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A legislação sobre o abortamento na América do Sul: desafios e implicações / South American abortion legislation: challenges and implications

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 57682-57694 aug. 2020. ISSN 2525-8761

A legislação sobre o abortamento na América do Sul: desafios e implicações

South American abortion legislation: challenges and implications

DOI:10.34117/bjdv6n8-250

Recebimento dos originais:08/07/2020 Aceitação para publicação:17/08/2020

Renata Reis Silva Acadêmica de medicina

Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: renata.reissilva98@gmail.com

Gabriela Magalhães Bandeira Gomes Acadêmica de medicina

Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: gabrielambandeirag@outlook.com

Karina Dayane Gonçalves Moreira Acadêmica de medicina

Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: drakarinamoreira17@gmail.com

Paula Luiza de Sousa Acadêmica de medicina

Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: paulaluiza2006@hotmail.com

Ana Luiza Espíndula Rocha Acadêmica de medicina

Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: espindolaana2000@gmail.com

Marcela de Andrade Silvestre

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás - Faculdade de Enfermagem Instituição: Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA

Endereço: Av. Universitária Km 3,5 - Cidade Universitária, Anápolis-GO, 75083-515 E-mail: marcelasilvestre2@hotmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 57682-57694 aug. 2020. ISSN 2525-8761 Ana Karina Marques Salge

Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás

Instituição: Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás - FEN/UFG Endereço: Rua 227, Q. 68, S / N - Setor Leste Universitário, Goiânia - GO, 74605-080

E-mail: anasalge@gmail.com Douglas Reis Abdalla

Doutorado em Ciências da Saúde - Patologia Básica e Experimental pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituição: Faculdade de Talentos Humanos - FACTHUS

Endereço: Av. Tonico dos Santos, 333 - Jardim Induberaba, Uberaba - MG, 38040-000 E-mail: drabdalla@facthus.edu.br

RESUMO

A legislação sobre o abortamento na América do Sul é pautada em um perfil de leis restritivas, tendo como base questões culturais que influenciam a conduta desumanizada em relação ao abortamento. O objetivo foi de analisar os aspectos legais abordados nos países da América do Sul, a respeito dos desafios encontrados na legislação sobre o abortameNto e suas principais implicações. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com artigos selecionados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e National Library of Medicine and National Institutes of Health (PubMed). Foram incluídos artigos publicados em português, inglês e espanhol disponíveis gratuitamente, com texto completo, entre os anos de 2015 e 2020, que retratassem a temática da legislação sobre o abortamento nos países da América do Sul, sendo selecionados 20 artigos que se adequaram aos Descritores em Ciências de Saúde (DeCS): “Aborto”, “Legislação”, “Saúde Pública”, “Direitos Sexuais e Reprodutivos” e “América do Sul”. Da análise emergiram 6 categorias: leis restritivas, perspectiva histórica, patriarcalismo, direitos sexuais e reprodutivos da mulher, práticas inseguras e altos índices de mortalidade materna, que serão discutidas a seguir. Assim, percebe-se que as leis sul americanas enfrentam como desafios o seu caráter restritivo, bem como a perspectiva histórica e o patriarcalismo com as quais se relacionam. Faz-se necessária uma maior discussão sobre o tema, deixando de lado tabus e preconceitos em relação a vida sexual e reprodutiva da mulher, para que haja uma assistência humanizada que vise a garantia de direitos e a redução de mortalidade por práticas inseguras de abortamento.

Palavras-chave: aborto, legislação sobre o aborto, saúde pública, direitos sexuais e reprodutivos, América do Sul.

ABSTRACT

The abortion legislation in South America is based on a profile of restrictive laws, based on cultural issues that influence dehumanized conduct in relation to abortion. The objective was to analyze the legal aspects addressed in the countries of South America, regarding the challenges found in the legislation on abortion and its main implications. An integrative literature review was carried out, with articles selected from the Scientific Electronic Library Online (SciELO) and National Library of Medicine and National Institutes of Health (PubMed) databases. Articles published in Portuguese, English and Spanish, available for free, with full text, between the years 2015 and 2020, that portrayed the theme of abortion legislation in South American countries were included, with 20 articles selected to fit the Descriptors in Health Sciences (DeCS): "Abortion", "Legislation", "Public Health", "Sexual and Reproductive Rights" and "South America". Six categories emerged from the analysis: restrictive laws, historical perspective, patriarchy, women's sexual and reproductive rights,

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unsafe practices and high rates of maternal mortality, which will be discussed below. Thus, it is perceived that the South American laws face as challenges their restrictive character, as well as the historical perspective and the patriarchalism with which they are related. It is necessary to have a greater discussion on the topic, leaving aside taboos and prejudices in relation to the sexual and reproductive life of women, so that there is humanized assistance aimed at guaranteeing rights and reducing mortality from unsafe abortion practices.

Keywords: abortion, abortion legislation, public health, sexual and reproductive rights, South America.

1 INTRODUÇÃO

Historicamente, na América do Sul, as questões morais sempre giraram em torno de dogmas religiosos e questões patriarcais. Esses dogmas sempre foram mais duros para as mulheres, as quais eram vistas como propriedade e serviam, apenas, como objeto de troca e procriação (LANDEO, 2018). Esse pensamento, não se limitou aos costumes, mas também deu embasamento para a formação das leis. Contudo, após o advento da pós-modernidade a realidade sofreu modificações. Movimentos em prol dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher foram crescendo e tomaram força por todo o continente. Dessa forma, o abortamento provocado passou a ser discutido no âmbito dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, uma vez que a destruição voluntária do concepto confronta os direitos mais abrangentes sobre o corpo e a autonomia da mulher (MIHAHIM; ROCHA, 2017).

A prática de abortamento é entendida como a interrupção da gestação, a qual pode acontecer de forma espontânea ou induzida. Essa indução, em países como o Brasil, em que existem determinadas restrições para o abortamento, na maioria dos casos, acontece de forma insegura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define aborto inseguro como um procedimento para o término da gestação, que será realizado por alguém sem a habilidade necessária ou em um local sem padronização para a realização de procedimentos médicos, ou a conjunção dos dois fatores. Esse tipo de abortamento ainda é muito frequente, algo que contrapõe o avanço médico e científico, que já desenvolveu formas da realização do procedimento sem riscos. Isso acontece porque a prática de abortar poder ser compreendida sob a ótica de inúmeros posicionamentos, uma vez que coloca em pauta duas vertentes: o direito sexual e reprodutivo feminino e o direito de uma possível vida (CARDOSO; VIEIRA; SARACENI, 2020).

Os países sul americanos encaram de diferentes maneiras a forma como é visto o direito sexual feminino. No Peru, por exemplo, onde a presença dos ideais religiosos é muito forte, todas as práticas de abortamento são condenadas tanto moralmente, como legalmente (LANDEO, 2018). Já no Uruguai, a legislação reconhece os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, e o abortamento

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pode ser realizado de acordo com a vontade individual (GÓMEZ, 2016). No caso do Brasil, algumas justificativas de abortamento são protegidas por lei, como em casos onde a mulher é vítima de violência sexual e onde há má formações fetais, que inviabilizam a vida extrauterina, como por exemplo a anencefalia. Independentemente de como as leis são impostas em cada país, o fato é que em todos eles ocorrem abortamentos induzidos (PAULA et al., 2018).

Por ano, cerca de 25 milhões de abortos inseguros são feitos no mundo, sendo que a maior parte deles ocorre na África, na Ásia e na América latina. Estima-se que ocorrem 29 abortos a cada 1000 mulheres entre 15 e 44 anos (LUERSEN et al., 2019). Essa pesquisa reafirma ainda, a ideia de que a não descriminalização não impede a realização do abortamento pelas mulheres, mesmo que tenham que se submeter às práticas clandestinas, sem profissionais capacitados para a realização do procedimento. Uma das grandes consequências de tudo isso é a crescente morte materna, que atinge de forma direta o sistema de saúde do país (CARLOTO; DAMIÃO, 2018).

Outro ponto de extrema relevância é sobre como as leis sul americanas sobre o abortamento são restritivas. Em países como o Brasil, a mulher pode ser penalizada com até três anos de prisão, sendo que aquele que realizou o procedimento também é culpabilizado e julgado. Além disso, aquelas que são permitidas pela lei à realização dessa prática podem encontrar outros problemas, como por exemplo a resistência médica em praticar tal ato (MADEIRO; DINIZ, 2016). Por isso o investimento em educação sexual e reprodutiva é tão importante, visto que pode reduzir o número de gestações não planejadas, influenciando diretamente na redução dos altos índices de morte materna decorrentes de práticas abortivas. Evidências apontam que a realização de um planejamento familiar pode ser eficaz, se existir o compartilhamento de informações, principalmente através da realização de ações de saúde comunitárias que visem a promoção de saúde (PAULA et al., 2018).

Levando em consideração o fato de que o abortamento constitui um importante problema de saúde pública e que existem diversos posicionamentos acerca do tema, é válido analisar os fatores determinantes dessa prática e suas consequências, bem como a legislação que a ampara ou não. Este trabalho teve por objetivo analisar os aspectos legais abordados nos países da América do Sul, a respeito dos desafios encontrados na legislação sobre o abortamento e suas principais implicações.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, visando sintetizar os resultados disponíveis e observar as lacunas nos estudos já realizados. Para essa revisão seguiu-se, de forma simplificada, 4 passos: identificação do problema (a ser esclarecido com a revisão), busca da literatura nos bancos de dados, avaliação de conteúdo e análise dos dados obtidos. Em cada artigo analisado, buscou-se

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encontrar os aspectos que respondem à questão central deste trabalho: os desafios encontrados na legislação sobre o abortamento nos países da América do Sul e suas implicações.

Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca, durante o mês de fevereiro de 2020, nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine and National Institutes of Health (PubMed) e Google Acadêmico.

Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeSC) e suas combinações nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola: “Aborto” (aborto;

abortion), “Legislação” (legislación; legislation), “Saúde Pública” (salud pública; public health),

“Direitos sexuais e Reprodutivos” (derechos sexuales y reproductivos; reproductive rights) e “América do Sul” (América del Sur; South America).

Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponíveis gratuitamente com o texto completo, que retratassem a temática referente à legislação sobre o abortamento nos países da América do Sul e indexados nos referidos bancos de dados entre 2015 e 2020. Definiu-se como critério de exclusão os estudos que abordavam sobre a temática, porém em países que não pertencentes a América do Sul.

A análise dos 20 estudos selecionados, em relação ao delineamento de pesquisa, pautou-se na compreensão acerca de como o abortamento é interpretado e praticado em alguns países da América do Sul, sendo que tanto a análise quanto a síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma qualitativa, com o intuito de reunir o conhecimento produzido sobre o tema explorado na revisão e os pontos semelhantes a respeito da prática do abortamento na política que rege os países analisados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados evidenciaram que alguns países sul americanos têm leis menos restritivas, tais como o Uruguai e o Equador. Por outro lado, alguns consideram o abortamento como uma prática ilegal sob qualquer hipótese, como o Chile. Os demais países despenalizam o abortamento em situações específicas como estrupo, malformações fetais incompatíveis com a vida e risco de vida ou à saúde da gestante, como no caso do Brasil. Nesse sentido foi possível identificar alguns pontos que caracterizam o perfil legislativo sobre o abortamento na América do Sul, bem como suas consequências. Esses pontos podem ser discutidos a partir de 6 categorias: leis restritivas, perspectiva histórica, patriarcalismo, direitos sexuais e reprodutivos da mulher, práticas inseguras e altos índices de mortalidade materna, que serão discutidas a seguir. As categorias, discutidas a seguir, estão evidenciadas com suas respectivas fontes no Quadro 1 a seguir.

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Quadro 1: Distribuição das categorias segundo os estudos fundamentadores, Anápolis - GO, 2020.

Categorias Artigos fundamentadores

(autores e ano)

1. LEIS RESTRITIVAS (LUERSEN et al., 2019)

(VALDÉS, 2018)

(MARIA; CASAS; VIVALDI, 2020) (FERRAZ; COUTO, 2019)

(GÓMEZ-DÁVILA, 2018) (SGANZERLA; MONICA, 2018)

(CARDOSO; VIEIRA; SARACENI, 2020)

2. PERSPECTIVA HISTÓRICA (MINAHIM; ROCHA, 2017)

(GÓMEZ-DÁVILA, 2018) (SGANZERLA; MONICA, 2018) (LANDEO, 2018)

3. LEIS PRATRIARCALISTAS (MINAHIM, 2017)

(MARIA; CASAS; VIVALDI, 2019)

4. DIREITOS SEXUAIS E

REPRODUTIVOS DA MULHER

(MADEIRO; DINIZ, 2015) (GOES, et al., 2020)

5. PRÁTICAS INSEGURAS (LUERSEN et al., 2019)

(GOMÉZ-DÁVILA, 2018)

6. ALTOS ÍNDICES DE MORTALIDADE

MATERNA

(CARDOSO; VIEIRA; SARACENI, 2020) (LUERSEN et al., 2019)

(VEIGA JUNIOR; MARCHETTO, 2017)

3.1 LEIS RESTRITIVAS

Na América do Sul, países como Argentina, Paraguai, Venezuela e Brasil possuem legislações desatualizadas, repercutindo diretamente nos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres que vivem nesses países. Isto acaba sendo refletido diretamente na realização de abortamentos ilegais e inseguros, e também interfere na autonomia feminina, visto que nesses países a interrupção da gestação é criminalizada, sendo permitida somente em algumas exceções, como risco de morte materna e violência sexual (LUERSEN et al., 2019).

No Chile o abortamento é visto como crime, com as seguintes exceções: risco à vida da mulher, anomalia fetal incompatível com a vida e estupro, sendo direito da mulher ter um acompanhamento associado ao reconhecimento da autonomia individual, a fim de decidir se vai continuar ou não a gravidez (VALDÉS, 2018). No entanto, no caso de abortamento ilegal, as mulheres que procuram tratamento devem ser denunciadas à polícia quando tiverem complicações (MARIA; CASAS; VIVALDI, 2020).

Na Bolívia, mesmo a Corte boliviana estando inserida em um movimento constitucional chamado “Novo Constitucionalismo Latino-americano”, que consiste em um modelo constitucional inovador e com aspectos e características próprias, pautado na positivação dos direitos e garantias individuais e a separação dos poderes, a interrupção voluntária da gravidez continua sendo um crime, ressalvando apenas algumas exceções como risco de vida ou saúde da gestante e em casos de estupro ou violações sexuais (FERRAZ; COUTO, 2019).

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Na Colômbia, apesar da Corte Constitucional ter legalizado o abortamento em 2006, a prática do abortamento inseguro ainda existe, tendo ocupado o quinto lugar de morte materna no país, em 2018. Tal fato ainda ocorre em consequência da pouca informação, dos entraves administrativos, dos atrasos nos processos de atenção e dos maus tratos e violações aos direitos das mulheres que ocorrem durante o procedimento abortivo (GÓMEZ-DÁVILA, 2018).

A vanguarda é o Uruguai, que na Lei nº 18.987 de 2012 dispõe sobre a interrupção voluntária da gestação, permitindo que seja realizada durante as 12 primeiras semanas gestacionais. Em consequência, houve redução no número de mulheres que decidiram realizá-lo, posto que é proporcionado suporte médico, psicológico e social para a realização de uma decisão consciente e responsável (LUERSEN et al., 2019).

Ainda no Brasil, verifica-se que o caráter repressivo é bastante presente nos projetos de lei, sejam em trâmite, sejam os arquivados. Mesmo nos tempos atuais, as discussões sobre o assunto são rodeadas por um caráter depreciativo e imoral, visto como um atentado ao pudor público e aos costumes da sociedade. Nesse sentido, é possível perceber que o abortamento é um dos últimos pontos da sexualidade que ainda é encarado com intensa repressão (SGANZERLA; MONICA, 2018). Contudo, a ilegalidade não impede a prática, pelo contrário, leis restritivas aumentam a ocorrência de abortamentos, estando relacionados à desigualdade social e permanecendo como um problema de ordem global (CARDOSO; VIEIRA; SARACENI, 2020).

3.2 PERSPECTIVA HISTÓRICA

Historicamente, os países da América do Sul vivenciaram uma restrição dos direitos femininos, sendo esses conquistados no decorrer das últimas décadas. Em um continente de sociedades meramente patriarcais, colocou-se sempre em pauta dados da genética, biologia ou religião e foi deixado de lado a autonomia e os direitos da mulher. Nesses países a mulher teve, por muitos anos, seu corpo subjugado ao estereótipo da procriação, o que trouxe como consequência a prática ilegal do abortamento. Nesse sentido o abortamento se institucionalizou como uma questão de saúde pública amplamente discutida na legislação da América do Sul (MINAHIM, 2017).

Outro fator relevante é que tradicionalmente, existe um caráter depreciativo no que diz respeito da legislação sobre o abortamento nesses países. Assim, o abortamento é tratado, muitas vezes, de forma imoral, desagradável, visto como um atentado ao pudor público e aos costumes sadios da sociedade, o que dificulta a reafirmação e o progresso de tantos movimentos que visam garantir e assegurar os direitos da mulher (SGANZERLA; MONICA, 2018).

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Também, é importante destacar que alguns países sul americanos tem sua base histórica influenciada pela religiosidade, como é o caso do Peru. A religião induz muitas decisões na área médica, como a questão da interrupção da gravidez. Os médicos mais religiosos são geralmente contra o abortamento e a eutanásia médica, enquanto profissionais de baixa religiosidade apoiam esses procedimentos. Dessa forma, entende-se a força da religião até mesmo nas resoluções médicas, visto que a tradição cultural tem maior relevância (LANDEO, 2018).

3.3 LEIS PATRIARCALISTAS

A apropriação e objetificação da mulher é fruto de uma sociedade patriarcal, enraizada historicamente nos países sul americanos. Dessa maneira, o abortamento inseguro é um dos retratos da sociedade atual, consequência da desigualdade dos sexos que resulta, portanto, na descriminalização, opressão e preconceito às mulheres, somados aos estereótipos na esfera reprodutiva (MINAHIM; ROCHA, 2017).

É importante ressaltar que alguns países da América do Sul, como é o caso do Chile, vem proporcionando avanços na garantia do direito ao abortamento, o que contribui para a criação de uma sociedade mais tolerante. A presença de movimentos sociais na história do país contribuiu para a asseguração de direitos à mulher, indo contra o patriarcalismo e a criação de estereótipos relacionados ao sexo feminino. Mesmo sendo um país que apresenta o abortamento como ato ilegal, o Chile coloca como obrigações mínimas a dignidade humana, a integridade e o direito à saúde, tornando obrigatório o acompanhamento e devidos procedimentos para a mulher que sofreu a interrupção da gravidez. Desse modo, nota-se a relevância dos avanços na garantia de direitos e da discussão sobre assuntos que são considerados um tabu, visto que não dizem respeito apenas à uma questão sociocultural, mas sim ao combate dos preconceitos existentes, podendo contribuir para a mudança do cenário patriarcal presente em países da América do Sul (MARIA; CASAS; VIVALDI, 2019).

3.4 DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DA MULHER

Tendo em vista os pontos abordados neste trabalho, torna-se perceptível situações em que ocorrem desrespeito aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que foram historicamente adquiridos em um primeiro momento pela integração dos direitos de respaldo à saúde da mulher, sob a perspectiva de direitos unicamente reprodutivos e, posteriormente, com a incorporação de requerimentos de outros movimentos sociais (PAULA et al., 2018). Questões como a possibilidade de rejeição em praticar o abortamento por parte de profissionais médicos, que está comumente

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associada a questões morais ou religiosas particulares, foram relatadas pelos próprios profissionais como uma das principais questões para o impedimento do pleno funcionamento desse tipo de serviço. Por exemplo, foi realizado um estudo no Brasil, em 2013, com ginecologistas e obstetras, que demonstrou que cerca de 85% dos médicos consentiam com o direito das mulheres de cessar a gravidez consequente de estupro, porém, somente 50% estavam disponíveis para executar, de fato, o abortamento. Essa imposição das barreiras burocráticas poderia ser reduzida de forma considerável, se os profissionais da saúde, principalmente médicos, fossem mais capacitados em conceitos como “saúde sexual e reprodutiva”, “violência de gênero”, “humanização” e “direitos humanos” (MADEIRO; DINIZ, 2015).

Na atualidade, ainda podemos destacar o crescimento no número de denúncias contra mulheres com casos de abortamento, realizada por profissionais de saúde à polícia, que acontecem no momento da internação. O preconceito nos serviços de saúde é uma questão comumente relatada pelas mulheres que estão em circunstância de abortamento, seja de forma direta ou indireta, com uso de um tratamento não digno, julgamento de cunho moral e constrangedor, que são demonstrados através de práticas violentas no momento do atendimento destas mulheres, que revela, de acordo com o Código de Ética das profissões de Saúde, um nítido desrespeito ao sigilo profissional (GOES, et al., 2020).

É importante destacar que a não criminalização do processo de abortamento poderia andar em concordância com os direitos sexuais e reprodutivos da mulher defendidos legalmente, que afirma, que à esta deve ser preservada a faculdade de fazer suas próprias escolhas, sobre a forma de dirigir sua vida e de conduzir as ações sobre o seu corpo e a sua liberdade (MARIA; CASAS; VIVALDI, 2019).

3.5 PRÁTICAS INSEGURAS

Dados apontam que cerca de 20 a 30% das mulheres que enfrentam um abortamento inseguro apresentam infecção dos órgãos pélvicos, 8 milhões sofrem complicações que demandam tratamento médico – porém somente 5 milhões conseguem ter acesso ao mesmo –, e 47.000 morrem em decorrência de complicações associadas ao abortamento. Além disso 98% destas mulheres vivem em países em via de desenvolvimento, e se concentram naqueles com leis restritivas que obrigam as mulheres a buscar práticas não seguras e profissionais não qualificados para realizar o abortamento, o que lhes acarreta uma maior carga de enfermidade e morte (GOMÉZ-DÁVILA, 2018).

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Sem dúvidas, o abortamento inseguro persiste como um problema de saúde pública e justiça social vigente principalmente em países em desenvolvimento, particularmente na América do Sul (GOMÉZ-DÁVILA, 2018). Ao verificar o que acontece nos países desenvolvidos, a maioria com leis liberais sobre abortamento, nota-se que existe um maior acesso à contracepção e educação sexual. Nos países desenvolvidos, ocorrem 17 abortamentos a cada 1.000 mulheres entre 15 e 44 anos, enquanto no mesmo grupo etário, em países subdesenvolvidos, são 29 abortamentos a cada 1.000 mulheres. Essa diferença é importante, uma vez que, em países desenvolvidos, 95% dos abortamentos são seguros, enquanto, nos países em desenvolvimento, apenas 44%. Por outro lado, países em que o abortamento é descriminalizado mostram resultados como a redução do número de procedimentos realizados e, consequentemente, de mortes em razão deles. Na Holanda, por exemplo, que é um país desenvolvido, há os menores índices de abortamento. E em Portugal houve relevante queda no número de mulheres que realizam tal procedimento e a conscientização da sociedade em relação ao direito de decisão da mulher (LUERSEN et al., 2019).

3.6 ALTOS ÍNDICES DE MORTALIDADE MATERNA

Pode-se concluir que, apesar dos avanços científicos capazes de proporcionar um abortamento seguro para a mulher, abortamentos inseguros continuam a acontecer, gerando consequentes aumentos dos custos ao sistema de saúde, complicações e mortes maternas (CARDOSO; VIEIRA; SARACENI, 2020).

Recomenda-se, em uma perspectiva internacional, que o abortamento seja excluído da esfera penal, embasado na abordagem de direitos e saúde pública. As instituições responsáveis pelo monitoramento de convênios e documentos internacionais concluem uma intensa preocupação, estabelecendo uma relação direta entre abortamento inseguro e morbimortalidade materna (LUERSEN et al., 2019).

É comum que se note, em discursos de representantes oficiais de alguns países da América do Sul, o peso de ideologias favoráveis à criminalização. Porém, muitas vezes o risco de morbimortalidade na prática do abortamento não é analisado. Portanto, continuar criminalizando o abortamento quando a vontade da mulher em não ter o filho é presente, apenas eleva a possibilidade de mortalidade das mulheres gestantes juntamente aos conceptos, em função da execução dessa prática de forma clandestina e do despreparo e condições precárias das clínicas que ofertam esse tipo de serviço (VEIGA JUNIOR; MARCHETTO, 2017).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 8, p. 57682-57694 aug. 2020. ISSN 2525-8761 4 CONCLUSÃO

Conclui-se, portanto, que é possível notar muitos desafios na legislação sobre o abortamento dos países da América do Sul. A cultura patriarcalista, que engloba a posição de submissão social e moral da mulher, somada à questão religiosa, é evidentemente forte, tendo esse fato, influência direta na consolidação de uma legislação com mais aspectos restritivos, do que deliberativos, que gera no ambiente médico profissional uma assistência que, por vezes, pode apresentar-se preconceituosa e desumanizada à mulher que busca os serviços de saúde para a realização do abortamento legal. Diante disso, a maioria das mulheres acabam se sentindo amedrontadas e inseguras diante de uma assistência médica deficitária, e por isso buscam outras alternativas, como as práticas ilegais de abortamento, desencadeando uma cultura geracional de ilegalidade, criminalização e de riscos relacionados à morbimortalidade materna.

Dessa forma, as questões discutidas são amplas e com base no que foi apresentado nos artigos analisados, não se trata apenas da desmistificação e legalização do abortamento, mas sim da implementação de medidas sanitárias de educação em saúde, buscando promover um atendimento humanizado nos procedimentos de abortamento. Tais medidas são necessárias, uma vez que devido à ausência de um ensino sobre educação sexual e reprodutiva qualificada e apoiada legalmente, as discussões e o entendimento sobre a questão do abortamento ainda possuem um caráter depreciativo e imoral, sendo apontado como um atentado ao pudor público e aos costumes sociais, tanto no âmbito social quanto no médico e hospitalar, gerando uma assistência médica desumanizada e preconceituosa, que não faz jus ao juramento de Hipócrates, por meio do qual declaram solenemente consagrar a vida ao serviço da humanidade, à saúde e ao bem-estar do paciente.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, A.F. Direito ao aborto, gênero e a pesquisa jurídica em direitos fundamentais. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, n. 26, p. 236-261, 2017.(Acesso em:https://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_abstract&pid=S198464872017000200236&lng=en &nrm=iso&tlng=pt)

CARDOSO, B.B.; VIEIRA, F.M.S.B.; SARACENI, V. Aborto no Brasil: o que dizem os dados oficiais? Cadernos de Saúde Pública, n.36, p. 01-13, 2020. (Acesso em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020001305001)

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