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A PARTICIPAÇÃO DA CONTROLADORIA NO PROCESSO DE GESTÃO ORGANIZACIONAL

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NÍVEL MESTRADO

JULIANO GIONGO

A PARTICIPAÇÃO DA CONTROLADORIA NO PROCESSO DE

GESTÃO ORGANIZACIONAL

São Leopoldo 2005

(2)

Livros Grátis

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(3)

NÍVEL MESTRADO

JULIANO GIONGO

A PARTICIPAÇÃO DA CONTROLADORIA NO PROCESSO DE

GESTÃO ORGANIZACIONAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Auster Moreira Nascimento

São Leopoldo 2005

(4)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Catalogação na Publicação:

Bibliotecária Carla Inês Costa dos Santos - CRB 10/973

G497p Giongo, Juliano

A participa ção da controladoria no processo de gestão organizacional/ por Juliano Giongo. – 2005.

145 f.

Dissertação (mestrado) — Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, 2005.

“Orientação: Prof. Dr. Auster Moreira Nascimento, Ciências Econômicas”.

1.Controladoria. 2.Processo de gestão. 3.Planejamento estratégico. 4.Controles internos. I. Título.

(5)

Universidade do Vale do Rio dos Sinos pelo aluno Juliano Giongo e aprovada em 17 de março de 2005, pela Banca Examinadora.

Prof. Dr. Auster Moreira Nascimento Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Visto e permitida a impressão São Leopoldo, / / .

Prof. Dr.Ernani Ott

(6)

DEDICATÓRIA:

Dedico este trabalho em especial a três pessoas:

- à minha esposa Sinara, por ter me acompanhado em todos os passos desta caminhada;

- ao meu pai, que tinha como um de seus maiores desejos o estudo de seus filhos;

- ao meu irmão Eugênio, que sempre esperou isto de mim.

(7)

A Deus, por me conceder tudo o que um ser humano mais deseja: uma família maravilhosa, uma esposa maravilhosa, grandes amigos, oportunidades profissionais,

dificuldades e, acima de tudo, saúde, vontade e capacidade de encarar desafios e transformar

as dificuldades em oportunidades.

À minha mãe, por ter me dado a vida e, acima de tudo, por não ter medido esforços para criar e educar os seus filhos, apesar das grandes dificuldades enfrentadas.

Ao meu irmão Leandro, por ter sido o meu grande exemplo de vida, daquelas pessoas

que nos orgulhamos em ter por perto.

À minha esposa Sinara, pela compreensão e apoio na realização da conquista de

alguém que, há alguns, não imaginava nem mesmo fazer uma graduação. Contigo, acima de

(8)

A todos os professores do mestrado, em especial ao professor Dr. Ernani Ott, que

contribuíram com o seu conhecimento e, acima de tudo, nos despertaram para a adoção de

uma visão crítica, não aceitando como verdade absoluta tudo o que os autores escrevem.

À equipe da secretaria do Programa de Pós-Graduação, principalmente à incansável Ana, que nos acompanhou desde o início do mestrado com seu bom humor e palavras

consoladoras.

Ao professor Dr. Auster Moreira Nascimento, pela dedicação na orientação deste

trabalho e pelo conhecimento transmitido no decorrer do mestrado, na universidade, no saguão do aeroporto, em sua residência. Muito Obrigado!

Ao Professor Dr. Marcos Antonio de Souza, pelas sempre oportunas contribuições,

desde a defesa do projeto até a conclusão do trabalho.

A todos os colegas do mestrado, pelo companheirismo do período em que

convivemos, em especial a colega Márcia Bianchi, pelas contribuições ao trabalho.

A todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, me marcaram positivamente

durante a minha vida. Também agradeço aqueles que deixaram impressões negativas, pois alguma coisa eu aprendi com eles.

(9)

No processo de gestão das organizações são tomadas decisões relevantes para busca da eficácia organizacional. A literatura destaca a participação da área de controladoria nesse processo, enfatizando a sua atuação sistêmica na organização através da interação com todas as áreas da empresa, no sentido de prover os seus gestores com informações necessárias para o alcance de um resultado otimizado. Esta pesquisa buscou verificar a participação da controladoria no processo de gestão das organizações. Para essa verificação foi efetuada uma pesquisa de campo junto às empresas industriais de grande porte do estado do Rio Grande do Sul, de acordo com dados obtidos junto a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), atualizados até agosto de 2004. A amostra foi constituída por 48 empresas, sendo 31 com capital nacional, 15 com capital estrangeiro e 2 com capital misto. Por meio da pesquisa demonstrou-se a efetiva participação da controladoria em todas as etapas do processo de gestão. Constatou-se que a área de controladoria é a principal responsável pela implantação e monitoramento dos controles internos na organização, ocorrendo o mesmo em relação ao monitoramento e manutenção do sistema de informações da organização. Também se verificaram diferenças de atuação da área de controladoria entre as empresas nacionais e estrangeiras.

Palavras-chave: Processo de Gestão; Planejamento Estratégico; Sistema de Informações;

(10)

In the process of managing organizations relevant decisions are taken in the search for organizational effectiveness. The literature highlights the participation of the controlling area in that process emphasizing its systemic performance in the organization through the interaction with all areas in the company, intending to provide their managers with necessary information to obtain an optimised result. This research sought to verify the participation of controlling in the process of managing organizations. To achieve this verification a field research was carried out among big industrial companies in the State of Rio Grande do Sul, according to updated data got from Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). The sample was constituted by 48 companies, being 31 of national capital, 15 of foreign capital and 2 of mixed capital. The data got from the research certified the effective participation of controlling in all stages of the managing process. It was verified that the controlling area is the main responsible for the organization internal control implementation and monitoring. The same happening in relation to the monitoring and maintenance of the information system of the organization. The performance differentiation of the controlling area was also verified among the national and foreign companies.

(11)

Figura 1 – A Participação da Controladoria no Processo de Gestão ...29

Figura 2 – Fatores do Processo de Controle ...38

Figura 3 – O Processo de Gestão ...52

(12)

Gráfico 1 – Existência de Área Formal de Controladoria ...83

Gráfico 2 – Áreas de Atividades dos Respondentes da Pesquisa ...84

Gráfico 3 – Empresas Classificadas de Acordo com a Origem de Capital ...85

Gráfico 4 – Faturamento Anual em Milhares de Reais ...87

Gráfico 5 – Planejamento Estratégico ...88

Gráfico 6 – Processo de Discussão da Estratégia ...89

Gráfico 7 – Processo de Formulação das Estratégias ...91

Gráfico 8 – Processo de Formulação das Estratégias de Acordo com a Origem de Capital....95

Gráfico 9 –Escolha das Estratégias...96

Gráfico 10 –Escolha das Estratégias de Acordo com a Origem de Capital...97

Gráfico 11 – Consolidação dos Planejamentos ...99

Gráfico 12 – Consolidação dos Planejamentos de Acordo com a Origem de Capital ...100

Gráfico 13 – Área Responsável pela Conversão da Estratégia em Valores Monetários ...102

Gráfico 14 – Conversão da Estratégia em Valores Monetários de Acordo com a Origem de Capital...104

Gráfico 15 – Monitoramento da Execução do Planejamento Operacional...105

Gráfico 16 – Monitoramento da Execução do Planejamento Operacional de Acordo com a Origem de Capital...108

Gráfico 17 – Utilização de Indicadores de Desempenho ...109

Gráfico 18 –Escolha dos Indicadores de Desempenho ...110

Gráfico 19 –Escolha dos Indicadores de Desempenho de Acordo com a Origem de Capital112 Gráfico 20 –Responsabilidade pela Implantação de Controles Internos ...113

Gráfico 21 –Implantação dos Controles Internos de Acordo com a Origem de Capital...114

(13)

Gráfico 23 – Manutenção dos Controles Internos de Acordo com a Origem de Capital...117 Gráfico 24 – Monitoramento e Manutenção do Sistema de Informações ...119 Gráfico 25 –Monitoramento e Manutenção do Sistema de Informações de Acordo com a

Origem de Capital...121 Gráfico 26 – Fornecimento de Informações Gerenciais ...122 Gráfico 27 – Fornecimento de Informações Gerenciais de Acordo com a Origem de Capital

(14)

1 INTRODUÇÃO...14 1.1 Contextualização...14 1.2 Objetivos ...17 1.2.1 Objetivo geral ...17 1.2.2 Objetivos específicos ...17 1.3 Delimitação do Estudo...18 1.4 Relevância do Estudo ...18 1.5 Estrutura da Dissertação ...20 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...21 2.1 Ambiente Operacional...21 2.2 Controladoria ...22 2.2.1 Sistema de informações ...30 2.2.2 Controle organizacional...36 2.2.3 Controle interno ...42

2.2.4 Controle das operações da organização ...45

2.3 Modelo de Gestão ...48

2.4 Processo de Gestão ...50

2.4.1 O planejamento estratégico...53

2.4.2 O planejamento operaciona l ...60

2.4.3 A execução do planejamento operacional ...66

2.4.4 O controle e feedback ...68

3 MÉTODO DE PESQUISA...72

3.1 Classificação da Pesquisa ...72

3.2 População e Amostra ...73

3.3 Coleta de dados ...76

3.4 Tratamento e Análise dos Dados ...79

3.5 Limitação do Método...81

4 ANÁLISE DOS DADOS ...82

4.1 Análise do Perfil das Empresas e dos Respondentes da Pesquisa ...83

4.2 A Participação da Controladoria no Planejamento Estratégico ...90

4.3 A Participação da Controladoria na Elaboração, Execução e Controle do Planejamento Operaciona l...101

4.4 A Participação da Controladoria na Implantação e Manutenção dos Controles Internos ...113

4.5 A Participação da Controladoria no Monitoramento e Manutenção do Sistema de Informações ...118

(15)

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...125

5.1 Conclusão ...125

5.2 Recomendações ...128

REFERÊNCIAS ...130

(16)

1.1 Contextualização

As modificações no ambiente operacional provocam a necessidade de constantes

alterações na forma de gestão das empresas. O aumento da competitividade, o avanço da

tecnologia, a crescente exigência dos consumidores, entre outros, são fatores que impactam as

empresas e exigem destas uma permanente adaptação a esse ambiente desafiador.

Quando surgem novas variáveis ambientais, a empresa deve estar preparada, o que

significa tomar decisões oportunas, pois, dada à sua complexidade, mudam os rumos da

organização, podem-se alterar os seus resultados e, até mesmo, colocar em risco a sua

continuidade. Diante desses desafios, a elaboração e consolidação de um adequado

planejamento estratégico e seus planos decorrentes pelas empresas, podem trazer contribuições valiosas para que as decisões tomadas no presente apóiem as conseqüências

geradas no futuro.

É na administração dessas situações que se insere a controladoria, cuja função básica é

subsidiar os gestores na busca constante da eficácia organizacional, através da disseminação de informações tempestivas e relevantes (ALMEIDA et al., 2001; FIGUEIREDO;

(17)

CAGGIANO, 1997), mantendo uma estreita relação com a atividade de planejamento nas

empresas.

A atuação da área de controladoria pode ser vista de duas perspectivas; primeira, como

um órgão facilitador que fornece informações às demais áreas da empresa para que possam implementar suas estratégias específicas; segunda, como a área que procura integrar o

processo de decisões estratégicas de cada área com o objetivo global da organização, ou seja,

com a diretriz estratégica da empresa como um todo.

A obtenção de informações que possibilitem à área de controladoria desempenhar apropriadamente sua função de facilitar o processo decisório passa pela existência de uma

adequada estrutura formal de controle interno, definida por Roehl-Anderson e Bragg (1996)

como um conjunto de normas e procedimentos que devem ser estabelecidos para que se

alcancem os objetivos concretos de uma organização. Esse conjunto de normas e

procedimentos envolve todas as áreas da empresa, na figura de controles operacionais e administrativos, tais como controles de estoques, relatórios de produção e controle de

compras, os quais dão o suporte necessário ao sistema de custos e ao sistema contábil, entre

outros, que subsidiam o sistema de informações da organização, do qual a controladoria

participa, juntamente com outras áreas, da implementação e monitoramento (PEREZ

JUNIOR; PESTANA; FRANCO, 1997).

A implementação de um adequado sistema de informações permite à controladoria

atuar no monitoramento e na integração do processo de gestão da organização, estruturado nas

fases do planejamento estratégico, planejamento operacional, execução, controle e feedback.

(18)

em conta o seu próprio resultado, sem, entretanto, dissociar-se dos objetivos globais da

organização.

O sistema de informações da empresa deve atender a todas as fases do processo de

gestão, com informações oportunas, corretas, confiáveis e com a periodicidade necessária, para viabilizar a tomada eficaz de decisões por parte dos gestores da organização (CATELLI

et al., 2001). Os autores definem o processo de gestão como um grande processo de controle

que tem por objetivo assegurar a eficácia empresarial, atividade que tem sido caracterizada

como um contínuo processo de tomada de decisões. Torna-se relevante, então, entender

claramente como a controladoria conduz o monitoramento e a integração desse processo.

A controladoria atua no processo de gestão com o objetivo de proporcionar aos

gestores os meios que os levem a atingir a eficácia organizacional, de modo que todas as

decisões estejam voltadas à harmonia operacional, tomadas sempre à luz dos objetivos globais

da organização e com os gestores atuando de forma sincronizada no sentido de gerarem, com suas ações, os melhores resultados possíveis com o menor sacrifício de recursos possíveis.

Para o entendimento do modo como a controladoria atua para a integração e

monitoramento do processo de gestão, esta pesquisa propõe-se buscar resposta para a seguinte

questão:

Qual a participação da controladoria no processo de gestão, compreendido pelos planejamentos estratégico e operacional e suas fases de execução e controle?

(19)

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Em vista do problema exposto, o objetivo geral deste estudo é identificar a

participação da controladoria nas fases do processo de gestão, composto pelo planejamento

estratégico e seus desdobramentos.

1.2.2 Objetivos específicos

Para dar sustentabilidade ao objetivo geral, são propostos os seguintes objetivos

específicos:

• identificar a participação da controladoria na formulação e definição das estratégias durante o planejamento estratégico;

• verificar a participação da controladoria na elaboração, execução e controle do planejamento operacional;

• identificar a participação da controladoria na divulgação dos resultados obtidos com a execução dos planos para todas as áreas da empresa, bem como para a alta gestão;

• descrever a relação da controladoria com os controles e o sistema de informações da organização; e

• verificar a possível diferenciação da atuação da área de controladoria no processo de gestão das organizações, de acordo com a origem de capital das empresas.

(20)

1.3 Delimitação do Estudo

O processo de gestão, estruturado nas fases de planejamento estratégico, planejamento

operacional, execução, controle e feedback, envolve um amplo contexto, no qual estão envolvidas todas as áreas da organização, no intuito de tomarem decisões voltadas à

otimização do resultado da organização.

A controladoria, caracterizada como ramo do conhecimento responsável pelo

estabelecimento de toda base conceitual e como órgão administrativo que responde pela disseminação do conhecimento (ALMEIDA et al., 2001), participa em diversas atividades

desenvolvidas na organização relacionadas aos aspectos contábeis, financeiros, de compras,

vendas, custos, orçamentos, tributos, entre outros. Este estudo, no entanto, limita-se a analisar

a participação da área de controladoria durante todas as fases do processo de gestão,

envolvendo a sua relação com os controles da organização e com o seu sistema de informações.

1.4 Relevância do Estudo

Como abordado anteriormente, o processo de gestão, se apropriadamente estruturado e

conduzido, subsidia a empresa na busca da otimização de seus resultados. Esse processo

promove o ajuste da organização ao seu ambiente e estimula a integração entre os seus

membros desde o seu início, no intuito de criar condições favoráveis à formulação e à

implementação das estratégias da organização. Durante o processo de gestão, os gestores de

(21)

aspecto, o resultado esperado da decisão pode ser comprometido. Para que as informações

geradas sejam confiáveis, entre outros fatores, devem estar suportadas por uma estrutura de

controles internos, de maneira que sua utilização corresponda ao resultado esperado durante

todas as fases do processo de gestão.

Nesse contexto, a área da controladoria está diretamente envolvida com o processo de

gestão, pois lida com a implementação e o monitoramento de controles, a geração e

interpretação de informações (RICARDINO FILHO, 1999), elementos essenciais para dar

suporte ao processo de gestão em todas as suas etapas. A identificação de como vem

ocorrendo a participação desta área no processo de gestão, em toda a sua extensão, nas empresas industriais do estado do Rio Grande do Sul, a fim de verificar se retrata a

abordagem efetuada pela literatura, é fundamental para avaliar as contribuições que esta área

pode prestar ao progresso organizacional, justificando a realização do presente estudo.

Por último, cabe me ncionar que este estudo se enquadra na linha de pesquisa finanças corporativas e controle de gestão do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Ciências

Contábeis da UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e integra a temática

desenvolvida no grupo de pesquisa Controladoria cadastrada no CNPQ – Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, sob a coordenação do Professor Dr. Auster

(22)

1.5 Estrutura da Dissertação

No primeiro capítulo desse estudo, apresenta-se uma contextualização onde são

abordados alguns aspectos relacionados à controladoria e ao processo de gestão a fim de justificar a questão de pesquisa, bem como de evidenciar os seus objetivos gerais e

específicos. Procura-se, também, estabelecer a delimitação do estudo, bem como apresentar os

fatores que justificam sua relevância.

No segundo capítulo, composto pelo referencial teórico, são abordados temas como: o ambiente operacional, a controladoria, sistema de informações, controle organizacional,

controle interno, controle operacional, modelo de gestão e processo de gestão, este subdivido

nas fases que o compõem: planejamento estratégico, planejamento operacional, execução,

controle e feedback. Através do referencial teórico apresentam-se, dentro do contexto da

pesquisa, os fundamentos que subsidiam o seu resultado.

No terceiro capítulo, método de pesquisa, descrevem-se a classificação da pesquisa,

definição da população e amostra, coleta de dados, tratamento e análise dos dados e a

limitação do método escolhido para desenvolver a pesquisa e atingir os objetivos propostos.

No quarto capítulo faz-se a descrição da análise dos dados de acordo com as

informações coletadas nas empresas, e no Capítulo 5, apresentam-se a conclusão e as

recomendações para futuros estudos, seguindo-se as referências utilizadas no texto e o

(23)

2.1 Ambiente Operacional

O ambiente operacional compreende uma série de fatores que estão diretamente

relacionados às atividades das organizações, sejam de natureza interna ou externa, servindo de

base para os gestores direcionarem suas estratégias. O aumento de competidores, a exigência de consumidores, a situação econômica dos países, entre outras, são variáveis que tornam o

ambiente turbulento, de modo que sua análise representa um ponto fundamental na tomada de

decisões estratégicas.

Ansoff (1990) refere-se ao grau de modificações no ambiente como sendo o nível de turbulência ambiental determinado por uma série de fatores, dentre os quais se destacam a

mutabilidade do ambiente de mercado, a velocidade de mudança, a intensidade da

concorrência, as questões tecnológicas, os clientes, as pressões de órgãos do governo e os

grupos de influência. O autor acrescenta que, quanto maior for a turbulência do ambiente,

mais agressiva deverá ser a atitude da empresa, e destaca que

algumas empresas tiram proveito integral das oportunidades oferecidas pela turbulência, e outras se atrasam. Os fatores que contribuem para as diferenças de comportamento entre as empresas incluem sua história, seu tamanho, a inércia organizacional acumulada, a relevância de suas competências às necessidades

(24)

impostas pelo ambiente, e particularmente as ambições, a motivação e as potencialidades dos administradores (ANSOFF, 1990, p. 185-186).

Nota-se que os fatores apontados pelo autor como causadores da turbulência ambiental

referem-se, basicamente, a fatores externos. Contudo, a maneira de agir frente a esses é

determinada, em grande parte, pelo ambiente interno da organização, no qual são definidas as

atitudes a serem tomadas diante das variáveis ambientais. Nesse contexto ganham importância

a controladoria e o processo de gestão das organizações, objetos do presente estudo, que

buscam equilibrar a organização diante das modificações ambientais.

2.2 Controladoria

Para Roehl- Anderson e Bragg (1996), através da controladoria a direção de uma empresa tem a possibilidade de conduzir a que seus esforços sejam produtivos. É junto a essa

área que a alta direção e os gestores da organização buscarão informações consistentes a fim

de definir os rumos a serem seguidos pela organização.

Tung (1974) destaca que, para a execução de suas funções na organização, a controladoria requer a aplicação de princípios adequados, que englobem todas as atividades

da empresa, desde o planejamento inicial até a obtenção do resultado final. O autor

complementa que, no que tange ao planejamento, o controller deve, entre outras medidas,

verificar as possibilidades da empresa para fixar objetivos, estabelecer políticas básicas,

definir as responsabilidades de cada área na organização, estabelecer padrões de controle, desenvolver métodos eficientes de comunicação e manter um sistema adequado de

(25)

Roehl-Anderson e Bragg (1996) descrevem quatro funções básicas para a

controladoria:

a) planejar – consiste na responsabilidade de coordenar o processo de gestão da

organização. Esse é um processo interativo porque os objetivos da empresa podem mudar em razão da revisão contínua de seus recursos, das condições

econômicas e da atuação de seus concorrentes. Assim, a controladoria atua

como coordenadora de todas as fases desse processo e integra os diversos

componentes do plano, levando a que todos caminhem no mesmo sentido;

b) organizar – a controladoria deve estar apoiada em pessoal qualificado, contar

com instalações e equipamentos adequados, bem como com todo o material

necessário, a fim de que consiga cumprir com as suas atribuições;

c) dirigir – consiste em assegurar que as pessoas trabalhem de forma coordenada para alcançar os objetivos do plano. O elemento mais importante dessa função

é a comunicação; por isso, a controladoria deve ter contato com todas as

pessoas responsáveis pelas diversas áreas da empresa;

d) controlar – devem ser estabelecidas metas, criando um sistema de controle que permita acompanhar e interpretar os resultados alcançados com os planejados,

(26)

Não há uma conceituação homogênea no que diz respeito às funções da controladoria,

de maneira que se podem observar estas diferenças de acordo com a posição dos autores

mencionados anteriormente e de outros abordados na seqüência.

Kanitz (1976) destaca que a controladoria não se limita a administrar o sistema contábil da empresa e, ainda, que tais conhecimentos, somados aos das finanças, não são mais

suficientes para o seu desempenho. O autor aborda algumas funções primordiais da

controladoria, das quais se destacam a direção e implantação dos sistemas de informação,

coordenação, avaliação, planejamento e acompanhamento.

Beuren (2002) refere que é ao controller, profissional responsável pela área de

controladoria, que os gestores se dirigem para obter orientações quanto à direção e ao controle

de suas atividades, visto que ele é o responsável pelo sistema de informações da empresa. É

uma atribuição da controladoria manter os gestores informados sobre os eventos passados, o

desempenho atual e os possíveis rumos da empresa.

Almeida et al. (2001) afirmam que as funções da controladoria estão ligadas a um

conjunto de objetivos que decorrem da missão da empresa e, quando desempenhadas,

viabilizam o seu processo de gestão. Entre tais funções, os autores destacam:

a) subsidiar o processo de gestão – esta função envolve ajudar na adequação do

processo de gestão perante o seu meio ambiente, tanto no suporte à

estruturação desse processo como no apoio a todas as suas fases, por meio de

um sistema de informações que permita simulações e projeções sobre eventos

(27)

b) apoiar a avaliação de desempenho – nesta função a controladoria elabora a

análise de desempenho das áreas, dos gestores, da empresa e de sua própria

área. A avaliação de desempenho deve ser feita individualmente por todos os

gestores e seus superiores hierárquicos. A análise efetuada pela controladoria é

mais um subsídio ao processo de avaliação;

c) apoiar a avaliação de resultado – esta função é desempenhada através da

elaboração da análise de resultado econômico dos produtos e serviços, do

monitoramento e orientação do processo de estabelecimento de padrões e da

avaliação do resultado de seus serviços;

d) gerir os sistemas de informação – esta função está ligada à definição da base de

dados que permita a organização de informações para a gestão, a elaboração

de modelos de decisão para os diversos eventos econômicos e a padronização e

harmonização do conjunto de informações econômicas;

e) atender aos agentes de mercado – nesse aspecto, a controladoria deve analisar e

mensurar o impacto das legislações no resultado econômico da empresa e

atender aos diversos agentes de mercado, seja como representante formalmente

estabelecido, seja apoiando o gestor responsável.

Ricardino Filho (1999) menciona que, em algumas empresas, a controladoria absorveu

o comando de funções como a administração dos setores financeiros e recursos humanos, mas

manteve sua característica voltada a implementar controles e interpretar informações,

(28)

complementa ressaltando que a controladoria vem se tornando a idealizadora de um novo

período, no qual as restrições econômicas não deixam espaço para estruturas pesadas e

somam-se às suas funções habilidades técnicas e políticas de aproximar o chão de fábrica dos

gestores, a fim de executar objetivos comuns, orientados à preservação e à continuidade da

empresa.

Entre as funções mencionadas destacam- se as relacionadas ao controle, ao sistema de

informações da empresa e ao processo de gestão, aos quais se dará maior ênfase por se tratar

dos pontos principais do presente estudo.

O aumento da complexidade das atribuições da controladoria exige um conhecimento

técnico bastante apurado não apenas numa área específica, pois deixou de ter apenas funções

contábeis, mas incorporando novas funções relacionadas a outras áreas de conhecimento e que

são essenciais para o desempenho de sua atividade. A alteração do foco da controladoria,

deixando de ser uma área que processa papéis para trabalhar em conjunto com outras áreas da empresa, tendo como princípio fundamental a geração de informações que supram as

necessidades dos gestores, é uma situação necessária diante do atual contexto organizacional

em que as empresas estão inseridas (WILLSON; ROEHL-ANDERSON; BRAGG, 1998).

Almeida et al. (2001, p. 344) afirmam que

a controladoria não pode ser vista como um método voltado ao como fazer. Para uma correta compreensão do todo, devemos cindi-la em dois vértices: o primeiro como ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda a base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação do conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informação.

(29)

Nesse sentido, pode-se verificar que a controladoria não é a área responsável pela

tomada de decisões, mas, sim, a responsável pelo embasamento dos gestores, fornecendo- lhes

informações adequadas e subsidiando-os para que as decisões por eles tomadas venham ao

encontro do que a empresa espera, possibilitando a todos trabalharem de acordo com os

mesmos objetivos.

A controladoria, enquanto ramo do conhecimento, apoiada pela teoria da contabilidade

e numa visão interdisciplinar, é responsável pelo estabelecimento de bases teóricas e

conceituais necessárias à modelagem, à construção e à manutenção de sis temas de informação

e modelo de gestão, que supram as necessidades informativas dos gestores guiando-os durante o processo de gestão para a tomada de decisões que conduzam aos objetivos esperados. Assim

entendem Almeida et al. (2001), destacando, ainda, que a controladoria é a área coordenadora

das informações das diversas áreas da empresa, mas que não substitui a responsabilidade dos

gestores pelos resultados obtidos, e, sim, busca induzi- los a alcançar resultados positivos.

Como órgão administrativo, os autores citados destacam que a controladoria é

responsável pela coordenação e disseminação da tecnologia de gestão, relacionada ao

conjunto teoria, conceitos e sistemas de informações, e, também, como aglutinadora e

direcionadora de esforços dos demais gestores para que conduzam à otimização do resultado

global da organização.

Beuren (2002) destaca que como órgão administrativo, é necessário o envolvimento da

área de controladoria no processo de gestão da empresa, com o objetivo de melhorar a tomada

de decisões, bem como de propor o aperfeiçoamento dos instrumentos de planejamento e de

(30)

uso da estatística, entre outros recursos que possam tornar o sistema de informações, sob sua

responsabilidade, mais eficaz.

A controladoria vem apresentando uma crescente participação no processo de gestão,

por envolver em seu escopo a interpretação e disseminação de informações e a implantação e monitoramento de controles (RICARDINO FILHO, 1999), auxiliando, dessa forma, os

gestores na tomada de decisões exigidas durante as fases do planejamento estratégico, do

planejamento operacional decorrente, bem como de sua execução e controle.

Conforme se pode observar na Figura 1, a participação da controladoria no processo de gestão inicia quando são implementados e monitorados os controles internos da

organização. A implantação de uma sólida estrutura de controles internos proporciona a

geração de um adequado sistema de informações, que, por sua vez, permite à controladoria

atender ao processo de gestão com informações consistentes, necessárias à tomada de

decisões.

A controladoria também participa na estruturação do modelo de gestão da

organização, o qual é baseado em sua missão, crenças e valores (figura 01). Com base no

modelo de gestão é definida uma série de diretrizes que deverão ser adotadas no decorrer do

processo de gestão. O modelo de gestão será abordado com maior ênfase no item 2.3 desse estudo.

(31)

Figura 1 – A Participação da Controladoria no Processo de Gestão

O processo de gestão, em toda a sua extensão, representa um importante processo de

controle das operações da empresa (CATELLI et al., 2001). A controladoria atende a esse

processo através da geração de informações aos gestores responsáveis, atuando também no

monitoramento desse plano. Uma abordagem mais detalhada das atividades da controladoria

nesse processo será feita no decorrer desse estudo, bem como na pesquisa de campo que o

complementa.

O estabelecimento e a manutenção de um processo de gestão integrado, com base nas

premissas estabelecidas no modelo de gestão, é uma das atribuições da controladoria.

Portanto, sua função nesse processo, que também é definido por Nascimento (2002) e

Processo de Gestão – Controle das Operações

Planejamento Estratégico

Planejamento

Operacional Execução

SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Sistema de Custos – Sistema Contábil

CONTROLES INTERNOS

Controle de estoques - Controle de compras – outros controles internos

C

O

N

T

R

O

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I

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Controle e Feedback

(32)

Nakagawa (1993) como processo de planejamento, consiste em levar a que todos os gestores

da empresa trabalhem no sentido de obter uma sinergia, buscando alcançar o objetivo global

da organização.

Diante do exposto sobre controladoria, é visível, entre suas funções, a atividade de controle, que pode ser percebida em nível organizacional, nos controles internos e, de forma

mais ampla, no controle de todas as operações da empresa. Outra constatação diz respeito à

sua relação com o sistema de informações da organização. Se não houver a geração de

informações adequadas, não há como mensurar os resultados e, dessa forma, não pode haver

um controle adequado das operações da empresa.

2.2.1 Sistema de informações

Os gestores são os responsáveis pelo processo de planejamento, execução e controle

nas empresas, tendo uma grande preocupação no sentido de que o seu desempenho não seja

influenciado pelas ações de outros gestores ou por variáveis fora de seu controle. Como são

avaliados por seus resultados, tendem a dar mais importância aos interesses de sua área, em

detrimento dos interesses da organização. A empresa, por sua vez, exige a definição de

parâmetros que orientem a atuação das partes em benefício do todo, principalmente

considerando que a maximização dos resultados dos setores não corresponde,

necessariamente, à otimização do seu resultado global (GUERREIRO, 1992).

Guerreiro (1992) ressalta que os gestores têm grande dependência do recurso

(33)

A informação deve ter um sentido lógico para o gestor, portanto os conceitos de mensuração aplicados no sistema não podem ser dogmáticos, e sim racionais. O sistema de informações [...] deve ser configurado de forma a atender eficientemente às necessidades informativas de seus usuários, bem como incorporar conceitos, políticas e procedimentos que estimulem o gestor a tomar as melhores decisões para a empresa (GUERREIRO, 1992, p. 3).

Por ser a informação um recurso, devem ser estabelecidos mecanismos que tornem a

sua utilização mais racional e com maior retorno em relação aos recursos sacrificados em sua

produção, o que seria, em outras palavras, a observação da relação custo/benefício para sua

obtenção e utilização (ALMEIDA et al., 2001).

As informações devem ser tratadas como um recurso valioso, de forma a assegurar a

continuidade e o cumprimento da missão das organizações. Um fluxo constante de

informações é necessário para que os gestores tomem decisões corretas em todas as fases do

processo de gestão. As empresas que utilizam a informação com eficácia podem ter vantagens em determinadas oportunidades e, dessa forma, ganhar espaço em relação a seus concorrentes

(BEUREN, 2002).

Guerreiro (1989) esclarece que a integração do sistema de informações desenvolve-se

com base em algumas premissas fundamentais, das quais destaca:

• a base conceitual aplicada ao sistema de informações é identificada através da clarificação do modelo de gestão da empresa, assegurando que os conceitos do

sistema estejam em harmonia com as crenças, princípios e valores, bem como com

a missão da empresa;

• a base conceitual do sistema de informações e o modelo de informação e mensuração desse sistema são caracterizados com base no modelo de decisão dos

(34)

gestores, assegurando que as informações geradas pelo sistema de informação

atendam às necessidades informativas de seus usuários.

O autor ainda afirma que o sistema de informações deve dar o devido suporte às fases

do processo de gestão, planejamento, execução e controle, bem como assegurar a integração entre essas fases. Destaca que as etapas do processo de gestão são bastante dependentes entre

si, principalmente entre o planejamento e o controle, e que a amarração entre o planejamento,

a execução e o controle é efetuada através da informação.

Cassaro (1994) observa que é indiscutível a importância das informações em cada uma das etapas do processo de gestão, acrescentando que o fato de poder contar com informações

adequadas e oportunas é fundamental para o sucesso da empresa e de suas áreas.

A controladoria, como área que implementa e monitora o sistema de informações da

empresa, auxilia na criação de parâmetros e na geração de informações que orientem os gestores na tomada de decisões vo ltadas à otimização do resultado global da organização. Os

sistemas de informações gerados pela controladoria recebem impactos do ambiente externo,

bem como influências do ambiente interno (ARIMA, 2002), incorporando, diante das

possibilidades da empresa, o aproveitamento das oportunidades e dos pontos fortes e a

observação das ameaças e dos seus pontos fracos.

Arima (2002) destaca que os sistemas de informações provêem informações para

todos os níveis organizacionais, classificando-os em sistemas de informações operacionais,

(35)

Sistemas de informações operacionais – São sistemas de processamento de transações

que acompanham todas as operações de determinada empresa como, por exemplo: sistema de

faturamento, estoques, contas a receber, contas a pagar, entre outros. No mesmo sentido,

Padoveze (2004) apresenta a denominação de sistema de informação de apoio às operações,

considerando que surge da necessidade de planejamento e controle das diversas áreas operacionais da empresa.

Sistemas de informações gerenciais – Suportam as atividades gerenciais, tendo por

objetivo fornecer subsídios às diversas áreas funcionais da organização, dando assistência às

tomadas de decisões para identificar e corrigir problemas de competência gerencial e auxiliando no processo de planejamento e controle. Como exemplos desses sistemas citam-se,

entre outros, sistema de projeção de vendas, controle de produção e análise de custos.

Sistemas de informações estratégicas ou sistema de apoio a decisões – São voltados ao

suporte nas decisões relacionadas ao ambiente organizacional. Estes sistemas devem fornecer informações provenientes do ambiente interno, correlacionadas com o ambiente externo,

permitindo ao executivo tomar decisões estratégicas, buscando corrigir ou melhorar sua

colocação no mercado. Padoveze (2004) afirma que estes sistemas devem dar suporte ao

manuseio de decisões estratégicas, tais como adicionar ou abandonar linhas de produto,

decisões de fazer ou comprar, de alugar ou comprar, de canais de distribuição, entre outros.

O estabelecimento de mecanismos que tornem a utilização da informação mais

racional e com o maior retorno possível está ligado ao modelo de decisão, o qual é abordado à

seguir com maior ênfase, juntamente com os modelos de informação e mensuração, que

(36)

2.2.1.1 Modelo de decisão

No entendimento de Figueiredo e Caggiano (1997), o modelo de decisão é uma

definição de como vão ser combinados cursos de ação para que determinado objetivo seja

alcançado, considerando ainda que para que isso ocorra conforme o planejado, é necessária a

definição de modelos que uniformizem essa busca de objetivos.

O modelo de decisão objetiva alcançar a otimização do resultado em termos de

empresa e de áreas; dessa forma, as decisões de área devem ter como diretrizes a

maximização do resultado global da empresa, o que implica uma harmonização do objetivo da

área com o objetivo da organização (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 1997). Os autores

complementam que o modelo de decisão deve estar incorporado ao processo de gestão, no

qual são tomadas decisões em todas as fases.

Padoveze (2004) ressalta que o modelo de decisão deve ser significativo para os

gestores, devendo atender ao processo de tomada de decisão de forma lógica e específica para

cada natureza de evento ou problema a ser resolvido. Acrescenta que este modelo incorpora, a

fim de complementar o processo decisório, o modelo de informação e de mensuração.

2.2.1.2 Modelo de mensuração

Um modelo de mensuração é uma proposta conceitual que expressa em forma de

padrão as metas já claramente definidas em relação às quais as decisões serão tomadas. Assim

explanam Figueiredo e Caggiano (1997), acrescentando que são modelos matemáticos

(37)

Nakagawa (1993) afirma que as principais variáveis do modelo de mensuração são as

medidas de mensuração, que podem ser, por exemplo, custo histórico, custo corrente de

reposição, preço de mercado, padrão, real, a equação, entre outros, que se caracterizam nos

modelos matemáticos para determinar o valor e o resultado das transações.

O modelo de mensuração “é o principal elemento que fundamenta a decisão da

escolha de um curso de ação após a avaliação das diversas alternativas levantadas”

(PADOVEZE, 2004, p. 31). O autor destaca que, em âmbito da controladoria, este modelo se

caracteriza como um modelo de avaliação econômica, devendo ter como referência básica a avaliação em termos de resultado e valor da empresa.

2.2.1.3 Modelo de informação

O propósito fundamental da informação é habilitar a organização a alcançar seus

objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis, nos quais se inserem pessoas, materiais,

equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da própria informação (FIGUEIREDO;

CAGGIANO, 1997). Os mesmos autores expõem que

o modelo de informação tem como objetivo principal a adequação do sistema de informação ao processo decisório, fornecendo informações cujas tendências sejam levar a decisões ótimas com relação ao resultado econômico, fazendo com que os gestores, entre as várias alternativas, selecionem aquela que otimizará o resultado: reduzindo custos, aumentando receitas, aumentando lucro, aumentando eficiência, aumentando a eficácia (FIGUEIREDO e CAGGIANO, 1997, p. 35).

Para Padoveze (2004) esse modelo é estruturado a partir dos modelos de decisão e

(38)

forma compreensível para os gestores e demais interessados na implementação do curso de

ação escolhido.

2.2.2 Controle organizacional

Figueiredo e Caggiano (1997) destacam que o termo controle tem adquirido uma

variedade de usos em nossa linguagem, seja no meio empresarial ou não. No contexto dos

negócios empresariais, o termo possui flexibilidade, sendo utilizado, por exemplo, para

descrever funções importantes, como controle de produção, controle de qualidade, controle orçamentário, entre outros. Essas funções, no entanto, representam tipos bem distintos de

atividades. O controle de produção surge da necessidade de regular esse processo; o controle

de qualidade implica a rejeição de itens fora do padrão normal estabelecido; e o controle

orçamentário preocupa-se em manter os dispêndios da empresa de acordo com o plano

orçamentário.

Os autores citados também referem que pode ser dada uma definição estreita ou ampla

para o termo controle. Numa definição estreita, geralmente o mesmo é associado à

manutenção de padrões e à imposição de penalidades; em sentido amplo, abrange os vários

processos nos quais a administração determina seus objetivos, delineia os planos para alcançá-los, organiza e supervisiona as operações necessárias à implementação desses planos e seus

(39)

Anthony e Govindarajan (2002) fazem referência ao sistema de controles, indicando a

sua utilização em vários contextos e enfatizando que devem possuir, pelo menos, quatro

elementos:

• detector ou sensor: aparelho, dispositivo, estratégia ou instrumento de medição que reage ao aparecimento de determinada situação no processo que está

sendo controlado;

• avaliador: dispositivo que determina a importância da situação que está ocorrendo, geralmente pela comparação de informações do que

verdadeiramente está acontecendo com um padrão ou expectativa do que

deveria estar acontecendo;

• executante: dispositivo que altera o comportamento do sistema quando o componente avaliador indica a necessidade de fazê- lo;

• uma rede de comunicação: para transmitir as informações entre o detector e o avaliador e deste com o executante.

(40)

Figura 2 – Fatores do Processo de Controle

Fonte: Anthony e Govindarajan (2002, p. 28).

Uma organização consiste num grupo de pessoas que trabalham juntas, que têm metas,

objetivos, ou seja, querem cumprir certos resultados. Numa organização com fins lucrativos,

obter um lucro satisfatório geralmente é um objetivo importante. Dependendo do tamanho e da complexidade da empresa, poderá haver diversos níveis hierárquicos. Cada gerente

supervisiona pessoas na sua própria unidade organizacional, mas também é um subordinado

de outro gerente ou diretores, a quem presta informações. Quando uma empresa for

organizada em unidades de negócios, os gerentes de cada unidade formulam estratégias para

suas unidades, sujeitas à aprovação de seus superiores. O processo de controle gerencial é o processo utilizado pelos gerentes para assegurar-se de que os membros da organização

implementem as estratégias definidas (ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2002).

Diante dessa concepção de processo de controle gerencial dos autores, observa-se a

relação da controladoria com a atividade de controle, pois esta área agrega em suas funções relação direta com a formulação, definição e acompanhamento das estratégias, não como

responsável direta, mas, sim, como fornecedora de informações aos gestores responsáveis e

como monitora dos resultados alcançados a partir da implementação das estratégias. Dispositivo de controle Entidade sob controle 2. Avaliador.

Comparação com padrão

3. Executante.

Alteração do comportamento, se necessário

1. Detector.

Informação sobre o que está acontecendo

(41)

Anthony e Govindarajan (2002) ainda traçam um paralelo entre os sistemas de

controles simples e os sistemas de controles gerenciais. Os autores afirmam que os processos

de controle que os gerentes utilizam envolvem os quatro fatores relativos aos sistemas de

controle destacados na Figura 2. Os fatores detectores relatam o que realmente está

acontecendo na organização; os fatores avaliadores comparam essas informações com a condição desejada, que é a implementação das estratégias; os fatores executantes tomam

ações corretivas se houver diferenças significativas entre a situação detectada e a desejada e,

ainda, um sistema de comunicações, que informa aos membros da organização o que, na

verdade, está acontecendo e como essa situação se compara à situação desejada. Os autores

fazem referência a cinco importantes diferenças entre um processo de controle comum e um processo de controle gerencial:

a) comparado a um sistema de termostato1 ou um sistema de temperatura

corporal2, que já possuem todos os padrões estabelecidos, no processo de

controle gerencial o padrão ou modelo não é preestabelecido; ao contrário, é o resultado de um processo de planejamento consciente. Nesse processo, a

administração decide o que a organização deveria estar fazendo e parte do

processo de controle é uma comparação das realizações atuais com esses

planos. Assim, o processo de controle numa organização envolve

planejamento. Em muitas situações, planejamento e controle podem ser vistos como duas atividades separadas. O controle gerencial, entretanto, envolve tanto

planejamento como controle;

1 Maiores informações podem ser obtidas na obra citada, na qual os autores fazem referência a sistemas de controles comuns, como o termostato, sistema de temperatura corporal e o controle de um automóvel, a fim de traçar um paralelo entre estes e os sistemas d e controle gerencial.

2

(42)

b) à semelhança do controle de um automóvel3, mas diferentemente do

termostato ou do sistema de temperatura corporal, o controle gerencial não é

automático, visto que alguns dos detectores, isto é, instrumentos para detecção

do que está acontecendo na organização são mecânicos, mas importantes

informações são freqüentemente detectadas através dos sentidos humanos. Embora hajam formas rotineiras de comparar certas informações sobre o que

está acontecendo e os padrões de comportamento desejados, os gerentes devem

julgar se a diferença entre a performance atual e o padrão ou modelo é

suficientemente significativa para ações corretivas e, em caso afirmativo, quais

as ações a adotar. Ações tomadas para alterar o comportamento da organização envolvem seres humanos, ou seja, a fim de efetivar mudanças, um gerente deve

interagir com outras pessoas;

c) ao contrário de um automóvel, que geralmente envolve uma única pessoa, o

controle gerencial requer coordenação entre indivíduos. Uma organização consiste de muitas partes separadas; assim, o controle gerencial deve assegurar

que o trabalho dessas partes tenha harmonia entre si. Essa necessidade não

existe no caso do termostato e existe somente numa extensão limitada no caso

de vários órgãos que controlam a temperatura corporal;

d) a conexão entre a necessidade observada de ação e o comportamento exigido

para obter-se a ação desejada não é, de maneira alguma, transparente. Em sua

avaliação, um gestor pode decidir se os custos estão altos demais, mas não há

ação fácil ou automática, ou séries de ações que sejam garantia de baixar os

3

(43)

custos até o nível que o padrão ou modelo diz que deveriam ser. O termo

“caixa preta” é usado para descrever uma operação cuja natureza exa ta não

pode ser observada. Um sistema de controle gerencial é uma caixa preta. Não

se pode saber que ação um dado gerente tomará quando uma diferença

significativa entre a performance atual e esperada ocorrer; da mesma forma, não é possível prever a atitude que outros tomarão em resposta a essa ação.

Um termostato não é uma caixa preta, pois sabe-se exatamente quando ele

sinalizará que uma ação deverá ser tomada e o que tal ação representará. No

caso de um motorista, a fase de avaliação também requer julga mento do

indivíduo, mas a fase de execução é mecânica; e

e) o controle de uma organização não ocorre unicamente como uma conseqüência

de ações que são tomadas por um aparato de regulação externa como o

termostato. Muito do controle é autocontrole, isto é, as pessoas atuam não

necessariamente porque tenham recebido instruções específicas de seus superiores, mas em razão do seu próprio julgamento, que lhes diz qual ação é

indicada ou apropriada. Um motorista de automóvel que obedece ao limite de

velocidade faz isso não porque o sinal o comanda, mas, sim, porque ele decide

conscientemente que é de seu próprio interesse respeitar a legislação.

Em relação ao controle da organização, Mosimann e Fisch (1999) salientam que a

participação da controladoria consiste em avaliar se cada área da empresa está atingindo suas

metas de acordo com o seu planejamento, possibilitando, assim, a avaliação dos desvios

ocorridos. A concepção dos autores volta-se apenas ao resultado das áreas, mas cabe ressaltar

(44)

resultado das áreas causa no resultado global da organização. Dessa forma, a controladoria

participa do controle da organização como um todo, avaliando constantemente as

necessidades e possibilidades de mudanças.

O controle organizacional pode ser considerado como um controle em sentido amplo, voltado às necessidades da empresa como um todo, bem como de suas áreas de atividades. A

essência da área de controladoria é o controle; assim, uma de suas principais atribuições é o

controle da organização. No entanto, para chegar ao controle adequado da organização, é

necessário verificar a sua relação com os controles internos e o controle operacional.

O presente trabalho está focado na verificação do modo como a controladoria, nesse

ambiente de controle, participa do processo de gestão, que se caracteriza como um processo

de controle das operações da empresa.

2.2.3 Controle interno

Uma sólida base de controles internos representa a segurança necessária nas

informações geradas pela área de controladoria e, conseqüentemente, o apoio adequado em

todas as etapas do processo de gestão. Attie (1998, p. 110) reproduz o conceito de controle interno apresentado pelo Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados – AICPA:

O controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração.

(45)

O autor chama a atenção para a amplitude do significado de controle interno, que

inclui uma série de procedimentos que, se conjugados de forma adequada, asseguram a

fluidez necessária para a obtenção de algo palpável. Acrescenta que o controle somente atinge

seu significado e relevância quando é concebido para garantir um objetivo bem definido.

Roehl-Anderson e Bragg (1996) concebem a estrutura de controle interno da

organização como o conjunto de normas e procedimentos estabelecidos para que a

organização alcance seus objetivos e, nesse sentido, enfatizam poderem ser utilizados

procedimentos de controle em todas as atividades da empresa.

Todas as atividades desenvolvidas na organização devem estar alinhadas entre si a fim

de que o seu objetivo global seja alcançado. Para que se obtenha essa sinergia, faz-se

necessária a tomada de decisões, processo que exige um grande número informações. A

geração de informações adequadas depende, em grande parte, dos controles internos da

organização, que visam, entre outros aspectos, à criação de mecanismos a fim de evitar falhas ou, mesmo, fraudes nas atividades da organização, gerando confiabilidade ao sistema de

informações da empresa, que, por sua vez, subsidiam o processo de gestão.

Uma sólida estrutura de controles internos presente em todas as áreas da organização

permite o seu desempenho adequado e a otimização do resultado global da empresa. De outra forma, poder-se-ia imaginar, por exemplo, uma empresa com sua política de vendas

estabelecida através de normas e procedimentos adequados, em oposição à atividade de

compras, com falhas em relação à aquisição de matéria-prima, ou, mesmo, a outro

procedimento. Essa situação, que evidencia a falta ou ineficiência dos controles internos na

(46)

Pergunta Attie (1998, p. 113): “como é possível tomar decisões adequadas,

utilizando-se de informações que correm o risco de não utilizando-serem confiáveis ?” Com esutilizando-se questionamento, o

autor aborda a vital importância do controle interno, acrescentando que a confiabilidade dos

resultados gerados pelo fluxo que transforma dados em informações, com base nos quais as

decisões são tomadas, é essencial.

De acordo com o mesmo entendimento, como imaginar uma empresa que não dispõe

de qualquer tipo de controle? Certamente, a continuidade do seu fluxo de operações e

informações estará comprometido e não terá a possibilidade de aferir os resultados atingidos.

O controle interno é parte integrante de cada segmento da organização e cada

procedimento corresponde a uma parte do conjunto do controle interno. Se o departamento de

compras faz a aquisição de matéria-prima, por exemplo, devem existir procedimentos que

permitam verificar se o valor pago foi o mais conveniente, ou, mesmo, saber se a qualidade do

produto é adequada, além de que essa informação deve chegar a todos os setores que a utilizam, como contas a pagar, estoques e outros. Esse conjunto de procedimentos é que pode

ser considerado como controle interno e, de forma mais ou menos complexa, estarão presentes

em todas as atividades da organização.

Todas as empresas possuem controles internos, porém a diferença básica é que podem ser consistentes ou não. Assim afirma Attie (1998), acrescentando que essa classificação pode

ser dada analisando-se a eficiência dos fluxos de operações e informações e os seus

custos/benefícios. A implantação ou aprimoramento em determinado tipo de controle é tanto

(47)

Willson, Roehl-Anderson e Bragg (1998) destacam que, historicamente, a ênfase dos

sistemas de controles internos referia-se à prevenção de fraudes. Hoje, contudo, os controles

internos não são utilizados apenas para esse fim, e sim, acima de tudo, para monitorar a

consistência e a velocidade de conclusão das mais diversas operações realizadas na empresa.

Dessa forma, é importante salientar que não basta às organizações terem uma estrutura

de controle interno. É necessário que essa estrutura seja forte o suficiente para gerar as

informações necessárias aos diversos segmentos da empresa que as utilizarão na tomada de

decisões, sempre voltadas para atingir o resultado global da organização. A controladoria,

conforme abordado, participa da implantação e do monitoramento desses controles, o que possibilita, quando adequados, o controle de todas as operações da organização, materializado

no processo de gestão, que também é definido como um processo de tomada de decisões.

2.2.4 Controle das operações da organização

Attie (1998) aponta alguns fatores relacionados ao conceito de controle interno, dentre

os quais se destacam o plano de organização, métodos e medidas e a eficiência operacional, os

quais estão diretamente relacionados ao controle das operações da empresa.

Plano da Organização – é o modo pelo qual se organiza um sistema. A estrutura

organizacional deve corresponder a uma divisão adequada e balanceada de trabalho. Nesse

sentido, devem ser estabelecidas as relações de autoridade e responsabilidade entre os vários

níveis da organização, assim como devem ser definidas claramente as responsabilidades e

(48)

Quando a empresa adota o planejamento estratégico, está adotando um plano de

organização, que agrega, além dos fatores descritos, outros, que serão tratados no item 2.4.1,

referente ao planejamento estratégico.

Métodos e Medidas – estabelecem os caminhos e os meios de comparação e julgamento para se chegar a determinado fim. A empresa pode ser caracterizada como o

conjunto de vários subsistemas no qual cada um se compõe de uma cadeia de procedimentos

destinados a gerar e registrar informações finais. O planejamento de um sistema, além de

resultar num sistema eficiente, prático e útil, deve considerar a definição de procedimentos

especificamente destinados a promover o controle sobre todas as operações e atividades.

Em relação aos métodos e medidas a que se refere o autor, entende-se que, dadas as

suas características, são definidas no planejamento operacional da organização, quando se

estabelecem, de forma mais efetiva, quais serão as ações a serem tomadas para se chegar aos

objetivos pretendidos e, também, padrões de comportamento operacional que permitam o posterior controle dos resultados.

Eficiência Operacional – compreende a ação ou força a ser posta em prática nas

transações realizadas pela empresa. A definição de um adequado plano de organização, aliada

aos métodos e procedimentos bem definidos, assim como a existência de pessoal qualificado, tendem a implementar a desejada eficiência nas operações.

Entende-se que a eficiência operacional abordada pelo autor refere-se ao processo de

(49)

num consistente plano operacional, tende a resultar não só na eficiência, mas, acima de tudo,

na eficácia organizacional.

De acordo com a abordagem feita, verifica-se a caracterização do processo de gestão

como uma importante ferramenta de controle de todas as operações da empresa, pelo fato de compreender um plano de organização complexo e consistente, que, por um lado, visa à

otimização do resultado da organização, através da definição de metas claras, precisas e

atingíveis, e, por outro, estabelece, de forma clara e específica, os métodos e medidas a serem

utilizados na consolidação de um planejamento adequado, que venha a corresponder aos

resultados esperados.

De outra maneira, por perseguir, desde sua realização até sua execução e controle a

eficácia operacional, leva a que todas as atividades da organização sejam realizadas buscando

um resultado adequado não só para sua área específica, mas que reflita positivamente no

resultado global da organização.

Por representar a principal forma de controle das operações da empresa, o processo de

gestão será analisado de forma mais específica a fim de se verificar a participação da

controladoria nesse processo segundo o enfoque de integração, que se constitui no objetivo

principal deste estudo. Também será abordado o modelo de gestão, pois é com base nas definições desse modelo que se configura o processo de gestão das organizações (PEREIRA,

(50)

2.3 Modelo de Gestão

O modelo de gestão adotado por uma empresa representa a maneira como a mesma

desenvolve seu negócio e é decorrente de sua missão e dos objetivos formulados (PEREZ JUNIOR; PESTANA; FRANCO, 1997). Figueiredo e Caggiano (1997, p. 30) assim definem

modelo de gestão:

(...) um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças específicas e traduzem o conjunto de idéias, crenças e valores dos principais executivos, impactando, assim, todos os demais subsistemas empresariais; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois nele são definidas as diretrizes d e como os gestores vão ser avaliados, e os princípios de como a empresa vai ser administrada.

“Toda empresa possui um modelo de gestão, que se constitui de um conjunto de

crenças e valores sobre a maneira de administrá- la” (PEREIRA, 2001, p. 57). No mesmo

entendimento, Crozatti (1998) esclarece que esse modelo é o instrumento de gestão mais

significativo na empresa e tem como fundamento as crenças e valores dos seus líderes,

incluindo entre esses os fundadores, proprietários e principais gestores. O autor acrescenta

que o modelo de gestão é o conjunto de normas e princípios que orientam os gestores na

escolha das melhores alternativas para que a empresa cumpra sua missão com eficácia.

Para Figueiredo e Caggiano (1997), na definição do modelo de gestão são

contemplados, entre outros, os conceitos de estilo de gestão, processo de gestão, os princípios

da organização, os princípios de comunicação e informação, os conceitos e critérios de

avaliação dos gestores, a avaliação de resultado e a avaliação de desempenho.

Guerreiro (1989, p. 230-231) também enfatiza que o modelo de gestão corresponde a

(51)

• O estabelecimento de uma estrutura de operação adequada que possibilite o suporte requerido às suas atividades;

• A orientação geral dos esforços através de um estilo e “filosofia” de trabalho que criem atitudes construtivas;

• A adoção de um clima motivador e o engajamento de todos, principalmente dos gestores, em torno dos objetivos da empresa e de suas atividades;

• A aferição se a empresa está cumprindo sua missão ou não, se foi feito o que deveria ter sido em termos de produtos, recursos ou esforços, e se o que não foi está sendo corrigido ou aperfeiçoado;

• O conhecimento do comportamento das variáveis relativas aos ambientes externo e interno e suas tendências, do resultado da avaliação de planos alternativos de ação e das transações/eventos ocorridos em cada período e de onde e no que “as coisas” não correram satisfatoriamente.

O autor ainda acrescenta que o conjunto de princípios e definições que

consubstanciam o modelo de gestão impacta todos os demais subsistemas da organização, dos

quais destacamos:

a) Sistema de informação: este sistema é impactado quanto ao nível de

investimentos em sistemas, se as informações requeridas deverão ser obtidas

por sistemas formais ou não, próprios ou pacotes, gerais ou específicos,

integrados ou não; quais fases do processo decisório e modelos de decisão deverão ser atendidas, bem como conceitos de mensuração a serem

empregados e modelos de informação a serem configurados.

b) Processo de gestão: o processo de gestão é impactado quanto a se haverá ou

não planejamento estratégico e operacional e suas características básicas, planejamento de curto e longo prazo, amplitude, freqüência e metodologia

empregada; se haverá ou não controle, se será geral e/ou analítico, de resultado

ou de desempenhos, de processos, de freqüência, papéis das áreas operacionais

e da área financeira; se o estilo de gestão será centralizado ou participativo; se

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