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Avaliação da qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de milho durante o beneficiamento

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICA, FISIOLÓGICA E SANITÁRIA

DE SEMENTES DE MILHO DURANTE O BENEFICIAMENTO

1

1 Aceito para publicação em 20/11/2003.

2,5Engos Agros, estudantes de Pós-Graduação em Agronomia, FCAV/UNESP

- Câmpus de Jaboticabal, SP, 14884-900; e-mail: sifessel@fcav.unesp.br

3,4Engo Agro, Prof. Titular e Adjunto do Depto. de Produção Vegetal - FCAV/

UNESP.

SIMONE APARECIDA FESSEL2; RUBENS SADER3; RINALDO CESAR DE PAULA4; JULIANA ALTAFIN GALLI5

RESUMO - A pesquisa teve por objetivo avaliar a qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de milho durante as etapas de beneficiamento. Foram utilizadas 16 amostras de um lote de sementes do híbrido D766 safra 2001/2002 , classificado em sementes chatas médias curtas e redondas curtas, de peneiras 20 e 22. As amostras foram obtidas durante as fases do beneficiamento de recepção, pré-limpeza, pós-mesa de gravidade, pós-classificador e pós-ensaque. As sementes foram avaliadas quanto ao teor de água, germinação, primeira contagem da germinação, índice de velocidade de germinação, envelhecimento acelerado, teste de frio, condutividade elétrica, emergência das plântulas em campo, sanidade, através do teste de papel filtro e dano mecânico. Para análise estatística utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, e a comparação das médias foi feita usando-se o programa SAEG, teste de comparações múltiplas de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Os resultados deste trabalho sugeriram que os danos mecânicos podem ocorrer em cada fase do processamento e são cumulativos e o beneficiamento de sementes de milho pode aprimorar a qualidade de sementes de um lote em termos de germinação, vigor e sanidade.

Termos para indexação: Zea mays L., germinação, vigor, processamento, injúria mecânica. QUALITY EVALUATION OF CORN SEEDS DURING CONDITIONING

ABSTRACT - The objective of this research was to evaluate the physical, physiological and sanitary quality of corn seeds during conditioning. Sixteen samples of a corn seed lot hybrid D766 produced in 2001/2002 was used, classified as medium short flat and short round, from the screens 20 and 22. The seed samples were obtained during the following conditioning steps: reception, pre-cleaning, post-gravity separator, post-grader and after bagging. The seeds were evaluated for the moisture content, standard germination, first germination count, speed of germination index, accelerated aging, cold test, electrical conductivity, seedling field emergence, health test through the filter paper and injury test. The experimental design used was completely randomized with 4 replications and the mean comparison was made through the Scott-Knott multiple path comparison test at 5% level of probability. According to the obtained results it was concluded that mechanical injury can occur at any stage of seed conditioning and is cumulative and the corn seed conditioning may improve the seed lot quality in for germination, vigor and health.

Index terms: Zea mays L. germination, vigor, processing, mechanical injury.

INTRODUÇÃO

O beneficiamento de sementes constitui-se em uma eta-pa essencial na produção de sementes de alta qualidade, visto

que a semente precisa ser beneficiada e manipulada de forma adequada, caso contrário, os esforços anteriores para o de-senvolvimento do material e as técnicas culturais para a pro-dução das sementes podem ser perdidas.

Segundo Silveira & Vieira (1982) a qualidade final da semente depende do cuidado em manter, durante o benefi-ciamento e o armazenamento, a qualidade obtida no campo, minimizando as injúrias que ocorrem durante o proces-samento, principalmente as injúrias mecânicas. A capacida-de capacida-de uma semente capacida-de produzir uma planta normal pocapacida-de ser

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reduzida ou anulada por injúrias mecânicas causadas durante o beneficiamento (Gregg et al., 1970).

A injúria mecânica é causada por choques e/ou abrasões das sementes contra superfícies duras ou contra outras se-mentes, resultando em sementes quebradas, trincadas, frag-mentadas, arranhadas e inteiramente danificadas. Não só o aspecto físico da semente é atingido, pois sementes mecani-camente danificadas dificultam as operações de benefi-ciamento e apresentam menor germinação e vigor (Andrews, 1965 e Delouche, 1967). De acordo com Moore (1974), em produção mecanizada de sementes, as injúrias mecânicas são as maiores forças destrutivas que atuam na redução da quali-dade fisiológica e sanitária das mesmas.

Para Delouche (1967) qualquer equipamento usado no manuseio é fonte potencial de danos mecânicos e de conta-minação. Os transportadores, elevadores e outros equipamen-tos usados para movimentar sementes, desde a colheita, beneficiamento e embalagem, podem ter importante influên-cia na qualidade da semente.

Reduções no vigor de sementes de milho foram obser-vadas, após a operação de pré-limpeza (Albuquerque & Priante-Filho, 1993). Resultados semelhantes também foram observados por Fessel et al., (1996) durante as etapas do beneficiamento de sementes de milho, como evidenciou os resultados da avaliação do dano mecânico, germinação, teste de tetrazólio e condutividade elétrica. Por outro lado Amaral et al. (1984) verificaram que a utilização de máquinas de ar e peneiras e mesa de gravidade eliminou materiais indesejá-veis, aumentando a pureza física e sanitária de lotes de se-mentes de ervilha. Resultados semelhantes foram obtidos por Lollato & Silva (1984) e Buitrago et al. (1991) quando cons-tataram que sementes de feijão beneficiadas na mesa de gra-vidade apresentaram melhores qualidades físicas, fisiológi-cas e sanitárias.

Assim sendo, conduziu-se a presente pesquisa com o objetivo de avaliar a qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de milho durante as etapas de beneficiamento.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes do Departamento de Produção Vegetal e no La-boratório de Patologia de Sementes do Departamento de Fitossanidade da Faculdade de Ciências Agrárias e Veteriná-rias - FCAV, UNESP, Câmpus de Jaboticabal.

As amostragens foram realizadas em 16 pontos do processamento do híbrido D766, safra 2001/2002 na unidade

de beneficiamento de sementes da empresa Dow AgroScience. Os pontos de amostragens foram: (1) recepção, (2) pré-lim-peza, (3) pós-mesa de gravidade - chato médio peneira 22 (PMG - CMP 22), (4) pós-mesa de gravidade - chato curto peneira 22 (PMG CCP 22), (5) pósmesa de gravidade -redondo curto peneira 22 (PMG - RCP 22), (6) pós-mesa de gravidade - chato médio peneira 20 (PMG - CMP 20), (7) pós-mesa de gravidade - chato curto peneira 20 (PMG - CCP 20), (8) pós-mesa de gravidade - redondo curto peneira 20 (PMG - RCP 20), (9) pós-classificador - chato médio peneira 22 (PC - CMP22), (10) pós-classificador - chato curto penei-ra 22 (PC - CCP22), (11) pós-classificador - redondo curto peneira 22 (PC - RCP22), (12) pós-classificador - chato mé-dio peneira 20 (PC - CMP20), (13) pós-classificador - chato curto peneira 20 (PC - CCP20), (14) pós-classificador - redondo curto peneira 20 (PC RCP20), (15) pósensaque redondo curto peneira 22 (PE RCP22) e (16) pósensaque -redondo curto peneira 20 (PE - RCP20). Todas as sementes foram mantidas em câmara fria (10ºC e umidade relativa de aproximadamente 50%) durante o período de realização do trabalho.

As sementes foram avaliadas quanto ao: teor de água

(TA) - determinado pelo método da estufa a 105±3ºC, por 24

horas, utilizando-se duas sub- amostras de 25 sementes por tratamento, conforme as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992). Os resultados foram expressos em porcenta-gem; teste de germinação (TG) - realizado com quatro sub-amostras de 50 sementes por tratamento, semeadas em caixas plásticas (26x16x10cm) contendo areia como substrato e mantidas em condições ambientais de laboratório (25-30ºC). A contagem final foi realizada no sétimo dia após a instala-ção do teste, considerando-se os critérios estabelecidos pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992); primeira

contagem da germinação - conduzido junto com o teste de

germinação. Constituiu no registro das porcentagens de plântulas normais verificadas na primeira contagem do teste de germinação (4º dia) (Nakagawa, 1999); Índice de

veloci-dade de germinação (IVG) - conduzido junto ao teste de

germinação. As avaliações das plântulas foram realizadas di-ariamente, à mesma hora, a partir do dia em que surgiram as primeiras plântulas normais. As avaliações foram realizadas até o momento da última contagem (sétimo dia), estabelecida pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992). Ao final do teste, o IVG foi calculado empregando se a fórmula de Maguire (1962); envelhecimento acelerado (EA) - con-duzido segundo as recomendações contidas no manual de tes-tes de vigor da ISTA (Hampton & TeKrony, 1995) e também

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descrito por Marcos Filho, 1999. As sementes foram envelhecidas em caixas plásticas (11x11x3,5cm) contendo 40mL de água deionizada, sobre uma tela, para evitar o con-tato das sementes com a água, colocadas em uma única ca-mada. Depois do período de envelhecimento de 72 horas, por 45ºC (Hampton & TeKrony, 1995 e Fessel et al., 2000), em câmara de envelhecimento acelerado, (modelo “water jackted”) foram determinados o teor de água das sementes e a germinação; teste de frio com solo (TF) - conduzido com quatro sub- amostras de 50 sementes por tratamento, semeadas em caixas plásticas (26x16x10cm) contendo uma mistura de areia e terra (na proporção de 2:1). A adição de água foi rea-lizada até atingir 70% da capacidade de retenção do substrato. As caixas foram tampadas e colocadas em câmara fria (10ºC) por sete dias; posteriormente, retiradas, destampadas e mantidas em ambiente de laboratório por cinco dias, quando as plântulas normais foram contadas e os resultados expres-sos em porcentagem. Para a realização deste teste, seguiram-se as recomendações da AOSA (1983) e Barros et al. (1999);

condutividade elétrica (CE) - conduzido segundo

recomen-dações da AOSA (1983) que constou do uso de quatro sub-amostras com 50 sementes por tratamento, pesadas com pre-cisão de duas casas decimais e colocadas para embeber em copos plásticos (com capacidade de 200mL), contendo 75mL de água deionizada. Os copos contendo as sementes foram mantidas em câmara de germinação, por 24 horas, à tempera-tura de 25ºC (AOSA,1983; Loeffler et al., 1988 e Vieira & Krzyzanowski, 1999). Decorrido o tempo de embebição, pro-cedeu à leitura da condutividade elétrica, usando-se um condutivímetro 600 Analyser, com eletrodo com constante 1,0. Os resultados finais foram expressos em µS cm-1 g-1;

emergência das plântulas em campo (EC) - conduzido com

quatro sub- amostras de 50 sementes por tratamento, em li-nhas de 2,5m de comprimento e espaçamento de 0,50m entre linhas e a profundidade de 5cm. A contagem das plântulas normais emergidas foi realizada aos 14 dias após a semeadu-ra (Nakagawa, 1994); teste de sanidade - utilizou-se o méto-do méto-do papel de filtro com congelamento. As sementes foram incubadas em placas de Petri de 9cm de diâmetro, contendo, três folhas de papel de filtro umedecidas com água destilada. Utilizaram-se vinte placas por tratamento, com dez sementes em cada. Estas foram mantidas em ambiente controlado, com temperatura de 20±2ºC, em fotoperíodo de 12 horas de luz branca e 12 horas de escuro, seguindo-se um período de 24 horas à -18ºC, e posteriormente retornado às condições inici-ais de incubação por período de cinco dias. Após esse perío-do de incubação a avaliação foi realizada em cada semente

individualmente, sob microscópio estereoscópico, sendo a identificação dos fungos feita através de características morfológicas de seu crescimento sobre as sementes e, tam-bém pelo microscópio óptico, através de lâminas feitas do material contido nas sementes. Os resultados foram expres-sos em porcentagem sementes infectadas (Brasil, 1992); dano

mecânico - conduzido segundo as recomendações de Oliveira

et al. (1998). Constou - se do uso de quatro sub- amostras de 50 sementes para cada tratamento, colocadas para embeber na solução de Amaranth 0,1% em copos plásticos (com capa-cidade de 200mL), cobrindo as sementes durante 2 minutos, agitando algumas vezes para facilitar a penetração da solu-ção, e deixadas à temperatura ambiente. Decorrido o tempo de embebição, procedeu a lavagem das sementes em água corrente e avaliadas o número de sementes com danos, se-guindo o critério de avaliação: Nota 0: sementes aparente-mente sem danos; Nota 1: seaparente-mentes com 10% de área colori-da, desde que distantes do embrião e ou leve absorção próxi-mo ao ponto de inserção no sabugo; Nota 2: sementes com 10 a 40% de área colorida, em qualquer ponto da semente, exceto no embrião; Nota 3: sementes acima de 40% da área do endosperma colorida ou com danos diretamente associa-dos ao embrião. Os resultaassocia-dos finais foram expressos em por-centagem.

Análise estatística - os testes foram conduzidos no de-lineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições por tratamento/teste, com exceção apenas para o teor de água em que usaram duas repetições por tratamento. A compara-ção das médias foi realizada usando-se o programa SAEG, teste de comparações múltiplas de Scott-Knott a 5% de pro-babilidade. Para a análise dos dados da germinação, primei-ra contagem, envelhecimento aceleprimei-rado, teste de frio, emer-gência das plântulas em campo e porcentagem de sementes contaminadas com fungos os dados foram transformados em arc sen √x/100, nas tabelas são apresentados às médias ori-ginais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão apresentados os resultados do teor de água e do dano mecânico das sementes em cada etapa do beneficiamento. Pode-se observar que as sementes estavam com teor de água baixo, estando mais suscetível ao dano mecânico. Segundo Jijon & Barros (1983) um dos fatores que influenciam a susceptibilidade das sementes ao dano mecânico é o seu grau de umidade. Estas, com baixos graus de umidade (10,60 a 11,76), são mais suscetíveis ao dano por

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quebramento. Segundo Carvalho & Nakagawa (2000) a in-tensidade por quebramento começa a aumentar, à medida que o teor de água se reduz a valores inferiores a 12-14%, e por amassamento aumenta em torno de 16-18%, e dentro da fai-xa 12-14% a 16-18% a intensidade de injúria mecânica seria mínima.

Ao longo das fases do beneficiamento ocorreu um au-mento na porcentagem de dano mecânico, sendo importan-te destacar o efeito acumulativo dos danos no importan-tegumento da semente, verificada pelo aumento da nota 3. Os danos me-cânicos nas sementes, além de apresentarem efeitos imedia-tos sobre sua qualidade, as predispõem à deterioração mais rápida, pelo aumento da respiração e da lixiviação de eletrólitos, proporcionando um maior percentual no núme-ro de plântulas fracas e anormais, maior susceptibilidade a

microrganismos, maior sensibilidade aos fungicidas e redu-ção no potencial de armazenamento (Bruggink et al., 1991 e Smith & Berjak, 1995).

Considerando a porcentagem de germinação (Tabela 2), observou diferença significativa durante as fases de benefi-ciamento. Verificou-se que após as sementes passarem pela mesa de gravidade houve aumento na porcentagem de germi-nação, primeira contagem da germigermi-nação, no teste de frio, no envelhecimento acelerado e no índice de velocidade de ger-minação. Pode-se dizer que a mesa de gravidade interfere po-sitivamente na qualidade fisiológica do lote, ao remover as sementes de menor densidade, quebradas e atacadas por patógenos.

Pelo teste de condutividade elétrica (Tabela 2) verificou-se que a ocorrência de danos mecânicos propiciou aumento

TABELA 1. Teor de água inicial e após o envelhecimento acelerado e dano mecânico em sementes de milho durante as fases de beneficiamento.

Teor de água Dano mecânico2

Inicial Após o EA Nota 0 Nota 1 Nota 2 Nota 3

Etapas do

beneficiamento1

... % ... ... % ...

Recepção 11,76A 22,36 B 93,5A 2,5 B 1,0A 3,0 B

Pré-limpeza 10,60 B 23,34A 92,5A 2,5 B 0A 5,0 B

PMG - CMP 22 11,01 B 22,54 B 87,5 B 5,5A 0,5A 6,5 B

PMG - CCP 22 11,53A 23,56A 80,0 C 5,5A 1,5A 13,0A

PMG - RCP 22 11,45A 20,14 D 79,5 C 3,0 B 1,5A 16,0A

PMG - CMP 20 10,94 B 24,11A 92,0A 2,5 B 1,0A 4,5 B

PMG - CCP 20 11,65A 23,53A 86,5 B 3,0 B 0A 10,5A

PMG - RCP 20 11,27A 22,05 B 81,0 C 3,0 B 1,5A 14,5A

PC - CMP22 11,03 B 20,99 C 88,0 B 6,5A 0,5A 5,0 B

PC - CCP22 10,86 B 22,03 B 89,5 B 1,5 B 1,0A 8,0 B

PC - RCP22 10,82 B 21,65 B 80,5 C 3,5 B 1,5A 14,5A

PC - CMP20 11,98A 24,35A 85,5 C 6,0A 2,0A 6,5 B

PC - CCP20 10,88 B 22,38 B 84,0 C 4,5A 3,5A 8,0 B

PC - RCP20 11,24A 22,49 B 84,0 C 2,5 B 1,5A 11,5A

PE - RCP22 11,43A 22,45 B 88,5 B 2,5 B 0A 9,0 B

PE - RCP20 11,33A 22,80 B 87,5 B 1,5 B 0A 11,0A

Teste F 4,51** 15,20** 6,05** 1,53** 1,42** 6,50**

CV (%) 2,27 1,76 4,21 67,0 141,18 34,72

1PMG - Pós-mesa gravitacional, CMP - Chato médio n° da peneira, CCP - Chato curto n° da peneira, RCP - Redondo curto n° da peneira, PC - Pós- classificador,

PE - Pós- ensaque.

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5%. ** Significativo a 1% de probabilidade

2Nota 0: sementes aparentemente sem danos; Nota 1: sementes com 10% de área colorida, desde que distantes do embrião e ou leve absorção próximo ao ponto

de inserção no sabugo; Nota 2: sementes com 10 a 40% de área colorida, em qualquer ponto da semente, exceto no embrião; Nota 3: sementes acima de 40% da área do endosperma colorida ou com danos diretamente associados ao embrião. Os resultados finais foram expressos em porcentagem.

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de lixiviação de metabólitos, e conseqüentemente, a redução do vigor.

Nos testes de primeira contagem da germinação, teste de frio, envelhecimento acelerado, emergência em campo e índice de velocidade de germinação (Tabela 2) apresentaram comportamento similar, ou seja, ocorreram variações nas por-centagens de vigor das sementes em algumas fases do beneficiamento, sendo que a partir do pós-ensacamento o vi-gor aumentou, apresentando no final os mesmos níveis esta-tísticos do início do beneficiamento. Tal fato demonstra mais uma vez os efeitos benéficos do beneficiamento sobre a qua-lidade das sementes. Pela análise da Tabela 2, observou-se que o beneficiamento foi eficiente para melhorar a qualidade fisiológica deste lote.

TABELA 2. Porcentagem de germinação, primeira contagem da germinação, índice de velocidade da germinação (IVG), teste de frio (TF), envelhecimento acelerado (EA), emergência em campo e condutividade elétrica (CE), obtidas durante as fases de beneficiamento.

Vigor Germinação 1° contagem da germinação TF EA EC Etapas do beneficiamento1 % IVG % CE µS.cm-1 .g-1

Recepção 92 B 91A 23,52 B 88A 58 C 85 B 11,94 E

Pré-limpeza 86 B 85 B 23,45 B 84 A 84A 93A 11,86 E

PMG - CMP 22 97 A 95A 26,90A 94 A 93A 87A 9,81 E

PMG - CCP 22 96 A 92A 28,33A 89 A 89A 88A 12,34 E

PMG -RCP 22 95 A 94A 27,33A 87 A 70 B 91A 11,00 E

PMG - CMP 20 97 A 95A 29,18A 91 A 87A 81 B 11,60 E

PMG - CCP 20 93 B 90A 27,88A 78 B 83A 77 C 15,94 C

PMG - RCP 20 90 B 88A 26,78A 85 A 88A 82 B 18,18 B

PC - CMP22 87 B 87 B 26,84 A 85 A 73 B 83 B 13,28 D

PC - CCP22 91 B 91A 27,71A 83 A 73 B 85 B 15,12 C

PC - RCP22 95A 94A 26,69A 86 A 89A 92A 13,47 D

PC - CMP20 94 A 90A 27,01A 87 A 75 B 81 B 12,83 D

PC - CCP20 88 B 80 B 23,89 B 76 B 74 B 72 C 21,62A

PC - RCP20 83 B 81 B 24,13 B 73 B 70 B 73 C 20,51A

PE - RCP22 92 B 89A 27,19A 89 A 86A 83 B 13,60 D

PE - RCP20 92 B 90A 26,09A 86 A 87A 80 B 20,38A

Teste F 3,45** 3,37** 6,05** 3,87** 9,18** 7,19** 25,49**

CV (%) 4,51 5,36 5,41 6,28 7,76 5,54 9,91

1PMG - mesa gravitacional, CMP - Chato médio n° da peneira, CCP - Chato curto n° da peneira, RCP - Redondo curto n° da peneira, PC -

Pós-classificador, PE - Pós- ensaque.

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5%. ** Significativo a 1% de probabilidade.

Analisando os resultados do teste de sanidade (Tabela 3) verificou-se que houve redução na ocorrência dos fungos

Fusarium sp. e Cladosporium sp. ao longo de cada etapa do

beneficiamento, porém para Penicillium sp. e Cephalosporium sp. ocorreram aumentos progressivos, para Penicillium sp. este aumento ocorreu até o ponto de amostragem 6 (PMG -CMP 20) a partir deste ponto sofreu oscilação mas acaba re-duzindo, para Cephalosporium sp. este aumento foi até o ponto de amostragem 14 (PC - RCP 20), após a fase de pós-ensaque houve grande redução na incidência do patógeno. Na etapa de pós-ensaque pode-se observar baixa ocorrência destes fun-gos, com exceção do Fusarium sp., principalmente para se-mentes redondas - curta peneira 20, devido às sese-mentes esta-rem tratadas quimicamente e este tratamento não controlou a

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incidência. É importante ressaltar que a semente se constitui no meio mais eficiente de disseminação de patógenos. Ob-servou-se, também a ocorrência não quantificada dos seguin-tes fungos: Aspergillus, Rhizopus, Molinea, Epicoccum,

Al-ternaria e Curvularia.

TABELA 3. Porcentagens de sementes com incidência de fungos, em função da etapas de beneficia-mento.

Fusarium spp. PenIcillium sp. Cladosporium sp. Cephalosporium sp.

Etapas do

beneficiamento1 ... % ...

Recepção 30,0A 49,0 C 46,5A 89,0 B

Pré-limpeza 38,5A 59,5 C 13,5 B 75,0 C

PMG - CMP 22 17,5 B 68,5 B 36,5A 86,0 B

PMG - CCP 22 8,5 B 94,5A 9,0 B 96,5A

PMG - RCP 22 17,5 B 48,5 C 6,5 C 97,0A

PMG - CMP 20 10,5 B 87,0A 37,5A 96,0A

PMG - CCP 20 10,0 B 17,0 E 3,5 D 98,0A PMG - RCP 20 11,0 B 49,0 C 3,5 D 91,0A PC - CMP 22 8,0 B 32,0 D 4,0 D 95,0A PC - CCP 22 9,5 B 50,0 C 13,5 B 93,0A PC - RCP 22 12,0 B 51,0 D 10,5 B 89,0A PC - CMP 20 9,0 B 18,0 E 3,0 D 98,0A PC - CCP 20 7,5 B 25,0 D 5,5 C 95,0A PC - RCP 20 4,5 B 47,5 C 6,5 C 99,0A PE - RCP 22 10,0 B 0,5 F 0 E 10,0 D PE - RCP 20 31,5A 13,5 E 0 E 7,0 E Teste F 6,16** 55,64** 23,05** 133,19** CV (%) 25,15 16,69 25,50 4,61

1PMG - Pós- mesa gravitacional, CMP - Chato médio n° da peneira, CCP - Chato curto n° da peneira, RCP- Redondo curto n° da

peneira, PC - Pós-classificador, PE - Pós-ensaque.

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5%. ** Significativo a 1% de probabilidade.

CONCLUSÃO

Os danos mecânicos podem ocorrer a cada fase do beneficiamento e são cumulativos.

O beneficiamento de sementes de milho pode aprimorar a qualidade de um lote em termos de germinação, vigor e sanidade.

REFERÊNCIAS

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