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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO OITAVA CÂMARA CÍVEL

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

OITAVA CÂMARA CÍVEL

MANDADO DE SEGURANÇA N.º 0004705-85.2013.8.19.0000 IMPETRANTE : LUCAS THOMAZ PEREIRA

IMPETRADO : SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RELATORA : DES. NORMA SUELY FONSECA QUINTES

MANDADO DE SEGURANÇA.

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO PARA INSPETOR DE SEGURANÇA E ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA. CANDIDATO EXCLUÍDO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. SUSTENTA QUE A DECISÃO ADMINISTRATIVA É NULA POR INEXISTÊNCIA DE MOTIVAÇÃO.

INDEFERIDA A LIMINAR.

DECISÃO ADMINISTRATIVA NULA POR VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE, INEXISTÊNCIA DE MOTIVAÇÃO, CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. SOMENTE QUANDO PRESTADAS AS INFORMAÇÕES PELA AUTORIDADE COATORA É QUE RESTOU ESCLARECIDO QUE O IMPETRANTE FORA EXCLUÍDO POR TER FIGURADO, QUANDO MENOR DE IDADE, EM REGISTRO DE OCORRÊNCIA QUE NOTICIA A PRÁTICA DE FATO ANÁLOGO AO CRIME DE FURTO DE IMPORTÂNCIA DE R$14,00 EM MOEDAS.

VIOLAÇÃO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE PREVISTA NO ART. 5.º, LVII, DA CR.

JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO STJ. “O Superior Tribunal de Justiça tem inúmeros precedentes no sentido de que o candidato indiciado em inquérito policial ou condenado em sentença penal sem trânsito em julgado não pode ser eliminado do concurso público com base nessas circunstâncias. Essa jurisprudência pode justificar-se a respeito de cargos públicos de menor envergadura, v.g., o de agente penitenciário, precisamente a situação examinada no precedente de que trata o RMS 32.657, RO” (RMS 43172 / MT).

JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO STF. “A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória” (ARE 753331 AgR/RJ).

CONCESSÃO DA ORDEM.

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Mandado de Segurança n.º

0004705-85.2013.8.19.0000 em que figuram como impetrante LUCAS THOMAZ

PEREIRA e impetrado SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO

PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

NORLMA SUELY FONSECA QUINTES:000007579

Assinado em 18/02/2014 16:39:53

(2)

- MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0004705-85.2013.8.19.0000 -

ACORDAM os Desembargadores que compõem a 8.ª Câmara Cível do

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por UNANIMIDADE de votos,

CONCEDER A ORDEM, nos termos do voto da relatora.

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2014.

NORMA SUELY FONSECA QUINTES

DESEMBARGADORA RELATORA

(3)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

OITAVA CÂMARA CÍVEL

MANDADO DE SEGURANÇA N.º 0004705-85.2013.8.19.0000 IMPETRANTE : LUCAS THOMAZ PEREIRA

IMPETRADO : SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RELATORA : DES. NORMA SUELY FONSECA QUINTES

RELATÓRIO

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por LUCAS THOMAZ

PEREIRA contra ato praticado pelo SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO

PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, que o excluiu do Concurso

Público para Provimento do Cargo de Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária –

Classe III na fase de investigação social, objetivando a cassação da decisão administrativa e

a investidura no cargo.

Sustenta que a decisão é nula por inexistência de motivação, ressaltando

que solicitou informações sobre os motivos de sua exclusão do certame, o que lhe foi

negado.

Requer o deferimento de liminar para que continue a participar do curso de

formação.

Por decisão proferida às fls. 99 foi indeferida a liminar, decisão que

permaneceu irrecorrida.

Informações apresentadas pela autoridade coatora às fls. 103/120, onde

sustenta a inadequação da via eleita, por inexistência de prova pré-constituída, ressaltando

que o impetrante não comprovou que a decisão proferida pela Comissão Geral de

Acompanhamento e Observação dos Candidatos estaria eivada de vício ou incorreção.

No mérito, destaca que a investigação social possui previsão no item 15.1 e

seguintes do Edital do Concurso, sendo legítima a decisão proferida.

(4)

- MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0004705-85.2013.8.19.0000 -

Destaca que o impetrante foi desligado do certame por ter figurado como

autor do crime previsto no art. 155, do Código Penal, conforme RO n.º 00408/2005-01, da

37.ª Delegacia Policial, que deu origem ao processo n.º 0244636-89.2005.8.19.0001.

Impugnação de ESTADO DO RIO DE JANEIRO às fls. 155/160,

sustentando a inadequação da via eleita, uma vez que se faz imprescindível instrução

probatória. Invoca a presunção de legitimidade dos atos administrativos, ressaltando que

incumbe ao impetrante o ônus da prova da ilegalidade do ato. Assegura que inexiste direito

líquido e certo a ser amparado por mandamus.

Parecer do douto Procurador de Justiça no sentido da denegação da ordem

(fls. 163/169).

É o relatório.

VOTO

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado por LUCAS THOMAZ

PEREIRA contra ato praticado pelo SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO

PENITENCIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, objetivando a cassação da decisão

administrativa que o excluiu do Concurso Público para Provimento do Cargo de Inspetor de

Segurança e Administração Penitenciária – Classe III, na fase de investigação social, com

sua consequente investidura no cargo.

Razão assiste ao impetrante.

Na hipótese, é induvidoso que o impetrante foi aprovado em prova

objetiva, exame de capacidade física e exame psicotécnico do Concurso Público para

Provimento do Cargo de Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária – Classe III,

Edital n.º 001/2012, conforme se vê do Edital que se encontra às fls. 50/67, sendo convocado

para o Curso de Formação de ISAP’s, de acordo com Edital que se encontra às fls. 78/94.

Igualmente incontroverso que o impetrante foi excluído do concurso,

conforme ato do SECRETÁRIO DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO de 17/01/2013, publicado no DJ de 21/01/2013, Parte

I, às fls. 14 (cf. fls. 95).

(5)

A publicação da referida decisão administrativa não apresenta qualquer

motivação.

O candidato prejudicado pelo referido ato, por sua vez, tampouco foi

cientificado das razões de sua exclusão, o que não se pode admitir, sob pena de violação do

princípio da publicidade, ínsito no art. 37, caput, da Constituição da República.

E a falta de exposição clara dos motivos que determinam a prática do ato

caracteriza vício formal do ato administrativo, inquinando-o de nulidade, na forma do art.

2.º, b, da Lei 4.717/65.

Além disso, tal omissão do dever de informar acarreta cerceamento de

defesa, impedindo que o candidato se manifestasse a respeito do ato, esclarecendo

informações ou apresentando argumentos contrários à decisão.

Aliás, somente quando prestadas informações pela autoridade coatora é

que restou esclarecido que o impetrante fora excluído do certame por ter figurado, quando

menor de idade, em Registro de Ocorrência que noticia prática de fato análogo ao crime de

furto de importância de R$14,00, em moedas, conforme documentos sigilosos juntados às

fls. 153.

Tal ocorrência, por sua vez, se apresenta insuficiente para a exclusão do

candidato do concurso, em razão da presunção de não culpabilidade prevista no art. 5.º,

LVII, da CR.

Ao contrário do que afirmou o ilustre representante do Parquet, o Colendo

Superior Tribunal de Justiça possui firme entendimento no sentido de que “candidato

indiciado em inquérito policial ou condenado em sentença penal sem trânsito em julgado

não pode ser eliminado do concurso público com base nessas circunstâncias”,

especialmente “a respeito de cargos públicos de menor envergadura, v.g., o de agente

penitenciário”, como ocorre no caso concreto (RMS 43172 / MT). Confira-se:

“ADMINISTRATIVO. CONCURSO PARA DELEGADO DE POLÍCIA. FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. CANDIDATA DENUNCIADA PELA PRÁTICA DOS CRIMES DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA E DE CORRUPÇÃO ATIVA.

O Superior Tribunal de Justiça tem inúmeros precedentes no sentido de que o candidato indiciado em inquérito policial ou condenado em sentença penal sem trânsito em julgado não pode ser eliminado do concurso público com base nessas circunstâncias. Essa jurisprudência pode justificar-se a respeito de cargos públicos de menor envergadura, v.g., o de agente penitenciário, precisamente a situação

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- MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0004705-85.2013.8.19.0000 -

examinada no precedente de que trata o RMS 32.657, RO, relator o Ministro Arnaldo Esteves Lima (DJe, 14.10.2010). Outra, no entanto, deve ser a solução quando se cuida daqueles cargos públicos cujos ocupantes agem stricto sensu em nome do Estado, incluído nesse rol o cargo de Delegado de Polícia. O acesso ao Cargo de Delegado de Polícia de alguém que responde ação penal pela prática dos crimes de formação de quadrilha e de corrupção ativa compromete uma das mais importantes instituições do Estado, e não pode ser tolerado. Recurso ordinário desprovido”. (RMS 43172/MT. Relator Ministro Ari Pargendler. Órgão Julgador Primeira Turma. Data do Julgamento 12/11/2013. Data da Publicação/Fonte DJe 22/11/2013). “ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. CANDIDATO COM DOIS PROCESSOS CRIMINAIS. OCORRÊNCIA DA TRANSAÇÃO PENAL E DA PRESCRIÇÃO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

1. Trata-se na origem de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto pela União contra decisão que, em ação ordinária, deferiu pedido de antecipação de tutela para que a ora recorrida participasse do curso de formação do concurso púbico para cargo de Agente Penitenciário Federal, superando sua não recomendação na fase de investigação social, uma vez que ela havia respondido a dois processos judiciais: (i) um por direção perigosa, em razão de estar supostamente embriagada, no qual a punibilidade foi extinta por ter sido realizada transação penal e (ii) outro pela prática da infração penal descrita no antigo art. 16 da Lei n° 6.368/76, revogada pela Lei nº 11343/06, tendo sido a punibilidade também extinta em virtude da ocorrência da prescrição. A União alega que tais fatores devem ser levados em consideração na investigação social da candidata.

2. Em primeiro lugar, quanto à transação penal, esta não pode servir de fundamento para a não recomendação de candidato em concurso público na fase de investigação social, uma vez que a transação penal prevista no art. 76 da Lei 9099/95 não importa em condenação do autor do fato. Precedentes: AgRg no RMS 31410/RJ, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 30/03/2011; RMS 28851/AC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 29/04/2009, DJe 25/05/2009. 3. Em segundo lugar, na mesma linha de raciocínio, a jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que, na fase de investigação social do concurso público, é inadmissível a eliminação de candidato em razão de processo criminal extinto pela prescrição. Precedentes: AgRg no REsp 1235118/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 28/03/2012; REsp 414929/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2006, DJ 01/08/2006, p. 510; REsp 414929/PR, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2006, DJ 01/08/2006, p. 510; REsp 327856/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2001, DJ 04/02/2002, p. 488.

4. Recurso especial não provido”.

(REsp 1302206/MG. Relator Ministro Mauro Campbell Marques. Órgão Julgador Segunda Turma. Data do Julgamento 17/09/2013. Data da Publicação/Fonte DJe 04/10/2013).

“CONCURSO PÚBLICO. AGENTE PENITENCIÁRIO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXISTÊNCIA DE INQUÉRITOS POLICIAIS. Não há declaração falsa quando a pergunta que o candidato respondeu negativamente indagava se já havia sido "intimado ou processado pela Justiça", ante a prova de que nunca fora notificado dos inquéritos policiais, de resto todos arquivados. Recurso conhecido e provido”. (RMS 38870/MT. Relator Ministro Ari Pargendler. Órgão Julgador Primeira Turma. Data do Julgamento 06/08/2013. Data da Publicação/Fonte DJe 15/08/2013).

(7)

“CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. ELIMINAÇÃO DO CANDIDATO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. A eliminação de concurso público, amparada na verificação, na fase de investigação social, de que o candidato responde procedimento relativo a delitos de menor potencial ofensivo, sem sentença condenatória transitada em julgado, fere o princípio da presunção de inocência. Precedentes.

2. Agravo regimental não provido”.

(AgRg no AREsp 132782/DF. Relator Ministro Castro Meira. Órgão Julgador Segunda Turma. Data do Julgamento 06/12/2012. Data da Publicação/Fonte DJe 04/02/2013).

“ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. INABILITAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXISTÊNCIA DE AÇÃO PENAL EM CURSO. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

1. Não se admite, na fase de investigação social de concurso público, a exclusão de candidato em virtude da existência de ação penal sem trânsito em julgado. Observância ao princípio da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da Constituição Federal). Precedentes do STJ e do STF.

2. Agravo regimental improvido”.

(AgRg no RMS 25735/DF. Relator Ministro Jorge Mussi. Órgão Julgador Quinta Turma. Data do Julgamento 28/08/2012. Data da Publicação/Fonte DJe 06/09/2012). “ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. INABILITAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXISTÊNCIA DE INQUÉRITOS POLICIAIS, AÇÕES PENAIS EM ANDAMENTO OU INCLUSÃO DO NOME DO CANDIDATO EM SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

1. Não havendo sentença condenatória transitada em julgado, o princípio da presunção de inocência resta maculado, ante a eliminação de candidato a cargo público, ainda na fase de investigação social do certame, por ter sido verificada a existência de inquérito ou ação penal.

2. É desprovido de razoabilidade e proporcionalidade o ato que, na etapa de investigação social, exclui candidato de concurso público baseado no registro deste em cadastro de serviço de proteção ao crédito.

3. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e provido”.

(RMS 30734/DF. Relatora Ministra Laurita Vaz. Órgão Julgador Quinta Turma. Data do Julgamento 20/09/2011. Data da Publicação/Fonte DJe 04/10/2011 RB vol. 578 p. 52 RSTJ vol. 225 p. 793).

O Egrégio Supremo Tribunal Federal, da mesma forma, possui

entendimento consolidado no sentido de que “viola o princípio da presunção de inocência a

exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal

sem trânsito em julgado da sentença condenatória” (ARE 753331 AgR/RJ). Confira-se:

“Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Competência do relator para negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível. Ato administrativo ilegal. Controle judicial. Possibilidade. Concurso público. Soldado da Polícia Militar. Inquérito policial.Investigação social. Exclusão do certame. Princípio da presunção de inocência. Violação. Impossibilidade. Precedentes. 1. É competente o relator (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para negar seguimento “ao recurso manifestamente inadmissível, improcedente,

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- MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0004705-85.2013.8.19.0000 -

prejudicado ou em confronto com a súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior”. 2. Não viola o princípio da separação dos poderes o controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos administrativos, incluídos aqueles praticados durante a realização de concurso público. 3. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 4. Agravo regimental não provido”.

(ARE 753331 AgR/RJ. Relator Min. Dias Toffoli. Julgamento 17/09/2013. Órgão Julgador Primeira Turma. Publicação DJe-228 DIVULG 19-11-2013 PUBLIC 20-11-2013).

“DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR.

CANDIDATO. ELIMINAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. AUSÊNCIA DE CARATER CONDENATÓRIO. PRINCÍPIOS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E DA LEGALIDADE. AS RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL NÃO SÃO APTAS A INFIRMAR OS FUNDAMENTOS QUE LASTREARAM A DECISÃO AGRAVADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 26.10.2012. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. Precedentes. O exame da alegada ofensa ao art. 5º, II, da Constituição Federal, dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, o que refoge à competência jurisdicional extraordinária, prevista no art. 102 da Constituição Federal. As razões do agravo regimental não são aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. Agravo regimental conhecido e não provido”.

(ARE 754528 AgR/RJ. Relatora Min. Rosa Weber. Julgamento 20/08/2013. Órgão Julgador Primeira Turma. Publicação DJe-172 DIVULG 02-09-2013 PUBLIC 03-09-2013).

“DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. SOLDADO DA POLÍCIA

CIVIL. CANDIDATO. ELIMINAÇÃO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO

SOCIAL. TRANSAÇÃO PENAL PACTUADA. AUSÊNCIA DE CARATER

CONDENATÓRIO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. AS RAZÕES DO AGRAVO REGIMENTAL NÃO SÃO APTAS A INFIRMAR OS FUNDAMENTOS QUE LASTREARAM A DECISÃO AGRAVADA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 23.02.2012. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. Precedentes. As razões do agravo regimental não são aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada. Agravo regimental conhecido e não provido”. (ARE 713138 AgR/CE. Relatora Min. Rosa Weber. Julgamento 20/08/2013. Órgão Julgador Primeira Turma. Publicação DJe-173 DIVULG 03-09-2013 PUBLIC 04-09-2013).

“Agravo regimental no agravo de instrumento. Concurso público. Delegado da Polícia Civil. Inquérito policial. Investigação social. Exclusão do certame. Princípio da presunção de inocência. Violação. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência da Corte firmou o entendimento de que viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória. 2. Agravo regimental não provido”.

(AI 829186 AgR/CE. Relator Min. Dias Toffoli. Julgamento 23/04/2013. Órgão Julgador Primeira Turma. Publicação DJe-123 DIVULG 26-06-2013 PUBLIC 27-06-2013).

(9)

Como se vê, a decisão administrativa que excluiu LUCAS THOMAZ

PEREIRA do Concurso Público para Provimento do Cargo de Inspetor de Segurança e

Administração Penitenciária – Classe III violou os princípios da publicidade, da motivação e

incorreu em cerceamento do direito de defesa do candidato, violando, ainda, o princípio da

presunção de não culpabilidade, o que impõe sua cassação.

Por ser assim, CONCEDO A ORDEM para cassar a decisão

administrativa que excluiu LUCAS THOMAZ PEREIRA do Concurso Público para

Provimento do Cargo de Inspetor de Segurança e Administração Penitenciária – Classe III e

determinar que o candidato seja reintegrado no próximo Curso de Formação de ISAP’s,

prosseguindo no certame até sua investidura, se por outro motivo não for eliminado.

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2014.

NORMA SUELY FONSECA QUINTES

DESEMBARGADORA RELATORA

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