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CÉSAR SOARES MAGNANI OAB/SP RELATOR

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Academic year: 2021

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Processo nº 102/2013

Denunciados:

1- Sr. Ronaldo Aguiar Faria Júnior, diretor da Ent. Desportiva S E Palmeiras; 2- Sr. Paulo A. Tadeu da Silva, diretor da Ent. S E Palmeiras;

3- Sr. Hélio Rubens Garcia, técnico da Ent. Desportiva Unitri Uberlândia; 4- Sr. Hélio Rubens Garcia Filho, atleta da Ent. Desportiva Unitri Uberlândia; 5- Entidade Desportiva S E Palmeiras.

Relator: César Soares Magnani

RELATÓRIO

À guisa de relatório, adoto a descrição dos fatos constante da denúncia, acrescentando que estiveram presentes na sessão de julgamento os 1º e 2º Denunciados, tendo os 3º e 4º Denunciados justificados a suas ausências por questões de problemas de saúde. Também esteve presente na sessão de julgador o Nobre Procurador do STJD, o Dr. Nelson O. Costa. Todos os denunciados se fizeram representados por Procuradores legalmente constituídos.

Foram colhidos os depoimentos pessoais dos 1º e 2º Denunciados, produzida defesa oral por parte dos Procuradores de todos os Denunciados e também defesa escrita pelo Procurador do 3º e 4º Denunciados.

Processo regular, nenhuma anormalidade a registrar. Passo ao voto:

São Paulo-SP, 16 de abril de 2013.

CÉSAR SOARES MAGNANI OAB/SP 138.238

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VOTO

Com efeito, tratam-se de ocorrências infracionais efetivadas na partida realizada no dia 07 de março de 2.013, jogo NBB5 nº 226, entre a mandante Entidade Desportiva S E Palmeiras e Entidade Desportiva Unitri Uberlândia, em São Paulo, SP.

Tendo em vista que a denúncia se refere a 5 (cinco) Denunciados, em decorrência de fatos isolados, passo a decidir da seguinte forma:

A) 3º e 4º Denunciados - Sr. Hélio Rubens Garcia, técnico Ent. Desportiva Unitri Uberlândia e Sr. Hélio Rubens Garcia Filho, atleta Ent. Desportiva Unitri Uberlândia.

Conforme consignado no Formulário de Relatório Disciplinar, da lavra do árbitro da partida, o Sr. Marco Antônio de Matos Ferreira, que: “Ao Encerrar o Jogo, o jogador nº 10 Sr. Helinho da Equipe do UNITRI/UBERLÂNDIA, se dirigiu de maneira irônica ao Trio de Arbitragem, dizendo Parabéns pela falta de ataque que vocês apitaram, vocês deveriam ter vergonha, aproveitando a situação o Técnico Sr. Hélio Rubens Garcia, da Equipe do UNITRI/UBERLANDIA, também aproximou-se da Arbitragem, dizendo Parabéns e espero que vocês tenham a consciência do que vocês fizeram aqui hoje, pois aquela falta de ataque foi uma vergonha.”

Há uma simples análise do relato do árbitro, o qual é dotado de presunção relativa de veracidade nos termos do artigo 58 do CBJD, verifica-se claramente que os 3º e 4º Denunciados não agiram, em qualquer momento, de forma desrespeitosa com o membro da equipe de arbitragem ou que tenham reclamado desrespeitosamente contra suas decisões a fim de capitular as suas condutas nos termos do inciso II, do § 2º, do artigo 258 do CBJD.

Fato é que os 3º e 4º Denunciados ao abordarem o trio de arbitragem e ao desferirem de “maneira irônica” os dizeres de “Parabéns pela falta de ataque que vocês apitaram, vocês deveriam ter vergonha” e “Parabéns e espero que vocês tenham a consciência do que vocês fizeram aqui hoje, pois aquela falta de ataque foi uma

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vergonha”, certamente assumiram conduta contrária à disciplina e à ética desportiva, nos termos do caput do artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

No entanto, considerando a gravidade das infrações cometidas pelos 3º e 4º Denunciados, entende este Auditor razoável a substituição da pena de suspensão pela advertência, prevista no §1º do mesmo dispositivo legal, tendo caráter didático e com a finalidade de inibir os Denunciados de proferirem novas palavras irônicas contra a arbitragem, considerando-se, especialmente, que a LNB disponibiliza a todos os seus participantes os canais próprios para que possam levar ao conhecimento dos seus órgãos diretivos as críticas, sugestões e reclamações.

Pelo exposto, ficam os 3º e 4º Denunciados condenados à pena de advertência prevista no art. 258, §1º do CBJD.

B) 5ª Denunciada - Entidade Desportiva S E Palmeiras.

Tendo em vista que os fatos relatados na denuncia ocorreram dentro do ginásio de esporte da Entidade Desportiva Sociedade Esportiva Palmeiras, a Nobre Procuradoria de Justiça Desportiva entendeu por bem denunciar a aludida Entidade em razão da disposição contida no artigo 231, I do CBJD.

Foi apresentado pelo Nobre Procurador da Entidade, aqui 5ª Denunciada, solicitação de vistoria e certidão de providências para a Polícia Militar do Estado de São Paulo, que atestam que todas as providências necessárias para manter a segurança da praça desportiva foram adotadas, considerando, ademais, que haviam 10 (dez) seguranças privados e agente da Policia Militar.

Da leitura do Formulário do Relatório de Arbitragem, do Formulário de Relatório Disciplinar bem como das oitivas dos depoimentos pessoais dos 1º e 2º Denunciados, em momento algum ficou caracterizada qualquer conduta que possa configurar ato omisso quanto às providências necessárias e capazes de prevenir e reprimir a desordem em sua praça de desporto, considerando, ademais, que incidentes de desordens não ocorreram.

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Assim sendo, este Auditor entende pela absolvição da Entidade Desportiva Sociedade Esportiva Palmeiras, aqui 5ª Denunciada, tendo em vista que a sua zelosa conduta não se enquadra nos termos do inciso I, artigo 213 do CBJD.

C) 2º Denunciado - Sr. Paulo A. Tadeu da Silva, diretor da Ent. S E Palmeiras.

Conforme consignado no Formulário de Relatório Disciplinar, da lavra do árbitro o Sr. Marco Antônio de Matos Ferreira, que: “os Dirigentes do Palmeiras identificados por Sr. Ronaldo Aguiar Faria Junior (Dinho) e Sr. Paulo A. Tadeu da Silva, foram para trás, da mesa de controle e começaram a reclamar da Arbitragem gesticulando” e “O Dirigente Sr. Paulo, ficava atrás da mesa com gestos, e contestando o trabalho da Arbitragem, dizendo que não era falta. E com essa atitude também excitou a Torcida.”.

Após colhido o depoimento pessoal do 2º Denunciado, ficou claramente evidenciado que o mesmo ultrapassou os limites normais de qualquer ser humano e torcedor do seu time, considerando, ademais, que fora uma partida com 4 (quatro) prorrogações e mais, o seu filho é integrante da equipe da qual é diretor e que se encontra em quadra jogando no momento dos incidentes.

Ficou evidenciado pelos elementos dos autos que no lugar em que se encontrava não tinha condições de incitar o ódio ou a violência, uma vez que os gestos realizados pelos seus braços foram atos de um mero torcedor vibrando pelo seu time em uma partida emocionante, potencializado pela presença do seu filho em quadra. Da mesma forma, o relato do árbitro não atesta qualquer ato de ofensa à sua honra que possa ter sido acometida pelo 2º Denunciado.

Por outro bordo, este Auditor, baseando-se no relato do árbitro, o qual é dotado de presunção relativa de veracidade nos termos do artigo 58 do CBJD, conclui que o 2º Denunciado se exaltou e reclamou acintosamente contra as decisões do árbitro, de modo que entende ser aplicável a hipótese prevista no art. 258, §2º, II do CBJD.

Tendo em vista a gravidade da infração, entende este Auditor razoável a substituição da pena de suspensão pela advertência prevista no §1º do mesmo dispositivo legal,

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tendo caráter didático e com a finalidade de inibir o Denunciado a reclamar acintosamente quanto à atuação dos árbitros.

D) 1º Denunciado - Sr. Ronaldo Aguiar, diretor da Ent. Desportiva S E Palmeiras.

Consoante às disposições consignada no Formulário de Relatório Disciplinar, da lavra do árbitro Sr, Marco Antônio de Matos Ferreira: “O Sr. Ronaldo Aguiar Faria Junior começou a xingar o arbitro de “Filha da Puta, Safado, Mercenário, Sem vergonha e Ladrão”. O mesmo disse ao árbitro “estava ficando louco, pois dentro do Palmeiras não iria sair numa boa, após o término do jogo.” e “O Sr. Ronaldo Aguiar Faria Junior disse que no Clube não tinha segurança suficiente para que a arbitragem pudesse sair do Clube, sendo que com essa atitude colocou a Torcida que ali estava contra a Arbitragem. Essa atitude do Sr. Ronaldo seguiu da mesma maneira no 1º, 2º e 3º Período Extra.”

Restou também consignado no Formulário de Relatório Disciplinar, elaborado pelo Sr. Sérgio Coraucci Pranchevicius que: “Também vi o Sr. Ronaldo Aguiar Faria Júnior mostrando o braço esticado e batendo com a outra mão falando “que aqui tem sangue que corre seu safado, você vai se complicar.”

Há uma simples leitura dos relatos acima, os quais são dotados da presunção relativa de veracidade nos termos do artigo 58 do CBJD, verifica-se, sem qualquer esforço que as palavras desferidas pelo 1º Denunciado têm cunho ofensivo à honra do arbitro e pior, ameaçadoras, uma vez que dentro do ginásio da sua entidade desportiva intimidou o Sr. Marco Antônio de Matos Ferreira a desenvolver o seu papel, dotado de parcialidade, mediante fortes ameaças, já que não iria “sair numa boa, após o término do jogo” e que também iria se “complicar”.

O 1º Denunciado, em seu depoimento, deixou claro e evidenciado que o local em que se encontra na praça desportiva era bem próximo à arbitragem, não havendo assim qualquer dúvida por parte destes quanto à identificação do autor das palavras.

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Apesar do 1º Denunciado negar em seu depoimento pessoal que tenha desferido as palavras consignadas no relatório do árbitro, relatou à Comissão Julgadora que mesmo ao ter tomado conhecimento do seu conteúdo após a apresentação da denúncia pelo Nobre Procuradoria de Justiça Desportiva, não adotou qualquer medida legal contra os árbitros.

Diante dos elementos carreados aos autos bem como da prova oral produzida, não resta a menor dúvida de a conduta adotada pelo 1º Denunciado está capitulada nos artigos 243-C e 243-F, ambos do CBJD, afastando assim este Auditor a aplicação do artigo 243-D por não ter restada configurada qualquer conduta que pudesse incitar publicamente o ódio ou a violência.

Por estas razões, condeno o 1º Denunciado à pena de (i) suspensão por 30 (trinta) dias e multa pecuniária de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 243-C do CBJD; mais (ii) suspensão por 15 (quinze) dias e multa pecuniária de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 243-F do CBJD, totalizando assim à pena de suspensão pelo total de 45 (quarenta e cinco) dias e multa pecuniária no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), montante a ser recolhido aos cofres da Liga Nacional de Basquete, Entidade Administradora do Desporto.

É como voto.

CÉSAR SOARES MAGNANI OAB/SP 138.238

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