Desporto
Revista Digital de Estratégia e Gestão Desportiva
&
Esport
LIONEL
MESSI
O MELHOR JOGADOR
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DE TODOS OS TEMPOS?
Formula 1 -
O que querem os adeptos?
Os resultados do maior inquérito de sempre aos fãs de Formula 1
Edição 7 • 2015
PNL
Como criar no atleta um estado emocional positivo para a vitória?
PNL
Como criar no atleta um estado emocional positivo para a vitória?
CAPOEIRA
Qual a origem desta arte marcial que se mistura tão bem com a música e
a dança?
Ciclismo:
Tecnica de
exaustão
E ainda, super especial Tour de France com os de-staques positivos e negativos; e Froome – o melhor ciclista do Mundo.
Ciclismo:
Tecnica de
exaustão
E ainda, super especial Tour de France com os de-staques positivos e negativos; e Froome – o melhor ciclista do Mundo.
COMO FUNCIONA O CÉREBRO DE
NEYMAR JR.
?
futebol brasileiro -
O futuro passa pelo Bom senso FC
Colômbia & Avançados
O que foi feito para este país ter tantos e tão bons avançados e pontas-de-lança?
Issue 12 • June 2012
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Desporto
&
Esport
ÍNDICE
ÍNDICE
Edição 7 • 2015
Messi - O melhor
futebolista de
sempre?
20
Barcelona a melhor equipa do séc. xxi
80 - o futuro do futebol no Brasil
78 - Suplementos ABCD
58 - segredo do futebol Colômbia
86 - Corrida - o Bom e o Mau
90 - Desporto no Inverno 38 - Atletas no Andebol
Ciclismo – Froome, Volta a França e técnica de pedala
F1 – o que querem os adeptos?
O cérebro de
Neymar
64
84
14
Coaching e PNL
34
As origens da Capoeira
42
Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 3Uma vez mais o debate está aberto: quem é o mel-hor futebolista da história do futebol? Uma dis-cussão que ciclicamente teima em reaparecer, e que nos últimos anos ganhou um novo nome: Lionel Messi. Para muito, dizer que Messi é o melhor de sempre é heresia. Para outros, é apontar uma ver-dade absoluta. Onde é, então, o lugar de Messi na elite histórica e mundial do futebol? Um honroso pódio? Ou o Trono já é dele?
E, quais os critérios? A estatística – quem marcou mais golos ou quem fez mais assistências? Ou deve-se fazer uma análise ainda mais científica; mas, até onde a ciência é capaz de discernir a arte do drible, de um remate de longe ou de uma jogada deslumbrante?
Nesta sétima edição ponderamos todos estes fatores, e discutimos se hoje, já se pode dizer: que Messi é o melhor jogador de sempre.
Mas nem só de futebol se faz a nossa revista, e temos nesta edição um especial de ciclismo, com os destaques da volta a França e as consequências de pedalar até ao limite. E discutimos Couching e PNL com António Fidalgo, e procuramos as ori-gens da capoeira, assim como o que faz bater mais forte o coração do adepto de Formula 1.
Falamos ainda sobre quais os indicadores para um grande jogador no andebol e o perfil dos ombros em atletas de lançamento, de complementos vita-mínicos e as vantagens de praticar desporto no frio.
E, como sempre, muito mais...
Diogo Sampaio, Director
EDITORIAL
EDITORDiogo Sampaiod_sampaio@desportoeesport.com
C
OLONISTAS RESIDENTESPedro M. Silva, Vitor E. San-tos, Diogo Sampaio, Mónica M. Neves, Ricardo Reis, Tiago Dinis e Rodolfo Resende Pires, Marta Rodrigues
C
OLUNISTAS CONVIDADOSAntónio Fidalgo, Fernando Diefenthaeler, Ricardo Mar-tins Porto Lussac, Sofia M. Ribeiro, Pedro Barcellos, Luís da Cunha Massuça
Contatos contato@desportoeesportcom
Website
ATRIBUTOS
MORFOLÓGICOS
PROMOTORES
DO SUCESSO
INDIVIDUAL NO
Andebol
38 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.comAndebol
O futebol (11 vs. 11) é, na atualidade, o desporto coletivo mais popular na europa (e talvez no mundo!). Outras modalidades desportivas coletivas perseguem essa popularidade, destacando-se o andebol.
Embora o termo andebol, também tenha correspondência com o jogo praticado na América do Norte [1], a sua utilização, neste texto, centra-se na modalidade que, desde 1972, passou a integrar os Jogos Olímpicos. Assim, sucintamente, o andebol é uma modalidade desportiva coletiva, de oposição entre duas equipas, em que cada uma das equipas coloca em campo sete jogadores (6 jogadores de campo e 1 guarda-redes) [2], i.e., Andebol de 7 (ou, como é habitualmente referido na litera-tura internacional – team-handball [3]).
Uma área de investigação que permanece atual, e da maior relevância para o desen-volvimento do desporto, é o estudo da excelência no desempenho desportivo. De facto, cada modalidade desportiva requer praticantes com um conjunto de atributos específicos [4]. Nos estudos centrados no jogador de andebol, os atributos mor-fológicos e fisiológicos (ou de aptidão física – fitness) têm sido os mais estudados.
Centrando as próximas linhas na morfologia do atleta de andebol, importa destacar que as metodologias utilizadas têm sido distintas, i.e., centram-se no estudo: (i) da biotipologia do jogador [5,6]; (ii) das diferenças de jogadores de equipas com diferentes desempenhos [3,7-9]; (iii) das diferenças dos jogadores com posições de jogo distintas [6,10]; e (iv) das diferenças dos jogadores com a mesma posição de jogo mas com diferentes desempenhos [10].
Assim, destaca-se que o jogador de andebol pode ser classificado, morfologica-mente, como sendo do tipo mesomorfo [5,6]. De facto, a componente mesomórfica tem sido apontada como a melhor preditora do desempenho motor [11].
A literatura também destaca que, em média, os jogadores de andebol de elite são,
Luís da Cunha Massuça , professor na Faculdade de Educação
Física e Desporto da Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias. Actua na área das ciências do desporto
luis.massuca@gmail.com
elevado – IMC [8] (o que por vezes pode confundir os menos atentos com sobrepeso ou obesidade, o que não corresponde à realidade!).
Gorostiaga e colegas [8], já havia enfatizado que ser mais pesado e, cumulativamente, ter uma MLG superior, são atributos que podem facilitar o sucesso no jogo de andebol.
Em suma, parece que o atleta de andebol tem, em média: (i) uma altura superior a 1.85 m (e.g.: 1.87 m [3]; 1.84 m [5]; 1.89 m [8]); (ii) pesa um pouco mais que a diferença da altura pela constante 1 (e.g.: 87 kg [3]; 84.94 kg [5]) (iii) tem uma MG relativa dentro de valores normais, i.e., entre 10 e 14% (e.g: 14.4% [3]; 13.8% [8]; 10.5% [9]); e (iii) uma MLG absoluta próxima dos 80 kg (81.7 kg [8]; 75 kg [9]).
Massuça e colegas [3] observaram que, de um constructo de 20 atributos antropométricos, 5 deles (i.e.: peso; comprimento radiale-dactylion - antebraço + mão; comprimento midstylion-dactylion – mão; perímetro da cintura; massa muscular absoluta) permitiam predizer o sucesso do jogador de andebol com um acerto de 84.2%. De facto, parece compreensível o poder explica-tivo do peso e da massa muscular do jogador de andebol, uma vez que estes atributos estão correlacionados com atributos fisiológi-cos (e de aptidão física) promotores do eficiente desempenho no jogo de andebol [12]. Em complemento, os autores referem que o comprimento dos membros superiores condiciona a eficiência do remate de andebol (i.e., tem efeito na potência de execução do gesto técnico) e em algumas ações defensivas (e.g.: bloco). No entanto, quando se adopta uma metodologia multidisciplinar, observa-se que a altura do jogador é o único atributo morfológico que contribui para modelar o sucesso [5].
Uma vez que cada equipa coloca em campo 6 jogadores de campo e um guarda-redes (GR), importa clarificar se a função do jogador de andebol (entenda-se posição de jogo) requer um perfil morfológico específico [9]. No entanto, mais uma vez se observa que as metodologias adoptadas pela comunidade científica não são uniformes, i.e, consideram-se três (GR, 1ª linha, 2ª linha) [13], quatro (GR, Ponta, Pivot, 1ª linha) [6], ou cinco (GR, Ponta, Pivot, Lateral, Central) [10] posições de jogo. Destacando a metodologia mais analítica (i.e., cinco posições de jogo), parece evidente que (i) o jogador ponta é menos alto e mais leve; (ii) os laterais são mais altos; e (iii) o pivot é mais pesado. Contudo, numa abordagem morfo-funcional [10], observou-se que a altura do jogador de andebol contribui para discriminar os laterais de diferentes níveis competitivos. Já nas outras quatro posições de jogo, os atributos morfológicos não participam nas funções discriminantes do sucesso do jogador de andebol. Certamente esta observação resulta da correlação entre os atributos mor-fológicos e os atributos funcionais [12].
Assim, face à evidente valorização do estudo das componentes biológicas do rendimento desportivo, importa salientar que os atributos morfológicos preditores de sucesso, apresentam níveis de hereditariedade diferenciados, o que lhes confere possibilidades evolutivas diferentes.
“Destacando a metodologia mais analítica: o jogador ponta é menos
alto e mais leve; os laterais são mais altos; e o pivot é mais pesado.”
Para finalizar, importa destacar que não é o desenvolvimento unilateral de uma capacidade isolada que permite atingir um alto nível de rendimento, mas sim a combinação específica de diferentes capa-cidades [3,5,10]. Isto é, cada jogador utiliza em seu benefício um conjunto específico de atributos para alcançar o sucesso, pelo que a informação multidisciplinar sobre o jogador diminui a probabi-lidade de erro na avaliação dos seus atributos e capacidades para a prática desportiva de excelência.
Referências
[1] Tyson, P., & Turman, J. (Eds.) (1983). The handball book. New York: Leisure Press.
[2] Ziv, G., & Lidor, R. (2009). Physical attributes, physiological characteristics, on-court performances, and nutritional strategies of female and male basketball players: A review. Sports Medicine, 39, 547-568.
[3] Massuça, L. M., Fragoso, I., & Teles, J. (2014). Attributes of top elite team-handball players. Journal of Strength and Conditioning Research, 28(1), 178-186.
[4] Massuça, L., & Fragoso, I. (2011). Study of Portuguese handball players of diferente playing status. A morphological and biossocial perspective. Biology of Sport, 28(1), 37-44.
[5] Massuça, L., & Fragoso, I. (2013). A multidisciplinary approach of success in team-handball. Apunts Med Esport, 48(180), 143-151.
[6] Srhoj, V., Marinovic, M., & Rogulj, N. (2002). Position specific morphological characteristics of top-level male handball players, Coll. Antropol., 26(1), 219-227.
[7] Bayios, I. A., Anastasopoulou, E. M., Sioudris, D. S., & Boudolos, K. D. (2001). Relationship between isokinetic strength of the internal and external shoulder rotators and ball velocity in team handball. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, 41, 229_235.
[8] Gorostiaga, E. M., Granados, C., Ibanez, J., & Izquierdo, M. (2005). Differences in physical fitness and throwing velocity among elite and amateur male handball players. International Journal of Sports Medicine, 26, 225_232.
[9] Massuça, L., & Fragoso, I., (2015). Morphological characteristics of adult male handball players considering five levels of performance and playing position. Coll. Antropol., 39(1), 109-118.
[10] Massuça, L., Branco, B., Miarka, B., & Fragoso, I. (2015). Physical fitness attributes of team-handball players are related to playing position and performance level. Asian J Sports Med, 6(1), e24712.