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MOTIVAÇÃO DISCENTE PARA A APRENDIZAGEM DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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C o n t : Re gi str o C o n b il V o l. 3 , N º 3 ( 2 0 1 2 ).

MOTIVAÇÃO DISCENTE PARA A APRENDIZAGEM DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

STUDENT MOTIVATION FOR LEARNING IN COURSES COURSE OF SCIENCES ACCOUNTING

Carlos Roberto Souza Carmo1 Gilberto José Miranda2 Edvalda Araújo Leal3

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de motivação dos estudantes de graduação em Ciências Contábeis de uma universidade pública brasileira em relação às disciplinas que compõem os núcleos profissional, básico e teórico-prático da proposta de currículo nacional do Conselho Federal de Contabilidade. A partir da análise fatorial, pelo método do componente principal, aplicada a uma amostra composta pelas respostas de 261 alunos, foram identificados nove fatores que explicaram 65,79% das variações das medidas originais, portanto, um bom nível de representação dos dados. Caracterizado com um estudo empírico-descritivo de abordagem quantitativa, este trabalho evidenciou que os estudantes se sentem mais motivados para cursar as disciplinas do núcleo profissional. Na sequência, vieram as disciplinas do núcleo básico e, por último, as disciplinas do núcleo teórico-prático. Também foi constatado que os estudantes que estão cursando períodos mais avançados do curso apresentaram níveis menores de motivação geral, comparativamente aos estudantes de períodos iniciais.

Palavras-chave: Motivação discente. Aprendizagem. Currículo.

Abstract

The objective of this study was to evaluate the level of motivation of students graduate in Accounting from a Brazilian public university in relation to the disciplines that make up the core professional, and theoretical and practical basics of the proposed national curriculum of the Federal Accounting Council. From the factor analysis, principal component method, applied to a composite sample of the responses of 261 students, nine factors that explained 65.79% of the variations of the original measures, therefore, a good level of data representation. Featured with an empirical-descriptive quantitative approach, this study showed that students feel more motivated to study subjects in the career center. Following came the core disciplines of basic and, finally, the core disciplines of theoretical and practical. It was found that students who are enrolled in the later periods of the course showed lower levels of overall motivation compared to students of earlier periods.

Keywords: Student motivation. Learning. Curriculum.

1

Mestre em Ciências Contábeis e professor da Universidade Federal de Uberlândia - crscarmo@facic.ufu.br 2 Doutor em Contabilidade e Controladoria e professor da Universidade Federal de Uberlândia -

gilbertojm@facic.ufu.br 3

Doutoranda em Administração pela FGV-EASP e professora da Universidade Federal de Uberlândia - edvalda@facic.ufu.br

Artigo editado por Luiz Carlos Marques dos Anjos. Recebido em 29/04/2012. Avaliado em 05/06/2012. Reformulado em 28/06/2012. Recomendado para publicação em 30/07/2012.

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Re C o n t : Re gi str o C o n b il V o l. 3 , N º 3 ( 2 0 1 2 ). 1 INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea, a educação torna-se fator determinante para o nível da qualidade de vida das pessoas e para a competitividade das organizações. Na busca de uma formação do contador que vá além dos quesitos técnicos inerentes à profissão, o ensino de Contabilidade no Brasil tem passado por transformações. A atuação profissional do contador tem sofrido mudanças significativas nos últimos tempos em razão das alterações no ambiente de negócios. Essas modificações exigem dos contadores determinadas competências que vêm se alterando ao longo do tempo.

No atual contexto econômico mundial, onde as organizações buscam diferenciar-se, o papel do contador também se transformou. A Contabilidade, na condição de ciência social, sofre alterações na medida em que o ambiente no qual ela atua se modifica. Assim, mudanças políticas, econômicas e sociais alteram o comportamento da sociedade com reflexos sobre a Contabilidade, que deve propiciar respostas adequadas às demandas advindas dessas mudanças (OTT; PIRES, 2008). A complexidade e a incerteza no ambiente em que estão inseridas exigem das organizações a construção de capacidades dinâmicas de novas práticas de gestão e a busca constante por profissionais qualificados. O mercado requer profissionais dotados de habilidades e competências que os tornem capazes de promover o desenvolvimento organizacional.

As Diretrizes Curriculares do Ministério da Educação (MEC-CNE, 2008) indicam o perfil desejado para o egresso do curso de Ciências Contábeis, ou seja, espera-se que ele exerça a profissão com responsabilidade social e apresente atuação técnica e instrumental, considerando outros ramos do saber e evidenciando o domínio de habilidades e competências inter e multidisciplinares. Nesse sentido, torna-se relevante buscar pistas sobre as motivações dos alunos do curso de Ciências Contábeis para estudo dos conteúdos de formação básica, formação profissional e formação teórico-prática, conforme estabelecem as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Contábeis por meio da resolução CNE/CES n. 10/2004 (MEC-CNE, 2004).

No ensino da Contabilidade, percebe-se que existem fortes interligações com diversas outras áreas do saber, sabe-se que a articulação entre diferentes disciplinas e campos do conhecimento é imprescindível para formar profissionais capazes de enfrentar os desafios da sociedade atual. Nas diretrizes curriculares do curso de Ciências Contábeis, além das disciplinas especificas da área, está previsto um conjunto de disciplinas de Administração, Economia, Direito, Matemática, Estatística, dentre outras, que participam da formação do contador.

Essa investigação pode ser caracterizada como um estudo empírico-descritivo de abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada diretamente com os estudantes de Ciências Contábeis, pelo método survey, por meio da aplicação de um questionário cujas respostas fornecidas foram notas abertas com valores entre 0 e 10. De uma população de 453 alunos matriculados, a amostra da pesquisa foi composta por 261 respondentes integrantes das 10 etapas do curso escolhido para essa análise.

Ao considerar a importância da motivação como um dos fatores direcionadores da aprendizagem discente em geral e, em especial, em nível superior, e, ainda, a necessidade de uma proposta de programa curricular que viabilizasse a harmonização do ensino na área das Ciências Contábeis (CARNEIRO et al, 2009), este trabalho tem por objetivo avaliar o nível de motivação dos estudantes de graduação em Ciências Contábeis de uma universidade pública

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brasileira para estudarem as disciplinas dos núcleos profissional, básico e teórico-prático da proposta de currículo nacional do Conselho Federal de Contabilidade, de forma que se possa avaliar se essa motivação está alinhada com a referida proposta de curricular.

Este trabalho é composto por quatro outras seções além desta introdução. A seção dois apresenta a revisão bibliográfica constituída para formação da plataforma teórica que suportou este estudo. Na seção três são discutidos os métodos utilizados para desenvolvimento da pesquisa, com ênfase à caracterização do estudo e ao processo de análise fatorial. Na quarta etapa são apresentados os resultados alcançados e a respectiva análise. A quinta e última parte foi reservada para as considerações finais acerca de todo o trabalho de investigação e os respectivos resultados.

2 PLATAFORMA TEÓRICA

2.1 Motivação para a Aprendizagem

No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a definição de motivação refere-se a “[...] um conjunto de processos que dão ao comportamento uma intensidade, uma direção determinada e uma forma de desenvolvimento próprias da atividade individual” (HOUAISS; VILLAR, 2009, p.1968). No âmbito educacional, a motivação pode ser entendida como um processo que conduz os indivíduos à realização de atividades e tarefas, ela é evidenciada a partir de um comportamento, o que a torna observável (RIBAS, 2008). A autora conceitua a motivação como:

[...] um impulso, força, desejo ou estímulo, que varia de indivíduo para indivíduo e que o conduz à ação, fazendo-o se esforçar e persistir numa tarefa. Ela é dependente de fatores pessoais (crenças, auto-conceitos, objetivos, expectativas), metodológicos (postura e forma de trabalhar do professor) e físicos, materiais e administrativos da escola (normas e recursos oferecidos) (RIBAS, 2008 p.53).

Dörnyei (2000) corrobora com a definição apresentada por RIBAS (2008) e complementa afirmando que as teorias sobre motivação, no geral, buscam elucidar três aspectos do comportamento humano: a escolha por uma dada ação, a persistência e o esforço despendidos. Entretanto, indica que o indivíduo pode ou não apresentar características da motivação, as quais determinarão as escolhas por algumas atividades em detrimento de outras, e podem ocorrer mudanças no nível de motivação no decorrer do tempo.

Ribas (2008), em seu estudo, afirma que a motivação dos alunos é variável, ocorrendo oscilações entre níveis altos e baixos em decorrência de diferentes fatores. A autora concluiu que a motivação dos alunos é caracterizada por uma relação de interdependência entre três tipos de fatores: (a) pessoais que envolvem as percepções, as crenças, os objetivos e as expectativas; (b) fatores metodológicos relacionados a conteúdos e atividades desenvolvidas; e (c) as condições físicas, materiais e administrativas da instituição de ensino relacionadas a número de alunos por sala, materiais e recursos disponíveis; além de abordar o foco no papel exercido pelo professor relacionado à postura e forma de trabalhar que influenciam a motivação dos alunos.

A atuação do professor exerce grande influência em situações de aprendizagem do aluno, bem como sobre sua motivação. A orientação do professor, suas características pessoais, as estratégias de aprendizagem que utiliza, a forma de avaliar e se relacionar com

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os estudantes exercem grande impacto sobre a motivação intrínseca ou extrínseca que estes apresentam nas salas de aula (GARRIDO, 1990).

Algumas teorias têm sido empregadas para explicar o fenômeno da motivação no contexto escolar. Sendo que, normalmente, tais teorias são provenientes do campo da psicologia e, com passar do tempo, foram adaptadas, por muitos pesquisadores, para a aprendizagem escolar.

Uma das principais teorias acerca da motivação discente para aprendizagem é a Teoria da Autodeterminação (SDT – Self-Determination Theory), utilizada em muitos estudos para evidenciar que a motivação pode produzir um efeito na aprendizagem e no desempenho dos estudantes, da mesma forma que a aprendizagem pode interferir na motivação (WECHSLER, 2006; PFROMM, 1987).

De acordo com a Teoria da Autodeterminação, a idéia de motivação intrínseca e extrínseca está presente no estudo da motivação relacionada com a aprendizagem escolar. Ou seja, um aluno extrinsecamente motivado é aquele que desempenha uma atividade por estar interessado em obter recompensas externas ou sociais. Este tipo de aluno realiza as suas tarefas com o objetivo principal de obter reconhecimento, demonstrar competência, ou seja, receber algum tipo de valorização externa. De modo contrário, o aluno motivado intrinsecamente é aquele cujo envolvimento e manutenção na atividade acontece pela tarefa em si mesma (WECHSLER, 2006).

Pintrich e Schunk (1996), analisando as características da motivação, afirmam que a mesma consiste em um fenômeno complexo e multifacetado, sendo influenciada por uma infinidade de fatores, que inclusive podem impactar o rendimento escolar do estudante. Assim sendo, a ênfase dada às notas escolares pelos professores, a forma de estruturação das aulas e até mesmo a inflexibilidade do currículo escolar para atender aos diferentes estilos de aprender dos alunos pode afetar a motivação dos mesmos, e, consequentemente, o seu desempenho escolar.

No Brasil, as IES, na elaboração da estrutura curricular do curso de Ciências Contábeis, devem seguir a Resolução do Conselho Nacional de Educação CNE/CES n. 10/2004 que definiu as Diretrizes Curriculares que trata do perfil desejado do egresso; das competências e habilidades desejadas; e dos conteúdos curriculares. O Conselho Federal de Contabilidade emitiu um documento em que aponta a proposta de currículo nacional, no qual indica as disciplinas a serem ministradas no curso. Neste contexto, o presente estudo busca avaliar o tipo motivacional dos estudantes de Ciências Contábeis para a aprendizagem dos conteúdos curriculares proposto pelo currículo nacional. Por isso, no próximo tópico serão apresentadas as principais características do currículo nacional, levando em conta as demandas do mercado.

2.2 Currículo e Proposta de Currículo Nacional

Ao assumir que um dos objetivos do conjunto de componentes curriculares de um curso superior é permitir a criação da base sobre a qual o aprendizado voltado para o exercício profissional possa ser desenvolvido, o currículo de um curso na área das Ciências Contábeis deve oferecer as condições mínimas necessárias à integração de grupos de conhecimentos que sejam capazes de propiciar ao aluno os meios necessários ao exercício das profissões relacionadas à contabilidade propriamente dita.

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Nesse contexto, percebem-se quatro grupos mínimos de conhecimentos a serem abordados pelo currículo de um curso superior na área da contabilidade, ou seja: (i) os conhecimentos de natureza mais generalista e, portanto, relacionados à capacitação dos estudantes para o desenvolvimento analítico e interpretativo acerca do processo de produção do conhecimento em geral; (ii) conhecimentos relacionados ao ambiente empresarial, ou seja, conhecimentos relacionados à dinâmica das operações organizacionais; (iii) conhecimentos contábeis propriamente ditos; e, (iv) conhecimentos referentes às especializações contábeis, isto é, um grupo de conhecimentos que permitam ao educando de nível superior direcionar a sua área de atuação dentro da profissão contábil (COSTA, 2003).

Acerca do agrupamento mínimo de conhecimentos em eixos temáticos, entende-se eixo temático como “[...] um recorte, conquanto ainda um tanto amplo, na área de conhecimento” (CARNEIRO et al, 2009, p. 22). A Resolução CNE/CES n.º 10/04 destaca que as disciplinas do curso de Ciências Contábeis devem perfazer um total de 3.000 horas e serem organizadas em três eixos temáticos, ou seja: conteúdos de “Formação Básica” (900 horas/aula); conteúdos de “Formação Profissional” (1.680 horas/aula); e, conteúdos de “Formação Teórico-Prática” (420 horas/aula).

Ao levar em consideração que, no Brasil, as Instituições de Ensino Superior devem pautar-se nas diretrizes curriculares nacionais e essas, por sua vez, definem apenas eixos temáticos a partir dos quais cada instituição possui certa autonomia para desenvolver seu próprio currículo, no processo de elaboração dessa grade curricular deveriam ser contemplados aspectos que vão além da qualidade técnica do egresso de um curso de Ciências Contábeis. Pois, conforme dito no início desse trabalho, a atuação profissional do contador tem sofrido mudanças significativas nos últimos tempos em razão das alterações no ambiente de negócios.

Com relação específica à autonomia comentada, Dutra (2003) destaca dois contextos a serem analisados, um diz respeito à liberdade da instituição para estabelecimento das suas políticas educacionais, e outro que está relacionado às suas responsabilidades com a qualidade dos programas contemplados no currículo e na política educacional da Instituição. Ao apresentar a Proposta Nacional de Conteúdo para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, Carneiro et al (2009, p. 5) afirmam que diante do grande de número de Instituições de Ensino Superior ofertantes de cursos de Ciências Contábeis no Brasil (“[...] mais de 1.000 [...]”) e, por consequência, diante da diversidade decorrente das inúmeras matrizes curriculares adotadas, tornou-se necessária a proposta de um programa curricular que viabilizasse a harmonização do ensino nessa área de conhecimento, no que se refere a conteúdo, ementário e bibliografia.

Ao definir o conteúdo relativo às disciplinas que compõem a Proposta de Currículo Nacional do Conselho Federal de Contabilidade, Carneiro et al (2009) observam que os conteúdos de formação básica compreendem o estudo de componentes curriculares relacionados com outras áreas do conhecimento diferentes da contabilidade, em especial a administração, economia, direito, métodos quantitativos, matemática e a estatística.

No que se refere aos conteúdos de formação profissional, Carneiro et al (2009) destacam que eles compreendem componentes curriculares específicos e relacionados à teoria da contabilidade, atividades atuariais, informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não governamentais, de auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, e, ainda, todas as suas aplicações peculiares aos setores público e privado.

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Com relação aos conteúdos de formação teórico-prática, Carneiro et al (2009) afirmam que eles referem-se ao estágio curricular supervisionado, atividades complementares, aos estudos independentes e conteúdos optativos e, ainda, às práticas em laboratórios de informática usando softwares atualizados para contabilidade.

Em linhas gerais, percebe-se que a Proposta Nacional de Conteúdo para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis tem servido de parâmetro para revisões curriculares em todo o Brasil desde sua divulgação, a partir de 2008.

2.3 Demandas Curriculares no Cenário Internacional

Ott et al (2011, p. 2), ao analisarem o cenário internacional, verificaram que órgãos e pesquisadores da Contabilidade têm debatido a educação na área contábil por quase duas décadas. As conclusões a que chegaram indicam que “[...] o currículo de Contabilidade tem pouca relevância para a prática contábil.” Por isso, os autores ainda complementam “[...] o conteúdo do currículo e o desenvolvimento dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes dos discentes devem ser revistos de forma que possam adequar às demandas do mercado profissional” (OTT et al, 2011, p. 2). Ou seja, existe uma lacuna entre o ensino na universidade e as práticas contábeis vigentes nos mercados.

Na busca pelas causas da lacuna entre a academia e o mercado, Albrecht e Sack (2000) destacaram os seguintes fatores: os conhecimentos transmitidos, as habilidades ensinadas e as metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas pelas instituições. Ou seja, as instituições de ensino têm dificuldades para reproduzir ambientes organizacionais. Segundo os profissionais respondentes da pesquisa de Albrecht e Sack (2000), as atividades mais demandadas dos graduados em contabilidade são: (a) análise financeira; (b) planejamento financeiro; (c) elaboração de demonstrações contábeis; (d) consultoria estratégica; e (e) consultoria de sistemas. Já os educadores, que participaram da referida pesquisa, entendem que os serviços de auditoria apresentam maior demanda (ALBRECHT; SACK, 2000).

Nesse sentido, o IFAC (2010), por meio do International Education Standard 2, destaca que os conhecimentos necessários ao contador são: (a) conhecimentos de contabilidade, finanças e áreas afins (contabilidade financeira, contabilidade gerencial, tributação, direito, auditoria, finanças e ética profissional); (b) conhecimentos sobre as organizações e negócios (economia, governança corporativa, métodos quantitativos, mercado financeiro, comportamento organizacional, tomada de decisões gerenciais e estratégicas, marketing e negócios internacionais e globalização; e (c) conhecimentos sobre tecnologia da informação (gerenciamento de sistemas de informações).

Da mesma forma, a Accounting Education Change Commission – AECC (1999) entende que os profissionais da Contabilidade devem possuir três grupos conhecimentos: (a) conhecimentos gerais; (b) conhecimentos organizacionais e de negócios; e (c) conhecimentos sobre contabilidade e auditoria.

A convergência dos padrões internacionais de Contabilidade representa, de certa forma, a globalização no âmbito contábil. Nesse sentido, o contador que irá atuar nesse contexto demandará, além da capacidade técnica, a capacidade de entender e julgar critérios, de interpretar normas e princípios. Miller e Becker (2010), analisando a possibilidade de futura implantação dos International Financial Reporting Standard (IFRS) no cenário americano, entendem que um dos maiores e mais importantes obstáculos para uma transição bem sucedida é a educação dos futuros contabilistas.

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Nesse processo de mudança de paradigmas, a ênfase na técnica perde espaço para a predominância da criticidade e da capacidade de refletir e julgar, por parte do contador. De acordo com Miller e Backer (2010), os métodos de ensino da Contabilidade terão que mudar, pois, os padrões internacionais (IFRS) são baseados em princípios, enquanto que as normas americanas são baseadas em regras. Portanto, a forma de ensinar deverá se adequar a uma nova realidade. Dito de outra forma, “[...] o ensino de IFRS exigirá maior ênfase curricular no pensamento criativo, na capacidade analítica, na tomada de decisão e no trabalho em equipe.” (MILLER; BECKER, 2010, p. 66).

Assim, compreender as demandas nacionais e internacionais que profissão contábil estabelece, bem como conhecer os conteúdos que mais motivam os alunos que ingressam nos cursos de Ciências Contábeis é o desafio que se coloca.

2.4 Estudos Similares

Ao pesquisar as razões que conduziram alguns dos alunos da modalidade à distância avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), de 2007, a um desempenho superior, Litto (2008) observou que os alunos psicologicamente e cronologicamente mais experientes e maduros apresentavam maior motivação e disciplina para o estudo em nível superior.

Com o intuito de analisar as características dos fatores de motivação dos estudantes do curso de Administração de instituições públicas e privadas, de forma a identificá-los e compará-los, Falcão e Rosa (2008) realizaram uma investigação junto a 267 universitários de instituições públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro. De acordo com os autores, inicialmente, a pesquisa permitiu inferir que, devido às características do próprio sistema educacional, os alunos ingressantes de cursos superiores já se encontram orientados extrinsecamente para buscar metas. Falcão e Rosa (2008) observaram que, pelo fato de a grande maioria dos alunos de universidades particulares já atuarem no mercado de trabalho, eles percebem o ato de cursar uma universidade como um fator motivador mais elevado, diferentemente do aluno de uma instituição pública. Com relação a esta última categoria de alunos, os autores destacaram que a sua percepção está mais relacionada com o início da sua vida profissional.

A pesquisa de Falcão e Rosa (2008), ao analisar as características motivacionais de calouros e veteranos, detectou que os estudantes das universidades públicas apresentam um aspecto crescente em termos de motivação, à medida que vão progredindo no curso. Nas instituições particulares, ocorre o contrário. A maioria dos universitários entra mais motivada e, com o passar do tempo, essa motivação vai decrescendo.

Para analisar o interesse e a atitude de estudantes de cursos de graduação em Contabilidade com relação à área de conhecimentos envolvendo métodos quantitativos, Costa et al (2009) desenvolveram um estudo de campo junto a 144 estudantes de instituições de ensino superior de Fortaleza. Após a avaliação dos dados por meio de análise descritiva e da análise de regressão linear, os autores observaram que aqueles estudantes não demonstraram uma atitude entusiasmada em relação às disciplinas de métodos quantitativos. Os autores também verificaram que o interesse dos estudantes é positivamente influenciado pelas suas percepções de importância e autoconfiança, sendo que, a percepção quanto às dificuldades relativas a essa área do conhecimento influenciam seu interesse de forma negativa.

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No ensino da contabilidade, no contexto nacional, Oliveira et al (2010) realizaram uma pesquisa com estudantes do Curso de Ciências Contábeis para identificar qual o nível de motivação de acadêmicos do ano de 2008, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES, MG). Foram revelados altos níveis de motivação dos alunos, tanto para aqueles de períodos iniciais quanto para os de períodos finais. No entanto, os autores alertam para menores níveis de motivação dos alunos em períodos mais adiantados do curso (veteranos), considerando menor nível do tipo de motivação ligada ao prazer com a universidade.

Leal, Miranda e Carmo (2011) avaliaram a motivação dos estudantes de Ciências Contábeis à luz da Teoria da Autodeterminação. A amostra foi composta por 259 estudantes do referido curso. Os resultados indicaram que, entre os universitários estudados, existe uma motivação bem diversificada para a aprendizagem. As comparações revelaram estudantes, por um lado, preocupados em aprofundar o nível de conhecimentos ou em atingir uma fundamentação adequada para o desempenho de sua futura atuação; por outro lado, estudantes preocupados apenas com a obtenção do diploma ou interessados em comparecer às aulas para garantir frequência.

3 METODOLOGIA DA PESQUISA 3.1 Caracterização do Estudo

Para Gall, Gall e Borg (2007) o objetivo da pesquisa educacional é gerar conhecimentos que descrevam, façam predições, tragam melhorias e expliquem os processos e práticas relacionados à educação. Neste estudo foi utilizada a estratégia descritiva que, segundo os autores, trata-se da descrição dos fenômenos naturais ou sociais, normalmente, relacionadas à sua forma, estrutura, atividade, mudanças ao longo do tempo, relação com outros fenômenos e assim por diante. Para tanto, optou-se pelo uso de questionários como instrumento de coleta de dados primários. Foram aplicados questionários a 261 alunos, do primeiro ao décimo período, do turno noturno, do curso de graduação em Ciências Contábeis da Faculdade de uma universidade pública brasileira, da região do Triângulo Mineiro, no primeiro semestre de 2011.

Cabe destacar que a escolha do turno noturno para realização dessa investigação se deve ao fato de que, na instituição alvo do estudo, o curso de Ciências Contábeis em turno integral não possuia todas as suas turmas completas. Ou seja, uma vez que a oferta desse curso em regime integral se deu a partir do primeiro semestre de 2009, no momento em que foi realizada a coleta de dados existiam apenas cinco turmas em andamento nesse regime de curso (turno integral).

Para realização do processo de coleta de dados, inicialmente, foram agendadas datas e horários com os professores de cada uma das dez turmas pesquisadas. Já em sala de aula, foi solicitada autorização ao professor para aplicação do questionário e, aos participantes, que assinassem um termo de consentimento esclarecido. Assim, uma vez que os alunos responderam ao questionário em sala de aula, aqueles 261 estudantes participantes referem-se a cerca de 58% do total de alunos matriculados no curso de Ciências Contábeis, no turno noturno, efetivamente presentes no momento da coleta dos dados propriamente dita.

O questionário foi estruturado em dois blocos de questões. O primeiro contemplava dados dos respondentes (período, idade, gênero e experiências profissionais). O segundo

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bloco contemplava a lista de disciplinas presentes na proposta de currículo nacional do Conselho Federal de Contabilidade (42 itens). Sendo que foi solicitado aos participantes atribuírem nota de 0 a 10 (zero a dez) sobre o quanto se sentiam motivados a estudar aquelas disciplinas.

3.2 Análise dos Dados

Para identificar os fatores que caracterizam as principais áreas na formação do contador a partir da motivação dos discentes pesquisados, foi utilizada a análise fatorial exploratória. Essa técnica tem o objetivo de simplificar o conjunto de dados obtidos com a aplicação do instrumento de coleta, pois, segundo Fávero et al (2009, p. 236), o objetivo dessa metodologia de análise multivariada é “[...] permitir a simplificação ou redução de um grande número de variáveis por meio da determinação das dimensões latentes comuns (fatores).” Além disso, essa técnica “[...] transforma um conjunto de variáveis correlacionadas em outro grupo que pode ser não correlacionado de maneira a reduzir a complexidade e facilitar a interpretação dos dados”(FÁVERO et al, 2009, p. 236).

Para a realização da análise fatorial, ainda de acordo com Fávero et al (2009), como regra geral, a amostra deve ser composta por um número de observações, no mínimo, 5 vezes maior que o número de variáveis investigadas. Neste estudo, o banco de dados possuía 42 variáveis e participaram da pesquisa 261 alunos, ou seja, 6,21 observações para cada variável.

Foram realizados os testes KMO (Kaiser-Meyer-Olkin), relativos à adequação da amostra (KMO = 0,878), e o Teste de Esfericidade de Bartlett (sig. = 0,000). Segundo Fávero et al (2009, p. 254), o teste KMO “[...] compara as correlações simples com as parciais observadas entre as variáveis.” Sendo que, “[...] valores de KMO próximos de zero indicam que a análise fatorial pode não ser adequada, já que explicam a existência de uma fraca correlação entre as variáveis” (FÁVERO et al, 2009, p. 254).

Adicionalmente, para avaliar o nível de confiabilidade, tanto do instrumento de coleta quanto dos fatores encontrados, foi o utilizado o Alpha de Cronbach (HAIR JR. et al, 2005), informado na última linha da Tabela 1, apresentada mais adiante.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Inicialmente, observou-se que os períodos que apresentaram as menores quantidades de alunos participantes foram o primeiro e o nono períodos, com 18 respondentes cada. Enquanto o período que teve o maior número de respondentes foi o quinto período, com 42 respostas. Foi verificado que 91,6% da amostra possuíam até 28 anos de idade. Em termos de gênero, 154 estudantes (59%) eram do sexo feminino e 107 (41%) do sexo masculino. Ainda pôde ser observado que 136 alunos (52,1%) possuíam algum tipo de experiência na área contábil.

A análise fatorial foi realizada tomando-se as 42 disciplinas constantes na proposta de currículo nacional do Conselho Federal de Contabilidade e a amostra de 261 estudantes, já caracterizada.

Na primeira etapa, foi realizado o teste de scree que, segundo Hair Jr. et al (2005 p.102), “[...] é usado para identificar o número ótimo de fatores que podem ser extraídos antes que a variância única comece a dominar a estrutura de variância comum.” O Erro!

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Fonte de referência não encontrada. apresenta o gráfico de Scree que indica os autovalores e os componentes principais, representando, em cada inclinação da reta, o ponto de rotação de cada fator encontrado. O gráfico também apresenta a variância explicada por cada componente principal na ordem do maior para o menor (HAIR JR. et al, 2005).

Gráfico 1 – Gráfico de Scree

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa

Os autovalores representam a variância explicada pelo respectivo fator. Assim, para determinar o número de fatores leva-se em consideração a proporção da variação total captada pelos fatores (HAIR JR. et al, 2005). Neste estudo, o método de análise dos componentes principais indicou o surgimento de nove fatores (autovalores acima de 1), que explicam 65,79% da variabilidade total dos dados. Percebe-se que a partir do nono componente os autovalores declinam de forma aproximadamente linear.

Tabela 1 – Análise Fatorial (Rotação Varimax)

Disciplinas Fatores Fa to r 1 : Dir ei to Fa to r 2 : Con t. G er al Fa to r 3 : Con t. G er en cia l Fa to r 4 : Crí tica s Fa to r 5; A dm. Fa to r 6 : P úb li ca e A udit . Fa to r 7: Teór ico -pr át ica Fa to r 8: F in an . Fa to r 9: Qua n t.

Instituições de Direito Público 0,75

Direito Comercial 0,87

Direito e Legislação Tributária 0,81

Direito Comercial 0,76

Legislação Societária 0,57

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Planejamento e Contabilidade Tributária 0,41

Contabilidade Básica 0,76

Contabilidade Societária 0,82

Contabilidade Avançada 0,75

Teoria Geral da Contabilidade 0,46

Análise das Demonstrações Contábeis 0,61

Contabilidade de Custos 0,77

Controladoria 0,75

Economia 0,47

Estrutura das Demonstrações Contábeis 0,50

Apuração e Análise de Custos 0,70

Filosofia da Ciência 0,67

Ética e Legislação Profissional 0,49

Psicologia Organizacional 0,66

Metodologia do Trabalho Científico 0,58

Responsabilidade Social 0,57

Análise de Projetos e Orçamento

Empresarial 0,50

Administração 0,71

Comunicação Empresarial 0,77

Sistemas de Informação Gerencial 0,49

Empreendedorismo 0,74

Auditoria 0,56

Gestão de Finanças Públicas 0,66

Perícia 0,73

Contabilidade Aplicada ao Setor Público 0,73

Atividades complementares 0,56

Trabalho de Conclusão de Curso 0,76

Estágio curricular 0,76 Tecnologia da Informação 0,44 Finanças Empresariais 0,55 Avaliação e Arbitragem 0,44 Mercado de Capitais 0,74 Matemática Financeira 0,69 Métodos Quantitativos 0,68 Matemática 0,73 Autovalores (eigenvalue) 12,401 3,519 2,866 1,77 1,704 1,558 1,465 1,236 1,113 % Variância explicada 29,526 8,378 6,823 4,215 4,056 3,709 3,487 2,942 2,649 % Variância Acumulada 29,526 37,904 44,727 48,942 53 56,707 60,194 63,136 65,785 Alfa de Cronbach 0,901 0,794 0,801 0,784 0,819 0,805 0,728 0,693 0,639

Fonte: elaborada pelos autores com base na pesquisa

A Tabela 1 apresenta os nove fatores aos quais foram reduzidas as 42 variáveis e suas respectivas cargas fatoriais. Segundo Fávero et al (2009), para uma amostra em torno de 250 elementos recomenda-se carga fatorial mínima de 0,35. Neste estudo, apenas uma variável não alcançou carga fatorial nesse patamar, foi a disciplina Contabilidade Internacional. As demais variáveis, todas, tiveram carga fatorial acima de 0,40, conforme demonstra a Tabela 1. Na Tabela 1, também está informado o coeficiente de consistência interna, Alfa de Cronbach, o qual identifica o grau de covariância entre os itens (disciplinas agrupadas em cada fator, de acordo com a nota atribuída pelos respondentes). De acordo com Hair Jr. et al (2005), esse índice varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1 maior a confiabilidade das

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escalas. Ainda de acordo com o Hair Jr. et al (2005), o limite inferior geralmente aceito para o Alfa de Cronbach é de 0,70, sendo possível diminuir para 0,60 em pesquisas exploratórias. Nesse estudo, apenas dois fatores (8 e 9) ficaram entre 0,60 e 0,70, os demais ficaram acima de 0,70, o que é satisfatório, considerando-se os objetivos exploratórios da pesquisa.

O fator 1 aglutinou exatamente as seis disciplinas da área do Direito, conforme demonstra a Tabela1. Já o fator 2 agrupou disciplinas relacionadas aos conhecimentos contábeis, envolvendo a parte tributária, contabilidade básica, societária, avançada e teoria da contabilidade. O fator 3 agrupou disciplinas relativas à contabilidade gerencial, ou seja, custos, controladoria, estrutura e análise das demonstrações contábeis e economia. O fator 4 reuniu as disciplinas com conteúdos de natureza crítica, ou seja, filosofia, ética, psicologia, pesquisa e responsabilidade social. O fator 5 foi responsável pelas disciplinas relacionadas à gestão/administração, são conteúdos de administração, comunicação, sistemas de informações e empreendedorismo. Já o fator 6 contemplou disciplinas relacionadas à auditoria/perícia e contabilidade pública. O fator 7 reuniu as disciplinas relativas ao núcleo teórico-prático, ou seja, atividade complementares, estágios e trabalho de conclusão de curso. O fator 8 apresentou disciplinas relativas à área de finanças e, também, tecnologia da informação. Finalmente, o fator 9 agrupou exatamente as disciplinas com conteúdos da área da matemática (básica, financeira e métodos quantitativos).

Na amostra deste estudo, 52% dos estudantes já possuem experiência profissional, o que o pode influenciar a motivação por determinadas disciplinas, ou seja, aquelas que são requeridas para sua atuação profissional. Albrecht e Sack (2000) realizaram uma pesquisa com profissionais e educadores da área contábil, e identificaram a necessidade do desenvolvimento de conhecimentos mais amplos do que aqueles relacionados à contabilidade tributária e fiscal. Quando perguntados sobre quais seriam as atividades que os graduados em contabilidade estariam realizando no futuro, os profissionais contábeis da pesquisa de Albrecht e Sack (2000) indicaram que os serviços mais demandados seriam a análise financeira, o planejamento financeiro, a elaboração de demonstrações contábeis e a consultoria estratégica.

Neste contexto, Coelho (2000) procurou identificar os conhecimentos mais requeridos, na prática, aos profissionais contábeis no município do Rio de Janeiro. O resultado indicou que as principais atribuições do profissional contábil estavam relacionadas às rotinas e práticas gerais de contabilidade, finanças e custos e à legislação fiscal e tributária. Verifica-se que a motivação dos estudantes de ciências contábeis da amostra pesquisada em cursar determinadas disciplinas tende a convergir com as exigências requeridas pelo mercado para sua atuação profissional. Por exemplo, considerando que boa parte dos alunos de Ciências Contábeis já trabalha ou vão trabalhar em escritórios de contabilidade, o fator 2 agrupou disciplinas relacionadas aos conhecimentos contábeis necessários para essa finalidade, portanto, as disciplinas envolvendo contabilidade tributária, contabilidade básica, societária, avançada e teoria da contabilidade, conforme já comentado.

As expectativas do mercado de trabalho devem ser consideradas pelas instituições de ensino superior e contempladas nos currículos dos cursos. Segundo Ott e Pires (2010, p. 34), nos resultados apontados nos diversos estudos relacionados ao tema, verificam-se características comuns, sendo que, se “[...] espera que o profissional contábil, além de possuir competências tradicionalmente relacionadas à Contabilidade (societária, tributária e auditoria), esteja apto a participar da gestão da entidade, comunicando suas idéias e interagindo com as demais áreas organizacionais”.

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Apurada a composição de cada fator, conforme os resultados da análise fatorial, foram calculados as médias de desempenho, a nota mínima, nota máxima e o desvio-padrão referentes às notas atribuídas pelos participantes, de acordo com os nove fatores de avaliação, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Analise de Desempenho dos Conteúdos (fatores)

Fatoresa Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Fator 2 – Contabilidade Geral 1,80 10,00 8,86 1,6535

Fator 3 – Contabilidade Gerencial 1,50 10,00 8,67 1,6225

Fator 6 – Auditoria e Contabilidade Pública 1,75 10,00 8,25 1,9189

Fator 1 – Direito 1,00 10,00 7,70 2,1954

Fator 8 – Finanças 1,00 10,00 7,66 2,3197

Fator 5 – Administração 1,00 10,00 7,38 2,4109

Fator 9 – Matemática 1,00 10,00 6,99 2,4271

Fator 7 – Disciplinas Teórico-práticas 1,00 10,00 6,88 2,9164

Fator 4 – Disciplinas Críticas 1,00 10,00 6,11 2,5776

(a) Fatores classificados em ordem decrescente de nota média

Fonte: elaborada pelos autores com base na pesquisa

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 2, os alunos se sentem mais motivados a cursarem as disciplinas relativas á contabilidade geral, contabilidade gerencial e auditoria/contabilidade pública, respectivamente. Ou seja, são exatamente os conteúdos específicos da área contábil, relativos ao eixo profissional. Somente depois, vêm as disciplinas do eixo temático dos conhecimentos básicos. Nesse conjunto de disciplinas, as que despertam mais interesse nos alunos são: direito, finanças e administração, respectivamente. As disciplinas relativas a conhecimentos de matemática e disciplinas de cunho crítico ocupam os últimos lugares, ou seja, são as disciplinas consideradas menos atrativas para os alunos do curso de Ciências Contábeis investigado.

As disciplinas relacionadas aos métodos quantitativos podem contribuir para a transmissão de um conjunto de técnicas que sirvam como ferramentas de apoio no exercício da contabilidade e ao processo decisório. Segundo Iudícibus, Martins e Carvalho (2005) a contabilidade possui como finalidade capturar, primeiro, a ocorrência dos eventos econômicos que impactam em um determinado estado de riqueza, depois, a de precificá-lo e, por último, de comunicar seus efeitos. Assim, a mesma deve-se apoiar em disciplinas afins, dentre as quais, os Métodos Quantitativos, o Direito, a Economia e a Ciência da Informação.

As disciplinas de cunho crítico são as responsáveis por desenvolver nos alunos as habilidades relacionadas à capacidade de análise e julgamento. Por fim, as disciplinas referentes ao núcleo teórico-prático também figuram entre aquelas que despertam menos motivação entre os estudantes. Todavia, é preciso deixar claro que os níveis de motivação para cursar as disciplinas analisadas não são tão baixos, pois o fator 4, que ocupou a última posição, apresentou média acima de 60% (6,11 em 10).

Assim, quando se analisam os três eixos temáticos propostos pela Resolução CNE/CES n.º 10/04, verifica-se que a média das notas atribuídas pelos alunos às disciplinas com conteúdos de “Formação Profissional” foi 8,29, às disciplinas com conteúdos de “Formação Básica” foi de 7,09 e às disciplinas com conteúdos de “Formação Teórico-Prática” foi de 6,77.

Percebe-se que a motivação dos estudantes de ciências contábeis apresenta oscilações entre níveis altos e baixos referentes às diversas disciplinas, que podem estar relacionados

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aos fatores metodológicos relacionados aos conteúdos e atividades desenvolvidas (RIBAS, 2008). Na amostra em estudo, existem estudantes de períodos mais avançados, que já tiveram a oportunidade de cursar maior número das disciplinas apresentadas. A motivação pode se caracterizar gradualmente, principalmente em atividades prolongadas, como exemplo o domínio de uma dada matéria, “a motivação não permanece constante, mas é caracterizada por reavaliações regulares e equilíbrio das várias influências externas e internas, as quais o aluno é exposto, resultando em um padrão instável de esforço e compromisso” (DÖRNYEI, 2000).

Foi realizada uma análise para averiguar se existem diferenças significativas entre os alunos do primeiro ano e do último ano. No Gráfico 2, fica visível a queda de motivação entre alunos ingressantes e concluintes em todos os fatores.

Gráfico 2 – Média dos Fatores: alunos ingressantes versus concluintes

Fonte: elaborado pelos autores com base na pesquisa

Também podem ser notadas outras mudanças ao longo do curso. A primeira delas é que os alunos do quinto ano teriam maior nível de motivação para cursar disciplinas de Direito que as disciplinas de Administração e Finanças. O que poderia ser justificado, por exemplo, pela potencialidade dessas disciplinas no auxílio a concursos públicos, pois, nessa fase do curso a busca por um emprego com maior remuneração se intensifica.

Outra mudança que se observa é que os alunos concluintes também se sentem mais motivados para cursar disciplinas relativas a conteúdos matemáticos, comparativamente às disciplinas teórico-práticas. Provavelmente, já no final no curso, eles percebam maior aplicabilidade dos conteúdos matemáticos na profissão.

Conforme mencionado anteriormente, poderão ocorrer mudanças no nível de motivação no decorrer do tempo, os estudantes poderão apresentar escolhas por determinadas atividades em detrimento de outras, ou seja, a motivação não permanece constante (DÖRNYEI, 2000). Entretanto, os resultados deste estudo mostram que alunos

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ingressantes possuem um nível maior de motivação para cursar as disciplinas propostas pela estrutura curricular do curso de Ciências Contábeis, comparado com os alunos concluintes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve por objetivo geral avaliar o nível de motivação dos estudantes de graduação em Contabilidade de uma universidade pública brasileira no que tange ao estudo das disciplinas dos núcleos profissional, básico e teórico-prático da proposta de currículo nacional do Conselho Federal de Contabilidade.

A partir da análise fatorial exploratória, o uso do método dos componentes principais indicou as disciplinas que mais motivam os estudantes de Ciências Contábeis. Dessa análise, surgiram nove fatores relacionados às seguintes áreas: direito; contabilidade geral; contabilidade gerencial; conteúdos críticos; administração; contabilidade pública e auditoria; teórico prático; finanças e métodos quantitativos. Os fatores explicaram 65,79% das variações das medidas originais, o que indica um bom nível de representação dos dados.

Na análise descritiva quanto às principais disciplinas que motivam os estudantes de Ciências Contábeis, utilizou-se a análise das médias de desempenho de cada fator. As principais disciplinas estão relacionadas ao núcleo profissional, sendo: contabilidade geral, contabilidade gerencial e contabilidade pública/auditoria. Além disso, foi possível perceber que, em segundo lugar, vêm as disciplinas do núcleo básico (direito, finanças e administração, respectivamente).

Ao se levar em consideração que 52,1% dos alunos da amostra pesquisada já possuíam algum tipo de experiência na área contábil e, ainda, conforme os achados de Coelho (2000), Costa (2003), Ott e Pires (2008), entre outros, ou seja, as principais atribuições do profissional contábil tendem a estar relacionadas às rotinas e práticas gerais de contabilidade, finanças e custos e à legislação fiscal e tributária, os maiores níveis de predileção indicados para as disciplinas do núcleo profissional poderiam ser considerado “algo esperado”.

Com relação aos agrupamentos de disciplinas que apresentaram as menores médias motivacionais, portanto, aquelas agrupadas nos fatores 9, 7 e 4, inicialmente, as evidências desse trabalho permitiram corroborar os achados de Costa et al (2009), ou seja, os alunos que compuseram a amostra de pesquisa apresentaram baixa motivação com relação às disciplinas relacionadas a métodos quantitativos.

Em relação às disciplinas referentes ao núcleo teórico-prático, pelo fato delas também figurarem entre aquelas que despertam menor motivação entre os estudantes pesquisados, destaca-se que, apesar dessa pesquisa não permitir identificar quais os motivos que levaram os alunos participantes a classificar esse grupo disciplinas como um dos menos atrativos, a busca por uma explicação seria muito conveniente, pois, conforme observado por Carneiro et al (2009), esse eixo temático integra os componentes curriculares que fazem a ligação entre a teoria apreendida em sala de aula e a sua aplicação prática nas organizações.

Foi evidenciado também que as disciplinas de cunho crítico ocupam o último lugar, revelando-se como as disciplinas básicas menos atrativas para os alunos do curso de Ciências Contábeis investigado. Contudo, cabe observar que, a despeito dessa “pouca predileção”, essas disciplinas (disciplinas de cunho crítico) podem ser consideradas as responsáveis por desenvolver nos alunos as habilidades relativas à análise e julgamento crítico, conforme observam do Miller e Becher (2010).

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Contudo, a partir de uma análise geral, pôde-se perceber que os níveis de motivação para cursar as disciplinas analisadas não são baixos, pois o fator motivacional que ocupou a última posição da pesquisa, portanto, a menor nota, apresentou uma média acima de 60% (6,11 em 10).

Outra importante evidência revelada por esta pesquisa foi o fato de, na amostra em estudo, os estudantes de períodos mais avançados, que já tiveram a oportunidade de cursar maior número de disciplinas, apresentarem um nível menor de motivação geral, comparativamente aos estudantes de períodos iniciais. Contudo, na contramão dessa avaliação geral, portanto, com relação a grupos de componentes mais específicos, percebeu-se que os alunos do quinto ano teriam maior nível de motivação para cursar disciplinas de Direito que as disciplinas de Administração e Finanças.

Ainda nessa mesma linha de análise, percebeu-se, também, que os alunos concluintes também se sentem mais motivados para cursar disciplinas relativas a conteúdos matemáticos que disciplinas teórico-práticas, o que poderia denotar, talvez, a existência de uma maior percepção sobre a utilidade da aplicação desses conteúdos matemáticos no exercício profissional, principalmente se considerando que na amostra da pesquisa um percentual significativo de estudantes (52,1%) já possui experiência profissional na área contábil.

Ao considerar que a amostra utilizada nesta pesquisa foi não probabilística por conveniência, os resultados e as implicações obtidas neste estudo não podem ser generalizados. Contudo, destaca-se a sua contribuição para a compreensão de fenômenos psicológicos orientados para a motivação acadêmica dos estudantes Ciências Contábeis, em relação às grades curriculares propostas pelas instituições de ensino superior ofertantes desses cursos.

Como primeira limitação desse estudo destaca-se que, por pesquisar apenas alunos do período noturno e, ainda, considerando que muitos desses alunos, normalmente, trabalham durante o dia, é compreensível que algumas disciplinas mais teóricas ou de cunho mais analítico, reflexivo e/ou crítico, deixem de ter a preferência (motivação) por parte daqueles estudantes. Por isso, vislumbra-se a possibilidade de se obterem resultados possivelmente diferentes se um estudo dessa mesma natureza fosse se realizado com alunos do período diurno.

Uma segunda limitação está relacionada ao fato dos alunos do último período conseguirem identificar as principais dificuldades que enfrentaram em relação às disciplinas já cursadas. Ou seja, parece razoável admitir que, naturalmente, esses alunos apresentam mais motivação por algumas disciplinas em detrimento daquelas com as quais não se identificaram tanto. Logo, talvez fosse mais conveniente realizar um estudo segregado por turmas, porém, comparando as diferenças motivacionais entre alunos de um mesmo nível de conhecimento, em relação às mesmas disciplinas cursadas.

Pelo fato de 52,1% dos integrantes da amostra pesquisada já apresentarem algum tipo de experiência na área contábil, conforme já comentado anteriormente, identifica-se uma terceira limitação a este estudo, ou seja, possivelmente seria mais conveniente realizar análise de forma segregada em dois grupos, portanto, um grupo dos alunos com experiência profissional, e outro com alunos sem experiência profissional.

A despeito das limitações já identificadas, espera-se que os resultados deste trabalho, após somarem-se aos achados de outras pesquisas, possam trazer contribuições para futuras investigações de natureza científica.

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Com vistas à complexidade e a incerteza existentes no ambiente econômico mundial e, por consequência, à crescente demanda por profissionais contábeis dotados de habilidades e competências que os tornem capazes de auxiliar a promover o desenvolvimento organizacional, o presente estudo reforça a relevância de pesquisas sobre o ensino na área da Contabilidade.

Assim, por estar longe de esgotar o assunto acerca da motivação discente e da proposta para composição de currículos voltados para os cursos superiores de Ciências Contábeis, sugere-se a continuidade desse estudo em outros contextos.

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Re C o n t : Re gi str o C o n b il V o l. 3 , N º 3 ( 2 0 1 2 ). APÊNDICE A

Reprodução do instrumento de coleta de dados TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa voltada para a análise motivacional dos alunos do Curso de Ciências Contábeis pertencentes a uma instituição de ensino superior pública. Nesta pesquisa, estamos buscando identificar, na percepção dos estudantes, quais os conteúdos são considerados importantes para a formação no Curso de Ciências Contábeis e, ainda, detectar qual o seu grau e tipo de motivação para realizar este curso superior.

A sua participação será somente para o preenchimento do questionário, em nenhum momento você

ou a sua instituição de ensino serão identificados.

Os resultados da pesquisa poderão auxiliar no planejamento pedagógico do Curso de Ciências Contábeis.

Você é livre para deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem nenhum prejuízo ou coação.

Aceito participar da pesquisa citado acima, voluntariamente, após ter sido devidamente esclarecido. ________________(____), ___________ de ______________________de 20____.

___________________________________________ Participante da pesquisa

a) Caracterização do Respondente:

 Período/Etapa:____________ Idade: __________ Gênero (sexo): ______________

 Possui experiência na área contábil? ______________ Quanto tempo? _____________ b) A lista abaixo contém o elenco de disciplinas sugeridas pelo currículo nacional do Curso de

Ciências Contábeis proposto pelo Conselho Federal de Contabilidade. Por gentileza, atribua nota de 0 a 10 sobre o quanto você se sente motivado a estudar essas disciplinas. Não considere o desempenho do professor, caso você tenha já estudado alguma(s) da(s) disciplinas, considere apenas a sua motivação. Por favor, marque todas.

Disciplinas e atividades do currículo

proposto pelo CFC Nota

Disciplinas e atividades do currículo

proposto pelo CFC Nota

Matemática Financeira Matemática Métodos Quantitativos Direito Comercial Instituições de Direito Público e Privado Legislação Societária

Direito Comercial Direito Trabalhista e Legislação Social Direito e Legislação Tributária Ética e Legislação Profissional

Administração Economia

Comunicação Empresarial Psicologia Organizacional

Filosofia da Ciência Metodologia do trabalho científico Tecnologia da Informação Estrutura das Demonstrações Contábeis Contabilidade Básica Teoria Geral da Contabilidade

Contabilidade Societária Contabilidade Internacional Contabilidade Avançada Apuração e Análise de Custos

Análise das Demonstrações Contábeis Análise de Projetos e Orçamento Empresarial Contabilidade de Custos, Perícia

Controladoria Avaliação e Arbitragem

Sistemas de Informação Gerencial Contabilidade Aplicada ao Setor Público

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Gestão de Finanças Públicas, Mercado de Capitais Planejamento e Contabilidade Tributária Atividades complementares Empreendedorismo Trabalho de Conclusão de Curso Finanças Empresariais Estágio curricular

Referências

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