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Movimentos Migratórios Internacionais e Direitos Humanos da Esfera do Multiculturalismo

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Academic year: 2020

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FRAGMENTOS DE CULTURA, Goiânia, v. 18, n. 1/2, p. 35-48, jan./fev. 2008. 3535353535

Resumo: em face às dificuldades dos Estados nacionais em lidar com a crescente entrada e permanência de imigrantes em seu interior, buscamos, no presente artigo, confrontar a problemática envolvendo as migrações internacionais e a complexa relação entre noções como identidade étnica e direitos humanos, fazendo uma interface com as proposições multiculturalistas.

Palavras-chave: migrações internacionais, etnicidade, exclusão, direitos humanos, multiculturalismo

O virtual e o possível se conjugam [na mobilidade]. A virtualidade do espaço mundo constitui primeira determinação do movimento da mul-tidão -uma virtualidade que pode vir a ser real. Espaço que pode vir a ser tranversalizado, pode vir a ser espaço de vida: circulação pode vir a ser liberdade. Em outras palavras, a multidão móvel deve adquirir uma cidadania global... Nomadismo e miscigenação podem vir a ser figuras de virtude, como práticas éticas no terreno do Império. Desde tal pers-pectiva o espaço objetivo da globalização capitalista se quebra. A cele-bração do local, nestes tempos, pode ser repressiva se se opõe à circulação, à mistura e assim reforçar os muros da nação, da etnicidade, da raça, do povo. Mas o local pode ser enriquecido, se não definido por isola-mento e pureza...fronteiras são questionadas....O poder de circulação é uma determinação primeira da virtualidade da multidão, e o direito à circulação um primeiro ato ético para uma ontologia contra impe-rial. (Hardt; Negri, 2000)

Heloisa Mazzoccante Ribeiro

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNACIONAIS E DIREITOS HUMANOS NA ESFERA

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ao redor do mundo com novas dimensões, configurações e sentidos geográ-ficos, colocando em evidência as crescentes dificuldades dos Estados em lidar com a entrada e permanência dos estrangeiros em seu território. De maneira geral, aumentam as medidas restritivas e seletivas ao ingresso de imigrantes nos países, com o estabelecimento de políticas que visam regular o fluxo de pessoas que adentram as nações receptoras, ao lado de medidas que tratam dos imigrantes residentes, seus direitos e sua participação na vida política e social.

Além da problemática das migrações internacionais, a crescente di-versidade étnica e cultural nas sociedades tem merecido especial atenção nos países ocidentais, tema que vem se instalando no centro das tensões mundi-ais, juntamente com as lutas pelo avanço na conquista dos direitos e pelo reconhecimento da cidadania. Paralelamente à circulação de produtos, ser-viços e informações, a mobilidade geográfica de pessoas desenha um ambi-ente de acentuada diversidade, pronunciando uma interação dialética entre o tema identidade e alteridade (CASTRO, 2002).

O fato é que predominam, em meio às atuais discussões políticas e implementações legislativas nas maiores nações receptoras, acentuadas manifestações de intolerância e seletividade em relação à população de ou-tros países. É nesse contexto que pretendemos discutir a problemática en-volvendo as migrações internacionais, em sua complexa relação com os direitos humanos, contemplando a possibilidade de adequação, ou interação, de tais elementos na esfera das proposições multiculturalistas.

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS MUNDIAIS, EXCLUSÃO SOCIAL E ÉTNICA

Se as fronteiras nacionais e territoriais foram severamente controla-das e guardacontrola-das pelos Estados em diversos momentos históricos (e ainda o são), os imperativos sistêmicos e os atuais efeitos de uma dinâmica econô-mica global imprimem um novo caráter à mobilidade espacial de pessoas. Podemos destacar os recentes avanços no desenvolvimento tecnológico, as acentuadas desigualdades regionais, o crescimento de reservas de mão-de-obra de baixo custo, a constituição de mercados integrados, além dos cres-centes conflitos localizados. As diversas transformações verificadas de forma generalizada ao redor do mundo, de caráter não só econômico, mas social, político, cultural e ideológico, têm provocado o isolamento de indivíduos

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pós os anos 1970, momento em que se vivencia profunda crise econô-mica e contração das migrações internacionais, este fenômeno reinicia

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e a fragmentação de comunidades em muitas partes do globo, com a quebra da integração dos espaços sociais e culturais, processo que está se tornando cada vez mais evidente (ALVES, 2001).

A conflituosa realidade vivenciada pelas nações, com o desmonte do Estado social em detrimento da busca de competitividade e internaciona-lização nos mais variados setores, de um lado, e as tecnologias poupadoras de mão-de-obra, de outro, contribuem para intensificar o surgimento de uma nova ‘subclasse’. As conseqüências sociais decorrentes desse processo já não compõem apenas a paisagem dos países em desenvolvimento, como o Brasil, mas se estendem para os grandes centros industrializados. A catego-ria da underclass é composta por

um conjunto de grupos marginalizados, que amplas parcelas da socie-dade tratam de segmentar e isolar, [ou, ainda,] por grupos pauperizados que se vêem abandonados a si mesmos, embora não tenham mais con-dições de alterar, com as próprias forças, sua situação social (HABERMAS, 2004, p. 146).

Bauman (2005) enfatiza, além do colapso do Estado de bem-estar social e a flexibilização das condições de trabalho, o esvaziamento das ins-tituições democráticas e os processos de privatização do espaço público. De maneira geral, a dinâmica atual de produção capitalista estaria ocasionando uma reversão do processo de exploração para exclusão, globalizando a pro-dução de um novo grupo de pessoas rejeitadas, caracterizadas como ‘lixo humano’. Não mais necessário ao perfeito funcionamento do ciclo econô-mico, o novo grupo de atores sociais, sem direito à identificação, se veria em situação de acomodação impossível numa estrutura social compatível com a economia capitalista. A exclusão seria o produto mais evidente da polari-zação social, do aprofundamento da desigualdade e do aumento do volume de pobreza, miséria e humilhação.

Ao lado da crise do Estado-providência, que não consegue assegurar a proteção dos cidadãos, o dilema emprego/desemprego no quadro da racionalidade instrumental do capitalismo, personificado pelo desenvolvi-mento do binômio eficiência/eficácia, tornou-se marca distintiva nas socie-dades modernas. Com o aumento do desemprego e da precariedade do emprego, o sistema de relações socioprofissionais baseados em conhecimen-tos complexos acentua a tendência de crescimento da economia informal, com salários e condições de trabalho não regulamentados. A tendência para a qualificação – compatível com o avanço tecnológico, concomitante ao

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ramento da desqualificação dos trabalhadores, desenvolve-se em sintonia com o modo de produção capitalista. Em conseqüência, a massa de excluídos do trabalho vivo – os “expulsos [do trabalho –, se] (des)socializa [e se] (des)individualiza” (TOSEL, 1995, p. 210), tendo que “encontrar formas de individualização e de socialização nas esferas isoladas do não-trabalho” (ANTUNES, 2006, p. 11).

A existência de mercados segmentados ou duais contribui para acen-tuar um quadro típico de movimentos migratórios, impulsionados por motivos de trabalho ou econômicos. Pode-se considerar que, para além do quadro individualista, representado pela decisão racional do sujeito, que o leva a migrar, o desequilíbrio estrutural freqüente é motivo de atração de pessoas para os mercados de trabalho das regiões de destino (PIORE, 2002), quando os desequilíbrios mundiais de poder e riqueza definem os ‘cami-nhos’ coletivos para a imigração.

Nos principais países receptores, as políticas restritivas e os processos de exclusão discriminatória novamente colocam os migrantes – sem quali-ficações profissionais e em situação socioeconômica desprivilegiada – em condições precárias de subsistência, mediante a negação de direitos – a co-meçar pela falta de documentação, além das desvantagens econômicas. Par-te dos imigrados, incluindo os refugiados – os ‘sem-Estado’ ou sans-papiers –, se vêem povoando os extensos bolsões de exclusão, de minorias e de gru-pos étnicos, os quais são “desterritorializados num mundo de soberania territorialmente assentada” (BAUMAN, 2005, p. 46).

A exclusão social revestida pela pobreza é normalmente recoberta pela ‘categoria de raça’, assumindo as mais variadas formas de discriminação e de marginalidade. A partir dessa lógica, as diversidades étnicas e culturais pas-sam a ser combatidas e as desigualdades naturalizadas, ou seja, a não parti-cipação econômica estabelece uma correlação com as barreiras socioculturais, em que os traços culturais ou étnicos passam a encobrir as desigualdades sociais, das quais se tornam vítimas tanto os trabalhadores nacionais quanto os internacionais (SILVA, 2001). A clivagem social coloca em posições an-tagônicas os que estão dentro e os que são privados de participar dos diver-sos níveis de poder, com a negação de direitos fundamentais.

Como ressalta Ianni (2004), no inicio do século 21 nos deparamos, mais uma vez, com um vasto processo de ‘racialização do mundo’. A cate-goria raça é vista como condição social, psicossocial e cultural, criada, rei-terada e desenvolvida na trama das relações sociais, envolvendo jogos de forças sociais e processos de dominação e apropriação. Dessa maneira, estigmati-zar o outro, a outra, os outros, a coletividade pela racialização é também um

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meio de garantir a articulação sistêmica em que se fundam as estruturas de poder, de maneira a estabelecer mecanismos de alienação, subjugação e dominação. A transformação da marca em estigma, ou estigmatização, atin-ge não somente os que pertencem a outras etnias, mas também a diversas categorias: mulher, operário, camponês, adeptos de outras religiões, comu-nidades inteiras e assim por diante. O traço, a característica, a marca fenotípica transformada em estigma, torna-se elemento manifesto da xenofobia, do etnicismo, do preconceito, da segregação.

Em geral, os Estados se colocam, teoricamente, contra a discrimina-ção, as políticas xenófobas e o racismo. Vários deles procuram adotar medi-das que visam, inclusive, e ao menos em parte, integrar o imigrante. No entanto, ao lado de certo ‘afrouxamento das condições de entrada no país’, particularmente para os imigrantes sem qualificações profissionais, prevale-cem as crescentes exigências em matéria de integração. São visíveis os anta-gonismos nas negociações entre os

países expulsores (tendencialmente pobres) e os países receptores (tendencialmente ricos) de contingentes populacionais expressivos, tratando de formas nitidamente distintas a questão dos migrantes documentados, dos migrantes clandestinos e dos refugiados políti-cos (PATARRA, 2002, p. 32).

O fenômeno das migrações internacionais pode ser visto na condição de termômetro que sinaliza as assimetrias nas relações socioeconômicas vigen-tes, à luz das contradições do sistema mundo ou globalização. “Numa pers-pectiva sociológica, as migrações são percebidas sob a ótica estruturalista como uma das conseqüências da globalização contemporânea, concebidas como um processo que se autofortalece” (MARINUCCI; MILESI,2005, p. 2).

A dissociação entre o social e o econômico, a eliminação de direitos fundamentais e as conseqüentes formas de exclusão colocam em questão o desenvolvimento da cidadania e da democracia, entendendo a primeira como prática ativa da segunda. A cidadania, definida por Lévin (2008) como “un vínculo de integración social que se construye a partir del acceso a los derechos sociales siempre cambiantes en una comunidad”, implica, nessa lógica, em práticas conflituosas vinculadas ao poder na definição dos sujeitos e dos problemas comuns que deverão ser incluídos nas políticas dos Estados.

Em se tratando dos imigrantes, o ‘anacronismo jurídico’ imputa-lhes uma espécie de cidadania tutelada ou regulada, em que o sujeito dos direitos é definido, pelo Estado, sob a forma de critérios de seletividade que, na

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atualidade, visam de maneira especial os interesses econômicos nacionais. Dessa maneira, como ressalta Ianni (2001), o exercício da própria cidada-nia, em âmbito local, nacional, regional e mundial, tem sido delimitado ou agilizado pelo jogo das forças que preponderam em escala global.

MUDANÇAS GLOBAIS E MULTICULTURALISMO COMO PROPOSTA EMANCIPATÓRIA

No cerne da problemática envolvendo cidadania e direitos, particu-larmente quando se discute as condições geradoras de opressão dos grupos minoritários e dos povos subalternizados, cresce a discussão sobre diferentes concepções de justiça, de direitos, de identidades, além de novas formas de cida-dania, notadamente nas sociedadedes multiculturais ou multiétnicas, caracte-rística que tem se acentuado no mundo globalizado. Ao longo da Segunda Guerra Mundial intensificam-se as teorias do multiculturalismo, passando a ocupar posição de relevo na política global em decorrência de uma série de mudanças decisivas e da re-configuração estratégica das forças de relações sociais em todo o mundo.

As sociedades multiculturais não são uma especificidade do mundo moderno, portanto, não constituem novidade. Antes mesmo da expansão européia (a partir do século XV) e com crescente intensidade desde então, a migração e os deslocamentos dos povos têm constituído sociedades com grande diversidade étnica e policulturais (BAUMAN, 2005). Vários fato-res, como os ambientais e climáticos, as guerras, a exploração do trabalho, a colonização, a escravidão, as repressões políticas ou religiosas, além de guerras civis e, em especial, os desníveis no desenvolvimento econômico, contribuíram para o movimento migratório de pessoas e a conseqüente miscigenação étnica e cultural no interior dos países.

Em sua concepção original, a expressão multiculturalismo pode ser entendida como a coexistência de formas culturais ou de grupos caracteri-zados por culturas diferentes no seio das sociedades ‘modernas’ (BOAVEN-TURA, 2003). No entanto, várias dificuldades e polarizações emergiram do próprio conceito e entendimento intelectual acerca do termo multicultu-ralismo, por si só controverso, como também no campo dos projetos multiculturais.

A despeito das tensões envolvendo tanto a teoria quanto a prática política multiculturalista (não pretendemos nos ater a tal discussão, de vez que ultrapassa a intenção do presente trabalho), Boaventura (2003) propõe o que define por multiculturalismo emancipatório ou versão emancipatória

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do multiculturalismo. Tal proposta, de caráter progressista, está embasada no reconhecimento e no direito à diferença e, em conseqüência, na coexis-tência ou construção de uma vida em comum além de diferenças de vários tipos. Ao considerar a intrínseca relação entre o multiculturalismo e as di-nâmicas econômicas e políticas da globalização, essa visão reporta-se ao processo imperialista colonial e pós-colonial de produção dos ‘espaços so-brepostos’ e das ‘histórias entrelaçadas’, quando metrópoles e territórios dominados foram colocados em contato, e às condições históricas de diásporas e outras formas de mobilidade (SAID, 1994; CLIFFORD, 1997). Os estudos voltados para os efeitos da colonização sobre as culturas e sociedades colonizadas teriam por objetivo primordial fazer ouvir as vozes dos segmentos sociais periféricos. O descentramento, como foi denomina-do pelos teóricos denomina-do pós-modernismo, é uma tentativa de dar voz aos gru-pos e às populações que se situam às margens do sistema de dominação, nos quais estão incluídos as minorias étnicas, os imigrantes, as mulheres e os homossexuais.

Ao tratarem do descentramento, os teóricos consideram que a mudan-ça estrutural que está transformando as sociedades modernas no final do sé-culo XX, sob a égide da dinâmica capitalista global, tem fragmentando paisagens culturais (HALL, 2005), deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos in-divíduos uma ancoragem estável no mundo social (GIDDENS, 1990). Na atualidade, a característica que perpassa as sociedades seria a diferença (LACLAU, 1990), com divisões e antagonismos sociais (HARVEY, 1989), que levam à construção de novas identidades, ou seja, à produção de uma varieda-de varieda-de posições varieda-de sujeitos em varieda-detrimento varieda-de velhas ivarieda-dentidavarieda-des fixas.

A erosão da identidade mestra da classe e a emergência de novas iden-tidades que, segundo Hall (2005), são definidas pelos novos movimentos sociais como o feminismo, as lutas negras, os movimentos de libertação nacional, os movimentos antinucleares e ecológicos, produzem identifica-ções rivais e deslocantes. Para Laclau (1990), apesar de inevitáveis as divi-sões e posições sociais antagônicas, sob determinadas circunstâncias os diferentes elementos e identidades podem ser conjuntamente articulados, o que evita sua desintegração. O processo em questão pode ser descrito como constituinte de mudanças no sentido político: de uma política de identida-de (identida-de classe) passa-se a uma política identida-de diferença (HALL, 2005).

No sentido exposto, se os interesses sociais não são mais identificados exclusivamente em termos de classe, esta deixa de atuar como “dispositivo discursivo ou categoria mobilizadora”, em que as diversas identidades

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dem ser representadas. O termo descentramento, entendido como tentativa de ampliar a voz discursiva em direção às margens, ou aos subalternizados, concebe-os como sujeitos que, pela própria condição, são também centros de poder. Paralelamente, descentramento do sujeito remete ao sentido de ampliar a qualidade daqueles que, pela diferença, alargam o núcleo social em uma multiplicidade de posições de sujeito. O eixo aglutinador do mo-vimento social em torno da tradicional classe social deixa então de existir, cedendo espaço para que as diversas categorias sociais atuem no cenário político.

Por outro lado, ao considerar tais proposições, vale recorrer à obser-vação de Castro (2000) quanto à inclusão de uma multiplicidade de sujeitos no espaço das lutas sociais, em desconsideração à categoria de “classe”, res-saltando que a diversidade não é necessariamente incompatível com a defesa da primazia revolucionária dos proletários e das proletárias. Castro (2000) nos lembra que o sentido léxico original do termo proletário/proletária seria aqueles e aquelas que não têm outra riqueza, outra propriedade que não a sua prole, (a sua força de trabalho) – a classe dos e das sem propriedades – aqueles e aquelas com ou sem trabalho, sem terra, sem teto, sem direito a cidadania cultural e nacional como os e as indígenas e os e as imigrantes, entre outros.

Ao lembrar o sentido próprio de exclusão do capital, como ressalta Antunes (2006), ainda que se conviva em meio a um vertiginoso exército de reserva de mão-de-obra, também denominado de ‘bolsões de exclusão’, o cenário do mundo capitalista leva a crer que não é possível perspectivar, nem mesmo num universo distante, nenhuma possibilidade de eliminação da classe-que-vive-do-trabalho.

Quanto à produção de novas identidades, por certo que há evidênci-as de que um dos efeitos da globalização, ou modernidade líquida (BAUMAN, 2005), seja o de tornar incertas e transitórias as identidades sociais, culturais e sexuais. Sob esse efeito diversificador, surge uma varieda-de varieda-de possibilidavarieda-des e novos tipos varieda-de ivarieda-dentificação, ivarieda-dentidavarieda-des mais tran-sitórias, mais políticas, mais plurais, menos unificadas. Como crê Bhabha (1994), também as identidades estão sujeitas ao nível da história, da políti-ca, da representação e da diferença, o que as impede de um retorno à pureza. O modelo atual de sociedade seria, portanto, fruto da condição objetiva do desenvolvimento histórico, com a expressão de novas e cambiantes idéias e concepções.

Os defensores do multiculturalismo avançam na conceituação de globalização para além das definições tradicionais centradas nas questões

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econômicas, buscando privilegiar as dimensões sociais, políticas e culturais. A partir disso, globalização adquire o sentido de processo pelo qual deter-minada condição ou entidade local estende a sua influência a todo o globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de designar como local outra condi-ção social ou entidade rival. Em semelhante direcondi-ção está a idéia de ‘geome-tria do poder’ da globalização, como designado por Massey (1985), em que esta se traduz pela distribuição desigualitária ao redor do globo, entre regi-ões e entre diferentes estratos da população dentro das regiregi-ões.

MULTICULTURALISMO E DIREITOS HUMANOS: O DIÁLOGO INTERCULTURAL

Os direitos humanos estariam ancorados numa lógica similar à da globalização, cuja abrangência global é obtida à custa da legitimidade local. A conceitualização e a prática dos direitos humanos, ao assentarem-se num conjunto de pressupostos da sociedade ocidental, definido por concepções particulares (ocidentais), como as noções de indivíduo, de universalidade, de diversidade, de dignidade humana, ou seja, ao serem concebidos como direi-tos universais, tendem a operar como localismo globalizado (BOAVENTURA, 2003). Isso corresponde a dizer que não são identificadas/consideradas as configurações históricas e culturais que imprimem caráter particular às especificidades locais, a exemplo dos particularismos próprios da cultura ou da religião, os quais tratam da diferença, de fronteiras. Predomina o projeto hegemônico e homogeneizador da cultura ocidental, antes eurocêntrico e agora centrado em particular nos Estados Unidos da América, que tende a espalhar sua influência e dominação sobre as demais partes do globo.

O reconhecimento do diverso deve permitir que se e considere, ade-mais, as distinções nos modos de dominação e as formas específicas de re-sistência. Por outro lado, ao procurar deslocar a abordagem dos direitos humanos de um ‘localismo globalizado’ rumo a um projeto cosmopolita e contra-hegemônico, Boaventura (2003) considera que se deve manter uma relação equilibrada e mutuamente potenciadora entre a competência global e a legitimidade local. Sob essa perspectiva repousaria o pensamento e a prática multicultural, de reconhecimento e respeito aos diferentes significados socioculturais, os quais devem ser tratados na esfera do político igualmente enquanto fonte de poder.

A política dos direitos humanos deveria ser, nessa ótica, uma política basicamente cultural. Para Boaventura (2003), a referência à cultura tornou-se um recurso considerado indispensável para que outras teorias possam

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trapor-se às noções de tempo e subjetividade, de forma a apresentar uma diversidade de temporalidades e de subjetividades provenientes da interse-ção entre as dinâmicas da modernidade e os diferentes tipos de resistências suscitados por elas. Segundo defendem os teóricos do multiculturalismo, deve-se estabelecer o diálogo intercultural com o objetivo de forjar alianças e coligações políticas para a promoção da cultura (entendida em seu sentido político) de grupos considerados subalternos.

A política contra-hegemônica de direitos humanos é tida, por essa ótica, como ‘guião emancipatório’, cuja efetivação está baseada na concep-ção de cidadania cosmopolita. Para tanto, são estabelecidos como pressu-postos fundamentais, além do reconhecimento da diferença, a criação de políticas sociais voltadas à redistribuição de recursos, redução das desigual-dades e inclusão, o que irá requerer a construção de novas formas de inter-venção política.

Para fazer frente às tensões que colocam as lutas e violações dos direi-tos humanos numa dimensão nacional, de um lado, e os pressuposdirei-tos cul-turais específicos, de outro, Boaventura considera importante a adoção de premissas que possam nortear o diálogo intercultural sobre a dignidade humana. Tais premissas se constituiriam em redes de referências normativas capacitantes, organizadas enquanto constelação de sentidos locais, mutua-mente inteligíveis. Além do mais, ainda que separadas pelas suas diferenças recíprocas, seria possível a identificação de um campo comum às lutas dos diferentes movimentos: indígenas, negro, feminista..., sem que sua autono-mia e especificidades sejam suprimidas.

A teoria da tradução é apresentada como o recurso capaz de articular lutas conduzidas a partir de experiências distintas, dado que não se trata de transformar, mas de traduzir o que é diferente.

Tradução é um conceito que descreve aquelas formações de identidade que atravessam e intersectam as fronteiras naturais, compostas por pes-soas que foram dispersadas de sua terra natal. Essas pespes-soas retêm for-tes vínculos com seus lugares de origem e suas tradições, mas sem a ilusão de um retorno ao passado. São obrigadas a negociar com as novas culturas em que vivem sem terem sido assimiladas por elas e sem per-der completamente suas identidades, além de carregarem os traços das culturas, das tradições, das linguagens e das histórias particulares pelas quais foram marcadas. A diferença é que elas não são e nunca serão unificadas no velho sentido, porque certamente são um produto de várias histórias e culturas interconectadas (HALL, 2005, p. 88-9).

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O autor lembra que etmologicamente a palavra tradução, originária do latim, significa transferir, transportar entre fronteiras. Como os imigran-tes passam a pertencer simultaneamente a dois mundos, devem aprender a habitar, no mínimo, duas identidades, a falar duas linguagens, a traduzir e a negociar entre elas; dessa maneira eles constituem um universo traduzido. As culturas híbridas representam um dos diversos tipos dentre as mais novas identidades, provenientes das novas diásporas geradas pelas migrações na era da modernidade.

CONCLUSÃO

A coexistência de diferentes culturas no seio das sociedades contem-porâneas, com vistas ao diálogo intercultural é, de fato, um enorme desafio. Se por um lado é verdade que a desintegração da estrutura de classes criou um mosaico de posições de sujeito, em compatibilidade com a ideologia da diferença, por outro, não seria menos verdade que assistimos hoje à igual desintegração da consciência coletiva, ao mesmo tempo em que se verifica o distanciamento entre os agrupamentos sociais, a menos que estes estejam legitimamente ligados por identidades que se aproximam, tais como as categorizações sociais de gênero, etnia, religiosas e outras.

Em meio aos espaços de liberdade e cosmopolitismo, o distanciamento e a indiferença tendem a se tornar comportamentos generalizantes. Ao se analisar a diversificação das identidades, é interessante considerar que a ‘di-ferença’ pode provocar o estranhamento em relação ao Outro, anular cum-plicidades e intimidades, esfacelar o sentido de relação e instituir a ‘não-relação’. A diversidade pode gerar, concomitantemente, um movimen-to contraditório de atração e repulsa. No entanmovimen-to, insiste Touraine (1999, p. 2002) “[...] em todas as partes do mundo [...], trata-se de lutar contra o fracionamento do mundo, das sociedades nacionais e da vida pessoal”.

No contexto da ‘modernidade líquida’, a ausência de representações coletivas densas e a falta de coesão social levam a crer que as lutas travadas na esfera dos direitos humanos, ainda que motivadas por ideais emancipa-tórios, parecem ser insuficientes para erradicar a exclusão. Os distanciamentos sociais tornam-se crescentemente mais visíveis, alargando-se o fosso entre humanidade e desumanidade, quando o processo multiforme de exclusão social provoca o isolamento de diferentes categorias da população. A segre-gação se constitui em reais fronteiras internas.

O contexto vivido pelos imigrados, face às dificuldades enfrentadas como minoria étnica, os enfrentamentos de ordem econômica, cultural e de

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ameaça ao mercado de trabalho no país receptor, desencadeia uma tensão que acaba por se alojar na rejeição da diferença. Ocorre, dessa maneira, um deslocamento dos problemas centrados na precariedade econômica rumo às questões étnicas, com um processo de etnização das diferenças sociais. Os traços biológicos são ressaltados (biologizados) em um conjunto de indiví-duos considerados de uma mesma categoria social. Sem ‘direito a ter direitos’, ao serem excluídos socialmente os imigrados se marginalizam culturalmen-te, formando os guetos e as comunidades étnicas.

Desde o mundo arcaico os preconceitos contra o estrangeiro são clara-mente manifestados, seja no acolhimento com desconfiança e até mesmo com hostilidade, seja no não-acolhimento. Como alude Arendt (1998, p. 287), “quanto mais um povo aprende a respeito de outro, menos quer reconhecê-lo como seu igual, e mais se afasta do ideal de humanidade”. O desmantelamento do preconceito e da hostilidade contra o Outro, ou contra o imigrante, pode-ria ser visualizado na perspectiva colocada por Lévinas (2005, p. 18-9), segun-do a qual o acontecimento ético na vida segun-do ser humano deve ocorrer a partir da ruptura da indiferença, que implica na superação do sentido do ser para si mesmo em direção ao ser para o outro. Em tal atitude, vislumbra-se o reco-nhecimento do Outro como meu igual (na condição de humanidade), e a aceitação do outro, enquanto visão ética da diferença.

Face ao fenômeno imigratório, cabe às políticas estatais o enfrenta-mento das questões que subvertem a condição humana dos imigrantes. Garantir amplos direitos (sociais, econômicos, políticos e culturais), inde-pendente da condição jurídica frente ao Estado, é o caminho possível para a inserção e participação ativa do imigrado, como cidadão, na nova sociedade. Propiciar a participação política do sujeito como sujeito ativo, através da linguagem, da ação, do direito à liberdade de opinar e de fazer escolhas, é pressu-posto democrático fundamental, o que, no caso do imigrante, dependerá do seu nível de inclusão na sociedade receptora e da extensão dos direitos a ele concedidos.

Como parte do entendimento de que conflito e antagonismo são autênticas dimensões das relações no espaço público, também a cidadania deve ser entendida com referência a aceitação da diferença, da existência de interesses divergentes, do reconhecimento mútuo do direito de que todos tenham as mais diferentes expressões e posições. Em tal perspectiva, a ad-ministração política da fronteira que separa nós/eles implica, para a noção de cidadania, na adesão e compartilhamento em relação a princípios ético-políticos, de forma a gerar a identificação com o nós, o que irá possibilitar o reconhecimento do indivíduo como cidadão (KOZICKI, 2003, p. 142).

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Na ótica de que aquele que vem de fora carrega em sua bagagem de vida toda uma riqueza cultural, uma história, uma trajetória, o nacional pode con-frontar a Tradução do Outro com as próprias Tradições, sem que isso possa se constituir em ameaça, mas em enriquecimento humano e potencialização cultural. Vale lembrar que, a despeito do estranhamento e da ameaça do dife-rente, ser diferente daqueles que são diferentes faz de você o mesmo (BHABHA, 2005).

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Abstract: given the difficulties of nation states in dealing with the growing entry and stay of immigrants in the interior, we seek, in this article, confront the problem involving the international migration and the complex relationship involving notions such as ethnic identity and human rights, making an inter-face with the multiculturalists’ propositions.

Key words: international migration, ethnicity, exclusion, human rights, multiculturalism

HELOISA MAZZOCCANTE RIBEIRO

Doutoranda em Ciências Sociais no Centro de Estudos Comparados das Américas (Ceppac) da Uni-versidade de Brasília (UnB). Mestre em Ciências Sociais pelo Ceppac da UnB.

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