O instrumento de coleta de dados escolhido foi o questionário, que, segundo Roesch (1996, p. 134), “é o instrumento mais utilizado em pesquisa quantitativa, principalmente em
pesquisas de grande escala”. Lakatos e Marconi (1991, p. 201) definem o questionário como
sendo “um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.
Após a elaboração de um questionário, o instrumento deve ser aplicado a título
experimental, constituindo-se numa prova prévia efetuada antes de sua utilização de fato.
“Pelo pré-teste podemos verificar se as palavras utilizadas são adequadas ao universo a ser
pesquisado, se elas são entendíveis e, ainda, se têm o mesmo significado para todos os
indivíduos” (WITT, 1973, p. 52). Nesse sentido, pode-se verificar que o pré-teste tem a finalidade de melhorar ou, mesmo, de identificar falhas que poderiam prejudicar o
desenvolvimento da pesquisa. “O pré-teste não deve ser aplicado na mesma população alvo
do estudo definitivo, ou na área do estudo final. Será aplicado em população com
No mesmo sentido, Lakatos e Marconi (1991, p. 203) alertam que o pré-teste “deve ser
aplicado em populações com características semelhantes, mas nunca naquela que será alvo do
estudo”. Dessa forma, o questionário foi aplicado, a título de pré-teste, em três empresas com
as mesmas características da amostra, incorporando-se ao questionário as observações
apontadas pelos respondentes.
O questionário utilizado para a pesquisa foi composto de quinze questões (Apêndice 1)
fixas, com exceção da questão 12, na qual o respondente deveria indicar a área ou áreas
responsáveis pela implantação dos controles internos da empresa, sem que fossem listadas
quaisquer áreas para sua escolha. Com exceção desta, as questões forneceram uma lista fixa de alternativas de resposta, o que permitia que o participante analisasse uma ou mais como
indicativo da melhor resposta. Rea e Parker (2002, p. 44) apontam as seguintes vantagens em
relação às perguntas fechadas:
Há várias vantagens nas perguntas fechadas. Uma delas é que o conjunto de alternativas de resposta é uniforme e portanto facilita comparações entre os entrevistados. Para digitação dos dados, essa uniformidade permite a transferência direta de dados do questionário para o computador, sem estágio intermediários. Outra vantagem é que a lista fixa de possibilidades de resposta tende a tornar a pergunta mais clara para o entrevistado.
Os autores afirmam que as perguntas fechadas também trazem desvantagens por
existir a possibilidade de o respondente estar incerto em relação à melhor alternativa e, dessa
forma, selecionar ao acaso uma das respostas propostas.
No questionário enviado, a maior parte das questões contemplava a alternativa
“outros”, para que o respondente se sentisse à vontade para identificar outras alternativas em
relação às possibilidades de resposta. Esta alternativa somente não ocorreu nas questões 1 e 2,
que questionavam dados relativos a número de empregados e faturamento; na questão 3, que
as alternativas “sim” e “não”; a questão 4, que interrogava sobre a formalidade do
planejamento estratégico, contemplou as alternativas “informal”, “formal” e “não temos o
planejamento estratégico”; a questão 5, na qual se questionava sobre a existência de algum
processo de discussão da estratégia, caso o planejamento estratégico fosse informal ou não
ocorresse, também contemplava somente as alternativas “sim” e “não”; da mesma forma a questão 12, que não dava ao respondente uma alternativa de resposta, devendo este descrever
a área ou áreas responsáveis pela implantação dos controles internos da empresa.
O encaminhamento do questionário deu-se da seguinte forma: primeiramente, as
empresas foram contatadas via telefone, ocasião em que, na maioria das vezes, conversou-se diretamente com o respondente da pesquisa; em alguns casos, foram contatados
intermediários, que transmitiram as informações posteriormente aos responsáveis. Nesse
contato, efetuou-se a identificação do pesquisador e dos objetivos da pesquisa, bem como
verificou-se a disponibilidade para responder ao questionário. Foi solicitado o e-mail do
respondente para o envio do questionário e logo após o contato via telefone, foi enviado um e- mail referenciando o contato telefônico anterior e enviando anexos o questionário e a carta de
apresentação (Apêndice 2), contendo maiores dados sobre a pesquisa, bem como o
comprometimento de enviar à empresa participante cópia das conclusões do estudo.
Essa fase se iniciou em 3 de dezembro de 2004 e estendeu-se até o dia 16 do mesmo mês. Até o dia 17 de dezembro haviam sido recebidos 42 questionários respondidos. No dia
20 foi enviada uma nova correspondência (Apêndice 3) através de e-mail para as empresas
que já haviam sido contatadas e ainda não tinham dado retorno, na qual ficou estabelecido que
os questionários seriam recebidos até o dia 28 de dezembro, já que os 42 devolvidos até o dia
A partir da segunda correspondência, algumas empresas comunicaram que não teriam
possibilidade de responder ao instrumento alegando motivos diversos. Então, foram recebidos
nessa fase mais 24 questionários, perfazendo um total de 66 até o dia 29 de dezembro, quando
se encerrou a fase de coleta de dados.
À medida que eram recebidos, os questionários eram revisados a fim de se verificar se
alguma questão não havia sido respondida. Ocorreram quatro casos desta natureza, mas foram
resolvidos tão logo os respondentes receberam novo e-mail comunicando as inconsistências.
Como salientado anteriormente, após a tabulação dos dados, foram excluídos 18 questionários, por se tratar de empresas que não contavam com a área de controladoria de
maneira formal, reduzindo-se, assim, o número de questionários utilizados para 48.