DIREITO INTERNACIONAL
Parte I – Direito Internacional Público
Prof. Dr. Marcus Maurer de Salles
17/05/2013
Relações entre o Direito
Internacional e o Direito Brasileiro
Plano de aula
• A relação entre o DIP e o direito estatal
– Monismo – Dualismo – Teorias no Brasil
• Incorporação do DIP no Brasil
– Rito processual
– Emenda Constitucional 45/2004 – Posição do STF
• Impactos do DIP no Direito Brasileiro
– Direitos humanos e sociais – Direitos econômicos e comerciais
Teorias sobre a relação entre o Direito
Internacional e o Direito Interno
Teorias
• A coexistência dos tratados internacionais e
do direito interno gera diversos problemas
jurídicos:
– Conflitos
– Hierarquia
– Validade
– Revogação tácita
Teorias
Dualismo• Separação radical entre as duas espécies de ordens jurídicas. • Há sujeitos distintos e estruturas de criação normativa distintas. • O Direito interno resulta da vontade de um único Estado ao passo
Teorias
Monismo• Reconhecimento da existência de uma ordem jurídica única.
• Concepção kelseniana da “norma fundamental”. • Norma fundamental dá origem tanto ao DIP quanto ao DI.
Qual é superior?
• Supremacia do direito interno? • Supermacia do direito internacional? Aplicabilidade imediata do DIP no plano interno!
Teorias
Monismo e Dualismo no Brasil– Afirma-se que Brasil adota a teoria do monismo moderado. – Existência de uma ordem única, com a primazia do direito
interno.
• Jurisprudência do STF e STJ
– Recurso Extraordinário 80.004/1978 – Tratados gozam de status de lei ordinária – Suscetibilidade de revogação por lei posterior
• Validade do tratado
– Revogação no plano interno não revoga a vigência internacional
Incorporação dos tratados no
Brasil
Tratados no Brasil
Rito
a)negociações por agentes do Poder Executivo
b)assinatura por agentes munidos de Cartas de Plenos Poderes c) submissão do ato pelo Presidente da República ao Congresso Nacional d)Discussão e aprovação do tratado pelo Congresso Nacional
1)Primeiro é discutida na Câmara, pela Comissão de Relações Exteriores e, se aprovada, parte para o Senado Federal
2) Segundo, será analisado pelo Senado
3)Aprovado pelo Congresso Nacional, a decisão é formalizada mediante um decreto legislativo, promulgado pelo Presidente do Senado Federal, que o faz publicar no DO da União. O Decreto Legislativo exprime tão somente a aprovação do tratado, e, não ainda sua incorporação no direito interno brasileiro. Trata-se de competência conjunta entre Executivo e Legislativo
Tratados no Brasil
e)Aprovação do Ato Internacional por Decreto Legislativo (publicação no Diário do Congresso Nacional)
f)Ratificação (é um costume internacional. ratificação do ato dos plenipotenciários) – a figura da ratificação permanece porque os
governantes querem rever a matéria assinada pelos
plenipotenciários. Trata-se de posterior ato soberano pelo qual o governante aprova e torna válido o acordado.
g)Troca ou depósito do instrumento de ratificação
Para que um tratado entre em vigor, é preciso que as partes se comuniquem reciprocamente a existência dos instrumentos de ratificação. A partir do momento da troca, os tratados, salvo disposição expressa em contrário, entram em vigor na ordem jurídica internacional.
Tratados no Brasil
h)Registro e publicação de tratados na ordem jurídica internacional
Depois de sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao Secretariado das Nações Unidas para registro ou classificação e inscrição no repertório e sua publicação. (Os tratados internacionais começam a vigorar no âmbito internacional a partir da troca ou depósito das cartas de ratificação.
i) Promulgação do ato internacional por decreto do Presidente da República
A simples publicação no Diário Oficial, autorizada pelo Ministro das Relações Exteriores e efetivada pela Divisão de Atos Internacionais do Itamarati, garante
Dispositivos constitucionais
referentes aos tratados
Tratados no Brasil
• Art. 4º - Princípios gerais para as Relações
Exteriores
– II – Prevalência dos direitos humanos
– III – Autodeterminação dos povos
– IV – Não-intervenção
– VII – Solução pacífica dos conflitos
– VIII – Repúdio ao terrorismo
– X - Concessão de asilo político
– Parágrafo único – Integração da América Latina
Tratados no Brasil
Artigo 5º:• § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
• § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
• § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Tratados no Brasil
Art. 21. Compete à União:• I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
• I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
• VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Tratados no Brasil
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
• III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
• b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
• III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
• a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Tratados no Brasil
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
• III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
• V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
• V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5o deste artigo;