ocorreram aos 14, 13 e 15 anos respectivamente, por sua vez as meninas apresentaram maiores variabilidades aos 11,12 e 10 anos de idade. Essas maiores variabilidades podem estar associadas aos períodos em que ocorre o estirão de crescimento. Considerando média de idade de 10 anos para os avaliados do nosso estudo (tabela 2), nossos resultados que também mostraram variabilidade entre os gêneros assemelham -se principalmente para as meninas ao estudo de Fagundes e Krebs (2005).

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CONCLUSÃO

Nosso estudo abordou as características de composição corporal, crescimento físico e estado nutricional de escolares com faixa etária de 6 a 16 anos do município de Xanxerê - SC. Foram selecionadas, aleatoriamente 502 crianças, sendo 272 meninos e 230 meninas residentes no município de Xanxerê – SC, os quais foram classificados de acordo com a composição corporal, tendo o nível de obesidade como obesos, com sobrepeso e normal; de acordo com o nível de desn utrição como desnutridos e não desnutridos; de acordo com o nível de crescimento físico como abaixo e normal.

Em relação ao peso corporal tanto meninos quanto meninas em sua maioria estão dentro da normalidade, sendo que os meninos foram 19,5 % de sobrepeso e 23,9 de obesidade e as meninas foram 15,3 % de sobrepeso e 13,1 de obesidade. Dentro dos padrões de nutrição os resultados encontrados informam que em ambos os sexos a maioria apresenta estado de nutrição dentro da normalidade, sendo que apenas 16,9 % dos meninos e 22,6 % das meninas apresentam estado de desnutrição. Em relação ao crescimento físico, 5,1 % dos meninos e 14 % das meninas estão abaixo do crescimento físico normal para a idade e o peso. A maioria restante encontra -se com o crescimento físico normal. Com relação à composição corporal meninos e meninas apresentaram resultados semelhantes, sendo que estatisticamente os resultados não foram significantes.

Concluímos que a maioria dos meninos e das meninas que foram avaliados nesse estudo então com padrões de composição corporal, peso corporal, estado nutricional e crescimento físico dentro das normalidades, porém, há uma pequena porcentagem que apresentam valores que estão fora dos padrões. É de suma importância que esses valores sejam revistos pelos pais e professores desses alunos, pois são fatores que representam qualidade de vida se forem mantidos dentro dos padrões normais, evitando-se assim futuras doenças.

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1

Acadêmica do Curso de Educação Física - Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus de Xanxerê (SC). 2

Formado em Educação Física pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC; Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC; Professor do curso de Educação Física da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC.

3

Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM; Mestre em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal do Paraná – UFPR; Professora do curso de Educação Física da Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC.

Contato:

Laboratório de Avaliação Física – LABAFIS.

Rua Dirceu Giordani 696, Bairro Jardim Universitário, Xanxerê (SC) – CEP 89820-000 Telefone: 49 3441 7085.

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